segunda-feira, 31 de março de 2014

Pedrinhas,mais fugas sob o nariz dos 'terceirizados'

Quatro detentos fugiram do Presídio São Luís I, que faz parte do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, na madrugada deste domingo (30), segundo a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciára do Maranhão. Outros sete fugiram de delegacias do interior do entre sexta- feira (28) e sábado (29), totalizando 11 fugas em menos de uma semana. "Já pedimos o afastamento dos guariteiros, que são terceirizados, porque a saída é próxima às guaritas. Vamos abrir sindicância para apurar se houve conivência ou negligência da administração das unidades e, caso seja comprovado, pediremos afastamento imediato da direção", avisou Uchôa, o secretário de justiça e administração das penitenciárias que fez questão de lembrar que, este ano, já foram descobertos oito túneis em Pedrinhas. Um túnel com cinco metros de comprimento foi descoberto na madrugada de sábado (29) no Centro de Detenção Provisória (CDP), que também faz parte do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. De acordo com informações da polícia, a escavação foi achada após revista feita pelos agentes, durante a qual também foram encontradas drogas e armas de fabricação caseira. Com a fuga, sobe para 11 o número de presos que fugiram de cadeias maranhenses entre sexta-feira (28) e domingo (30). Na madrugada de sexta-feira (28), quatro dos sete homens que estavam presos em uma das celas da Delegacia Regional de Grajáu, no sul do Maranhão, fugiram da unidade prisional por meio de um buraco feito na parede da cela. Também não há pistas dos foragidos até o momento. Na madrugada de sábado (29), três presos fugiram da Delegacia Regional de Cururupu, a 485 km de São Luís, após serrarem as grades e cadeados da cela. Até o momento, nenhum deles foi recapturado.

Comentário do blogueiro - Já passou a 'onda Pedrinhas'. No entanto,lá,tudo continua como antes...ou alguém duvida?

Golpe militar de 64 -Os empresários que se deram bem com a ditadura

O professor Fabio Venturini da PUC/SP esmiuçou os detalhes de “como a economia nacional foi colocada em função das grandes corporações nacionais, ligadas às corporações internacionais e o Estado funcionando como grande financiador e impulsionador deste desenvolvimento, desviando de forma legalizada — com leis feitas para isso — o dinheiro público para a atividade empresarial privada”. Segundo o pesquisador, é isto o que nos afeta ainda hoje, pois os empresários conseguiram emplacar a continuidade das vantagens na Carta de 88. Venturini cita uma série de empresários que se deram muito bem durante a ditadura militar, como o banqueiro Ângelo Calmon de Sá (ligado a Antonio Carlos Magalhães, diga-se) e Paulo Maluf (empresário que foi prefeito biônico, ou seja, sem votos, de São Paulo). Outros empresários estiveram na mira da resistência, como Octávio Frias de Oliveira, do Grupo Folha, que apoiou o golpe. Frias e seu sócio Carlos Caldeira ficaram com o espólio do jornal que apoiou João Goulart, Última Hora, além de engolir o Notícias Populares e, mais tarde, ficar com parte do que sobrou da Excelsior. Porém, o que motivou o desejo da guerrilha de justiçar Frias foi o fato de que o Grupo Folha emprestou viaturas de distribuição de jornal para campanas da Operação Bandeirante (a Ultragás, do Grupo Ultra, fez o mesmo com seus caminhões de distribuição de gás). Mais tarde, a Folha entregou um de seus jornais, a Folha da Tarde, à repressão. – Se uma empresa foi beneficiada pela ditadura, a mais beneficiada foi a Globo, porque isso não acabou com a ditadura. Roberto Marinho participou da articulação do golpe, fez doações para o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes, que organizou o golpe). O jornal O Globo deu apoio durante o golpe. Em 65, o presente, a contrapartida foi a concessão dos canais de TV, TV Globo, Canal 4 do Rio de Janeiro e Canal 5 São Paulo – disse Fabio Venturini. Venturini fala, ainda, em pelo menos dois mistérios ainda não esclarecidos da ditadura: os dois incêndios seguidos na TV Excelsior, em poucos dias, e a lista dos empresários que ingressaram no DOI-CODI para ver sessões de espancamento ou conversar com o comandante daquele centro de torturas, Carlos Alberto Brilhante Ustra. Ele comenta a tese, muito comum na Folha de S. Paulo, de que houve um contragolpe militar para evitar um regime comunista, o que chama de “delírio”. Venturini também fala do papel de Victor Civita, do Grupo Abril, que “tinha simpatia pela ordem” e usou suas revistas segmentadas para fazer a cabeça de empresários, embora não tenha conspirado. (Fonte: IHU)

domingo, 30 de março de 2014

IV Domingo de quaresma - Separar as trevas da luz, para sermos 'filh@s da luz! (Jo. 9, 1-41)

No nosso dia a dia nos debatemos com muitas pessoas tapadas e cegas. Pessoas que têm dificuldade de ver um pouco mais além do seu próprio nariz. Embora nem sempre por sua responsabilidade, vivem em seu pequeno e mesquinho mundo. São incapazes de perceber os dramas e o alcance dos acontecimentos em que elas mesmas se vêem envolvidas. Não alimentam nem sonhos e nem esperanças, vivem o dia a dia sem grandes emoções e entusiasmos. Não conseguem se concentrar sobre algo que as empolgue. Tanto faz, tanto fez. Outras continuam cegas de raiva, de rancor, de ódio. Cegadas pelas suas ambições e pelas suas manias de grandeza. É a essas pessoas que Jesus quer se dirigir, e intervir. A esses cegos que de alguma forma entendem que estão vivendo nas trevas e que anseiam por luz. Que querem se libertar. Jesus vendo essa abertura se aproxima sem preconceitos. Sabe que são ‘cegueiras’ produzidas pelos humanos, que não são frutos de desígnios divinos, e desencadeia o processo libertação das trevas que escravizam filhos e filhas de Deus. Retoma o gesto original do Deus Criador, faz barro com saliva e hálito e o coloca na fonte das trevas. ‘E separa as trevas da luz’! 

A nova criação do homem novo começa a acontecer. Não é algo imediato. É uma caminhada. Tudo ocorre aos poucos. Na medida em que o ex-cego conhece mais Jesus, mais aumenta a sua visão. A sua transformação é evidente. A ex-vítima da cegueira torna-se uma pessoa corajosa, firme, destemida. As pessoas acostumadas a vê-lo no seu estado de dependência já não o reconhecem, ou não querem reconhecer para si mesmos as mudanças que ocorrem nas pessoas quando encontram a verdadeira Luz que liberta! As pessoas, em geral, fazem um julgamento das demais e acreditam que isso é verdadeiro e permanente. Qualquer outro julgamento’ que se distancie do delas deve ser combatido. É como se modificando o que existe se estivesse ameaçando a ordem estabelecida e se desarrumassem as funções atribuídas a cada um. Dessa forma se uma pessoa nasceu dependente assim deve permanecer para sempre! Jesus e o próprio ex-cego rompem com esse esquema, e sofrem as agressões de quantos vivem e se beneficiam com as dependências e escravidões produzidas por eles. No final de todo esse embate podemos perceber que as posições se inverteram: se inicialmente pensávamos que havia somente um cego a ser curado, agora, fica claro que ‘todos’ se tornaram ‘cegos e tapados’, exceto aquele que se sentia realmente cego, mas aceitou aderir àquele que podia libertá-lo de verdade!

sábado, 29 de março de 2014

Frases do dia....

Safadeza histórica
“O Exército não é intruso da história brasileira, mas um instrumento da vontade nacional. Atendemos aos apelos veementes da sociedade. Se as coisas continuassem como eram no governo João Goulart, não teríamos democracia nem liberdade. Sou muito feliz por ter nossa democracia, levamos 20 anos para chegar nela. Está pensando que não sou democrata? O episódio do comunismo no Brasil, do qual a revolução de 1964 faz parte, é contado de forma safada. Há safadeza histórica” - Leônidas Pires Gonçalves, ex-ministro do Exército no governo Sarney – Folha de S. Paulo, 28-03-2014.

Ação afirmativa
“O Banco Mundial estima que a violência contra a mulher causa 20% das faltas ao trabalho no mundo. Hoje, 11 grandes empresas vão aderir à campanha Compromisso e Atitude, da Secretaria das Mulheres, reforçando Lei Maria da Penha” – Ilimar Franco, jornalista – O Gobo, 27-03-2014.

Aula de História
"Presidente da Comissão de Educação da assembleia gaúcha, a deputada Juliana Brizola (PDT) foi a São Borja para visitar o túmulo do avô Leonel Brizola, na semana passada. Na cidade, um professor se queixou de que os alunos desconhecem a Campanha da Legalidade - liderada pelo então governador contra a reação dos militares à posse do seu cunhado Jango, após renúncia de Jânio Quadros" - Mônica Bergamo, jornalista - Folha de S. Paulo, 28-03-2014.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Saúde indígena: algo está se mexendo....?

Algo parece se mexer na moralização das infraestruturas sanitárias em algumas terras indígenas. Pelo menos é o que parece entre os Canelas do Maranhão, nos seus dois territórios. Começou algumas semanas atrás a construção de dois postos de saúde em Porquinhos e Escalvado. Prazo para terminar as obras: agosto, mas irá até dezembro, na melhor das hipóteses! Valor de cada obra: R$ 493.000,00. Desconfio que sejam entregues com tudo o que aparece na maquete virtual que tive oportunidade de contemplar. Se acontecer tiraremos o chapéu para a SESAI! O mesmo deverá acontecer em outras aldeias que abrigam os Guajajara. Queira Deus que seja mesmo o início de um momento novo, embora toda expectativa esfria quando perguntamos se o atual posto vem sendo abastecido regularmente de remédios e ouvimos a mesma e monótona resposta de sempre: faltam muitos remédios ou o estoque já acabou. Há mais um sinal que poderia ser motivo de esperança desde que levado a cumprimento: alguns trechos da estrada que leva de Barra do Corda a Fernando Falcão e para a aldeia Escalvado estão sendo beneficiados com a colocação de piçarra o que torna mais rápida e mais segura a viagem. Falta muito ainda, mas parece ser o bom começo. O prazo aqui é de 3 meses e a obra fica inferior a um milhão de Reais. Que seja para valer e que seja de qualidade! Em Fernando Falcão, um dos municípios mais pobres do Brasil, o hospital estadual, isso mesmo, está praticamente concluído, mas como se sabia, não há médicos e nem enfermeiros que aceitem de trabalhar num povoado afastado, sem estradas decentes, sem meios e sem condições para desempenhar os serviços próprios de um...hospital. Mais uma obra que servirá para abrigar jumentos em noites de de chuva intensa. Assim caminha a vida: algumas gotas de esperança mas que deixam todo o mundo desconfiado, pois o prometido ou o iniciado nunca é cumprido e plenamente realizado!

sábado, 22 de março de 2014

III Domingo de quaresma - Matando definitivamente as nossas sedes....(Jo. 4,5-42)

Faz parte da constituição genética humana ter sede:sede de justiça, de felicidade, de amor sincero, mas também sede de prazer, de dominação, de possuir coisas e pessoas. Uma sede sempre ativa, nunca satisfeita. Uma sede que se agiganta sempre mais, quanto mais mergulhamos nas águas contaminados dos poços do egoísmo, da arrogância, da intolerância e da indiferença. É num desses poços onde as pessoas acorrem para satisfazer a sua sede que Jesus se encontra com a Samaritana. Mulher, infiel e religiosamente heterodoxa. Jesus não tem medo de se expor publicamente e iniciar um ‘diálogo amoroso’ com alguém que, afinal, simboliza o seu próprio povo. O mesmo povo que inúmeras vezes traiu a fidelidade de Deus prostituindo-se aos ídolos do Egito, da Babilônia, da Pérsia e de outros fregueses, e que arrogantemente achava que podia viver de forma auto-suficiente.  Jesus quer ‘seduzir’ novamente o seu povo para que volte ao ‘Amor Originário’ e descubra uma vez por todas que longe Dele sempre sentirá sede de amor e proteção. Nunca haverá satisfação plena de seus sonhos e desejos de plenitude de vida. João que é um grande teólogo cuida dos mínimos detalhes desse diálogo que é uma pérola catequética. A mulher-povo é desmascarada na sua realidade de infidelidade, mas mesmo assim não é condenada por Jesus. Afinal foi com ela que firmou a sua aliança. Jesus se aproxima sem preconceitos e sem discriminações, a conduz pelos caminhos do verdadeiro conhecimento. Por sua vez, o próprio Jesus se deixa conhecer pela mulher-povo. Esta, aos poucos, vai descobrindo quem realmente ele é. De ‘viajante’, - como era compreendido no início pela mulher-povo - ele se torna progressivamente um ‘profeta’, o ‘senhor’ e por fim o ‘messias, salvador’. É o caminho, afinal, que percorrem aquelas pessoas que passam anos a fio buscando em vão em poços contaminados água fresca para matar suas sedes e, aos poucos, descobrem na proposta de Jesus de Nazaré a verdadeira água viva, a única capaz de matar definitivamente as nossas sedes. 

Suzano Celulose = expulsões de famílias, violência, prepotência, mas o Maranhão tem que...crescer!

Foi inaugurada com solenidade a fábrica de celulose do grupo Suzano Papel Celulose, instalada na cidade de Imperatriz. Para quem imagina que haverá empregos sobrando engana-se. A Suzano vem colecionando denúncia de todo tipo, crimes ambientais, coação e pressão, violência contra famílias que resistiam ao seu poder de ‘ocupar terras’ na região do baixo Parnaíba e outras. Se antes da inauguração o grupo já perseguia milhares de trabalhadores e trabalhadoras rurais em inúmeros municípios do Maranhão, principalmente na região do Baixo Parnaíba com a cumplicidade de instituições do Poder Executivo e consideráveis ajudas do judiciário, o temor já toma conta de milhares de famílias de dezenas de municípios. A audácia com que a Suzano sempre agiu no meio rural, impondo regras em suas ações, empurrando trabalhadores e trabalhadoras rurais para a fome e a miséria e os jovens para as drogas e a prostituição, recentemente foi observada, quando o grupo Suzano Papel Celulose procurou impor regras próprias no Porto do Itaqui. Atropelou a administração portuária, querendo estipular valores para os empregados sindicalizados que fazem o embarque e desembarque de cargas. Como é um dos bons contribuintes de recursos para campanhas politicas, ele entende que está acima do bem e do mal e demonstra que o Estado é refém dele. (Fonte: Blog do Aldir Dantas)

Francisco - Papa encontra familiares das vítimas da máfia.'Parem de fazer o mal' clama o papa aos mafiosos!

"Sinto o desejo de partilhar com vocês a esperança, e é esta: que o senso de responsabilidade lentamente vença a corrupção em todas as partes do mundo. E isso deve começar a partir de dentro, da consciência, e dali deve restaurar, restaurar os comportamentos, os relacionamentos, as escolhas, o tecido social, para que a justiça ganhe espaço, cresça, forme raízes e tome o lugar da iniqüidade. Eu sei que vocês sentem fortemente esta esperança e quero partilhá-la com vocês. Estarei com vocês neste caminho que requer tenacidade e perseverança." Assim se manifestou o papa falando aos familiares das vítimas da violência mafiosa em Roma, ontem, sexta feira 21. O Papa manifestou sua solidariedade com as pessoas ali presentes que perderam seus entes queridos, vítimas da violência mafiosa. "Obrigado pelo seu testemunho, porque vocês não são fechados, mas abertos para contar sua história de dor e esperança. Isto é muito importante, especialmente para os jovens", disse ainda o Santo Padre. No final, dirindo suas palavras aos mafiosos o papa disse: "Por favor, mudem de vida. Convertam-se. Parem de fazer o mal! Rezaremos por vocês: convertam-se. Peço de joelho. É para o seu próprio bem. Essa vida que vocês vivem agora, não lhes dará prazer, não lhes dará alegria, não lhes dará felicidade. O poder, o dinheiro que vocês têm agora de tantas negociações sujas, de tantos crimes mafiosos, é dinheiro ensangüentado, é poder ensangüentado, e não poderá levá-los para a outra vida. Convertam-se. Ainda está em tempo para não terminarem no inferno. É o que espera vocês se continuarem nesta estrada". 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Deputado brasileiro recebeu o prêmio ‘Racista do Ano’ da Survival International para o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

O reconhecimento do mérito pelo racismo praticado foi para os deputados ruralistas gaúchos Luis Carlos Heinze (PP), o ganhador principal, e Alceu Moreira (PMDB), que o acompanha na vergonha. Os dois proferiram discursos de intolerância aos povos indígenas e quilombolas, e homossexuais, todos que formam o "tudo o que não presta", na visão de Heinze. Moreira incentivou o conflito armado, através de milícias, para a garantia das grandes propriedades rurais. Seu modelo de "resistência é o que acontece no Pará, estado campeão de assassinatos no campo. As declarações foram proferidas em uma audiência pública no Rio Grande do Sul, e também durante o "leilão da resistência", realizado para financiar o pagamento de milícias armadas para agir nos conflitos por terra no Mato Grosso do Sul. Os dois deputados gaúchos falam para seus apoiadores, o seu público, é claro. Quem são seus apoiadores? Fazendeiros, grandes ou pequenos, que estão em conflitos com o "tudo o que não presta" do deputado. Também estão junto do discurso racista os lobbies a quem eles defendem, representam, e que pagam suas campanhas: multinacionais do agronegócio e commodities, e a indústria de armas. Ter terras, eliminar "o que não presta" com o uso de armas de fogo, é um discurso que talvez não tenha sido proferido por acaso, no "calor de uma audiência pública", digamos assim. Será essa ideologia, presente nos discursos extremistas de uma certa elite ruralista, e que prega a eliminação física dos adversários políticos ao mesmo tempo que a superioridade de uma certa classe étnica (branca, ocidental, heteronormativa e cisgênera), significados de um fascismo que permanece, ou então que se reconfigura, no Brasil? O extermínio dos povos indígenas não é uma proposta nova a aparecer em discursos extremistas. O cientista Rodolpho von Ihering, do Museu Paulista,  declarou no início do século passado, há pouco mais de cem anos: não se pode esperar trabalho sério e continuado dos índios civilizados e como os Caingangs selvagens são um empecilho para a colonização das regiões do sertão que habitam, parece que não ha outro meio, de que se possa lançar mão, senão o seu extermínio. Os povos Guarani e Kaiowá, no Mato Grosso do Sul não tem dúvidas de que o extermínio é não só uma possibilidade política, como uma realidade. Na visão dos próprios Guarani, eles estão passando por um de genocídio: ou seja, os atos de eliminação física, total ou parcial, de um grupo étnico. Logo após o assassinato da liderança e rezador Nísio Gomes em 2011, eu tive lá e perguntei a algumas das principais lideranças. O vídeo pode ser visto aqui. Depois dele, pelo menos mais sete outras lideranças políticas foram eliminadas, além de outras dezenas de mortes. (Fonte: Carta Capital)



União estável entre homo-afetivas é reconhecida....'após a morte' e para fins previdenciários. Justiça est´pa sendo feita!

A união estável entre duas mulheres que mantiveram relação afetiva por mais de 20 anos foi reconhecida, 'post mortem', na tarde desta terça-feira, 18, pela 3ª câmara Cível do TJ/PB, que reformou decisão de 1º grau. A decisão terá efeitos para fins previdenciários. A autora da ação alega que conviveu com a companheira, que faleceu em junho de 2012, sob o mesmo teto por mais de 20 anos, dividindo com ela despesas, esforços e conta bancária, prestando uma à outra assistência material e afetiva. Sustenta ainda que foi designada curadora da companheira antes do falecimento da mesma, e que geriu os bens dela até o último dia de vida. O relator, desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides, afirmou que para reconhecimento da união estável é preciso comprovar os requisitos, como convivência duradoura, contínua e pública, com o objetivo de constituir uma família. Para ele, é “inafastável o reconhecimento da pretensão da autora, haja vista que seu relacionamento com a falecida consistia numa relação aparentemente pública, notória, duradoura e, sobretudo, com a qualidade que a doutrina moderna defende”. O magistrado também registrou que o STF equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres, devendo a união homoafetiva ser reconhecida como um núcleo familiar, como qualquer outro.


Pedrinhas: mais um túnel!

Um plano de fuga foi descoberto por agentes da Força Nacional na Penitenciária de Pedrinhas, em São Luís, nessa quinta-feira (20). Pelo menos 90 presos escapariam por um buraco que estava sendo escavado no Pavilhão F1. O buraco estava sendo feito na cela quatro e sairia na área do núcleo de saúde da penitenciária. Após a descoberta do plano, os presos quebraram lâmpadas e canos de água do pavilhão. Agentes da Força Nacional de Segurança e GEOP (Grupo Especial de Operações Penitenciárias) controlaram a situação. A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão (Sejap) confirmou a descoberta do plano e afirmou que deve divulgar outras informações sobre a tentativa de fuga nesta sexta-feira (21).

Operação Awá--Guajá: ocupantes estão saindo sem conflitos. Novas terras já foram identificadas para reassentar as famílias!

A saída dos moradores não índios da Terra Indígena Awá, no Maranhão está ocorrendo normalmente, sem incidentes registrados. Até o momento, do total de 427 construções na área, 263 (61,6%) estão desmontadas, abandonadas ou sendo desmontadas. Nos sobrevôos e deslocamentos terrestres realizados pelas forças federais da Operação Awá, já foram identificadas diversas casas abandonadas ou desmontadas. Está sendo feito um reconhecimento mais detalhado para confirmar a situação de 164 construções - ou 38,4% do total. Aqueles que ainda estão dentro da Terra Indígena aguardam agendamento para sair. A Funai continua a recuperação de vias dentro e fora da área para permitir o acesso às famílias isoladas e das que saem por meios próprios e com o apoio das prefeituras locais. No dia 15 de março foi montada a terceira base da Operação Awá no povoado de Vitória da Conquista, com o objetivo de apoiar as atividades de desocupação da Terra Indígena. No dia 14 de março, o Incra realizou uma reunião no povoado de Cabeça Fria com o objetivo de orientar famílias cadastradas e aptas ao assentamento no programa nacional de reforma agrária. O governo federal assentará as 224 famílias que se enquadram nos critérios do Plano Nacional de Reforma Agrária. Para atender de imediato as famílias, o Incra disponibilizou dois assentamentos - Parnarama e Coroatá - com 570 lotes, o suficiente para incluir todos os posseiros. Na próxima sexta-feira (26) representantes dos agricultores familiares irão conhecer os dois assentamentos a convite do Instituto. As famílias que serão assentadas terão ainda benefícios como Crédito Apoio e Fomento, Prona, vias de acesso, assistência técnica e políticas públicas como o Minha Casa, Minha Vida, Luz para Todos e Água para Todos. Todas as famílias de baixa renda notificadas receberão cestas básicas do governo federal. (Fonte: Portal Brasil)

quarta-feira, 19 de março de 2014

Francisco - Tem gente graúda de 'dentro' da igreja que não gosta dele! Sentem-se incomodados!

Durante o século XX nenhum Papa teve tantas resistências como Francisco”, e todas elas “são sinal de que o Papa está mudando a Igreja”. São palavras fortes e em certo sentido surpreendentes. Elas foram escritas pelo professorAndrea Riccardi, historiador da Igreja, em um comentário publicado na revista Famiglia Cristiana. O Vatican Insider o entrevistou para indagar a respeito.

Você escreveu que durante o último século nenhum Papa teve “tantas resistências como Francisco”. Não lhe parece exagerado?
Fiz essas afirmações como historiador. Francisco encontra-se diante de resistências internas nas estruturas eclesiásticas, nos episcopados e no clero. Enquanto é evidente a aliança que se instaurou com o povo.

Poderia indicar alguns exemplos?
Há algumas que se manifestaram publicamente, outras foram sussurradas e outras não foram expressas e se caracterizam pelo silêncio e a distância. Há alguns que não suportam a menor insistência na pregação papal sobre temas éticos. Mas também o enfoque pastoral de Francisco, que coloca em discussão a forma de governar dos bispos, aos quais as pessoas dizem: “Por que não fazem como o Papa?” 

Por que o silêncio, na sua opinião, equivale a uma “resistência”?
É uma atitude, como se não tivesse acontecido nada, como se o Papa não fosse o testemunho de um modelo que é preciso seguir. Há alguns que destacam que Francisco é pouco “teólogo”. Dá-me vontade de rir quando penso naqueles que diziam que Bento XVI era muito “teólogo” (isto demonstra que o “Papa bom” sempre é o de antes). Claro, não é preciso dizer que estas resistências chegam daqueles que durante anos destacavam a importância da autoridade do Papa e da obediência ao Papa. É curioso que para alguns seja válido este raciocínio: se o Papa não é como eu digo e não faz o que eu digo, é um Papa pela metade. Mas o catolicismo não é uma ideologia, é uma força dinâmica que cresce na história. Quero repetir: não se deve generalizar, porque há muitos bispos muito entusiasmados, e nos lugares em que a mensagem de Francisco chegou (nem sempre chega a todos os lados) há uma reação muito grande e positiva na vida da Igreja em nível popular.

Durante os primeiros meses de Pontificado houve alguns que prognosticavam (e em alguns casos pareciam esperá-lo) o final da chamada “lua de mel” entre o Papa, a imprensa e as pessoas. Ao contrário, parece continuar...
A lua de mel não acabou porque não é um fenômeno midiático, mas algo que vai muito além, pois tem muita substância. Claro, o passo necessário na Igreja é acolher o que Francisco oferece como testemunho e um modelo de evangelização e de pastoral que propõe. O modelo que um Papa que nasceu, viveu e foi bispo de uma megalópole como Buenos Aires propõe está verdadeiramente à altura dos desafios da nossa época.

sábado, 15 de março de 2014

II de Quaresma - Transfiguração: ir além do fracasso e da morte acreditando que elas não têm a última palavra! (Mt, 9, 1-19)

A chave para entender o relato é quando se diz que ‘Moisés e Elias envoltos em glória falavam sobre a morte de Jesus em Jerusalém’. Ou seja, é o momento em que Jesus toma consciência de que poderá ser eliminado fisicamente e que a sua missão profética poderá ser varrida. Paradoxalmente, o texto inicia falando em esplendor, brancura, em transfiguração, seja de Jesus como de Moisés e Elias, mas para sublinhar que estavam falando sobre a ‘morte de Jesus’. Tanta luz, afinal, não consegue ocultar uma realidade tão trágica quanto a morte iminente de Jesus. Mateus parece nos dizer que é preciso se transfigurar, mudar radicalmente de perspectivas, deixar de sermos nós mesmos por um instante, para podermos ter a coragem de falar e encarar a nossa morte iminente sem perdermos o controle de nós mesmos. Ou seja, numa situação de ‘normalidade’ seriamos incapazes de enfrentar uma realidade/tabu que, afinal, faz parte do nosso ‘devir humano’. O evangelista, entretanto, nos diz muito mais: a morte é algo que deveremos enfrentar sozinhos. A força necessária para encará-la a deveremos encontrar dentro de nós mesmos. Travar uma luta de resistência contra a morte, sentir medo do medo que está por vir, vislumbrar de forma realista a perspectiva de derrota de um sonho, de um projeto, não significa ser um vencido, de antemão.
 Foi nessa experiência angustiante que Jesus vislumbrou também a sua superação. Ao fazer a experiência da dor educamo-nos progressivamente a lidar com ela; ao fazer a experiência da derrota, apreendemos a vencer e a superar obstáculos. Esta, de fato, foi a experiência iluminadora que Jesus teve ao perceber a iminência da sua prisão e do fracasso missionário. A perspectiva da paixão e da morte, em lugar de abalar Jesus, - embora o tenha turbado profundamente – permitiu que mudasse radicalmente o modo de encarar a sua missão. A metamorfose que ocorreu em Jesus foi surpreendente: na morte violenta iminente Ele se sente confirmado de que o que vinha fazendo estava certo! Após momentos de angústia e desnorteamento inicial, Jesus se sente confirmado pelo Pai de que era imperativo ir a Jerusalém e assumir as conseqüências previsíveis de tal decisão. A morte poderia ser, afinal, o último gesto profético do ‘servo de Deus’ de Nazaré para tentar provocar uma ’metamorfose/transfiguração’ nas opções e atitudes das pessoas. Para tentar sacudir uma nação que se demonstrava incapaz de perceber a iminência do colapso moral, econômico e político. No desespero, Jesus aprende a esperar. Na aparente derrota e fracasso, Jesus sente-se um vitorioso. É nas crises extremas e aparentemente sem saída que, em geral, encontramos saídas inéditas e criativas. Que isto aconteça conosco e com a humanidade!

sexta-feira, 14 de março de 2014

Em carta aberta bispos denunciam remoção de famílias, desigualdades urbanas e institucionalidade de exceção em vista da copa no Brasil

‘....Fiel à sua missão evangelizadora, a Igreja no Brasil acompanha, com presença amorosa, materna e solidária, esse grande evento que reunirá vários países e protagonizará a oportunidade de um congraçamento universal, “na alegria que o esporte pode trazer ao espírito humano, bem como os valores mais profundos que é capaz de nutrir”, como nos lembra o Papa Francisco....Lamentamos que, na preparação para a Copa, esse último aspecto tenha prevalecido sobre os demais, motivando manifestações populares que acertadamente reivindicam a soberania do país, o respeito aos direitos dos mais vulneráveis e efetivas políticas públicas que eliminem a miséria, estanquem a violência e garantam vida com dignidade para todos. Solidarizamo-nos com os que, por causa das obras da Copa, foram feridos em sua dignidade e visitados pela dor da perda de entes queridos.....Não é possível aceitar que, por causa da Copa, famílias e comunidades inteiras tenham sido removidas para a construção de estádios e de outras obras estruturantes, numa clara violação do direito à moradia. Tampouco se pode admitir que a Copa aprofunde as desigualdades urbanas e a degradação ambiental e justifique a instauração progressiva de uma institucionalidade de exceção, mediante decretos, medidas provisórias, portarias e resoluções. O sucesso da Copa do Mundo não se medirá pelos valores que injetará na economia local ou pelos lucros que proporcionará aos seus patrocinadores. Seu êxito estará na garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito ao direito às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam o trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual, sobretudo, de pessoas socialmente vulneráveis e combatam eficazmente o racismo e a violência. A sociedade brasileira é convidada a aderir ao projeto “Copa da Paz” e à Campanha “Jogando a favor da vida – denuncie o tráfico humano”. Seu objetivo é contribuir para que a Copa do Mundo em nosso país seja lembrada como tempo de fortalecimento da cidadania. Que a padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, nos agracie com sua bênção e proteção neste tempo de fraternidade e congraçamento entre os povos. (Fonte: CNBB- síntese)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Francisco introduz novos critérios para a escolha de novos bispos. Chega de príncipes, venham os pastores que estão próximos das pessoas

As indicações de Francisco, para a escolha de novos bispos são claríssimas. Os núncios apostólicos, ao escolherem os candidatos ao episcopado, devem assinalar “pastores próximos das pessoas”, que “não sejam ambiciosos” e não aspirem ao posto e que não busquem constantemente, uma vez nomeados, ser promovidos para outra sede mais importante. O bispo ‘casa-se’ com sua Igreja, mas em muitos casos para com facilidade na segunda ou terceira ‘núpcia’. “Os candidatos devem ser pastores próximos das pessoas: padres e irmãos, que sejam mansos, pacientes e misericordiosos”, pediu Francisco, convidando a deixar que os doutos se dediquem à pesquisa e ao ensino. Os candidatos ao episcopado devem amar “a pobreza, interior como liberdade pelo Senhor, e exterior, como simplicidade e austeridade de vida”, em vez de ter uma “psicologia de ‘príncipes’”. “Que não sejam ambiciosos – disse o Pontífice aos núncios –, que não busquem o episcopado e que sejam esposos de uma Igreja, sem que estejam buscando constantemente outra”. Os bispos devem “servir” e não “dominar”. Devem ser, sobretudo, pais para seus sacerdotes, devem estar sempre dispostos a recebê-los. Além disso, devem estar próximos dos “pobres, dos indefesos e de quantos precisarem de acolhida e de ajuda”. O Papa Francisco também escreveu à Congregação, também chamada de “fábrica de bispos”, em fevereiro e pediu-lhes que se assegurassem de que “o nome de quem foi escolhido seja, acima de tudo, pronunciado pelo Senhor”. “O Santo Povo de Deus segue falando – disse Francisco – e necessitamos de alguém que nos veja com a grandeza do coração de Deus. Não precisamos de um dirigente, de um administrador de empresa, e muito menos de alguém que esteja ao nível das nossas deficiências ou pequenas pretensões”. O papa convidou para avaliar as candidaturas sem perder de vista as necessidades das Igrejas particulares, porque “não existe um pastor padrão para todas as Igrejas”. Também convidou os membros da Congregação para elevarem-se “além das nossas eventuais preferências, simpatias, pertenças ou tendências”.Os critérios desta eleição devem nascer da origem, da Igreja apostólica. O bispo deve ser “aquele que sabe atualizar tudo o que aconteceu a Jesus, e, sobretudo, aquele que sabe, junto com a Igreja, fazer-se testemunha da sua ressurreição”. (Fonte: IHU)

Piquiá: curtas e...picantes!

Luz X trevas em Açailândia - De pouco adiantou o convite dos bispos do Maranhão para trilhar os caminhos luminosos da paz e da justiça. Em Açailândia tem gente percorrendo ainda os caminhos tortuosos da ‘justiça com as próprias mãos’ e da vingança pura e simples. Tem gente que se acha juiz e algoz. Mesmo sem investigar direito se faz de mandante e de executor de crimes bárbaros. Gente, se alguém errou e fez besteiras que pague a sua pena, mas nunca tirar a sua vida. Ao se vingar, a pessoa se iguala àqueles assassinos que ela tanto condena!Vergonha!

Centro de Detenção I - Em Açailândia o Centro de Detenção mais se parece a uma masmorra da idade média. Até a penitenciária de Pedrinhas em comparação a ele se parece um hotel de 5 estrelas! Os 120 presos que acolá vivem enjaulados devem se comprimir para ocupar um espaço que deveria comportar só 70 vagas. Calor, mau cheiro, falta de higiene e de ventilação se agravam a cada dia pela falta de água constante. A água que abastece o Centro chega através de canos sem torneiras e é racionada.  È a direção do Centro que decide quando chega a hora de rodar a torneira. Em geral, são três vezes ao dia, mas cuidado: é para aproveitar para banhar, lavar, dar descarga e beber. Fora isso o detento tem que tapar o nariz.

Centro de Detenção II – No mesmo Centro de detenção, - mas certamente não de recuperação, - existe também uma cela para os ‘revoltados internos’. Ela tem um nome muito místico: cela de reflexão! Aí não há janelas, nem luz. Os escolhidos são trancafiados naquele ‘lugar de meditação’ e passam até 3 semanas de isolamento, de onde saem certamente mais revoltados e desejosos para que ‘alguém pague’! Eu proponho que os detentos aqui e no Maranhão sejam tratados como ‘animais de estimação’ ou comuns. Talvez assim comecem a gozar de algum direito! 

Estado do Maranhão não é péssimo pagador, ele não paga mesmo! - No Maranhão dos grandes projetos e da monocultura não há mais espaço para os pequenos agricultores familiares. Nem para seus filhos. Esta é a triste conclusão a que cheguei ao saber que ao longo do 2013 nenhum professor da nossa Casa Familiar Rural recebeu o seu salário. O governo do Maranhão utilizou a sua esperteza costumeira para encontrar algum pretexto e não pagar. Mesmo assim os professores da CFR mantiveram o seu compromisso de ir até o fim. Tiro o chapéu para eles, e dá para entender porque nesse ano não aceitam mais ensinar. Não vamos nos abalar minha gente. Estão contados os dias de quem andou brincando com esse povo!

Carajás: 30 anos de que, afinal? - Para quem andou brincando com o ambiente, com as expectativas e o futuro das comunidades do Corredor do Carajás, como a VALE, está chegando a prova do fogo. Os senhores do minério e seus sócios já começaram a tremer ao saber que o Seminário ‘Carajás 30 anos’ realizado em Imperatriz desmascarou tudo aquilo que eles vinham escondendo. Estudos e pesquisas preliminares em vista de mais seminários que se realizarão nos próximos meses em Marabá, Santa Inês, Belém e São Luis indicam que o lastro de destruição que o Carajás deixou no Estado é infinitamente maior que os frutos que semeou. Já têm juízes e procuradores de olho vivo, pois já entenderam que o estrago feito é grande. Tudo tem limite, também na hora de....’crescer’!

Piquiá: a hora do resgate final – O juiz de Açailândia condenou finalmente a Gusa Nordeste a indenizar 21 famílias de Piquiá pela poluição que andou despejando ao longo desses anos sobre suas casas e em seus pulmões. Um belo precedente que deverá ser imitado por outros juízes e por outras vítimas da irresponsabilidade ambiental. Que as vizinhas da Gusa se cuidem. Mais chumbo vai vir por aí.... mas justo,sem poluição! (Fonte: Coluna do Bocudo -Nossa Voz)



18 jagunços invadem aldeia Tupinambá, espancam índios, queimam 28 casas, matam animais, e semeiam o terror.

Mais um episódio de extrema violência envolvendo a disputa de terras ocupadas pelo povo Tupinambá ocorreu na Bahia. Desta vez, a cena dos crimes foi o município de Itapebi, localizado no extremo sul do estado, há cerca de 600 km da capital Salvador. Na última sexta-feira (7 de março), por volta das 9h, dezoito jagunços – dentre eles dois ex-policiais - fortemente armados circularam a aldeia Encanto da Patioba, renderam três homens, duas mulheres e duas crianças, espancaram dois idosos e um casal, mataram animais domésticos e de criação, roubaram bens, ameaçaram estuprar uma das mulheres e incendiaram todas as 28 casas da aldeia.  “Foi um massacre. Queimaram tudo o que estava dentro das casas: roupa, comida, documentos, tudo. E o que não queimaram, eles roubaram: motosserra, rádio, fogão, celular, motor de farinheira (que gera energia) e um ralador. Mataram cachorro a facão. Atiraram nos perus. Acabaram com nossas galinhas, a gente tinha pra mais de 400 galinhas na comunidade toda. Destruíram nosso canavial. Cataram nossas roças, nossas abóboras. Não sobrou nada”, se indigna o cacique Astério Ferreira do Porto, de 63 anos. Ele conta que os jagunços chegaram de uma vez. A maior parte da comunidade conseguiu fugir para o mato porque foram avisados minutos antes que eles estavam "descendo pra aldeia”. “Seu” Astério, “seu” Preto, de 73 anos, Robinho, “dona” Eliete, 45 anos, e uma mulher, mãe de duas crianças (uma de cinco anos e outra de sete meses) não conseguiram correr a tempo.  “Eram 18 jagunços e não tinha nenhum desarmado”, afirma Astério, ainda sentindo as fortes dores na perna esquerda, no dorso e na região abdominal. Também com vários hematomas no corpo, principalmente nas costas e braços, Eliete de Jesus Queiroz relata que levou um tapa tão forte no ouvido esquerdo que quatro dias depois do atentado ainda sente tonturas e muita dor. “Eles chegaram a ameaçar que iam estuprar nós. Nossa sorte é que, depois que viram as crianças, eles pararam de bater em nós duas. Mas as crianças ficaram traumatizadas e logo depois o menino vomitou bastante”, relata. Seu Preto, considerado um ancião, e Robinho também foram vítimas da violência dos jagunços e pistoleiros.
Após usarem 25 litros de gasolina para incendiarem as 28 casas da Patioba, destruindo completamente a aldeia, os jagunços colocaram os indígenas à força dentro de seus carros e os dois ex-policiais os levaram para a delegacia de Itapebi porque – inacreditavelmente – queriam denunciá-los pelo porte de uma espingarda velha usada para caçar tatu, paca, gavião, “mas que nem prestar muito tava prestando mais, porque tava sem espoleta”, conta Astério. Como o delegado não estava, foram levados para o município de Eunápolis. Mas o delegado local não quis recebê-los, pois se tratava de um fato da jurisdição de Itapebi. A Polícia Federal, de Porto Seguro, e a Fundação Nacional do Índio (Funai) foram informadas sobre as extremas violências e violações a que foram submetidos os Tupinambá, mas até o fechamento desta matéria ainda não tinham ido à aldeia da Patioba, segundo os indígenas. Segundo Astério, Juquira e Eliete, o governo federal e a Funai têm uma grande responsabilidade sobre as violências e violações contra os Tupinambá porque não fazem nada em relação à área reivindicada pelo povo como tradicional. “A Funai foi lá em 2005, 2006. Mas é só promessa. Daí, os fazendeiros vão se apossando de terra que é terra indígena e do Estado, vão nos ameaçando e nos matando. O ancião Salomão foi assassinado na Aldeia Patioba há cinco anos, e isso fez com que muitos de nós ficassem com medo e desistissem da terra”, rememora Astério. O que precisa ser feito é a demarcação de nossa terra para que possamos viver em paz”, afirmou ontem a cacique Valdelice, da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, em reunião no Ministério da Justiça. (Fonte: IHU)


segunda-feira, 10 de março de 2014

CF 2014 - Traficar seres humanos, uma atividade que nem bicho faz. Só os doentes 'hominídeos' com eles mesmos!

A CF 2014 quer contribuir na identificação das práticas do tráfico seres humanos em suas várias formas. “O tráfico humano de hoje é, certamente, fruto da cultura que vivemos. A Campanha da Fraternidade, ao trazer à luz um verdadeiro drama humano, deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas de boa vontade”, explicou o secretário geral da CNBB Dom Leonardo Steiner por ocasião do lançamento formal da Campanha da Fraternidade na quarta passada. O próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, disse que o governo se une à CNBB e às demais entidades na luta contra o tráfico de pessoas. Para o ministro,  “É inaceitável um crime como o tráfico humano e que pessoas sejam tratadas como objetos, como escravos. Não importa a modalidade deste crime. Ele tem que ser objeto de uma reação muito forte da sociedade moderna, do Estado moderno”, disse. Na mensagem que o papa Francisco enviou ele afirma que não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria. "Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz etc.”, disse. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, no inicio de junho de 2012, estimou em que as vítimas do trabalho forçado e exploração sexual chagaram a 20,9 milhões de pessoas em todo o mundo. A pesquisa também constatou que 4,5 milhões das vitimas são exploradas em atividades sexuais forçadas; 14,2 milhões em trabalhos forçados em diversas atividades econômicas e 2,2 milhões pelo próprio Estado, sobretudo os militarizados. Constam também das pesquisas dados importantes, os quais apontam as mulheres e jovens como o maior número de vítimas atingindo 11,4 milhões  das vítimas, enquanto  9,5 milhões são homens e jovens. 
Comentário do blogueiro - Em que pesem as limitações de uma campanha vale ressaltar a sensibilidade e a atenção que a igreja católica está reservando a um crime hediondo, imperdoável, pois machuca o espírito e o corpo de um ser humano, e o submete a uma permanente e sistemática humilhação. Queira Deus que a partir dessa CF novo rigor e novas políticas preventivas e de re-inserção de grupos e pessoas mais expostas, possam ser tomadas!

domingo, 9 de março de 2014

Índios Ka'apor, enfim, acordam e começam a gerir a sua terra com o seu poder de mobilização e organização. IBAMA e PF não fizeram o que eles vêm fazendo!

Mesmo com uma determinação judicial de instalar Postos de Vigilância na TI Alto Turiaçu, Maranhão, o povo Ka’apor continua vendo o descaso dos órgãos responsáveis pela proteção Territorial e Ambiental dos territórios indígenas. Há dois anos o povo Ka’apor decidiu proteger sua floresta visando a permanência de gerações futuras no território, como afirmam: “Jande ruhã ha ka’a rehe” (Nossa floresta é nosso plano de vida). Continuam realizando monitoramento territorial e ambiental com a autoidentificação dos marcos demarcatórios/limites, limpeza dos limites, autovigilância com retirada de invasores, posseiros que mantinham roças dentro da área e retirada de madeireiros. Com a criação do terceiro Ka’a sak ha, áreas de proteção ambiental, dão continuidade a defesa de seu território, da floresta. Neste ultimo dia 03 de março de 2014, cerca de 100 ka’apor (homens, jovens, mulheres e crianças), desarmaram pessoas e fecharam o maior e mais movimentado ramal de entrada de madeireiros em seu território, conhecido como “80”, município de Maranhãozinho. Conseguiram fazer de forma organizada, com a presença de indígenas de todas as aldeias Ka’apor, o que o IBAMA, o Exército e a Funai não conseguiram fazer em duas operações no ano de 2013. Com a organização interna, as famílias estão conseguindo proteger e circular livremente pelos limites em busca de alimento (caça, peixe, frutos e outros alimentos da época das intensas chuvas). Tais ações são demonstrações da inoperância do Estado em garantir a defesa e proteção dos territórios indígenas no Brasil, de que devem realizar consultas prévias aos Povos Indígenas em qualquer ação de governo e maturidade dos povos indígenas no exercício de sua autonomia. (Fonte: Justiça Ambiental)

Iº Domingo de quaresma - Testados permanentemente para ver se estamos à altura do Reino! (Mt. 4, 1-11)

Quantas vezes fizemos a experiência de sermos tentados! Tentados em desistir de lutar pelos nossos legítimos projetos e sonhos. Achando que jamais iríamos realizá-los. Tentados em desistir de acreditar e viver valores que sentíamos como algemas na alma. E que pareciam nos impedir de ‘sermos nós mesmos’! Tentados em desistir daquele ‘esforço hercúleo' de manter coerência e fidelidade a opções evangélicas de vida. E que freqüentemente as víamos como castradoras. Tentados em acariciar as nossas ambições e buscar sempre mais poder sobre os outros para dominá-los e escravizá-los. Pois bem, era o próprio Espírito que nos colocava em situação de sentirmos essas tentações no nosso coração! Sim, o mesmo Espírito que nos havia mostrado precedentemente a beleza de viver valores profundamente humanos e divinos! Parece existir um caráter profundamente pedagógico no modo de agir do Espírito. Ele nos chama para uma grande e bonita missão e, a seguir, nos testa dura e permanentemente. Para ver se possuímos condições e capacidades de fazermos frente ao que ela comporta. É o mesmo que nos conduz - como conduziu Jesus, - aos desertos da vida. Para sermos permanentemente tentados e testados pelo ‘diabólico dispersor. 
O paradoxal é que o mesmo espírito que confirma Jesus na sua condição de ‘filho amado do Pai’ e o chama a anunciar a proximidade da realeza de Deus o leva a uma direção que parece negar o que acaba de fazer! Mas ser tentados é preciso! A tentação parece ser a condição sem a qual não podemos ser admitidos a fazer parte da grande missão de anunciar e testemunhar a iminente realeza de Deus. Todavia, o fato de sermos tentados não significa sucumbir e aderir à ‘outra perspectiva’, ou seja, a desistência da missão ou pior, aderir ao ‘anti-reino’  a tudo o que se opõe à Boa Nova. Por isso Jesus é sistematicamente tentado - 40 dias que significam ‘sempre, - como o foi Adão e o povo de Israel no deserto. A resposta de Jesus à tentação foi, no entanto,  rejeitar  com firmeza a alternativa diabólica que os seus progenitores, ao contrário, haviam acolhido. É no deserto árido e tentador, longe do ‘jardim ideal’ e da ‘terra onde corre leite e mel’ que Jesus experimenta a plenitude da comunhão e da paz com Deus e com o universo.  Isto para significar que a tentação faz parte da missão. Que não é algo escandaloso. O novo homem-Jesus-Adão entrando e saindo das tentações que não o abandonam se fortalece sempre mais. Testado e aprovado, sente-se mais capacitado e motivado para enfrentar novos ‘atentados’ à sua missão. 

sábado, 8 de março de 2014

Presidente das Siderúrgicas garante, enfim, pagamento integral do terreno para reassentar as famílias de Piquiá de Baixo. De olho: eles costumam não cumprir!

Depois de 30 horas de protesto em frente às empresas Queiroz Galvão Siderurgia e Gusa Nordeste S/A, moradores de Piquiá de Baixo garantem maior participação financeira do Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Maranhão (SIFEMA) no processo de reassentamento da população. Mais de cem moradores haviam fechado desde a manhã do dia (06) os portões de duas das quatro empresas que há décadas continuam poluindo e violando os direitos do bairro de Piquiá de Baixo. Durante a manifestação, várias vezes, gerentes das empresas tentaram interferir na manifestação, mas os moradores sempre afirmaram com decisão que não deixariam a ocupação sem que suas reivindicações fossem atendidas. Os moradores ficaram um dia e uma noite acampados com barracas de lona, fogões industriais e reservas de comida, prontos para resistirem o tempo que fosse necessário. Na manhã de ontem (07) os manifestantes conseguiram realizar uma reunião com o presidente do SIFEMA, Cláudio Azevedo, sob a mediação da Dra. Glauce Lima Malheiros do Ministério Público Estadual de Açailândia e com a presença do Procurador do Município de Açailândia, Ildemar Mendes. Em reunião, o SIFEMA garantiu o pagamento da complementação da indenização do terreno desapropriado para onde a população será reassentada. Com isso, as empresas siderúrgicas finalmente cumprem com o Termo de Compromisso de Conduta que tinham assinado. Após o acordo que foi registrado e assinado em ata, os moradores retiraram as faixas, barracas, tendas, fogões e todo o material utilizado na manifestação. (Fonte: Justiça nos Trilhos)

Superávit brasileiro é o quinto maior do mundo.Por onde anda a 'distribuição de renda'?

Ao contrário do que propala a maior parte das instituições financeiras e a grande mídia, o superávit primário brasileiro não é baixo. Comparado aos principais países da América Latina e aos do G20, está entre os cinco mais elevados, desde 2010, segundo levantamento feito pelo economista Daniel Keller de Almeida, sócio da Creta/Nobel Planejamento. O superávit primário brasileiro é o mais alto da amostra no ano de 2010 (ler quadro abaixo). Em 2011, só é inferior ao da Arábia Saudita. Em 2012, é o quinto maior e em 2013, o terceiro mais elevado. “O Brasil apresenta uma grande constância deste resultado. É o único país, além da Arábia Saudita, que mantém, ao longo de toda a série, um primário positivo e superior a 1% do PIB”, diz Keller de Almeida. (Fonte: Carta Capital)

sexta-feira, 7 de março de 2014

No Brasil aumentam os 'bilionários' em número e em capital.

Enquanto Bill Gates volta a liderar o ranking dos homens mais ricos do mundo, após quatro anos na segunda posição, aumentou a participação do Brasil na lista promovida pela revista Forbes, especializada em fortunas alheias. Atualmente, há 19 bilionários brasileiros a mais entre as pessoas mais ricas do mundo em relação ao que havia no ano passado, de acordo com o ranking anual da revista norte-americana, divulgado nesta segunda-feira. Agora, o país tem 65 representantes, em comparação com 46 na listagem de 2013. Dono da companhia de bebidas Ambev, o empresário Jorge Paulo Lemann continua a ser o primeiro entre os brasileiros, com uma fortuna estimada em US$ 19,7 bilhões (o equivalente a R$ 47,28 bilhões). Se somada, a fortuna de US$ 27,3 bilhões dos irmãos Marinho, filho do magnata da mídia Roberto Marinho, já falecido, superaria a de Lemann. Neste ano, Lemann caiu uma posição, para 34º na lista mundial. Em 2013, estava em 33º, US$ 17,8 (R$ 42,72 bilhões). O banqueiro Joseph Safra, continua sendo segundo brasileiro melhor colocado, na 55ª posição geral, com US$ 16 bilhões (R$ 38,4 bilhões), seguido pelo empresário e sócio de Lemann, Marcel Herrmann Telles, que é o 119º mais rico do mundo, com uma fortuna de US$ 10,2 bilhões (R$ 24,48 bilhões). O empresário Eike Batista, brasileiro mais bem colocado na lista entre 2009 e 2012, já havia caído para a 100ª posição geral em 2013, e já não consta da nova relação da Forbes. 

Comentário do blogueiro - Certamente para alguns essa notícia é a prova que o Brasil continua sendo o País das grandes oportunidades, para outros que os nossos antigos 'milionários' tiveram ousadia e capacidade de arriscar e se deram bem, para outros ainda que as disparidades/desigualdades continuam escandalosas e inaceitáveis aos dias de hoje...E você, meu caro, minha cara já pensou o que faria com tanta grana no seu bolso? Não? Então você ainda não está preparado para ser um BILIONÁRIO. Deixa eles ser! Eles sabem o que fazer com tanta grana ganhada com o seu suor!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Piquiá de Baixo - População de Piquiá de Baixo exige cumprimento do TAC...mas eles não são sérios, estão brincando com o povo!

  “A comunidade está dialogando há anos com as instituições e as empresas. Não recebendo respostas, volta a cobrar seus direitos de forma civil e não violenta, num ato público de denúncia do descaso de quem pode e deve contribuir, mas até agora não quis”, afirmam os integrantes da Associação Comunitária do bairro, que ainda esperam um posicionamento também do Governo do Estado e da Vale S.A. a respeito da complementação do dinheiro para construção do novo bairro. Nessa quinta-feira (06), mais de 100 pessoas estão bloqueando por tempo indeterminado o acesso a duas empresas siderúrgicas no distrito industrial de Piquiá de Baixo (Açailândia-MA), um dos bairros mais poluídos do País. Piquiá de Baixo está situado em meio a quatro indústrias de ferro-gusa: Viena Siderúrgica S/A, Queiroz Galvão Siderurgia, Gusa Nordeste S/A e Ferro Gusa do Maranhão Ltda. – Fergumar. Com aproximadamente 1.100 residentes, o bairro que é cortado pela Estrada de Ferro Carajás (EFC) ainda sofre os impactos de um entreposto de minério da empresa multinacional Vale S.A. Tudo isso fez de Piquiá um “buraco de poluição” e violações do direito à saúde, à moradia e à vida. Mais de 90% da população de Piquiá querem um novo local de moradia, longe da poluição. Os moradores conseguiram um terreno para o reassentamento e participaram da elaboração do projeto urbanístico-habitacional do novo bairro.  Além disso, tem se efetivado várias negociações entre a Associação de Moradores, o Ministério Público Estadual, o Sindicato das Indústrias de Ferro Gusa do Estado do Maranhão (SIFEMA), a Prefeitura Municipal de Açailândia, o Governo do estado do Maranhão, dentre outras instituições. 

Em maio de 2011, a Prefeitura de Açailândia, o SIFEMA, o Ministério Público e a Associação de Moradores de Piquiá assinaram um Termo de Compromisso de Conduta (TCC) que detalhou ações e responsabilidades em vista do reassentamento. Entre outros acordos já cumpridos, o termo estabelece que as empresas siderúrgicas efetuem o pagamento total da indenização do terreno destinado à construção do bairro, uma vez que houver a sentença definitiva de desapropriação do mesmo. Segundo a Associação de Moradores, a sentença foi proferida em dezembro de 2013, mas até hoje o SIFEMA, interpelado de várias formas e notificado oficialmente no mês passado, não manifestou interesse em cumprir com o acordo. Outra reivindicação urgente dos moradores é a respeito da aprovação do projeto urbanístico-habitacional do novo bairro por parte da Prefeitura de Açailândia. Desde maio do ano passado a Prefeitura está sendo solicitada a analisar o projeto. O prazo que a própria administração municipal indicou ao Ministério Público Estadual venceu no último dia 17 de fevereiro.

Rede Justiça nos Trilhos 


quarta-feira, 5 de março de 2014

Entrevista a Francisco

O senhor, Santo Padre, de vez em quando, telefona para quem lhe pede ajuda. E às vezes não acreditam no senhor. Sim, isso aconteceu. Quando alguém telefona, é porque tem vontade de falar, uma pergunta a fazer, um conselho a pedir. E para mim continua sendo um hábito. Um serviço. Eu sinto isso dentro de mim. Certamente, agora não é tão fácil fazer isso, dada a quantidade de pessoas que me escrevem.

E há um contato, um encontro que recorda com afeto particular? Uma senhora viúva, de 80 anos, que havia perdido o filho. Ela me escreveu. E agora eu lhe dou uma telefonadinha a cada mês. Ela está feliz. Eu sou padre. Eu gosto.

As relações com o seu antecessor. Nunca pediu algum conselho a Bento XVI? Sim. O Papa Emérito não é uma estátua em um museu. É uma instituição. Não estávamos acostumados. Ele é discreto, humilde, não quer perturbar. Falamos a respeito e decidimos juntos que seria melhor que ele visse pessoas, saísse e participasse da vida da Igreja. Alguns gostariam que ele se retirasse para uma abadia beneditina longe do Vaticano. Eu pensei nos avós que, com a sua sabedoria, os seus conselhos, dão força à família e não merecem acabar em uma casa de repouso.

O seu modo de governar a Igreja pareceu-nos isto: o senhor ouve todos e decide sozinho. Um pouco como o geral dos jesuítas. O papa é um homem sozinho? Sim e não. Eu entendo o que você quer me dizer. O papa não está sozinho no seu trabalho, porque está acompanhado e é aconselhado por muitos. E seria um homem sozinho se decidisse sem ouvir ou fingindo ouvir. Mas há um momento, quando se trata de decidir, de colocar uma assinatura, em que ele está sozinho apenas o seu senso de responsabilidade.

O senhor disse que a franciscomania não vai durar muito tempo. Há algo na sua imagem pública que não lhe agrada? Eu gosto de estar entre as pessoas, junto com quem sofre, ir às paróquias. Não me agradam as interpretações ideológicas, uma certa mitologia do Papa Francisco. Quando se diz, por exemplo, que ele sai de noite do Vaticano para ir dar de comer aos sem-teto na Via Ottaviano. Isso nunca me veio à mente. Sigmund Freud dizia, se não me engano, que em toda idealização há uma agressão. Retratar o papa como uma espécie de super-homem, uma espécie de estrela, parece-me ofensivo. O papa é um homem que ri, chora, dorme tranquilo e tem amigos, como todos. Uma pessoa normal.

Santo Padre, o senhor diz "os pobres nos evangelizam". A atenção à pobreza, a marca mais forte da sua mensagem pastoral, é confundida por alguns observadores como uma profissão de pauperismo. O Evangelho não condena o bem-estar. E Zaqueu era rico e caridoso.O Evangelho condena o culto ao bem-estar.O pauperismo é uma das interpretações críticas. Na Idade Média, havia muitas correntes pauperistas. São Francisco teve a genialidade de colocar o tema da pobreza no caminho evangélico. Jesus diz que não se pode servir a dois senhores, Deus e a Riqueza. E, quando formos julgados no juízo final (Mateus 25), vai importar a nossa proximidade com a pobreza. A pobreza afasta da idolatria, abre as portas para a Providência. Zaqueu devolve metade da sua riqueza aos pobres. E a quem têm os celeiros cheios do próprio egoísmo, o Senhor, no fim, apresenta a conta. O que eu penso da pobreza eu bem expressei na Evangelii gaudium.(Fonte: IHU)


Awá-Guajá - A desintrusão é para valer ou voltarão os madeireiros na terra indígena Awá?

Tratores desfazem construções, cercas e estradas. Após uma intensa campanha internacional, tudo o que foi erguido ilegalmente por madeireiros e fazendeiros está sendo removido das terras pertencentes aos índios da etnia Awá-Guajá, no interior do Maranhão. As tropas da Força Nacional acompanham as ações de despejo que devem ser cumpridas até o dia 9 de março. Na última segunda-feira 24, expirou o prazo de 40 dias dado pela Justiça Federal para que os invasores da reserva homologada em 2005 deixassem o local de forma voluntária. O território dos Awá fica entre os municípios de Centro Novo Maranhão, Governador Newton Bello, São João do Caru e Zé Doca, no noroeste do estado. Apesar de o direito dos 400 índios da etnia a essas terras ser reconhecido desde 1961, eles sofrem ameaças. O principal motivo é a construção da Estrada de Ferro Carajás, que abriu caminho para a chegada de madeireiros ilegais e outros invasores na década de 1980. A operação realizada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) encontra a resistência de trabalhadores rurais, mas não houve confrontos violentos. O dono de uma propriedade destruiu uma ponte que dava acesso ao terreno e uma moradora que tentou agredir servidores públicos foi detida. De acordo com o Incra, 224 das 427 famílias que viviam no território dos Awá serão assentadas em terras da reforma agrária nos municípios de Parnarama e Coroatá e terão acesso ao Programa Minha Casa Minha Vida Rural. “Entidades alegam que a fiscalização feita pela base de proteção etnoambiental não é suficiente para conter as invasões. Outra preocupação é com o reflorestamento das reservas. Com um terço da área foi devastada pelos posseiros, o território dos índios Awá terá de passar por um processo de recuperação ambiental. "Serão levantados os impactos e definidas ações prioritárias de reflorestamento e recuperação de nascentes. O trabalho começa em abril", prevê Travassos. Imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, entre 2000 e 2009, a invasão de posseiros provocou o desmatamento de 30% da área florestal, o equivalente a 36 mil hectares. (Fonte: Carta Capital)

terça-feira, 4 de março de 2014

VALE - O minério que não desenvolve o território da ferrovia. À população local só o cheiro...do pó de ferro!

A Ferrovia Carajás, considerada a mais eficiente do Brasil, três décadas depois de sua construção, o corredor de Carajás, por onde passa um terço do minério de ferro exportado pelo Brasil, continua sendo provedor de mão de obra barata para regiões mais prósperas e grandes projetos amazônicos, segundo a IPS constatou ao percorrer a área. O Maranhão, por onde passam dois terços dos 892 quilômetros da Ferrovia Carajás, continua enviando trabalhadores para muitas regiões do país, em geral para tarefas temporárias ou precárias, como mineração de ouro artesanal na Amazônia ou corte de cana-de-açúcar. Também é a principal origem das vítimas da escravidão moderna, especialmente na pecuária e no carvão vegetal. Seu Índice de Desenvolvimento Humano está em penúltimo lugar entre os 27 Estados brasileiros, e sua renda por pessoa está em último. A Ferrovia Carajás e sua empresa concessionária, a transnacional brasileira da mineração Vale, terão uma nova oportunidade para ajudar o desenvolvimento local. Está em andamento a duplicação de seu traçado, até agora de via única, e da extração na Serra de Carajás, no Pará. Um novo projeto de lei sobre mineração, que será aprovado este ano, forçará a que uma pequena parte dos lucros da Vale beneficie os municípios que sofrem os impactos diretos de sua atividade. A empresa fez um diagnóstico de interesses econômicos locais, com o desenho de “projetos para cada microrregião ao longo da ferrovia”, informou o diretor de Operações Logísticas da Vale, Zenaldo Oliveira. Em uma comunidade pode-se adequar uma fábrica de farinha de mandioca, e em outra, fruticultura e sucos, citou como exemplo. A Vale, fundada pelo Estado em 1942 e privatizada em 1997, só apoia iniciativas em educação, saúde e geração de renda, detalhou Oliveira, pois é onde estão as maiores carências que travam o desenvolvimento local. Apoiar os empreendedores, melhorar escolas e capacitar milhares de operários são algumas das ações sociais e ambientais da Vale e de sua Fundação. 

As mentiras do desenvolvimento local - 

No entanto, “são projetos pontuais, que não incentivam o desenvolvimento efetivo do território”, ressaltou George Pereira, secretário-executivo da Associação Comunitária Itaqui-Bacanga, cuja fundação e sede, também “produtos de investimentos sociais da Vale”, servem aos 58 bairros em torno do porto Ponta da Madeira. Além disso, estão longe de compensar os danos à população do corredor de Carajás, segundo a Justiça nos Trilhos, campanha de movimentos sociais e religiosos que defende direitos das populações afetadas pela ferrovia. Em 2012, suas denúncias e as da Articulação Internacional dos Afetados pela Vale conseguiram atribuir à empresa o prêmio Olho Público, criado por organizações internacionais como Greenpeace para apontar as transnacionais que mais violam os direitos humanos e as normas ambientais, segundo milhares de votantes. Acidentes fatais, contaminação com pó dos minerais e rachaduras nas casas próximas à via são alguns desses impactos. A ferrovia paga seus próprios pecados e os de sua parceira perfeita, a mineração de ferro. Também faz parte do Programa Grande Carajás, um conjunto de empresas de mineração, aço, alumínio, celulose, pecuária e hidroeletricidade com que o governo pretendeu desenvolver a Amazônia oriental nos anos 1980. Esse programa deixou desmatamento acelerado, contaminação letal onde se concentrou a indústria do ferro gusa, trabalho escravo e outras violências, enquanto o desenvolvimento humano pouco avançou, segundo as estatísticas. (Fonte: Mário Osava)

segunda-feira, 3 de março de 2014

A guerra civil no Sudão do Sul continua a ceifar milhares de pessoas. Comboniano maranhense relata.

O maranhense padre Raimundo Rocha, missionário comboniano que trabalha no Sudão do Sul, envia mais notícias sobre a situação da guerra civil que atinge o país. ‘Já são dois meses e meio desde que os conflitos começaram em Juba. Faz um mês desde que tivemos que deixar a nossa missão em Leer e fugir para o mato e pântanos com o povo. Agora me encontro bem com meus colegas em Juba, mas o povo continua no mato sem comida, muitos doentes e com medo.Não é surpresa a falta de notícias nos meios de comunicação. Aqui em Juba a situação está tranquila. No começo apareceram algumas reportagens, muito mais sobre Juba, por causa da presença dos diplomatas e jornalistas na cidade. A guerra mudou-se para os três estados de Unity, Jongley e Upper Nile e se concentra lá. No momento lá não tem comunicação, por isso não se sabe bem o que está acontecendo. Essa é a região rica em petróleo e não é por acidente que a guerra continua lá. Também é a terra do povo Nuer e do vice-presidente deposto. Não se pode esquecer que é uma guerra civil política, uma briga por poder movida por interesses e gananciosos indivíduos ou grupos, mas com um contorno étnico muito acentuado. São milhares de mortos, difícil saber ao certo, a maioria civis inocentes e quase um milhão de desabrigados. Os campos da ONU estão superlotados de gente da comunidade e etnia Nuer. Há muito mais gente escondida no mato. Isso posso dizer muito bem porque ficamos na mesma situação por dezoito dias e sei bem o que o povo está vivendo nesse momento. As destruições, saques e assassínios de forma cruel são verdadeiros horrores. Apesar disso e da pressão da comunidade internacional e muitas orações, os dois líderes, governo e oposição, não escutam os clamores do povo. As negociações de paz não avançam. Há uma necessidade urgente de conversão de mente e coração dos líderes desta jovem nação. É difícil enxergar o fim de tudo isso. A situação é pior em Malakal. Todo mundo teve que fugir e as igrejas não foram respeitadas. O ‘White Army’ (exército branco) formado por jovens Nuers é impiedoso. São jovens recrutados para a guerra e profundamente manipulados. Não temem matar ou morrer. Vê-se que precisa de muita oração para mudar essa realidade. Sempre que puder lhes mandarei mais notícias. Continuem rezando por nós e nossos povos'.

Pe. Raimundo Rocha, pároco de Leer, em Juba

domingo, 2 de março de 2014

VII domingo comum - Uma antropologia do dinheiro como absoluto existencial! (Mt.6, 24-34)

Quem de nós, em época de eleições políticas, já não ouviu expressões do tipo ‘melhor votar num rico do que em um pobre, pois o rico já tem o dele, e não precisa roubar...Já o ‘pobre’ vai querer meter a mão, pois ele não tem...e vai roubar’. Nada de mais equivocado. O ‘rico’, embora não qualquer rico, dificilmente se tornou rico de forma honesta. e chegou aonde chegou cultuando o que ele considera o bem mais precioso da sua vida, o dinheiro. E dele se tornou um escravo e um devoto submisso. Nem com dinheiro suficiente para viver no luxo a vida inteira vai detê-lo de querer obter sempre mais dinheiro. A sua procura virou doença, dependência, e mesmo com as reservas abarrotadas ele tentará arrancar mais e mais dinheiro de quem quer que seja. Mais do que isso. Se um rico deixa de possuir aqueles bens que inicialmente tinha, sentirá a mesma crise de ‘abstinência’ que um dependente químico sente, e fará de tudo para procurar o necessário para sentir as mesmas emoções e poder que sentia no auge da sua ‘embriaguez’. O assim chamado ‘pobre’ também ele não está livre de sentir a mesma atração por dinheiro, e mergulhar nas mesmas formas de dependência. Afinal, a sensação de potência que o dinheiro elevado a senhor absoluto da nossa vida proporciona é algo que afeta a todos. Jesus sabia disso, e é aos pobres que ele se dirige, pois estes, embora sintam a mesma atração e sedução, ainda possuem a chance para não entrar na mesma lógica dos já dependentes do dinheiro, . Reconhecer a supremacia de Deus, e o da  misericórdia e da justiça, e não do dinheiro, significa acreditar que Ele nunca nos abandonará, nunca nos deixará entregues ao 'nosso destino'. O dinheiro, ao contrário, por ser 'coisa' movida a interesse e conveniência, nos abandona e nos faz sentir ‘coisas’ e não gente, livre e autônoma. Deus, ao contrário, no seu modo de nos governar vai permitir que compreendamos que Ele está sempre conosco, como uma mãe solícita que entende e atende as nossas reais necessidades, sem nos deixar faltar do que precisamos para viver como verdadeiros filhos adoradores do único Deus que não escraviza e não domina. Mais uma vez Mateus nos diz que os que encaram as leis e as normas cultuais como meios absolutos para encontrar Deus são os mais expostos a tornar absolutas as coisas. Não acreditam que é Deus que se deixa encontrar e conhecer de forma gratuita e livre, mas são os humanos através da sua suposta obediência e subserviência cega. Afinal, quem coloca o dinheiro em primeiro lugar quer dizer para si mesmo e para os outros que ele mesmo pode ser ‘deus’, e que pode viver sem o verdadeiro ‘Deus’.  A sua queda será grande! 

sábado, 1 de março de 2014

Indígenas - 'Quem não prestam são vocês...deputados racistas!'

Um grupo de representantes indígenas protocolou nessa quinta-feira na Procuradoria Geral da República representação contra os deputados federais Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Alceu Moreira (PMDB-RS). Os índios querem que os dois sejam investigados e denunciados pelos crimes de incitação à violência, racismo e injúria qualificada. Com o pedido de representação foram entregues dois vídeos, nos quais os deputados aparecem fazendo declarações sobre a questão da demarcação de terras indígenas. Num deles, gravado durante uma audiência pública ocorrida em novembro do ano passado, no município gaúcho de Vicente Dutra, o deputado Heinz, ao criticar a atuação do ministro Gilberto Carvalho à frente da Secretaria Geral da Presidência da República afirma: “Ali, estão aninhados quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo o que não presta, ali estão aninhados…” Na mesma audiência, o deputado Moreira, ao falar sobre o avanço dos processos de demarcações de terras indígenas, diz aos produtores rurais presentes: “Se fardem de guerreiros e não deixem um vigarista destes dar um passo na sua propriedade. Nenhum. Usem todo o tipo de rede, todo mundo tem telefone, liguem um para o outro imediatamente, reúnam multidões e expulsem do jeito que for necessário. Até porque, quando expulsar não vão expulsar índio daqui, vão expulsar índios que foram orientados de fora para cá”.(Fonte: IHU)