sábado, 17 de janeiro de 2015

Chamados para deixar crescer os outros, e não para correr atrás de cargos e mandar! (Jo. 1,35-42)

Não podemos negar que temos muitos casos de irmãos nossos que em nome de um chamado divino frequentam uma igreja, participam de pastorais, leem a bíblia, assumem responsabilidades e ministérios, mas sua motivação real é a procura doentia do reconhecimento público. É a possibilidade de ser notado. É a chance de controlar e mandar nas pessoas. Às vezes ‘a pessoa chamada’ nem dá fé dessas suas atitudes. Parece algo natural. É o seu jeito de ser, e nem toma consciência. Muitas vezes nem reflete e nem se avalia sobre determinados comportamentos. O evangelho de hoje se torna mais claro se o lemos nessa ótica. Ou seja, o que nos move de fato nas nossas ações pastorais e religiosas? O que procuramos realmente quando nos inserimos numa pastoral ou frequentamos uma igreja? È fazer crescer em humanidade e sensibilidade as pessoas às quais nos sentimos chamados a servir, ou queremos acumular nosso poder pessoal de influência sobre elas? O evangelho de João não fica só relatando a crônica do chamado feito por Jesus a alguns discípulos. Afinal, nem de crônica histórica se trata! É mais bem uma apresentação de um esquema para que os membros da sua comunidade cristã possam se avaliar constantemente em suas reais motivações em seu compromisso de seguir as opções de Jesus de Nazaré. 
Vejamos alguns pontos: 1. João Batista compreende que chegou a sua hora de deixar espaço para que o ‘Cordeiro de Deus’ cresça. Perguntemo-nos: na nossa comunidade sabemos compreender quando chega a nossa vez de valorizar e apoiar outras pessoas que querem anunciar e testemunhar Jesus, ou queremos ser sempre nós os protagonistas? 2. Jesus não acolhe ingenuamente um ou outro candidato a discípulo. Ele questiona sobre suas reais intenções e aspirações: ‘a quem procurais’? Perguntemo-nos: estamos atrás de quem ou de que no nosso serviço evangélico e pastoral na nossa comunidade? É o poder, a visibilidade, os cargos, os interesses mesquinhos, ou é a intenção sincera de acolher, de colaborar, de proteger, de ajudar, fraternal e gratuitamente? 3. Jesus antes de enviar os seus discípulos lhes pede um estágio: ‘Vinde ver, e permaneçam comigo’. Só depois eles vão ver, de forma livre, se eles têm estrutura e motivação profunda para seguir o mestre! Nas nossas comunidades nós também somos convocados a exercer o discernimento franco e aberto, analisar e reconhecer qualidades, motivações, aspirações, juntamente com estilos de comportamento próprio das pessoas que se sentem chamadas a coordenar e servir na comunidade. A humildade, a capacidade de dialogar e escutar, a gratuidade e a atenção às pessoas, - sejam elas quem forem, - são os sinais visíveis, que o ‘chamado’ não foi algo subjetivo e fruto da nossa emotividade pessoal, mas uma vocação que veio do alto, do coração de Deus!

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