domingo, 26 de fevereiro de 2023

Ferrogrão: impactos e desmatamentos na Bacia do Xingu, indígenas exigem serem ouvidos!

A Ferrogrão (EF-170) foi projetada para reduzir custos de transporte de cargas entre o Mato Grosso e o Pará, onde a soja representa um dos principais produtos de exportação. Mas a ferrovia esbarra em resistências de povos indígenas que serão afetados por riscos socioambientais. Seu traçado corre paralelamente à BR-163, obra que já causou impactos não compensados para populações tradicionais. Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais destacou que a Ferrogrão atravessará diversas Terras Indígenas da bacia do Rio Xingu, podendo provocar o desmatamento de mais de 230 mil hectares em TIs do Mato Grosso até 2035. Mais da metade somente no Parque Indígena do Xingu. Já divulgado como prioritário pelo atual governo, o projeto suspenso pelo Supremo Tribunal Federal em 2021 será julgado no plenário da Corte em maio.

Pressionadas pela retomada da construção da controversa ferrovia EF-170, a Ferrogrão, lideranças de povos indígenas diretamente afetados por essa obra de infraestrutura na Amazônia exigem serem consultadas. Também afirmam que vão lutar por reparação pelos impactos que já são sentidos nos territórios, muito antes de o projeto sair do papel. Com um traçado planejado de 933 quilômetros entre Sinop, no Mato Grosso, e Miritituba, no Pará, região estratégica para o escoamento de commodities do agronegócio, fortemente pressionada pelo desmatamento, a Ferrogrão foi mencionada como obra prioritária no portfólio que o Ministério dos Transportes apresentou à imprensa, em 18 de janeiro. Durante a coletiva, o ministro Renan Filho mencionou o objetivo de ampliar o modal ferroviário na matriz de transportes do país para 40% até 2035 — a representatividade atual é de menos de 20%. Também adiantou à imprensa que pretende mudar o marco regulatório das ferrovias e conversar com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, “para destravar” o projeto da Ferrogrão. Mas os debates sobre os impactos econômicos positivos que a Ferrogão poderia agregar à logística regional reacendem alertas sobre os riscos socioambientais desse megaprojeto, principalmente nos territórios dos povos indígenas Kayapó, Munduruku e Panará. Nesse contexto, não se pode desconsiderar que o traçado da Ferrogrão corre paralelamente à BR-163. Essa rodovia que liga Tenente Portela, no Rio Grande do Sul, a Santarém, no Pará, é outra obra de histórico controverso, sobretudo no trecho Cuiabá-Santarém.

sábado, 25 de fevereiro de 2023

Iº Domingo de Advento - Ser tentado é preciso! (Mt. 4, 1-11)

Parece algo paradoxal, mas na narração evangélica de hoje é o Espírito que leva Jesus ao deserto para ser tentado. Logo, compreendemos que ser tentado faz parte da nossa caminhada espiritual e humana. Ou seja, algo construtivo. Poderíamos até afirmar que se, por absurdo, não houvesse tentações na vida, nós deveríamos viver ‘come se’ elas existissem de verdade. É no embate e no árduo enfrentamento de inúmeros desafios e tendências interiores que amadurecemos como pessoas. Como poderíamos resistir ao forte impulso interior de querer dominar, manipular e possuir bens e pessoas se nunca fizéssemos a experiência real de sentir e encarar esse desejo? Como poderíamos nos educar à compaixão evangélica, à solidariedade e à generosidade para com tantos famintos se nunca sentíssemos a tentação da indiferença, do egoísmo, da tacanhice? Nada, portanto, pode permitir que nos sintamos culpados se sentimos ‘vozes interiores’ que querem nos conduzir por um caminho que contraria as nossas mais íntimas convicções! Contudo, ser tentado é uma coisa, e sucumbir na tentação é outra! Ou seja, aderir conscientemente (e não por fraqueza!), parcial ou plenamente, ‘à voz interior’ que, nos desertos da vida, nos empurra a dominar, possuir, usar e abusar de pessoas e bens. Por isso não podemos cansar de enfrentar e ‘expulsar’ sistematicamente os demônios do egoísmo e da indiferença, e pedir ao Pai e às pessoas a nós próximas que nos ajudem ‘a não sucumbir/cair quando somos tentados’! Boa Quaresma!


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Católicos ultraconservadores criticam tema e conteúdo da Campanha da Fraternidade. O cato-Bolsonarismo idiota resiste à prática de Jesus de Nazaré!

 Católicos ultraconservadores estão mobilizados contra a Campanha da Fraternidade de 2023, que tem como tema o combate à fome. Cristãos extremistas veem na ação, promovida pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no período da Quaresma, uma espécie de conspiração comunista e convocam outros fiéis a não se envolver nem doar para a campanha. A abordagem crítica dos católicos ultraconservadores à Campanha da Fraternidade e à própria CNBB não é novidade, mas pode ser mais ou menos feroz dependendo dos temas escolhidos ou do contexto político. Neste ano, que marca o início do terceiro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições, os ataques estão intensos. Os críticos acusam os bispos da CNBB de distorcer citações bíblicas e manipular a comunidade católica para atacar ideais caros à direita e promover ideias de esquerda, no que seria uma trama para promover a doutrina da Teologia da Libertação, abordagem cristã que enfatiza a defesa dos oprimidos e tem inspiração marxista/comunista. A mobilização contra a Campanha da Fraternidade de 2023 é liderada por influenciadores digitais ligados ao bolsonarismo e por uma entidade ultraconservadora católica que ficou famosa ao tentar censurar na Justiça um especial de Natal do grupo humorista Porta dos Fundos em 2020. 

O youtuber bolsonarista Bernardo Pires Küster, que é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news e tem quase um milhão de inscritos em seu canal, está fazendo uma série de vídeos contra a campanha da CNBB. Além de atingirem dezenas de milhares de pessoas diretamente no site de vídeos, as pregações de Küster ganham tração em compartilhamentos em redes sociais como Twitter e Facebook e são replicadas em grupos de aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram. Para Küster, que grava seus vídeos num cenário que tem ao fundo um quadro do guru extremista Olavo de Carvalho (1947-2022), a CNBB “esconde e mascara” conteúdo revolucionário em uma causa de fácil defesa, que é o combate à fome. Nos vídeos que têm divulgado, o youtuber acusa a CNBB de usar dados falsos sobre o tamanho do drama da fome no Brasil. (fonte: Metrópoles)


Mais um indígena Guajajara é baleado na T.I. Arariboia

Mais um Guajajara foi baleado na Terra Indígena Arariboia. Ontem, 23 de fevereiro às 19:00 horas, dois elementos, não indígenas, invadiram a aldeia Toarizinho, próxima da cidade de Arame e dispararam vários tiros contra o filho do cacique Tomazinho, ferindo-o no abdómen. O indígena está em estado grave e atualmente se encontra no hospital geral de Grajaú. Vários indígenas da região vêm se manifestando e denunciando o clima de insegurança que se instalou. Lamentam que, apesar de audiências públicas e promessas de investigação e punição dos responsáveis pela violência contra os Guajajara, ainda existem bandidos que andam soltos e sem medo, semeando o terror nas aldeias do Maranhão. Sabe-se que vários indígenas que pertencem ao grupo dos 'Guardiões da florestas' são ameaçados de morte. Após mais esse atentado se torna sempre mais real a possibilidade de criminosos levarem a cabo outros atentados e assassinatos. Há um movimento dentro das comunidades indígenas para que todo atentado contra os indígenas seja considerado 'crime hediondo' e punido como tal. Ao mesmo tempo, pedem que todos esses atentados e crimes contra indígenas sejam investigados com a participação da Polícia Federal, o que garantiria mais eficiência e menor envolvimento com possíveis executores locais.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

'Tirem as mãos da África' - Francisco no Congo

O seu primeiro discurso, dirigido às autoridades políticas e diplomáticas e à sociedade civil, teve o diamante como imagem de referência. O diamante é um mineral que ocupa um lugar muito significativo na vida e na história da RDC. Pela sua força e beleza, o seu valor é de fato objeto de desejo das mais variadas multinacionais; para obtê-lo, estão em jogo muitas vezes a vida de muitas pessoas e a autonomia da própria nação; de possibilidade de ajudar as pessoas a viverem melhor, torna-se causa de empobrecimento... O Papa Francisco diz que os congoleses são muito mais preciosos do que o próprio diamante.

Ele lembra às autoridades locais e as pessoas que cada um tem sua própria responsabilidade. O poder encontra seu sentido no serviço e deve estar próximo das pessoas, não para obter consensos, mas para servir. A injustiça e a corrupção não produzem esplendor. Assim como do diamante bruto se alcança a limpidez, assim também, mediante a educação das crianças, sua proteção e acompanhamento, se alcança um esplendor digno da dignidade humana. Nesse pensamento, o papa insere um espaço importante ao denunciar o trabalho infantil e a exploração das garotas em vários setores da vida. Até mesmo a Igreja e outras expressões religiosas também têm as suas responsabilidades e devem fazer resplendecer a luz do Evangelho que anunciam, como a limpidez de um diamante. A participação de todas as partes da sociedade constitui a base da esperança de todo o povo.

Finalmente, partindo da importância global da floresta equatorial presente no Congo e da proveniência do diamante da terra, o Papa Francisco aborda o tema do respeito pela criação. Uma última palavra para quem quer ajudar o desenvolvimento do país: não se trata de apresentar modelos que vêm de fora, que não correspondem à cultura local, mas sim de modelos sanitários e sociais que não respondam apenas a urgências do momento, mas contribuam para um crescimento social efetivo, com estruturas sólidas e pessoal honesto. A dureza do diamante sugere a coragem de todos para um recomeço social inclusivo. 

A esplendecência e o valor do "diamante do Congo" dependerão da capacidade de todos esses componentes polirem o que ainda não o deixa brilhar. (IHU)

sábado, 4 de fevereiro de 2023

V domingo comum - Sermos 'sal que conserva' coerência e fidelidade, e exemplos luminosos de serviço e solidariedade (Mt. 5,13-16)

Diante dos grandes desafios da vida, ou mesmo, das grandes crises da humanidade, existe em nós a tendência de seguir a mentalidade comum, ou de obedecer às próprias intuições e instintos, muitas vezes manipulados e perigosamente individualistas. Tentamos, afinal, nos dar bem para não experimentar derrotas pessoais, sofrimentos, e decepções. Dificilmente, recorremos a testemunhos coerentes, exemplos de vida, gestos e palavras iluminadores do presente ou do passado para procurar uma saída, ou dar um sentido à nossa existência. Jesus, no evangelho desse domingo, nos diz em alto e bom som que em nada adianta ‘proclamar as bem-aventuranças’ (evangelho de domingo passado) e, depois, não acreditar nelas. Ao não por em prática as bem-aventuranças é como ser ‘sal que perdeu o sabor’. O sal é, aqui, metaforicamente usado por Jesus como o elemento que ‘conserva’ a comida, muito mais do que como o que dá sabor! Dito de outra forma: a nossa missão é ‘conservar o conteúdo evangelicamente explosivo das bem-aventuranças’, e não seguir nossos interesses e nossas ilusórias intuições pessoais. 

Em época de crise profunda é necessário conservar fidelidade ao que sempre se demonstrou verdadeiro, autêntico, coerente e construtivo. Dessa forma podemos nos tornar um exemplo-testemunho ‘luminoso’ para tantas pessoas que são vítimas das trevas da intolerância, do ódio, da permanente competição. Aqueles 'pobres em espírito' que compreenderam o alcance e a importância de viver a solidariedade e a compaixão com tantos aflitos, famintos, deserdados, mansos, puros de coração não podem se esconder. Não podem se omitir na hora da provação, do embate, da perseguição e da defesa do injustiçado. O mundo como um todo precisa de sinais coerentes e corajosos não para que as testemunhas das bem-aventuranças sejam glorificadas e exaltadas, mas para que o Pai seja louvado. Para que o mundo compreenda que não é a governança dos imperadores e dos poderosos que ajuda a humanidade sair das trevas, mas a governança daquelas comunidades de amor, de respeito, de acolhimento que começam a servir e a proteger como o Pai faria se estivesse visível aos nossos olhos. 


VIOLÊNCIA E SANGUE CONTRA OS GUAJAJARA DA T.I. ARARIBOIA. UMA REFLEXÃO - Por Claudio Bombieri (Ass.Carlo Ubbiali)

Muitos requerimentos de investigação, cartas de denúncia e de pedidos de intervenção e de segurança vêm sendo publicados, ultimamente, a respeito de mais uma onda de assassinatos tendo como alvo, de modo especial, indígenas Guajajara da Terra Arariboia, o segundo maior território indígena do Maranhão. Muitos se perguntam o que, de fato, está acontecendo na região, e porque estão ocorrendo tantos homicídios em tão breve espaço de tempo. Talvez o grande público esteja um tanto desatento com a realidade indígena nacional e local, e não lembre que desde há vários anos inúmeros indígenas Guajajara das Terras Canabrava e Arariboia são sistematicamente atropelados, espancados, ameaçados, explorados e assassinados, embora em alguns determinados momentos possa ter havido uma certa descontinuidade. 

Analisando sem pretensões as três mortes de Guajajara e de um funcionário ligado a eles, e mais duas tentativas de assassinato no curto prazo de duas semanas, no eixo Grajaú-Arame-Amarante, - municípios em que incidem as terras indígenas, - há algo que chama a atenção. Paradoxalmente, esses homicídios e ameaças à integridade física dos indígenas parecem não seguir uma determinada lógica comum. A ação criminosa parece não se pautar pelo ‘princípio da seletividade’ em que são alvejadas, por exemplo, notórias lideranças indígenas que, supostamente, estariam a incomodar interesses locais. As vítimas não são líderes conhecidos pela mídia. São jovens, adultos, pais de famílias, gente comum, anônimos. Para os assassinos, essas vidas ceifadas parecem ter como única culpa o fato de serem, simplesmente, indígenas Guajajara! E, mesmo supondo que possa existir o movente da ‘vingança’ como justificativa radical de solucionar eventuais conflitos interpessoais, jamais se fez recurso à liquidação física pura e simples de um suposto rival com tamanha brutalidade e leviandade. Pelas informações que se possui até o presente momento é difícil identificar um ‘modus operandi’ comum nos diferentes homicídios ocorridos ao longo dessas semanas. 

Uma coisa, contudo, parece saltar aos olhos de muitos observadores: nunca foi tão fácil matar um índio e não ser preso por causa disso. É verdade que o sistema policial regional nunca mostrou interesse em investigar com competência para descobrir e punir o assassinato de um indígena. Por outro lado, nunca como agora têm surgido circunstâncias sociais e políticas tragicamente propícias para que os ‘caçadores de índio’ intensificassem seus ataques pessoais e de grupo. Nunca como hoje esses ‘grupos velados’, aparentemente sem nome e sem identidade, se sentiram tão politicamente respaldados para levar a cabo seus intentos racistas, exterminadores e antiindígenas. Não se pode excluir a hipótese, também, de que esses homicídios são terrificantes sinalizações e verdadeiras intimidações dirigidas às lideranças indígenas locais que estão se opondo a toda tentativa de comercialização de madeira nobre, de possibilidade de investimentos do agronegócio em terra indígena e outras forma de ocupação ilegal do território. Uma espécie de brutal alerta para que as lideranças indígenas e os ‘guardiões da floresta’ recuem e se sintam coagidos a não mais praticar ações de defesa e de monitoramento. 

A execução desses crimes de ódio racial e de intimidação deixam pistas que poderiam ser razoavelmente rastreadas. Contudo, a má vontade, as tácitas cumplicidades, as inconsistentes alegações de falta de incompetência jurídica, e a inexistência de fortes pressões locais e regionais sobre aqueles que têm o dever de investigar faz com que, após a comoção do momento, tudo volte à terrificante ‘normalidade’. Finalmente, poder-se-ia listar um conjunto de medidas a serem tomadas em diferentes níveis, - como, por exemplo, a federalização desses delitos, - ‘para que fatos como esses nunca mais voltem a se repetir’.  Entretanto, sabemos quão árduo é o caminho que educa ao respeito do ‘outro’, e quão desafiadora é a trilha que nos leva a venerar a sacralidade dos corpos e dos solos, dos igarapés e das florestas encantadas. Talvez tenha chegado a hora de não mais reprimir indignação e raiva; de não mais se conformar com a publicação de alguma polida manifestação de repúdio e de solidariedade moral com tantas vítimas indígenas; de cessar, enfim, de redigir cartas-denúncia e abaixo-assinados dirigidos aos imutáveis ‘órgãos competentes’. 

Talvez tenha chegado a hora de neutralizar de mil maneiras, com firmeza, os prepotentes e os arrogantes, os racistas e os preconceituosos. Ainda podemos reiniciar de forma original e ousada, novas e singelas formas de convivência, de acolhimento, de colaboração, e de produção com comunidades indígenas, com pessoas e diferentes grupos sociais que vivem no nosso mesmo espaço social. Talvez, nesses anos de trevas tenhamos nos esquecidos que essas pessoas-comunidades que interagem conosco de múltiplas formas continuam sendo irmãos, parceiros e cidadãos da nossa mesma e única ‘terra-pátria’! 


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

As dores de cada indígena são também da igreja”. Nota da CNBB em solidariedade aos Yanomami

 A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta terça-feira, 31 de janeiro, uma nota intitulada “Em defesa dos povos originários” motivada pela realidade vivida pelo povo Yanomami que, segundo o documento, é a “síntese da ofensiva contra os direitos dos povos indígenas agravada nos últimos anos”. 

A realidade, segundo a nota, foi denunciada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) em seu relatório anual. De acordo com a nota da presidência da CNBB, “a realidade vivida pelo povo Yanomami é, pois, síntese do que apresenta o relatório do CIMI. Os povos originários, integrados à natureza, têm sido desrespeitados de modo contumaz, a partir da ganância, da exploração predatória do meio ambiente, que propaga a morte em nome do dinheiro”. Essa realidade, defende a Conferência, deve despertar santa indignação no coração de cada pessoa, especialmente dos cristãos, que não podem fazer da defesa da vida uma simples bandeira a ser erguida sob motivação ideológica. “A vida tem que ser efetivamente defendida, não apenas em uma etapa específica, mas em todo o seu curso. E a defesa da vida humana é indissociável do cuidado com o meio ambiente”, reitera o documento. Na nota, a CNBB pede às autoridades um adequado tratamento dedicado ao povo Yanomami e a cada comunidade indígena presente no território brasileiro. A CNBB pede ainda que “diante da gravidade do que se verifica no Norte do País, das mortes, principalmente de crianças e de idosos, sejam apontados os responsáveis, para que a justiça prevaleça”. A CNBB reforça que a Igreja Católica no Brasil está unida ao povo Yanomami, solidariamente, com sua rede de comunidades de fé. “As dores de cada indígena são também da Igreja, que, a partir de sua doutrina, do magistério do Papa Francisco, vem ensinando a importância dos povos originários na preservação do planeta”.