domingo, 24 de maio de 2015

O Maranhão é o estado onde mais cresce o número de mortes por armas de fogo no país

O estado apresentou taxa de crescimento de 331,8% no período entre 2002 e 2012, segundo o "Mapa da Violência 2015" divulgado nesta semana. Em segundo lugar, está o Amazonas, com índice de 298,2%, seguido do Ceará, que registrou 287,9%. No Brasil, o crescimento no mesmo período foi de 11,7%. O estado também é primeiro lugar em crescimento do número de mortes de jovens (com idades entre 15 e 29 anos) por armas de fogo. O índice maranhense chega a 462,10% entre 2002 e 2012. Somente no último ano do estudo, foram registrados 697 óbitos de jovens ante 24.882 em todo o país (10,7%). Só em 2012, o Maranhão teve registro de 1.235 óbitos por armas de fogo. A taxa de óbito de 18,4 (por 100 mil habitantes) coloca o estado na 18ª posição. Alagoas é o primeiro lugar, com taxa de de 55,0 (por 100 mil habitantes). Roraima é o último, com 7,5 (por 100 mil habitantes). Em 2002, o Maranhão ocupava a última posição no ranking: 27º lugar, com taxa de óbito por armas de fogo de 4,9 (por 100 mil habitantes). No Brasil, o total de vítimas de armas de fogo foi de 42.416. Entre os jovens, a taxa de óbito de 35,3 (por 100 mil habitantes) põe o Maranhão na 20ª posição na mortalidade por armas de fogo entre os jovens, em 2012. Alagoas também aparece em primeiro, com 123,6 (por 100 mil habitantes). Roraima é o último, com 12,2 (por 100 mil habitantes) na mesma faixa etária. Em 2002, o Maranhão ocupava a última posição no ranking 27º lugar, com 7,3 (por 100 mil habitantes). O mapa faz parte do estudo "Mortes Matadas por Armas de Fogo", elaborado pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (FLACSO), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil A capital também apresenta números impactantes. Em 2012, foram ao todo 458 óbitos por armas de fogo, sendo 294 dos casos na população jovem. O número de mortes por armas de fogo cresceu 377,1% na capital maranhense entre 2002 e 2012, sendo que na população jovem, o crescimento foi de 476,5%.A taxa de óbito por armas de fogo de 44,1 (por 100 mil habitantes) coloca São Luís na 8ª posição entre as capitais do País (em 2002, ocupava o 25º lugar). Já quando analisados o casos entre a população jovem, São Luís apresenta uma taxa de óbito por armas de fogo de 89,5 em 2012, ocupando a 10ª posição entre as capitais do País (em 2002, ocupava o 26º lugar).(Fonte  G1)

sábado, 23 de maio de 2015

Enfim, Dom Romero, hoje, é beato!

A beatificação no dia de hoje, 23 de maio, de D. Oscar Romero, é uma demonstração da natureza radical da revolução que o Papa Francisco está realizando", afirma Paul Vallely, em comentário publicado no jornal The New York Times. 

Quando se tornou arcebispo de San Salvador, a oligarquia do país esperava que o Dom Romero fosse um prelado de confiança. A sua formação era a de um religioso conservador e a sua espiritualidade baseava-se naquela do Opus Dei, grupo de sacerdotes e leigos profundamente tradicionais. Porém ele ficou indignado com a violência crescente contra os pobres e contra os que os defendiam. Dentro de algumas semanas depois da sua instalação como arcebispo, um de seus sacerdotes – um amigo próximo, o padre Rutilio Grande – foi assassinado por apoiar alguns camponeses que protestavam pela reforma agrária e por melhores salários. Vários sacerdotes foram mortos depois disso, embora em 1979 estes formavam somente uma pequena parcela das 3 mil pessoas, em princípio, assassinadas todos os meses no país. As elites sociais, militares e eclesiásticas de El Salvador estavam profundamente infelizes com o arcebispo. As 14 famílias que controlavam a economia e que faziam grandes doações à Igreja enviavam um fluxo constante de queixas a Roma. Elas acusavam Dom Romero de se intrometer na política, ratificando o terrorismo e abandonando a missão espiritual da Igreja de salvar almas. Quatro bispos, preocupados que o arcebispo estava questionando os laços deles com a oligarquia, começaram a se manifestar, com virulência, contra ele.
Após o assassinato, os seus inimigos deram início a três décadas de manobras que buscavam evitar que ele fosse declarado oficialmente santo. Uma série de táticas foram postas em prática para impedir que isso acontecesse, tudo liderado pela mesma pessoa que havia recebido a tarefa de defender a causa [de beatificação] de Dom Romero: o Cardeal Alfonso López Trujillo, religioso colombiano profundamente avesso à Teologia da Libertação. Anos se passaram enquanto as autoridades vaticanas examinavam os escritos de Dom Romero em busca de erros doutrinais. Quando nada encontraram aqui, os críticos mudaram de posição para argumentar que ele – Dom Romero– não havia sido morto por sua fé, mas por suas “declarações políticas”. Em 2007, Bento XVI chamou-o de “um homem de grande virtude cristã”. E acrescentou: “Que Romero como pessoa merece a beatificação, eu não tenho dúvida”. (Esta última frase foi estranhamente cortada da transcrição disponível no sítio do Vaticano.) Um mês antes de renunciar, Bento XVI deu ordens para que o processo de canonização de Dom Romero fosse desbloqueado. Foi a chegada do Papa Francisco – que prontamente engendrou uma reaproximação entre o Vaticano e a Teologia da Libertação – o que finalmente fez as coisas andarem. A causa de Dom Romero, disse ele aos jornalistas, estava “bloqueada na Congregação para a Doutrina da Fé ‘por prudência’”. Mas acrescentou: “Para mim, Romero é um homem de Deus”.A beatificação de Oscar Romero é, pois, motivo para um regozijo duplo. Ela honra um homem cujo amor pela justiça e o foco nos pobres eram uma manifestação direta de sua fé. Mas ela também revela que, com a chegada do Papa Francisco, algumas das forças das trevas que se esconderam no Vaticano nas décadas recentes foram, finalmente, derrotadas". (Fonte: IHU)

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Ciro Gomes afirma que o congresso nacional está dominado por 'bandidos acusando gente séria de bandido'!

Agora na iniciativa privada, como chefe da ferrovia Transnordestina, o ex-ministro da Integração Nacional e ex-governador do Ceará Ciro Gomes não poupou o Congresso Nacional e as coligações partidárias durante sua participação na 3ª edição do Fórum Brasil promovido por Carta Capital, cujo tema neste ano é "Crescer ou crescer”. Para Ciro, o parlamento está dominado por ladrões. A culpa, afirmou Ciro Gomes, começa pelas alianças partidárias no Congresso, considerado o mais conservador desde a redemocratização do Brasil. “Brasília está dominada por uma coalizão de gatunos e incompetentes”, afirmou. “E isso é grave menos pela novela moralista e mais pelo cinismo de um Congresso de ladrões convocando CPIs e bandidos acusando gente séria de ser bandido", disse. O comentário de Ciro, ex-governador do Ceará, vai ao encontro do que afirmou seu irmão Cid, ex-ministro da Educação de Dilma Rousseff. Em evento na Universidade Federal do Pará, Cid disse haver no Congresso “400 ou 300 achacadores” se aproveitando da fraqueza do governo para levar vantagens. A frase provocou indignação contra Cid no Congresso, e ele acabou deixando o governo.
(Fonte: Carta Capital)

Comentário do blogueiro - Acredito que tirando os 300-400 gatunos que estão no Congresso a população brasileira pensa da mesma forma que Ciro Gomes, inclusive os colaboradores dos 'achacadores nacionais'....que os conhecem bem!!!!

PENTECOSTES – A IRRUPÇÃO DO ESPÍRITO DO RESSUSCITADO QUE OFERECE PAZ E ROMPE AS BARREIRAS E AS ESTRUTURAS DE UMA IGREJA MEDROSA E TAPADA! (Jo 20, 19-23)


Certamente na nossa vida temos feito experiências concretas de percepções, intuições, sensações luminosas que tornam, quase que de repente, mais clara a nossa caminhada. Ou seja, chegamos a compreender com clareza quem somos e o que as pessoas esperam de nós. São momentos de lucidez existencial em que compreendemos que não são somente frutos da nossa inteligência pessoal, mas dom de algo ou de alguém ‘externo’ a nós. Algo divino. Sentimo-nos possuídos por uma segurança e uma alegria interiores jamais sentidas anteriormente. Essas experiências surpreendentes não pertencem somente aos membros de uma igreja. Nem a movimentos tipicamente cristãos. São intervenções do divino que estão acima desta ou daquela crença, desta ou daquela cultura. Todo ser humano pode fazer esta experiência luminosa, desde que esteja interiormente aberto e esteja disposto a acolher aquilo que brota de forma surpreendente do seu íntimo mais profundo. Pentecostes foi isso, só que foi um sentir coletivo. Não foi uma mera experiência pessoal de compreensão da própria missão no mundo, mas de um compromisso a ser assumido em conjunto. Um grupo de pessoas tendo uma história em comum, fazendo memória de acontecimentos vividos em conjunto, se confrontando e se confirmando entre si, chega a ter uma mesma e única intuição.

As comunidades seguidoras do Ressuscitado rompem com o seu presente ainda marcado pelo medo da perseguição (portas fechadas), da rejeição, pelo sentimento de culpa (a paz esteja convosco) e pela dúvida. Sentem que uma força impetuosa, jamais sentida antes, leva as comunidades a assumirem atitudes que por elas mesmas jamais conseguiriam. Algo inexplicável, mais forte e potente que elas escancara suas estruturas e espaços e as arrasta para novas e inéditas direções. São opções de vida e de missão que as comunidades nem cogitavam até então. Tornam-se, de forma surpreendente, comunidades abertas, que sabem entrar em sintonia com o modo de ser e sentir de outras comunidades de outras culturas e credo (falar várias línguas). A Babel de outrora em que as pessoas não se entendiam é substituída pela 'nova igreja' cuja linguagem plural se torna inteligível para todos. A comunicação foi restabelecida. Comunidades que viviam preocupadas com sua administração interna, e voltadas quase que exclusivamente para seus próprios membros, iniciam a dialogar com o mundo. Compreendem que são luz (fogo) e portadoras de uma Luz que não pode ficar escondida ou guardada só para alguns. Nós hoje precisamos fazer acontecer ‘Pentecostes’ nas nossas comunidades, para superar o nosso fechamento, o nosso comodismo, a nossa falta de ousadia em evangelizar no corpo-a-corpo. Que possamos ‘falar as línguas da compaixão e do serviço’, pois só estas são entendidas por todos! 

Aumenta a desigualdade na distribuição de renda entre os paises ricos. América Latina distribui melhor!

Hoje, nos países da OCDE, os 10% mais ricos ganham 9,6 vezes mais do que os 10% mais pobres. Nos anos 80, a proporção era de sete vezes mais e, na década de 2000, de 9,1. A partir de meados dos anos 2000, as desigualdades de renda também aumentaram em grandes economias emergentes, como China, Rússia, Indonésia e África do Sul. Já a maioria dos países da América Latina, "particularmente o Brasil", vem reduzindo, desde o final dos anos 90, as diferenças de renda, afirma a organização. A OCDE, que reúne 34 países, a grande maioria economias industrializadas, ressalta, no entanto, que a queda na desigualdade de renda na América Latina desacelerou a partir de 2010. "Houve, a partir do início dos anos 2000, uma queda generalizada da desigualdade na América Latina. Essa redução não ocorreu de forma tão acentuada em outras regiões", diz Levy. "Dessa vez o bolo cresceu, com o crescimento econômico, e foi melhor dividido. É um fato novo na realidade latino-americana", afirma o analista.

Reforma política I - Mais sociedade e menos 'políticos'!

Ao lado dos retrocessos econômicos e regressões sociais pelos quais o país vem passando, corre-se grande risco degeneração da política e da democracia. Dentro do pacote de reformas conservadoras, existe uma que pode tornar a classe política ainda mais a alheia à população: a Emenda Constitucional (PEC) 352/2013, também conhecida como Reforma Política. A sociedade continua a se mobilizar por uma verdadeira reforma política, com coisas que efetivamente mudem o quadro, como o controle do financiamento de campanha. Isso, sim, é um escândalo nacional, porque a OAB já entrou com moção no Supremo, tem a maioria de 6 votos favoráveis e o Gilmar Mendes, simplesmente, sentou em cima”, afirmou. Sem dúvidas, o financiamento privado de campanha precisaria ser abolido. “Temos de fazer a reforma política para valorizar o controle da sociedade civil, através de organizações e movimentos sociais, que precisam ter mais voz e peso nos processos decisórios. Trata-se de contar menos com os partidos e mais com a organização da sociedade civil autônoma, horizontal, com perspectivas de mudar as atuais regras do jogo”, propôs.

Reforma política - Distritão, não!

Os especialistas definem o distritão como “aberração institucional”. O modelo fragiliza os partidos políticos e elevará os custos da campanha, além de ser um sistema que deixará sem representação os eleitores que votarem em candidatos não eleitos. "O distritão exacerba as tendências ao personalismo já presentes em nosso processo político, tornando dispensáveis as identidades partidárias e levará aos píncaros os custos de campanha, pois cada candidato, para ser eleito, precisará ainda mais do que hoje percorrer todo o estado em busca de votos, criando comitês em todos os lugares possíveis, para o que somas vultosas serão necessárias. Nem é preciso dizer que isto aumenta a tentação do financiamento ilegal de campanha", explica o professor Couto da FGV.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Chocante: no 'civilizado Reino Unido' imigrantes que aguardam asilo são vítimas de abusos e espancamentos. Governo ignora!

Em um centro de remoção de imigrantes próximo a Oxford, no Reino Unido, N.S.* senta-se em uma sala de visitas. N.S. deixou o Afeganistão ainda adolescente fugindo do Talibã. Ele temia o mesmo destino do pai, que desapareceu após ser forçado a se juntar ao grupo. N.S. percorreu à pé a maior parte do caminho para a Europa, onde conseguiu o status de refugiado na Itália, em 2014. Detido na Inglaterra desde janeiro deste ano, o tempo é seu maior inimigo. No centro, ele não recebe tratamento para um tumor no cérebro. Fornecem-lhe apenas remédios para dormir e comprimidos para as fortes dores que sente. N.S. é um exemplo, entre centenas de imigrantes em situação irregular no Reino Unido, de indivíduos que não deveriam (ou precisariam) estar detidos. 

Em Yarl’s Wood, o principal centro de remoção de imigrantes para mulheres e famílias do Reino Unido, um cenário assustador foi revelado recentemente pela emissora de televisão britânica Channel 4. Imagens captadas com uma câmera escondida mostram a rotina de abusos no centro (localizado a 80 km de Londres) e flagram um membro da administração expressando sua opinião sobre os detentos: “Eles são animais, insetos. São animais enjaulados. Leve uma vara com você e os espanque”. Em outro momento, um guarda é filmado dizendo que daria “cabeçadas” em uma detenta. Outro oficial confessa ter entrado no quarto de uma detenta sem anunciar apenas para vê-la nua. “O que eu posso fazer se gosto de peitos?”, disse sem saber que era gravado. Casos de auto-mutilação em Yarl’s Wood são comuns, embora o governo alegue não ter havido nenhum incidente grave deste tipo no últimos dois anos. Entretanto, o Channel 4 obteve um dado chocante por meio da lei de acesso à informação: em 2011 apenas um caso de auto-mutilação foi registrado, contra 74 em 2014. “Estão todos cortando os pulsos. Deixem elas cortarem os pulsos. Eles querem atenção”, uma funcionaria do centro é flagrada afirmando. 

A reportagem ainda registra o caso de uma detenta grávida que procura ajuda no centro médico de Yarl’s Wood. Enquanto sangrava, os médicos do local se recusam a chamar uma ambulância.Três horas depois, o socorro é chamado, mas a mulher já havia sofrido um aborto. Embora chocantes, as revelações não são novas. Há oito anos, uma jovem de 13 anos tentou cometer suicídio no local e acabou algemada à sua cama no hospital que a socorreu. Houve ainda inúmeros relatos de organizações de caridade e monitores independentes sobre abuso sexual, auto-mutilação e casos de problemas mentais deixados sem tratamento. Ainda assim, a empresa privada que gerencia Yarl’s Wood (Serco) teve seu contrato de £70 milhões (o equivalente a R$ 325 milhões) renovado por oito anos em novembro de 2014.
Convocada às pressas pelo Parlamento para prestar esclarecimentos sobre as revelações, a Secretária de Estado, Theresa May, não compareceu à sabatina na House of Commons (o equivalente à Câmara dos Deputados). Coube à sub-secretária de Estado, Karen Bradley, afirmar que o Reino Unido presa pelos direitos humanos e que “estava em cima” da empresa que administra o local. O governo, porém, não anunciou nenhuma investigação própria sobre o caso ou explicou a renovação do contrato da Serco. (Fonte: Carta Capital)

terça-feira, 19 de maio de 2015

Francisco convida bispos a serem pastores e não bispos-pilotos, e a não serem tímidos em condenar a corrupção

Pronunciamento de Francisco por ocasião da abertura da Conferência Episcopal Italiana

'A sensibilidade eclesial comporta não ser tímidos em condenar e derrotar a difusa mentalidade de corrupção pública e privada que empobreceu, sem alguma vergonha, famílias, aposentados, trabalhadores honestos e comunidades cristãs, descartando os jovens e marginalizando os mais carentes e frágeis. “A sensibilidade eclesial nos leva junto ao povo de Deus para defendê-lo das colonizações ideológicas que lhes roubam identidade e dignidade”. A sensibilidade eclesial – prosseguiu o Papa – se manifesta também nas decisões pastorais e na elaboração de Documentos, nos quais não devem prevalecer aspectos teóricos, doutrinais e abstratos, como se nossas orientações se dirigissem a estudiosos e especialistas, e não ao povo de Deus. “Temos que traduzi-los em propostas concretas e compreensíveis”, afirmou. Prosseguindo, o Papa reiterou que a sensibilidade eclesial se concretiza também reforçando o indispensável papel dos leigos em assumir as responsabilidades que lhes competem. “Os leigos que possuem formação cristã autêntica não precisam de um ‘Bispo-piloto’, ou de um ‘monsenhor-piloto’ ou de um estímulo clerical para assumir suas tarefas em todos os níveis: político, social, econômico e legislativo! Eles precisam é de um Bispo-Pastor!” – completou. (Fonte: IHU)

segunda-feira, 18 de maio de 2015

E se Francisco fracassar em suas reformas?

O que aconteceria se as reformas desejadas não chegassem ao fim e as expectativas de uma nova primavera se revelassem como apenas ilusões?", pergunta Vito Mancuso, teólogo italiano. E ele responde: "Eu acho que, para o catolicismo, seria um golpe terrível, porque as enormes esperanças que esse papa está despertando se transformariam em uma decepção igualmente enorme, e o contragolpe sobre a credibilidade da Igreja poderia ser devastador, se não letal. Não morreria a espiritualidade, que desde sempre está enraizada no coração humano, bem antes do nascimento do cristianismo. Não morreria nem mesmo o cristianismo, que encontraria outras formas para se expressar, como fez em outros lugares do mundo. Ao contrário, nos encaminharíamos irreversivelmente para a morte da Igreja Católica hierárquica assim como a conhecemos, porque ninguém poderá e quererá mais ter confiança em uma estrutura que se demonstrou relutante em seguir um cristão sincero e um homem bom como Jorge Mario Bergoglio. O fracasso do papa “que veio do fim do mundo” marcaria o fim da Igreja hierárquica e institucional. Não sei se é isso que querem os inúmeros cardeais, bispos e curiais que se opõem a ele, mas acho que é bom que eles saibam disso". (Fonte: IHU)

Francisco ao congresso dos EUA dirá que capitalismo deve mudar!

O Cardeal Óscar Andrés Rodriguez Maradiaga, colega latino-americano apontado pelo papa argentino para assessorá-lo no comando da Igreja, disse em entrevista em Roma que Francisco falará “não como um inimigo do sistema ou da cultura”, mas “como um pastor que quer fazer um mundo melhor, especialmente para aqueles que não têm voz”. Ao ser escolhido como líder de 1,2 bilhão de católicos, Francisco pediu uma “Igreja pobre para os pobres”, dando um tom mais humilde para o seu papado, que começou com a sua decisão de morar numa residência modesta. Ao mesmo tempo, ele estabeleceu uma agenda política ambiciosa, que inclui desde o lobby por um acordo climático mundial até uma condenação do abismo, cada vez maior, entre ricos e pobres. Aos parlamentares americanos, Francisco se apresentará com a “mesma forma de pensamento com que se expressou” na Evangelii Gaudium, a sua primeira encíclica publicada em 2013, que, na opinião de Maradiaga, é o principal escrito deste papa até o momento. Nele, Francisco atacou a “idolatria do dinheiro” e o sistema financeiro “de exclusão e desigualdade”, acrescentando: “Esta economia mata”. As leis de livre mercado visam “produzir a maior receita possível e os menores custos possíveis”, afirmou Maradiaga, de 72 anos, nesta quarta-feira (13). “Uma mudança se faz necessária, para que o capitalismo se torne mais humano. Do contrário, as desigualdades continuarão crescendo, e elas geram violência, frustração, dor e especialmente insegurança, em todos os sentidos”. 

 Comentário do blogueiro - Com todo respeito ao que o afirma o cardeal Maradiaga, o capitalismo se optar por ser 'mais humano' deixará de ser...capitalismo. É capitalismo justamente porque coloca a acumulação de capital em primeiro lugar, independentemente da primazia que a dignidade humana deveria ter!

sábado, 16 de maio de 2015

Ascensão de Jesus – Ele cumpriu a sua missão. Agora cabe a nós, aqui, na terra! (Mc. 16, 15-20)

A Ascensão de Jesus não é um acontecimento cósmico-espacial, de subida física ao céu. É a tomada de consciência definitiva dos discípulos de que Jesus não estará mais fisicamente no meio deles. E que cabe a eles, agora, levar adiante aquilo que ele fazia quando estava fisicamente no meio deles. Ele foi glorificado, ou seja, Deus reconheceu que a sua missão foi levada a bom termo e que os que ficaram terão que percorrer o seu mesmo caminho. O evangelho de hoje enfatiza justamente o mandato missionário recebido por todo cristão. Elenca os sinais principais da missão dos cristãos: expulsar demônios, falar todas as línguas, ser imune a qualquer veneno e curar os enfermos. Ou seja, realizar um ‘batismo de vida nova’ do mesmo modo que Jesus fazia!  Que cada um de nós e que cada comunidade se avalie sobre isso.... 
Expulsar os demônios em nome de Jesus significa, primeiramente, continuar a sua luta contra o mal, como foi enfatizado ao longo do Evangelho de Marcos. Não é tanto fazer exorcismos, mas instaurar um reino de justiça, fraternidade e paz em oposição ao mal, ao pecado e ao egoísmo. É acreditar que os que produzem o bem são mais numerosos e mais eficazes que os que apostam na violência, na acumulação e na desonestidade!
Falar novas línguas, no contexto narrativo dessa leitura, não significa orar em línguas, - como alguns imaginam, - mas se trata do mandato missionário de falar às pessoas de todas as culturas, falar ao mundo inteiro. Significa que os cristãos farão um esforço para não impor uma cultura ou o seu modo de pensar, mas anunciarão o evangelho, a boa notícia de Jesus, levando em conta os destinatários, seu contexto histórico-social e cultural. É o esforço para que a mensagem e o testemunho de Jesus sejam compreendidos por todos!
Serpentes e venenos que não causam nenhum mal não significam que o cristão é blindado para que nada de ruim lhe aconteça, como alguns pregadores querem nos iludir. Essas palavras significam que os verdadeiros cristãos, batizados no Espírito de Jesus, estão imunes às serpentes e aos venenos do egoísmo que matam pela exclusão social, pelo preconceito e pela falta de aceitação do outro, pela calúnia, corrupção e desonestidade. É desse veneno maligno que os verdadeiros cristãos estão imunes e por ele jamais serão destruídos.
Imporão as mãos sobre os enfermos e eles ficarão curados. Essa expressão nos situa de novo no centro da atividade de Jesus – por onde ele andava, curava os enfermos. Não se trata tanto de um dom carismático, mas da cura dos corações marcados pelas feridas do egoísmo e as chagas do desamor. Todos nós podemos escolher entre ferir ou curar. Entre salvar e destruir. Entre crer e desconfiar. Uma coisa, porém, não podemos deixar de considerar: o cristão não poderá se achar discípulo do Mestre ficando trancafiado num templo preparando somente belas liturgias, mas terá que se misturar entre aqueles que ainda não entenderam o verdadeiro sentido da vida! E ser sinal de esperança! (Fonte: Vida Pastoral - reelaborado pelo blogueiro)

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Violência - No Brasil é guerra civil! Quase cinco mortes por hora por disparos de armas de fogo!

Uma média de 116 pessoas morreram por dia no Brasil em 2012 por disparos de armas de fogo, aponta o levantamento Mapa da Violência 2015, divulgado nesta quarta-feira. O número é o mais alto já observado pelo estudo, cuja série histórica começou em 1980. É o equivalente a impressionantes 4,8 mortes por hora, índice parecido ou superior ao registrado em países em guerra. "É como se ocorresse um massacre do Carandiru por dia (quando 111 presos foram mortos no presídio paulistano em 2 de outubro de 1992)", diz o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor da pesquisa e coordenador de estudos da violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO). "E isso ocorre na calada da noite, sem que haja mobilização ou escândalo. Há, na verdade, mobilização no sentido contrário, de pôr mais armas na mão da população." Em números totais, foram 42.416 pessoas mortas por armas de fogo em 2012 (dado mais atual disponível pelo Ministério da Saúde), e a maioria das vítimas são jovens de 15 a 29 anos.Quase 95% dessas mortes são homicídios (o restante são acidentes com armas, suicídios ou sem causa determinada).

Com mais educação o PIB brasileiro pode crescer mais de sete vezes em 15 anos!

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgará nos próximos dias um dos mais completos rankings globais de qualidade de educação. Nele, o Brasil aparece apenas em 66º lugar entre 76 países estudados. No entanto, a organização vê um grande potencial de crescimento econômico no país se este proporcionar educação básica universal para todos os adolescentes de 15 anos. Em outras palavras, a OCDE estima que um cenário em que todos os adolescentes de 15 anos estejam estudando e alcançando um nível básico de educação pode ajudar o PIB do país a crescer mais de sete vezes nas próximas décadas. A análise se baseia na pontuação de alunos de 15 anos em testes de matemática e ciências. E configura o mapa mais completo dos padrões de educação em todo o mundo. Países asiáticos dominaram as primeiras posições do ranking: no topo da lista está Cingapura, seguida por Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Taiwan.(Fonte: IHU)

sexta-feira, 8 de maio de 2015

CNBB avança a hipótese de que os 3 assassinatos de lideranças indígenas sejam 'mortes seletivas' e envolvem a luta pela terra. STF deveria abrir os olhos!

O assassinato de três lideranças indígenas no Nordeste em uma intervalo de oito dias causou preocupação aos povos que vivem na região e fez o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) --entidade ligada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)-- levantar a hipótese de que as mortes sejam "seletivas" e tenham relação entre si por envolver índios que se destacavam na luta pela terra.  As mortes ocorreram no Maranhão e na Bahia. A primeira vítima foi Eusébio Ka´apor, morto no dia 26 de abril, no Maranhão. Depois, foram assassinados Adenilson da Silva Nascimento, no dia 1º; e Gilmar Alves da Silva, no dia 3 de maio --ambos os crimes na Bahia. "Avaliamos que os ataques covardes não são fatos isolados. Trata-se de assassinatos sequenciais e seletivos de líderes e integrantes de povos indígenas no Brasil", afirmou o Cimi, que emitiu um manifesto nessa quarta-feira (6) demonstrando preocupação e pedindo a investigação dos casos. Para o Cimi, os assassinatos "atestam o aprofundamento do processo de violação de direitos e de violências contra os povos indígenas no Brasil". A entidade alega que é fundamental que os assassinos sejam identificados e punidos. Para o órgão, três fatores principais justificariam as mortes: "Os discursos racistas proferidos por parlamentares ruralistas do Congresso Nacional, a paralisação dos procedimentos de demarcação e a omissão quanto à proteção das terras indígenas por parte do governo Dilma e decisões da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que anularam atos administrativos de demarcação de terras nos últimos meses".

Depois de Eusébio Ka'apor mais dois índios são assassinados na Bahia com modalidades similares às de Eusébio.

O agente indígena de saneamento Eusébio Ka'apor, 42, da aldeia Xiborendá, da Terra Indígena Alto Turiaçu (MA), foi assassinado no dia 26 de abril com um tiro nas costas. Ele voltava de uma aldeia onde mora o filho e estava de carona em uma moto, quando dois homens encapuzados abordaram o veículo, pediram que parasse e, em seguida, o acertaram um tiro. Testemunhas afirmam que o crime foi cometido por madeireiros do município de Centro do Guilherme.Eusébio era integrante do Conselho de Gestão Ka'apor e teria sido morto em retaliação a ações de fiscalização e vigilância territorial iniciadas em 2013 pelos índios. Em março, a tribo fechou todos os ramais de invasão madeireira da Terra Indígena Alto Turiaçu. Eusébio era considerado um líder combativo contra a exploração ilegal de madeira. Diante da repercussão, o Ministério Público Federal no Maranhão requisitou abertura de inquérito à Polícia Federal para investigar o caso. Os índios afirmam que temem prestar queixa na delegacia da cidade por conta de possível apoio da polícia local aos madeireiros. 
O agente indígena de saúde Adenilson da Silva Nascimento, conhecido como "Pinduca", 54, foi assassinado no dia 1º, numa estrada que liga Ilhéus ao município de Una, nas proximidades da aldeia Serra das Trempes, Terra Indígena Tupinambá de Olivença (BA). Segundo o Cimi, o assassinato de Adenilson ocorreu em situação semelhante ao de Eusébio. Dois homens encapuzados cercaram e atingiram Eusébio com um tiro nas costas. A Polícia Civil ainda investiga o caso. Em protesto pelo crime, cerca de 300 indígenas tupinambás fecharam, na última segunda-feira (4), a ponte que liga o distrito de Olivença a Ilhéus. 
Já o indígena Gilmar Alves da Silva, 40, do povo Tumbalalá, município de Abaré, BA,  também foi morto enquanto pilotava uma moto, que foi interceptada por um automóvel. Com o impacto, Gilmar caiu e foi alvejado por uma sequência de tiros. Ele ainda conseguiu voltar a sua a aldeia, mas não resistiu e morreu. A Polícia Militar conseguiu apreender o carro usado. O suspeito do crime está sendo procurado, mas não teve o nome revelado (Fonte: UOL)

quarta-feira, 6 de maio de 2015

HOMICÍDIO DE EUSÉBIO KA'APOR - CARTA ABERTA DE ENTIDADES PEDEM JUSTIÇA

                         APOIO URGENTE AO POVO KA’APOR DO MARANHÃO

Comoção e revolta se misturam por assistirmos quase que impotentes a mais um assassinato de indígena no nosso Estado. Comoção, porque um jovem e estimado pai e líder reconhecido do povo Ka’apor perde de forma violenta a sua vida. Deixa um vazio que outros jamais poderão preencher. Revolta, porque poderia ter sido evitada a morte desse homem. Os sinais de alarme haviam sido lançados há muito tempo. Denúncias tinham sido feitas no Ministério Público Federal, na Polícia Federal e em outros gabinetes da burocracia estatal e estadual. Há meses os Ka’apor da Terra Indígena Alto Turiaçu, especialmente na região de Santa Luzia do Paruá e Centro do Guilherme estavam vivendo o drama e a humilhação de verem seus direitos de ir e vir cerceados pela população local incentivada e apoiada pelos madeireiros e uma parte da classe econômica e política que atuam na região. Nenhuma medida institucional efetiva foi tomada. Os Ka’apor estavam pagando o preço de intervir lá onde o estado vinha se omitindo. Correram o risco de ver ameaçada sua integridade física porque os defensores da lei estavam do lado de quem a descumpre sistematicamente. 
Houve, como em outros casos similares, uma inversão de papeis: o cidadão é ameaçado por defender diretos e não por desrespeitá-los! As decisões que os Ka’apor haviam tomado, ultimamente, de eles mesmos defenderem o patrimônio ambiental de suas terras de forma enérgica, - mas sem produzir algum tipo de baixa, - foi ditado não pelo gosto do conflito e do confronto, e sim, pela omissão hedionda e pela histórica inércia estrutural do estado em defender um patrimônio que é, inclusive, ‘propriedade sua’. Hoje a região do Centro do Guilherme é notoriamente conhecida como sendo espaço que acolhe e protege plantadores e traficantes de entorpecentes, onde há um criminoso conluio das instituições que acolá representam o ‘estado’ em promover crimes ambientais e outras ilegalidades. Não é por acaso que o município está incluído entre os que têm os piores índices de desenvolvimento humano! O assassinato de Eusébio só vem a expor de forma mais patente conflitos, omissões, cumplicidades, ausência institucionais naquela região do Maranhão. Diante desse quadro que é por demais conhecido, várias propostas de intervenção institucional têm sido avançadas, embora nunca realizadas. Consideramos a situação daquela região gravíssima e exige uma resposta coordenada e sistemática, e não pontual, por parte do estado e em todas as suas três esferas. 
Atrevemo-nos a avançar as seguintes propostas de caráter imediato, deixando para outra oportunidade as de caráter mais estruturante:

1. Instauração imediata de inquérito para que a Polícia Federal possa chegar aos responsáveis da autoria material do homicídio de Eusébio Ka’apor, bem como de seus eventuais mandantes e cúmplices.
2. Intervenção imediata por parte da Secretaria Estadual de Segurança para afastar preventiva e temporariamente todos os policiais do Centro do Guilherme e apurar suas eventuais cumplicidades, omissões e abusos de que os índios os acusam. A permanência deles no local poderá ‘sujar e manipular’ indícios e provas. Com isso não se quer condená-los de antemão, mas tão somente garantir uma investigação livre e imparcial.
3. Que o governador demonstre a atitude e a responsabilidade desse novo Governo, nomeie uma comissão institucional, inter-disciplinar, com o intuito de debater com todos os setores da sociedade do Centro do Guilherme e com os Ka’apor as diferentes e históricas problemáticas regionais, e formular algumas políticas básicas e imediatas de caráter sócio-educacional e produtivo em que nem a madeira indígena e nem a maconha sejam contempladas como fontes de renda local.  
4. Que o Governo Federal dê imediata, maciça e prolongada assistência às aldeias Ka’apor, em todos os níveis, de forma que eles possam recuperar urgentemente o sentimento de segurança, de auto-confiança e sentir que o estado está assistindo e apoiando, e que não está jogando contra eles como tem acontecido até agora.

Acreditamos que seja algo possível e realístico. Tampouco implicaria em novos gastos adicionais para que as instituições, mais uma vez, usem isso como pretexto, e adiem o seu dever de acompanhar e facilitar o crescimento social e humano de cada cidadão.

São Luís, 04 de maio de 2015

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