segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Incêndio destrói parte da floresta da T.I. Araribóia, Arame. Uma nova cultura para combater um Estado de pirômanos!

Vivemos num Estado de pirômanos, pessoas com vício-mania de ‘tocar fogo’ em tudo.  O Maranhão fica sempre entre os principais Estados com as maiores incidências de incêndio florestal. Concentram-se quase todas na região sul do Estado. A Maioria é de caráter doloso, intencionais. Fazendeiro adota o incêndio para ‘limpar’ as pastagens, caçador para encurralar a caça, agricultores para limpar a roça e maníacos transeuntes que jogam ponta de cigarro ao mato, ou param mesmo à beira da estrada para tocar fogo....simplesmente! Este ano não foi diferente, principalmente no eixo Grajaú-Arame. Dias atrás um incêndio de enormes proporções começou na Terra Indígena Araribóia. Ninguém sabe de onde surgiu ‘ a faísca’ fatal. Imagens desoladoras de fogo avançando e queimando árvores de todo tipo e ameaçando as aldeias foram veiculadas pelos índios Guajajara da aldeia Zutiwa, mas sem comover imprensa, polícia florestal ou Ibama. Após uma extenuante mobilização do batalhão indígena anti-incêndio associada à intervenção dos bombeiros mobilizados por ocasião da visita do governador a Grajaú se conseguiu articular uma ação, mas sem controlar ainda o fogo que continua avançando quilômetros floresta adentro. Não existe ainda uma aeronave apropriada para combater esses incêndios. Teme-se um desastre de grandes proporções. Drama que afeta também os índios Awá-Guajá que são nômade e que perambulam pela área. Infelizmente também na cidade de São Luís e em outras cidades do interior a prática de utilizar o fogo para 'limpar' faz parte da cultura geral. Todo ano o terreno que hospeda as antenas da Mirante, por exemplo, na Vila Embratel (Região Rezende) é limpo mediante o fogo que solta fumaça e fuligem densa sobre as dezenas de famílias que acolá moram. Ninguém intervém! Nem Ibama, nem Ministério Público, nem bombeiros! Os nossos antepassados australopitecos e pitecantropos eram decididamente mais ‘civilizados’ que certos hominídeos ‘sapiens-sapiens’!!!!!!

Empresários irresponsáveis tiram ilegalmente 170 bilhões de Reais do País em 10 anos! Quem prende eles? Lava-jato neles!

O Brasil vive um drama orçamentário, com o governo a propor a volta da CPMF para fechar as contas do ano que vem sem ter de cortar programas sociais como Bolsa Família ou subsídios à moradia popular (Minha Casa Minha Vida) e a universitários pobres (Fies). É um problema que beira o incompreensível, diante da revelação de certos hábitos do empresariado local capazes de desfalcar os cofres públicos em bilhões. Na década compreendida entre 2003 e 2012, o Brasil foi ponto de partida de um fluxo financeiro ilícito de 217 bilhões de dólares, uma média anual de 21 bilhões. Este fluxo abrange dinheiro de corrupção e tráfico de drogas, entre outros crimes. A maior parte (cerca de 80%, ou 172 bilhões de dólares), contudo, resulta de procedimentos adotados por empresas para pagar menos impostos e disfarçar evasão de divisas. Casos mais comuns: subfaturar exportações e superfaturar importações. Quase metade da movimentação ilícito total se deu entre 2010 e 2012. Foram 100 bilhões de dólares no período, uma média de 33 bilhões anuais. Pelo câmbio atual, seriam 130 bilhões de reais por ano, o dobro do problema orçamentário de 2016. O projeto de orçamento foi ao Congresso com um rombo de 30 bilhões de reais, mas o governo espera reverter sua própria proposta e obter uma sobra de 34 bilhões. Os valores do fluxo financeiro ilícito brasileiro foram estimados por uma entidade chamada Global Financial Integrity (GFI), ou Integridade Financeira Global, em tradução literal. (Fonte: Cartacapital)

TJ do Maranhão determina que Governo do Estado reforme Pedrinhas, já!

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) negou recurso interposto pelo Estado do Maranhão pedindo a suspensão da sentença que determinou a reforma do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), no sentido de prover as unidades com estruturas físicas e sanitárias, conforme a Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84).A primeira decisão judicial foi proferida em 13 de janeiro de 2014 e acolheu ação civil pública proposta pela 11ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa dos Direitos Fundamentais. Por meio da ação, foram solicitadas ainda a realização de concurso público, com o objetivo de dotar a penitenciária com profissionais qualificados, e a formulação de políticas públicas que promovam a ressocialização efetiva dos internos.A decisão, que condenou o Estado, determinou também pagamento de multa diária no valor de R$ 50 mil, em caso de descumprimento das obrigações. (Fonte: G1 Maranhão)

Comentário do blogueiro - Para um Governador que já havia afirmado que tudo havia mudado, ou que mudaria, essa medida mantida pelo TJ já deveria ter sido aplicada desde o início do mandato.  Essa história de promover seletivo - sem concurso, - para trabalhar na penitenciária não dá certo, como vem se comprovando. Muitos ex-funcionários envolvidos em facilitações de fugas foram recontratados, além do fato que o seletivo é muito 'subjetivos'. Entram os amigos do rei! Não dá.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O deputado 'idiota', ou seja, ignorante, continua falando besteiras...

Dando sequência a série de postagens que repercutiu em todo o país, sobre as baboseiras proferidas pelo primeiro suplente de deputado estadual Fernando Furtado (PCdoB), o blog publica nesta quarta-feira(23)  mais dois áudios exclusivos do parlamentar. Desta vez, os ataques de Furtado são direcionados à Igreja Católica. As asneiras são o resultado do discurso tresloucado do político durante uma Audiência Pública realizada no dia 04 de julho, organizado pela Aprocaru – Associação dos Produtores do município de São João do Caru. Nos áudios a seguir, Fernando Furtado – agora chamado de Fernando Surtado, diz ser “católico apostólico brasileiro’ e ataca de forma grosseira a religião. Segundo o Deputado, os fies têm que ser temente é a Deus e não a Igreja, e afirma ainda, que a Igreja detentora de muitas terras, deve desculpas por ter incendiado pessoas. Acompanhe nos áudios abaixo:“ A Igreja Católica era para estar aqui, sou católico apostólico brasileiro não praticante, eu! Agora, tem que se dizer a Igreja Católica que ela, nesse século, deve desculpas a humanidade pelos desfeitos que fez no passado, quando até incendiou pessoas, a Igreja Católica hoje pede desculpas, e a Igreja Católica no Brasil tem que pedir desculpas a vocês, porque ela tem muita terra, ela é quem defende essa política indigenista e não pode ser assim”.

Deputado maranhense do PCdo B chama índios de 'veadinhos' só por defenderem seus direitos e não destruir o que ele e os seus amigos madeireiros fazem em terras indígenas! Fora ele!

O deputado estadual Fernando Furtado (PC do B) fez um discurso racista e homofóbico. O correto é a Assembleia Legislativa maranhense tratar o assunto em duas comissões de parlamentares: a de Ética e a de Direitos Humanos e Minorias. Se não houver nenhuma manifestação formal das duas, é melhor fechá-las. O correto é a Mesa Diretora, desta mesma Assembleia, abrir um processo de cassação do mandato de Furtado. Além da abjeta homofobia, o discurso dele se constitui num crime, previsto na lei brasileira, onde está dito: “serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia...” A pena inclui “a reclusão de um a três anos e multa”. Pela lei, hoje, o lugar dele não é no plenário de um parlamento. Ou é? Em relação ao PC do B, partido do governador Flávio Dino, o correto é a expulsão. Sem chororô. Não dá para limpar esta sujeira com sucessivas notas públicas. Tem que dar exemplo. Todos nós sabemos que o atual governador do Maranhão foi eleito, cercado por políticos ruins, falsos oposicionistas, reacionários, vários deles egressos do grupo Sarney e até da ditadura. A lista é longa. O ex-deputado estadual Camilo Figueiredo (com um histórico político ligado ao trabalho escravo) foi nomeado assessor especial do governador. O deputado federal Weventon Rocha (PDT), agora correligionário do prefeito Edivaldo Holanda, tomou atitudes recentes, na Câmara Federal, contra os interesses dos povos indígenas e das reservas ambientais. Como já dissemos, a lista é longa. No caso de Fernando Furtado, do PC do B, ele cometeu o crime de racismo falando para “produtores rurais”, exatamente na mesma região onde ocorrem as disputas (ou seriam os massacres?) que provocaram recentemente os assassinatos de Eusébio Ka`apor e Raimundo dos Santos Rodrigues. É na mesmíssima região, gente! A reunião onde ele vomitou suas aberrações foi um mês antes do assassinato de Raimundo. Pessoal, vamos falar sério. Com uns escravagistas aqui, uns madeireiro ali e uns fascistas acolá, a mudança propagada por uns e sonhada por tantos, fica muito, muito difícil. Os criminosos estão aí, com racismo, destruição de reservas e assassinatos. (Pedimos desculpas e esperamos a compreensão dos nossos leitores por terminar este pequeno texto e não chamar esse tal Fernando Furtado de cretino ou de canalha) (Fonte: Jornal Vias de fato)

Comentário do blogueiro -Não adianta o partido do deputado canalha publicar nota de repúdio e condenação do seu filiado. É preciso expulsá-lo sob pena de ele compactuar com mais um crime. É preciso, sim, a assembleia legislativa desse Estado dar provas que saímos definitivamente da era arcaica e troglodita para a era do direito e da cidadania. As manifestações racistas e preconceituosas desse deputado que ocupa indignamente uma cadeira na representação social e política desse Estado são expressões de uma intolerância que não será superada por uma mera nota de 'desculpas'!Fora, já!









terça-feira, 15 de setembro de 2015

Famílias vítimas de ameaças de madeireiros no interior de Bom Jardim-Buriticupu vivem drama! Vamos ajudar!

As famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais da comunidade Brejinho do Rio das Onças II, no Município de Bom Jardim, Estado do Maranhão, pedem socorro. São 33 núcleos familiares que são vítimas de criminosos ambientais que atuam na região: madeireiros, fazendeiros e grileiros de terras que fazem extração ilegal de madeiras da Reserva Biológica do Gurupi e das terras indígenas localizadas próximas a esta comunidade. No dia 25 de agosto de 2015, o seu representante e presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais, Raimundo dos Santos, foi assassinado com 12 tiros e a golpes de facão que lhe deceparam a cabeça, em uma emboscada. Deixaram sua esposa gravemente ferida com 06 tiros e ainda se encontra internada. As 33 famílias tiveram que fugir das suas casas à noite, às pressas, somente com suas crianças e com as roupas do corpo. Deixaram para traz tudo. Seus pertences, seus animais domésticos e de criação, suas roças de milho, mandioca e os produtos que já haviam colhido: arroz, feijão, farinha. Hoje, elas estão a 80 km de suas residências, morando de favor nas casas de conhecidos, amigos e parentes. As famílias não podem voltar para buscar suas coisas pessoais, seus animais e sua produção por motivo do clima de violência na região. Após o assassinato do ambientalista e presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais, outras duas pessoas já foram mortas nas proximidades. Você, sua organização ou movimento, podem ajudar as famílias da comunidade a reaverem parte de seus itens básicos de sobrevivência. A todas e todos que se indignam com injustiça fundiária que existe no Brasil, a todos que zelam pela preservação ambiental, que lutam contra a grilagem de terras, a extração ilegal de madeiras, contra a violência no campo que perdura e vitima centenas de pessoas a cada ano no país, este é um apelo para que transformem o desejo de mudança em um gesto de solidariedade e amparo às famílias que vivem na linha de frente desta luta. Acesse a vaquinha, contribua e divulgue:

www.vakinha.com.br/vaquinha/apelo-urgente-familias-de-trabalhadoras-e-trabalhadores-rurais-pedem-socorro

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Buriticupu - Marcados para morrer! Onde está o...'estado'?

Os madeireiros são uma categoria que não consegue se reciclar e se adaptar às novas exigências legais e às novas sensibilidades ambientais. Eles continuam mantendo a mesma e arcaica ambição de sempre. A fixação deles é madeira, legal ou ilegal, ‘madeira de lei ou não‘, e a qualquer preço. Suas ambições, afinal, contam com a proteção de uma vasta rede de instituições, e personagens da política formal, seja a nível local bem como nos altos escalões do estado e da federação. A última vítima oficial no nosso Estado, sacrificada nos altares da ganância e da truculência madeireira foi Raimundo dos Santos, conselheiro da Reserva biológica do Gurupi (Rebio), morto algumas semanas atrás por dois pistoleiros no município de Bom Jardim. A desfaçatez e a ousadia com que madeireiros e companhia agem são tamanhas que continuam, - mesmo após o homicídio do conselheiro, - a ameaçar, velada ou explicitamente, outros conselheiros da Rebio, e até inteiras comunidades rurais que se colocam no meio de seus interesses comerciais. Hoje podemos ter uma lista formal dos que estão ‘marcados para morrer’! Os madeireiros e sócios não temem repressão nem punição. Sabem que a maré joga em seu favor. 
As perguntas centrais são: quem dá garantias de vida e de proteção para esses cidadãos que permanecem e trabalham a terra que colaboram com a justiça e denunciam os criminosos? Quem tem o dever de por fim a tamanha arbitrariedade e arrestar definitivamente esta espiral violenta que vem se arrastando há décadas? Quem tem obrigações legais de encontrar terras seguras e legais para as 33 famílias de Brejinho e Rio da onça, por exemplo, no município de Buriticupu, já que não podem mais permanecer nas terras que ocupam por sofrerem todo tipo de ameaça por parte de madeireiros e seus asseclas? Quem tem o dever legal e moral de investigar, por exemplo, a ‘legalidade’ das licenças outorgadas recentemente pela SEMA (Secretaria Estadual do Meio Ambiente) a 7 serrarias situadas em Buriticupu verificando a origem da madeira que acolá chega? A quem compete marcar presença institucional na ‘terra sem lei e sem estado’ em que se transformou a região de Buriticupu e o interior de Bom Jardim? Tem-se a impressão que este governo ainda não disse a que veio em relação a essas questões graves e paradigmáticas. Tem-se a clara percepção de que o ‘condomínio partidário’, a atual coalizão que governa o Estado, não pode sofrer arranhões ou, pior, ser desfeita, só porque ‘alguns’ deputados estaduais, federais, prefeitos e vereadores’ da região estão direta ou indiretamente envolvidos no tráfico de madeira e de outros negócios escusos. É bom lembrar, contudo, que o que está em jogo não é o futuro de um governo, mas a vida biológica de centenas de famílias, e a chance única de ‘democratizar’ definitivamente um Estado que ainda parece estar sob o domínio da lei segundo a qual ‘o homem é lobo do próprio homem’, ou dito de outra forma ‘homo homins lupus’!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Pesquisa eleitorais agora? Deixa para 2018 para ver!!!!!

'.....Como sabemos, FHC começou pessimamente o segundo mandato, em meio a uma grave crise econômica, com inflação e desemprego na estratosfera, acossado por denúncias de favorecimento a grupos econômicos e obrigado a lidar com uma oposição política ativa, manifestações de rua e pedidos de impeachment. Em razão disso, sua popularidade caiu a níveis muito baixos: segundo dados de uma pesquisa do Instituto Vox Populi feita em setembro de 1999, apenas 8% da população avaliava positivamente o governo. Como é de se supor, o cenário eleitoral era desfavorável ao condomínio tucano-pefelista. Em nenhuma das inúmeras pesquisas realizadas pelo Vox Populi entre 1999 e 2000, a soma de quaisquer candidatos do PSDB e do PFL ultrapassou 14%. José Serra, o tucano mais forte, nunca foi além de 7%. A medir a situação por elas e de acordo com os demais institutos, o governismo estava fadado a uma derrota acachapante em 2002.  Não foi o que vimos quando a eleição chegou. Serra só ficou atrás de Lula, disputou com ele o segundo turno e alcançou cerca de 40% dos votos válidos, quase exatamente o mesmo porcentual de Alckmin em 2006. Ou seja, na hora de votar, prevaleceram as identidades mais profundas do eleitorado e não a conjuntura da avaliação do governo. Se, em 2002, Serra cresceu, apesar de sua limitadíssima identificação popular, imagine-se o favoritismo com que Lula pode chegar em 2018. O que, aliás, explica o medo das oposições e por que elas tentam, de qualquer maneira, impedir sua candidatura'. (Fonte Carta capita - Marcos Coimbra) 

sábado, 5 de setembro de 2015

Madeireiros saqueadores da Amazônia!

Oficialmente eles são chamados de madeireiros, mas como em qualquer estatística registra que entre 50 e 80% da madeira que sai da região é ilegal, portanto, são saqueadores. Invadem área pública, terra indígena ou assentamento, não dão a mínima para o aparato legal, que é totalmente frágil nesses confins, e aplicam o seu poder. Qual o objetivo: os saqueadores primeiro vendem a madeira, mas o que eles querem é a terra, que depois será convertida em pastagem ou em campo de soja. É assustador um levantamento realizado pelo pesquisador João Carlos de Souza Meirelles Filho, para o Museu Emílio Goeldi: até 2030, considerando a expansão média de 1,7% na pecuária nacional, a Amazônia terá mais de 103 milhões de bois. Significa criar, recriar e engordar, na linguagem técnica, mais 20 milhões de cabeças e, no mínimo, que precisarão de mais 16 milhões de hectares de pastagens. Os piratas enfrentaram problemas ocasionais durante 2015. Em fevereiro a Operação Castanheira prendeu o maior grileiro da BR-163 – a Cuiabá-Santarém-, Ezequiel Antônio Castanha, que acumulava R$47 milhões de multas do IBAMA e era especialista em invadir terras da União e transformá-las em loteamentos. Seguindo a trilha atual do conservadorismo brasileiro, essencialmente racista, é evidente a descendência europeia e sulista dos piratas do agronegócio. No dia 24 de agosto passado, em outra operação da PF - Madeira Limpa- foram presos vários piratas, entre eles Irio Orth e Everton Orth e Eloy Vaccaro, este considerado o maior plantador de açaí do Brasil, além do Superintendente do INCRA de Santarém, Luiz Bacelar, e do secretário de Meio Ambiente de Óbidos – foram 22 mandatos de prisão. O grupo é acusado de coagir trabalhadores rurais a aceitarem a exploração ilegal de madeira dos assentamentos do oeste do Pará em troca da manutenção de direitos básicos, como o acesso a créditos e a programas sociais”, divulgaram os procuradores do MPF. O INCRA foi acusado de incentivar o desmatamento na Amazônia recentemente. Alguns trabalhos de pesquisadores definem taxas de desmatamento na ordem de 20% nos assentamentos. Por razões óbvias: ou os assentados ficaram isolados, sem ter o que produzir, a não ser vender a madeira de valor, ou eram pressionados por piratas ou incentivados por funcionários corruptos. Nenhuma alternativa facilita a implantação de um programa de reforma agrária numa região complexa como a Amazônia. Sem contar que os líderes que se manifestam contra os piratas acabam assassinados.(Fonte: Carta Maior)

Abrir os ouvidos para escutar os gritos de socorro de tantos necessitados, e soltar a língua para anunciar a esperança e denunciar as violações de todo tipo! (Mc. 7,31-37)

 Vivemos, hoje, na nossa sociedade, um paradoxo de proporções inéditas. Possuímos numerosos e variados meios de comunicação, mas não dialogamos. Nunca tivemos acesso a tantas e plurais informações, de todo tipo, mas somos surdos perante as tragédias e as esperanças que são divulgadas. Mais que isso: alguns meios de comunicação parecem até projetados para que não haja o encontro físico e afetivo com o outro. Conversamos, de forma virtual, sem nos ver, sem nos olhar, e sem nos tocar. Dessa forma não agüentamos o olhar severo ou compassivo do outro. Isso nos incomoda, sempre. Para dizer algo a alguém mandamos recado ou enviamos mensagem pelo watt’s app! É a idiotização das relações humanas. Tornamo-nos os novos surdos-mudos da modernidade.
Jesus no evangelho hodierno não opera um milagre individual na vida de uma pessoa que tinha um importante sentido profundamente prejudicado. Evidente que havia também pessoas materialmente necessitadas de ter seus ouvidos abertos e a sua língua solta para poder se comunicar! Contudo, a real intenção do evangelista Marcos é a de se dirigir a todas aquelas pessoas e comunidades que não podiam ou não queriam se colocar à escuta da palavra e da mensagem de Jesus. E ao serem impossibilitadas de ouvir-escutar não conseguem ou não querem anunciá-la e proclamá-la. Certamente não existe só uma forma para se comunicar, a forma falada, mas esta assume um papel central quando nos omitimos ou nos acovardamos diante dos abusos que vemos no dia a dia. Não condenar uma violação, não denunciar uma arbitrariedade, e não corrigir um irmão para que cresça na fé e em humanidade é agir como um ‘mudo’ moral! Precisamos que alguém nos ajude a abrir e a reeducar os nossos ouvidos tampados pelo medo e pelo comodismo. Ou fechados porque voltamos nossas atenções a tantas coisas sem valor e que nos impedem ouvir os gritos ensurdecedores de socorro de inúmeras pessoas.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Desmatamento na Amazônia em 2014-2015 aumenta em 69% em relação ao ano anterior!

Seguindo a publicação dos dados do SAD do IMAZON, divulgados na última quinta feira, o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE) liberou hoje os dados de seu Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real – DETER e os números não são nada animadores: o corte raso (3260 Km2) e a degradação florestal (1708,5 Km2), somados aos alertas não confirmados, totalizam uma destruição de 5.121,92 Km2. Estes são os maiores índices dos últimos seis anos, invertendo a tendência de queda que vinha sendo apontada pelo sistema.“Sabemos que os sistemas de alertas não representam o total de desmatamento e nem são eficazes para pegar pequenos desmatamentos com menos de 25 hectares e é exatamente isso que preocupa, pois com este aumento de alertas podemos esperar também um crescimento na taxa anual medida pelo Prodes*”, afirma Rômulo Batista, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.Os alertas de desmatamento e degradação acumulados de agosto de 2014 à julho de 2015 superaram em 69% os índices registrados no período anterior, de agosto de 2013 a julho de 2014.(Fonte: Amazônia)

Ontem, em Brasília, velório simbólico das vítimas indígenas cujos mandantes estão nos 'três poderes'


Ontem foi um dia de forte manifestação simbólica em Brasília com velório nos três poderes e terminando com uma celebração ecumênica na catedral de Brasilia, com a participação indígena e seus aliados. Também no final do dia veio a informação de que a votação do relatório da comissão especial da PEC 215 estava agendada para hoje. Ao mesmo tempo na Assembléia legislativa do Mato Grosso do Sul haviam sido coletadas assinaturas de parlamentares para instauração de uma CPI do Cimi. O ruralismo tem pressa no seu avanço sobre os direitos dos povos indígenas e da Mãe Terra. Repete-se a mesma estratégia de 1987, quando, por ocasião da Constituinte se instituiu no parlamento brasileiro a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) com o intuito de impedir a conquista dos direitos indígenas na Constituição. O mecanismo que as mineradoras, políticos, setores militares, madeireiras, latifundiários utilizaram foi exatamente o mesmo: atacar os direitos indígenas atacando seus aliados, particularmente o Cimi. Depois da caminhada com o caixão e muita indignação pelo espaço dos poderes, chegaram à rampa do Congresso. De pressa as forças de segurança impediram a continuidade da caminhada. “Nós apenas queremos colocar aqui, diante dessa casa onde se encontram cúmplices do assassinato de nossa liderança Simeão Kaiowá Guarani de Nhanderu Marangatu, do Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai. Que venham os parlamentares envolvidos nesse assassinato. Vejam no caixão nosso irmão assassinado...”, desabafou uma das lideranças desse povo, em meio a rituais para espantar os maus espíritos.   
 
O caixão contendo o nome de vários inimigos dos índios no Mato Grosso do Sul, foi abandonado na rampa da casa do povo, causando um constrangimento na segurança que não sabendo como proceder, veio pedir aos índios para retirarem o caixão. Ao que prontamente veio a resposta: “O caixão é de vocês. Ali estão assassinos dos povos indígenas”. Um dos momentos fortes do velório de Simeão Kaiowá Guarani foi diante do Supremo Tribunal Federal. Ali foram feitas falas indignadas pela omissão e inércia do Poder Judiciário, que é ágil contra os índios e moroso quando se trata da garantia dos direitos indígenas. Foi lembrado que fazem dez anos que ali se encontra uma de ação que suspendeu a homologação de 9.300 hectares (dos quais os índios estão confinados em apenas 126 hectares). Houve a promessa de retomada do julgamento desta ação, com a máxima agilidade. As lideranças da área estiveram inúmeras vezes no STF e obtiveram do então relator da ação, ministro Cezar Peluzo, a promessa de que já estava com seu relatório pronto e que agilizaria a decisão. Até hoje nada. A relatoria está atualmente com o ministro Gilmar Mendes! A caminhada do velório iniciou em frente à Catedral, com uma primeira parada no Ministério da Agricultura, de Kátia Abreu, inimiga ferrenha contra os direitos indígenas e pela expansão do agronegócio, numa onda de destruição ambiental, sem precedentes na história desse país. E foi na Catedral de Brasília que às 20 horas se encerrou a manifestação contra a violência, os assassinatos dos irmãos índios, com um culto ecumênico articulado pelo Conselho Mundial de Igrejas. (Fonte: IHU)

"A tortura no Brasil é política de estado"

Município Dias D'Ávila, Bahia, 14 de junho de 2015. Um morador de 62 anos tem sua casa invadida por quatro policiais, durante a madrugada, e é torturado por mais de uma hora e meia. A tortura é dolorosa: socos que deixaram feridas nos ombros, mandíbula, joelhos e uma perfuração no ânus causada por um cabo de vassoura. A sessão de violência foi motivada pela suspeita de que o idoso, que não possui antecedentes criminais, seria um narcotraficante. Os policiais, porém, não visavam sua prisão: queriam dinheiro. A história descrita é representativa da forma de agir da polícia brasileira, segundo Marcelo Barros Correia, delegado em Fernando de Noronha (PE) e doutor pela Universidade de Salamanca, na Espanha. Autor do livro Polícia e tortura no Brasil, Correia entrevistou policiais de todo o País para sua pesquisa e afirma que a tortura é um método amplamente utilizado pela polícia brasileira, embora seja proibida pela Constituição. Segundo ele, muitos policiais começam a torturar amparados por uma moralidade socialmente aceita de que a tortura é legítima para resolver crimes. No entanto, na prática, "a tortura é usada para fins pessoais como na resolução de crimes patrimoniais que oferecem recompensas e ascensão profissional ao policial". Para ele, a tortura atual não é fruto da ditadura militar, mas de uma ideia de opressão aos grupos menos organizados da sociedade que remonta ao período colonial. (Fonte: Carta Capital)