sábado, 27 de setembro de 2014

26º Domingo – Não quem diz 'sim' a Deus, e não faz, mas aquele que faz concretamente é o predileto de Deus!

‘Chega de lero-lero, quero te ver fazer, realizar, passar aos fatos!’ Quem de nós já não se expressou dessa forma ao constatar que muitas pessoas, - inclusive, nós mesmos, - falamaos, falamos, mas temos dificuldade de passar aos fatos e realizar aquilo que ‘falamos’? Pois bem, Jesus constata a mesma coisa naqueles fariseus que estufam o peito e se auto-proclamam pessoas de bem, fiéis e obedientes aos mandamentos e preceitos, mas na prática, não vivem o amor verdadeiro, e tampouco a coerência de vida. A parábola de hoje é mais uma resposta polêmica de Jesus àqueles fariseus que o acusavam de se dar bem e ser misericordioso com os pecadores, e duro, para com eles que se achavam os ‘filhos prediletos e obedientes’! Analisemos brevemente a parábola.

1. São apresentados dois filhos, embora, para Israel, Deus sempre tenha considerado como único filho ele mesmo, Israel (Ex. 4,22). Aos poucos, porém, vamos entendendo quem é esse segundo segundo filho de que Jesus fala: são os pagãos, os publicanos, os rejeitados por Israel!
2. A parábola é um ataque de Jesus à arrogância de Israel, às suas falsas seguranças, à ideia de achar que só ele era o povo eleito, o único escolhido e merecedor do amor do Pai.
3. Jesus deixa claro que pelo fato de Israel achar que estava obedecendo às normas e leis criadas pelas suas elites não significava que ele estava ‘fazendo a vontade de Deus’. Israel havia fechado várias alianças e construído um arcabouço legal e religioso muito sofisticado, mas não era isso que Deus queria. Ele não se deixava seduzir por isso.
4. Já os pagãos e os pecadores, impuros (segundo Israel), e que inicialmente não haviam fechado nenhuma aliança com Deus, nem freqüentavam os templos e nem obedeciam às normas, - ou seja, haviam dito não a Deus,  -  num segundo momento, pensaram melhor, acolheram a proposta de Jesus e aceitaram fazer a vontade do Pai. Isso nos remete a outro versículo evangélico: ‘Não quem diz Senhor, Senhor, entrará no Reino de Deus, mas quem faz a vontade do Pai’. 
5. Bom mesmo seria dizer sempre ‘sim’ e agir de conseqüência, de forma coerente. No nosso cotidiano, porém, agimos de forma contraditória. Às vezes somos o primeiro filho, às vezes o segundo, raras vezes o...‘terceiro filho’, aquele que diz e faz mesmo, simultaneamente.
6. Essa visão de Jesus que se choca com idéia predominante em Israel nos questiona profundamente como igreja. Afinal, todos nós temos dificuldade de acolher e valorizar o testemunho de pessoas que nunca pisam na igreja, ou que até são agnósticos, ou não tem igreja alguma, mas que praticam verdadeiros gestos de caridade. São pessoas que lutam por justiça e direitos, que sabem se solidarizar com os pequenos e respeitam todas as pessoas. Esses são o ‘segundo filho’ amado e abençoado por Deus! Que todos nós possamos ser o ‘terceiro’, aquele que diz e faz!


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Bom dia Brasil, Globo e corrupção.....

Como deixar de comentar a entrevista da Dilma hoje pela manhã no Bom dia Brasil? Impossível. Aqui vão algumas observações. Os entrevistadores: a chata e petulante Miriam Leitão, e o constrangido Chico Pinheiro, principalmente, constituíram um time coeso para ‘atacar’ e interromper, o tempo todo, as tentativas bem-sucedidas, diga-se de passagem, da presidente, de expor e motivar suas afirmações e dados. Faziam perguntas, mas após o início da fala da presidente intervinham com outras e, às vezes, os três simultaneamente. Numericamente eram 3 contra 1! Ridículo e injusto! Quanto às perguntas, foram as de sempre, as óbvias: escândalos na Petrobrás e os supostos proclamas anti-Marina que seria acusada pela presidente de iniciar um desmantelo de programas federais bem sucedidos. Ora, quando você pergunta a um presidente e a qualquer responsável último de qualquer setor: ‘ Como é possível que você, chefe, não sabia desse fulano corrupto...’? você está dizendo que se sabia e não mandou investigar e encontrar provas efetivas, você chefe, é cúmplice e, logo, você também deve ser investigado e punido. E se você não sabia, mas emergiu o caso de corrupção, deve-se ver se imediatamente manda apurar ou oculta. A presidente afirmou que não sabia mas mandou apurar. Ninguém teve a ousadia de dizer que ela sabia, até por razões óbvias: não têm provas! Aí que está: é muito mais deletério insinuar. É o que a Globo faz! A presidente com justeza afirmou que é papel da PF, Ministério Público Federal e outros órgãos coletar provas e encaminhar à Justiça, algo que vem sendo feito nesse governo de forma sistemática. Aí vem a minha consideração: corrupção sempre teve e sempre haverá, em todas as esferas, mas são poucos aqueles que têm a coragem de ir até o fim, tornando-a pública e punindo-a. É um fato que a PF e a Procuradoria geral da República nos governos FHC eram ‘proibidos’ de investigar lá onde havia cheiro de governistas envolvidos em escândalos. Quem não lembra como era chamado o senhor Brindeiro? O engavetador geral da República! Esse diferencial, hoje, é que deveria animar o cidadão: saber que os casos de corrupção que fatalmente ocorrerão, sempre, serão investigados e apurados, custe o que custar. Trágico será quando um governo abusa de suas prerrogativas para censurar, ocultar ou pior, abençoar, como foi feito num passado não tão remoto, toda tentativa de coleta de provas. A presidente, contudo, deu amplas demonstrações de competência em todas esferas da vida pública, - quando a deixavam falar, -colocando uma séria hipoteca ao papel de comentarista econômica no lugar da Miriam, caso ela não se eleja,...o que duvido!

sábado, 20 de setembro de 2014

25º Domingo - Mt. 20. 1-16 a – O senhor da vinha e os trabalhadores: a  beleza de servir sem exigir recompensas!

As parábolas utilizadas por Jesus visam suscitar espanto em seus ouvintes. Elas não seguem a lógica comum. São propositalmente paradoxais, exageradas. Dessa forma Jesus consegue captar a atenção das pessoas. Estas acabam se perguntando: ‘O que ele quer dizer com isso?’Isso faz com que as pessoas parem e se confrontem com a sua palavra que segue a lógica de Deus e não a dos homens. A parábola de hoje é fortemente polêmica e visa ‘provocar’ a mentalidade farisaica e apresentar a ‘mentalidade’ de quem pensa e age como Deus. Analisemos brevemente:

1.  O dono da vinha precisa de trabalhadores e não quer que ninguém fique parado ou sem emprego. Por isso sai a toda hora à procura de quem estiver disponível a trabalhar. Perguntemo-nos se nas nossas comunidades há trabalhadores trabalhando ou se há muitos só assistindo outros poucos a trabalhar....
2.  O dono/empregador faz um acordo inicial de um bom salário que é aceito pelos contratados, seja pelos trabalhadores da primeira hora, bem como, - com maior razão, - pelos trabalhadores da última hora. 
3.  As reações agressivas dos trabalhadores da primeira hora ocorrem no momento do pagamento. Nele fica claro que o dono quis demonstrar a sua extrema generosidade com os da última hora dando o mesmo valor que aos trabalhadores da primeira hora de forma pública, para todos verem. Evidentemente, os da primeira hora, mesmo que tivessem aceitado o acordo inicial, acham injusto o pagamento, e reagem.
4.  O que Jesus quer combater, nessa parábola, é a ‘teologia dos merecimentos’ dos fariseus, principalmente. Estes consideram Deus um juiz que dá de acordo com os méritos de cada um. Os fariseus achavam que por eles freqüentarem a sinagoga, obedecer aos preceitos, pagar o dízimo, etc. iriam obter mais benevolência, proteção e mais favores por parte de Deus do que os outros que não faziam nada disso, ou que haviam começado a fazer isso somente na última hora.
5.  Jesus mostra com suas palavras e gestos que o Deus dos fariseus não é o Deus em que Ele acredita. O Deus dele é o Deus da generosidade e da misericórdia sem limites, que vai contra a lógica, e a idéia de justiça distributiva (dar a cada um o seu!). A justiça do Deus de Jesus é a ‘equidade’, ou seja, dar MAIS A QUEM PRECISA MAIS! E isso, independentemente de seus méritos!
6.  A nossa inveja, muitas vezes, chega a ser doentia ao perceber que Deus é generoso para com os que se convertem na última hora, achando que nós ‘justos’ (quem disse que o somos?!) merecíamos muito mais do que ‘eles’ pelo fato de  termos obedecido a determinadas obrigações religiosas. Jesus nos diz que, afinal, Deus faz chover bênçãos sobre os que se consideram bons e também sobre os que não são considerados bons, sem praticar distinção.
7.  Não há recompensa final divina por ter feito isto ou aquilo (obrigações, preceitos, proibições, etc.), mas só a alegria e o bem-estar interior por ter sido fiel a Deus. Quem começou cedo a ser fiel terá aproveitado muito mais do que aquele que entendeu essa alegria de ser fiel somente na última hora! O fato de ter usufruído dessa alegria e paz, sem segundos fins e interesses, não é, por acaso, um excelente salário? 
8.  Olhando para as nossas comunidades não podemos esperar que quem começou a animar, coordenar e servir uma comunidade exija mais privilégios ou reconhecimentos que os demais. Pior ainda, que se senta ‘dono’ da ‘vinha/comunidade’ porque foi ele ou ela que a fundou, que a zelou, que a reformou, etc.... Daí a necessidade de ‘pensar conforme Deus’ cujo pensamento é muito diferente do nosso.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Carros, os ídolos que viciam!

Continuar a ampliar a presença de automóveis no globo é um ato de enorme imprudência. Já passou da hora de recolocarmos as pessoas e o convívio humano como foco central do planejamento urbano e recuperar a qualidade de vida que o número excessivo de carros tirou de nós. Estilo de vida, sentimentos e status social estão ligados a ter ou não um automóvel. Confunde-se, não raro, a qualidade do objeto com seu proprietário. Reformam-se cidades para servir a esses pequenos tiranos, perdendo em tranquilidade, ar puro e convívio humano. O apego aos carros tornou-se tão intenso que, mesmo estando o planeta mergulhado numa grave crise ambiental, em grande parte causada pelo seu uso, ainda há muita resistência em abrir mão desse conforto. Pelo contrário, ele continua sendo o sonho de consumo de muitos. Como resolver esse quadro? 
No plano individual, pegar num volante traz uma agradável sensação de liberdade. Ter um automóvel à disposição dá mais autonomia no ir-e-vir e agilidade para compromissos, encontros, trabalho, diversão etc. No entanto, isola seu condutor de um contato mais estreito com as ruas que percorre e as pessoas pelas quais passa, e, não raro, leva-o a mergulhar numa pressa sem propósito. Pressa que se traduz em competição, na qual se dão fechadas, disputam-se centímetros de espaço e se acelera em ultrapassagens sem razão, só para ficar parado num semáforo metros adiante.No plano coletivo, essa situação multiplicada por milhões de veículos pelas ruas ou estradas causa um stress constante, não só para as pessoas, mas também para os locais cortados por rodovias ou grandes avenidas. E afeta ainda quem mora em torno das áreas de muito tráfego ou viaja nos ônibus – que também participam dessa disputa e cooperam para congestionamentos que em muitas localidades não estão mais restritos aos horários de pico. Afeta, sobretudo, o clima na Terra. É, portanto, um cenário que pede mudanças urgentes.(Fonte: IHU)
Comentário do blogueiro - Se depender dos presidenciáveis a saúde da economia é medida também pela compra-venda de carros. Sinal de economia sadia é poder afirmar que os cidadãos estão a comprar sempre mais carros e sempre mais sofisticados, mesmo que isso signifique colapso urbano, estresse e poluição incontrolável. Algo que ninguém consegue equacionar até o momento, a não ser se curvar às necessidades desse exército de 'motoristas' individualistas...(haja vista que um carro serve uma pessoa somente, na maioria das vezes!!!) Na nossa São Luis, os carros crescem 'pari passu' com a inademplência, a sede de possuir o ídolo e a idiotice de achar que agora sim, está plenamente emancipado em sua cidadania....

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Francisco - Papa diz aos 120 novos bispos que não devem sacrificar sua liberdade circundando-se de cortes e cortejos de consensos!

O papa Francisco pregou uma missa para 120 novos bispos nomeados por ele durante 2014 e disse que não quer sacerdotes "desligados ou pessimistas", que fiquem "apoiados apenas em si mesmo ou rendidos à escuridão do mundo ou ainda que desistiram de sua missão". "A vocação de vocês não é serem guardiões de uma massa falida, mas serem protetores do Evangelho", afirmou o Pontífice."Por favor, não caiam na tentação de sacrificar sua liberdade circundando-se de cortes, cortejos ou coros de consenso porque no trabalho de um bispo da Igreja o mundo tem o direito de encontrar sempre o Evangelho que os libertará", destacou Francisco.Ele ainda ressaltou que os religiosos devem ser "apaixonados pela verdade" e que "não desperdicem energia para brigas e desentendimentos, mas para construir e amar". "Receber, acolher e amar. Gostaria que vocês, não pela quantidade de meios eletrônicos de comunicação que tem, oferecessem espaços para acolher as pessoas e suas necessidades concretas, dando a eles interesse e o grande ensinamento da Igreja - não um catálogo de arrependimentos", disse o líder da dos católicos. Jorge Bergoglio finalizou seu forte discurso pedindo para que os novos bispos "não se deixem iludir pela tentação de que mudarão o povo". Ele pediu que eles "amem as pessoas mesmo cometendo grandes pecados" sem que fiquem cansados da missão. Francisco afirmou que os bispos devem "pedir perdão ao Senhor e recomeçar, mesmo que o preço seja ver canceladas tantas falsas imagens do voto divino ou das fantasias que vocês alimentaram para criar sua comunhão com Deus" (Fonte: JB)

Crentes e gay correm atrás de assinaturas dos presidenciáveis....como se o escrito valesse algo!!!!

De um lado, a Associação Brasileira de lésbicas, Gays, Bissexuais  Travestis e Transexuais (ABGLT), maior organização do País, com 308 entidades filiadas. De outro, a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), a maior denominação evangélica do País, que lida com milhões de fiéis. Em comum, um objetivo: obter, por escrito, compromissos de candidatos à Presidência da República. A associação quer apoio às causas do movimento, como a aprovação de uma lei sobre o casamento igualitário e a criminalização da homofobia. Já a convenção busca uma afirmação com os compromissos da igreja, entre os quais a oposição clara às duas reivindicações dos gays. O debate sobre os direitos dos homossexuais foi introduzido na campanha eleitoral após a polêmica sobre o programa de governo de Marina Silva. A candidata do PSB chegou a divulgar uma versão que incluía a defesa de reivindicações históricas da causa gay. Depois, divulgou uma errata excluindo essa defesa. A presidente Dilma Rousseff aproveitou e passou a se declarar a favor da aprovação de uma lei sobre criminalização da homofobia - algo que seu governo não se empenhou em aprovar durante seus quase quatro anos de gestão.(Fonte: O Estado de São paulo) 


Pelo menos metade dos produtos dos supermercados são originários de desmatamento ilegal

Pelo menos metade do desmatamento mundial é ilegal e está vinculado à agricultura comercial, sobretudo para abastecer os mercados estrangeiros, afirma um novo estudo. Na última década, a maior parte do desmatamento ilegal de florestas do mundo se deveu pela demanda estrangeira por artigos básicos como papel, carne bovina, soja e óleo de palma. Entretanto, os governos dos principais mercados, como Estados Unidos, e União Europeia (UE), não tomaram quase nenhuma medida para desestimular o consumo desses produtos. Em geral, 40% do óleo de palma e 14% da carne bovina comercializados no mundo procedem de terras desmatadas ilegalmente, afirma o estudo. O mesmo ocorre com 20% da soja e um terço da madeira tropical utilizada para fabricar produtos de papel. Enquanto isso, exporta-se cerca de 75% da soja brasileira e do óleo de palma indonésio. Essa tendência está aumentando em Papua Nova Guiné e na República Democrática do Congo. (Fonte: IHU)

Para cada 4 pessoas mortas pela polícia no Brasil um policial é morto.

Um levantamento feito pela BBC Brasil com os governos estaduais mostrou que um policial foi assassinado para aproximadamente cada quatro cidadãos mortos pela polícia no Brasil em 2013. No ano passado, ocorreram ao menos 1.259 homicídios cometidos por policiais e 316 baixas nos quadros das policias civil e militar em 22 Estados que forneceram dados a pedido da BBC Brasil. Os dados apontam tanto para uma alta letalidade das ações da polícia como para o grande nível de risco ao qual os agentes da lei estão expostos no país, segundo analistas.(Fonte IHU)

sábado, 13 de setembro de 2014

Solenidade da exaltação da cruz - No crucificado contemplar os crucificados de hoje para libertá-los do poder da crueldade e da brutalidade humana (Jo. 3,13-17)

Um grupo de índios Ka’apor da terra Alto Turiaçu, no final dos anos 80, me visitaram na cidade de Santa Luzia, num domingo à noite. Chegaram na hora da missa dominical. Deixaram suas trouxas no salão e se aproximaram das janelas da igreja. Assistiram, talvez pela primeira vez, a uma missa. Tagarelavam o tempo todo, e seguravam a duras penas a evidente vontade de sorrir. No final de tudo fui até eles, cumprimentei-os e perguntei o que era toda aquela vontade de conversar e sorrir. Um deles, bem sério, perguntou ‘quem é aquele homem quase nu que tem pregos nas mãos e nos pés e que parece morto’? ‘Jesus’, - respondi, e sumariamente ofereci outros detalhes da vida dele, sem deixar de dizer para eles que depois daquela morte na cruz ele voltou a viver. Ele retrucou, então, - ‘E por que não o não apresentam vivo, então? Você não acha que é mau gosto manter numa casa grande como essa, cheia de gente, um homem morto sabendo que ele está vivo? Afinal, também Ma’ira (herói cultural dos Tupi) morria e voltava a viver, e nós, porém, o lembramos vivo, mesmo que não saibamos mais onde mora, agora!’Jesus crucificado continua sendo também para os Ka’apor do Maranhão um escândalo. Talvez, também para eles, a representação de um vencedor ou de um herói que tenha superado com força e glória os poderes da maldade e da brutalidade fosse muito menos traumático que a exibição pública de um ‘morto brutalizado’ na cruz! 

A festa da exaltação da cruz não quer enaltecer um tipo de condenação à morte, a crucificação, nem que seja a de Cristo. Ela quer que os numerosos crucificados de hoje não se sintam abandonados quando fazem a experiência da angústia, da dor e do abandono. Ao olhar para o Crucificado deveriam perceber que a cruz faz parte da vida dos humanos, como o foi para o ‘divino humano’ Jesus, filho de Deus. Não é nem maldição e nem escândalo. É algo real, e tristemente corriqueiro. Real e corriqueiro como o é a brutalidade de quantos continuam a matar, dominar, trucidar, crucificar.  Algo do qual não podemos fugir, esconder ou maquiar. A cruz e, afinal, algo iniludível.  Contemplar o crucificado é contemplar e encarar com firmeza também o poder da crueldade humana na vida de tantas pessoas, mas para nos imobilizar. Ao contrário, para que seja força para combater tantos ‘crucificadores’. Inspiração para nos colocar ao lado dos crucificados da nossa sociedade. Ousadia para extrair todos os dias todos os pregos que mantêm no cativeiro da humilhação e da morte homens e mulheres da nossa humanidade. E, principalmente, fé absoluta de que a cruz não representa o ponto final dos humanos. Mas que ela pode ser vencida e destruída, e cabe a nós fazer isto. Colocar representações de ‘vencedores imaginários ou míticos’ nos lugares públicos e nas nossas igrejas nem sempre nos ajudam a assumir a responsabilidade de libertar tantos irmãos e irmãs da condenação à morte que está sendo decretada e executada todos dias nas nossas cidades! 

Mês da bíblia – 2º - A Política do ‘Pastor Deus’: reunir, proteger e servir as ovelhas!

 - Todos nós sabemos que o nosso país é o que mais gasta nas campanhas políticas. Os salários dos deputados, senadores e governadores são escandalosos. Todos nós cansamos de ouvir notícias que dão conta de escândalos de corrupção e desvio de dinheiro público envolvendo os profissionais de política e seus protegidos. Muitos de nós somos tentados em desistir de denunciar e lutar, e em não querer mais reagir diante de tamanha desgraça. Até as mobilizações de rua às vezes conseguem alguns poucos efeitos positivos imediatos, mas assim que passam, tudo volta como antes.- Os bispos do Brasil em sua reflexão sobre as eleições nos dizem que apesar de toda a desconfiança na ‘política’ há ainda espaço para a esperança. Eles nos convidam a não apostar somente nas eleições, mas a acompanhar tudo o que tem a ver com os nossos direitos no nosso dia a dia. Os direitos, por exemplo, à saúde: para o fim das filas nas marcações de consultas, remédios a preços populares, assistência domiciliar, ambulâncias, etc.; os direitos à educação: para um ensino público de qualidade, direito às aulas para todos os alunos, prédios escolares decentes, etc.; os direitos ao transporte: para ter mais ônibus nas ruas, ter faixas preferenciais para eles, preços populares, segurança nos ônibus, etc. e assim por diante. Sem falar na segurança, no emprego com salário digno e assim por diante. Tudo isso faz parte da nossa dimensão política com ‘P’ maiúsculo, ou seja, da nossa tentativa de construir o ‘Reinado de Deus’, de exercer a verdadeira caridade, pois é isso que Ele quer para os seus filhos e filhas. 

 Leitura de Ezequiel 34,1-11 – 

Interagindo com a palavra – Quais foram as causas da dispersão das ‘ovelhas’ de Israel na opinião do profeta Ezequiel? Você acha que continuam válidas essas causas? Por que? Que solução concreta você aponta para evitar a manipulação, a exploração e a dispersão das ovelhas aos nossos dias na nossa região?Já participou de alguma mobilização de rua para reivindicar melhorias? O que achou?

Refletindo – 
 - O profeta Ezequiel foi deportado levado desde jovem, juntamente com seus pais e outras famílias para uma terra estrangeira. Ao chegar nessa terra estranha Ezequiel começa a se perguntar por quê as famílias mais influentes de Israel foram obrigadas a sair. Começa a investigar junto aos mais velhos e descobre as verdadeiras razões da sua deportação. Descobre que não foi vontade e nem punição divina, mas que a situação de desgraça do seu povo foi causada unicamente pela ambição, pela degradação moral, pelo esbanjamento, pela truculência e pela falta de cuidado dos ‘pastores’ de Israel. Ou seja, dos governantes da época.  As brigas e as disputas entre eles para tirar proveito em tudo enfraqueceram a nação, e não deu outra: outro povo mais organizado e forte invadiu, dominou e dispersou um povo já todo dividido e desgarrado. Hoje muitas pessoas acham que se uma pessoa não possui o necessário para viver, ou não está vivendo como Deus quer é porque ele não presta, porque não tem iniciativa. Poucos percebem que isso ocorre porque há ‘falsos pastores-governantes e empresários’ que ‘consideram os pobres como lixo, e sobras inúteis’, como o próprio papa Francisco denuncia.

Pistoleiros sitiam a comunidade Forquilha em Benedito Leite

A Coordenação Executiva Nacional da CPT vem mais uma vez a público para denunciar que pistoleiros fortemente armados, desde o dia de ontem, 10/09,  sitiam a comunidade Forquilha, às margens do rio Parnaíba, no município de Benedito Leite, fronteira entre o Maranhão e o Piaui. Os pistoleiros retiraram o gado que pertencia às famílias. Ainda hoje os pistoleiros continuam na área.   Os moradores denunciaram o fato à polícia, que pediu a eles provas da existência de homens armados. O conflito se deve a que  o Sr. Renato Miranda Carvalho, suposto proprietário da Fazenda Campo Belo, teria arrematado em leilão judicial  a área  onde se localiza a comunidade tradicional de Forquilha, com a intenção de plantar  eucalipto. Além de manter pistoleiros na área, o latifundiário ingressou com ação de reintegração de posse contra as famílias que produzem e vivem no lugar há mais de 40 anos. Ao mesmo tempo tem pressionado de todas as formas para que os moradores abandonem a área. Casas foram derrubadas, ameaças de expulsão foram feitas e o Sr Maciel Bento dos Santos, uma das lideranças,  foi ameaçado de morte.  No dia 21 de agosto,  quando os trabalhadores  iriam participar de uma reunião na sede do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de  Benedito Leite, com a FETAEMA e  sua assessoria jurídica,  foram impedidos de sair de suas casas em razão da presença de homens armados que, em dois carros e em plena luz do dia, rondavam as casas.
Por diversas vezes, a direção do STTR de Benedito Leite e os moradores estiveram no escritório da CHESF em Teresina, objetivando a regularização fundiária da área por eles ocupada. Entretanto, até a presente data, não lograram êxito. Essa área pertence à União, que na década de 1960, desapropriou vários imóveis para  a constituição do lago artificial da represa de Boa Esperança. Ademais, a referida área se situa como terreno marginal, às margens do Rio Parnaíba, portanto, de acordo com a Constituição Federal, a área é de domínio da União, sem que haja possibilidade de qualquer ascensão possessória por particulares.Diante disto a Coordenação Executiva da CPT, exige que os pistoleiros que se encontram na área sejam desarmados e afastados definitivamente da região, e que sejam tomadas as providências devidas para que  as famílias possam viver e trabalhar em tranqüilidade. Ou as  autoridades esperam que aconteça o pior  para depois tomarem alguma providência ?(Fonte CPT)



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Marina, negra, mas pouco amadas pelos movimentos negros!

"Brasileira nata, nascida em Rio Branco - AC, no dia 08/02/1958, do sexo feminino, cor/raça preta", diz o documento do Tribunal Superior Eleitoral que oficializa a candidatura de Marina Silva à presidência. Em 2010, quando disputou o Planalto pela primeira vez, Marina disse querer ser "a primeira mulher negra, de origem pobre, presidente da República Federativa do Brasil". Quatro anos depois, ela aparece, segundo o Ibope, na liderança de intenções de voto entre eleitores brancos, mas atrás de Dilma Rousseff entre os negros e pardos.Apesar de ser a única entre os três principais candidatos a dedicar um capítulo inteiro do programa de governo à população negra, a ex-senadora não é percebida como representante dessa parcela dos eleitores.Evangélica, filha de mãe mestiça e pai negro, Marina é analisada com desconfiança por professores universitários, institutos de pesquisa, coletivos, organizações sociais e ativistas ouvidos pela BBC Brasil.
As críticas mais frequentes questionam a postura da candidata sobre temas importantes à militância negra. Liberdade para religiões de matriz africana, registro de terras para comunidades quilombolas, viabilização de políticas afirmativas, como cotas raciais, e a falta de vínculos com o movimento foram os principais pontos levantados pelos entrevistados."Ficamos muito felizes que alguém se autodeclare negro, mas em hipótese alguma Marina representa a luta dessa população", diz o professor Paulino Cardoso, presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e pesquisador da cultura afrobrasileira há 30 anos. "Somos [os negros] os mais miseráveis entre os miseráveis no Brasil", afirma Cardoso. "Será que o Estado enxuto que ela promete, de caráter neoliberal, com Banco Central independente, vai conseguir financiar nossas políticas sociais? Os negros dependem muito dessas iniciativas, elas custam mais de R$ 12 bilhões ao governo e são mal vistas pelas oligarquias", diz o professor.O comitê de Marina assegurou que a candidata responderia pessoalmente às questões enviadas sobre o tema pela BBC Brasil. Após desmarcar duas vezes o compromisso, os assessores deixaram de atender a reportagem.(Fonte: BBC)

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Mês da bíblia - 1º - Deus não quer ‘reis’ para nos dominar, mas um povo unido que sabe se respeitar, colaborar e cuidar um do outro.

Muitas pessoas só ao ouvir falar na palavra política torcem o nariz e, às vezes, se irritam. A política institucional, de fato, aquela que se dá nos palácios, nas assembléias e câmaras parece ser uma fábrica de corrupção e de escândalos. Muitas pessoas decepcionadas com a atuação dos políticos que elas ajudaram a se eleger não querem nem saber de conversar sobre isso e até de votar. Em parte faz sentido. Hoje, o nível de rejeição popular dos próprios políticos profissionais é muito grande no nosso País. O cidadão comum não acredita mais que um deputado ou vereador ao se eleger atue de forma coerente e séria. A desconfiança na política institucional é muito grande. Em que pese tudo isso não podemos deixar de participar e fiscalizar, pois é isso que os políticos não querem. Nós, hoje, não queremos falar sobre a política com ‘p’ minúsculo, - embora ela precise ser transformada radicalmente - e nem falaremos sobre os políticos que sabemos como agem, na maioria das vezes. Queremos descobrir, isso sim, qual era no início da formação do povo de Deus o projeto político que Deus tinha para o seu povo. Queremos ver se ele continua válido para nós, hoje.  Queremos debater a ‘Política’ com ‘P’ maiúsculo, a que tem a ver com valores éticos e direitos.

Leitura de I Samuel 8, 1-20 – 

Interagindo com a palavra: 1. O texto descreve o início da monarquia (poder de um só) em Israel, o regime em que o rei governa quase sozinho sem se importar com o seu povo. Você acha que hoje a realidade mudou muito nessa dimensão? Em que? 2. Em sua opinião, o que significa para nós, hoje, ter ‘Deus como rei’? 3. Conhece algum exemplo de pessoas ou grupos que se interessam pelas melhorias sociais e econômicas das pessoas sem exigir nada em troca? 

RefletindoNo início da história de Israel, o País era formado por várias tribos e clãs, ou seja, grandes famílias. Muitas eram nômades e viviam sempre à procura de novos territórios. Quem administrava eram os anciãos. Vez por outra, a segunda das circunstâncias, essas tribos se uniam entre si. Faziam alianças não somente para casar suas filhas e filhos, mas também para se defender de outras tribos invasoras mais poderosas e numerosas. Elas não conheciam e nem queriam um sistema político em que um só cidadão escolhido entre todos fosse o único governante. 

As tribos tinham grandes conselhos. Só diante da ameaça de um ataque escolhiam o cidadão que mostrasse habilidade na arte da guerra, mas só nessa circunstância. Na bíblia essas pessoas são chamadas de juízes. Fora isso, cada tribo se organizava como melhor lhe convinha. Quase todas elas tinham a consciência de que se tivessem coerência e fidelidade ao Deus libertador, e obedecendo aos seus mandamentos, nunca iriam ser derrotadas, e jamais se dispersariam. Deus era para elas o seu único rei. Para elas colocar um homem para ser rei significaria se igualar a Deus, e reconhecer que Deus não tinha mais poder de protegê-las. No texto bíblico fica claro que a corrupção, a ambição, os desmandos e a necessidade de defender o 'gado' (isso mesmo!) das principais famílias já estavam entrando na vida das grandes famílias e a solução encontrada foi a...monarquia, forma absolutista de governar..  

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

No Brasil ocorre um suicídio a cada hora!

Esta quarta-feira, 10 de setembro, é marcada mundialmente pela prevenção ao suicídio para alertar a sociedade sobre um problema de saúde pública, que representa a maior causa de morte prematura evitável. Importante fazer o ponto da questão, inclusive porque o Brasil tem registrado números impressionantes, sobretudo entre os jovens, com uma média de 1 suicídio por hora. Especialistas afirmam que é um crescimento maior que o da população brasileira, dos próprios homicídios e acidentes de trânsito no país. 

Quatro líderes indígenas Ashaninka são assassinados por madeireiros e narcotraficantes na fronteira com o Brasil

Quatro líderes indígenas da Comunidade Nativa Alto Tamaya–Saweto, no Peru, foram assassinados a balas na segunda-feira (1) quando se deslocavam dentro da floresta com destino a aldeia Apiwtxa, no Brasil, na fronteira dos dois países. Comunicada das mortes neste domingo (7), a presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Augusta Assirati, prometeu “tentar acionar” a Polícia Federal em Brasília. Os indígenas Edwin Chota Valera, Jorge Ríos Pérez, Leoncio Quinticima Melendez e Francisco Pinedo, da etnia ashaninka, participariam de uma reunião com as lideranças brasileiras da mesma etnia sobre estratégias de continuidade de ações de vigilância e fiscalização da fronteiriça, para impedir a ação de narcotraficantes e de madeireiras, que exploram ilegalmente a região. O líder indígena peruano Robert Guimarães Vásquez relatou que as vítimas foram assassinadas diante de vizinhos da comunidade de Saweto, na região de Ucayali, cuja capital é Pucalpa, como vingança de madeireiros cujas atividades ilegais foram denunciadas às autoridades pelos ashaninka. - Os delinquentes agarraram as vítimas, as amarraram e balearam no campo desportivo – contou Vásquez. Além de participar do movimento contra madeireiros e narcotraficantes que estão instalados na fronteira, os índios lutavam para demarcar sua terra no Rio Tamya, no Peru. Eles integravam um grupo de trabalho transfronteiriço, compostos por organizações indigenistas, ambientalistas e indígenas, pela proteção dos povos indígenas contactados e sem contatos na fronteira do Acre. (Fonte: Blog da Amazônia)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Entenda a história do delator da Petrobrás, sua relação com o finado governador e as investigações do governo federal. O dono do aviãozinho é só um detalhe!

Em 2008, Eduardo Campos e Paulo Roberto Costa assinaram, com direito a ampla cobertura da mídia, um acordo pelo qual a Petrobras anteciparia ao Governo de Pernambuco, R$ 475 milhões para obras de ampliação e aprofundamento de Suape, como antecipação das tarifas portuárias  que teria de pagar pelo uso futuro de suas instalações. Nada de errado nisso, faz parte do processo federativo delegar obras e prover recursos. Só que isso colocava diretamente sob o controle do Governo estadual as licitações, contratações e pagamentos, cabendo à Petrobras, simplesmente, repassar recursos à media em que o projeto avançasse, no que, em administração pública, chamamos de “cronograma físico-financeiro”. Mas a coisa, em Pernambuco, não andou. E só em 2011, com a interveniência da Secretaria Especial de Portos do Governo Federal – comandada, aliás, pelo PSB – foi dada a ordem de serviço para o início das obras de dragagem, festejada pelos socialistas. Elas foram licitadas  e contratadas com base apenas no projeto básico e tiveram um reajuste  de R$ 62 milhões no preço, de R$ 275 milhões para R$ 337 milhões. Em maio de 2013, a obra de dragagem  – ganha pela holandesa Van Oord – foi interrompida por falta de pagamento. A Secretaria de Portos da Presidência (SEP)  parou na metade o repasse de verbas, porque rejeitou as prestações de contas apresentadas pela administração do porto, ligada ao governo estadual.Além disso, como narrou, na época, o Estadão, “a SEP diz que os custos de mobilização e desmobilização da obra em Suape são muito superiores aos praticados em 14 portos brasileiros. O valor orçado é quase o dobro do maior preço pago em outras unidades. Gestores do porto alegam que os equipamentos usados ali são diferenciados, o que eleva os preços.O Governo Dilma não recuou diante das pressões de Campos pela liberação e é o próprio jornal paulista quem diz que o episódio Suape “ foi causa de embate entre Dilma e Campos”.E o processo avançou para o inquérito aberto pela CGU, órgão diretamente subordinado à Presidência, com base naquele antigo documento, de 2008, ” assinado pelo então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, hoje preso no Paraná por conta de supostos desvios de recursos públicos empregados na refinaria de Abreu e Lima; o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República; e o presidente do Porto de Suape na época, Fernando Bezerra Coelho, ex-ministro de Integração Nacional no governo da presidente Dilma Rousseff, aliado de Campos e candidato ao Senado por Pernambuco”.Fernando Bezarra Coelho, aliás, tem irmão, cunhada e filho na lista do doleiro Albetyo Youseff.Todas as informações elencadas aqui são públicas e publicadas antes do acidente fatal de Eduardo Campos, que podia se defender delas.Restringem-se a fatos e processos administrativos e não contêm, como reclama Marina, qualquer “ilação”.Mas provam, de maneira inequívoca e factual como o Governo Dilma, há mais de um ano, investigava a regularidade dos negócios de Paulo Roberto Costa e, especificamente, aqueles em que teve entendimentos com o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos. (Fonte Conversa Afiada do Amorim)
Comentário do blogueiro - Há de se supor que algo parecido deve ter ocorrido com o governo do Maranhão, estado em que a Petrobrás deveria ter iniciado a construir a refinaria PREMIUM. 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

VALE - A mesquinhez arcaica da mineradora internacional VALE

Mais uma vez populações atingidas pelos problemas causados pela Estrada de Ferro Carajás (EFC), na cidade de Marabá, sudeste do Pará, se revoltam contra o descaso da empresa Vale S.A e do poder público local. São moradores de cinco bairros atingidos diretamente: Araguaia, Alzira Mutran, Km 07, Nossa Senhora Aparecida e São Félix. No dia 23 moradores do bairro Araguaia ocuparam ferrovia as proximidades da passagem que liga os bairros Alzira Mutran e Araguaia. Veja a pauta exigida pelo Coletivo de Famílias Moradoras do Bairro Alzira Mutran e Km 07 Atingidas pela Vale:

1. A Vale impôs que a negociação será residência por residência, ou seja, a empresa avalia o valor da residência da família, e a família procura uma residência para ser comprada pela empresa até o valor de que foi avaliada a sua. Caso a residência encontrada pela família seja de valor inferior ao valor que foi avaliada a sua, a empresa não repassará para a família o valor restante. Nós não aceitamos e queremos o restante, para cobrir outras despesas, como compra de móveis e eletrodomésticos.
2. Nós plantamos verdadeiros sítios com diversas fruteiras em nossos quintais ou na frente de nossas casas e a empresa não reconhece como benfeitorias a serem indenizadas. 
3. Exigimos indenização pelo custo social: por seis anos sendo monitoradas pela empresa sem poder fazer melhoria em nossos imóveis; 
4. Exigimos a reparação de todos os prejuízos causados para as famílias durante os anos de operação da ferrovia.
 5. Exigimos reparação dos danos para as famílias que irão continuar morando no bairro com asfaltamento das ruas e implantação de rede de água e esgoto, pelos transtornos que serão causados com a operação da ferrovia duplicada(mais de onze horas por dia de ruídos e trepidações).
6. Exigimos que seja repassados para esta comissão cópias de todos os laudos das famílias dos bairros Alzira Mutran e Km 07.
7. Que a Vale contrate corretores para procurar casas para as famílias porque não temos tempo e nem é nosso papel.
É desde o ano de 2008 que estes moradores, assim como do Km 07 e São Félix, vem sendo incomodados e humilhados pela empresa Vale, com uma conversa de remoção por dizer estarem na área de interesse da empresa para serviços de duplicação da ferrovia.
A empresa não faz a remoção mas causa incômodos permanentes para as famílias, com reuniões frequentes, diagnósticos, relatórios e promessas que não são cumpridas. Agora com os serviços de duplicação da ferrovia são barulhos e poeiras durante as 24 horas do dia, sem que a empresa tome nenhuma providencia para evitar problemas de saúde para a população.
Diante de tanta omissão e opressão as famílias resolveram se manifestar. Os trabalhos continuam paralisados até que aconteça uma reunião entre moradores e a empresa Vale, dia 02 de setembro, para tratar sobre a pauta.
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Comentário do blogueiro - Após ter iniciado a duplicação da ferrovia sem um adequado estudo dos impactos, após não ter respeitado a legislação que determina audiências públicas, após ter deixado um rasto de destruição, mal-estar, incapacidade de dialogar com os atingidos pelo projeto, a VALE comporta-se de forma mesquinha ao não atender às reivindicações mínimas de famílias que da noite para o dia tiveram que deixar tudo e correr atrás de outra terra e outra casa. Nem indenização moral e afetiva estão pedindo! Vergonha! Só aqui e na África ela se comporta desse jeito!  

Assembléia de Deus quer criar um partido próprio. Está a chegar um novo estado teocrático islâmico no Brasil?

A igreja da presidenciável Marina Silva (PSB) articula o seu próprio partido em 2015. De acordo com o coordenador do conselho político da Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB), pastor Lélis Marinho, já estão sendo coletadas assinaturas por meio de um exército formado por 40 mil pastores e 100 mil locais de culto no país. "Existe um pensamento em nos concentrarmos em um único partido, para que a nossa ação seja mais direcionada e eficaz. Como a lei eleitoral cria restrições para a migração de partido, as assinaturas para se criar uma nova sigla estão sendo providenciadas", diz. Atualmente há 22 deputados federais assembleanos e Marinho imagina que 30 serão eleitos impulsionados pelas duas candidaturas presidenciais de integrantes da Assembleia de Deus: a de Marina e a do Pastor Everaldo (PSC), que pertence a outra ramificação da confissão religiosa, o ministério de Madureira. Marinho foi um dos responsáveis por um longo perfil dos quatro principais candidatos a presidente publicado na edição deste mês no jornal "Mensageiro da Paz", órgão oficial da igreja. O artigo tem o propósito específico de orientar o voto dos fiéis e deixa claro que só há uma orientação: combater a reeleição da presidente Dilma Rousseff, chamada de "ateia desde a juventude de guerrilheira comunista". (Fonte: O Valor)

Cartinha a Marina. Sem pretensões e sem rancores!

Prezada Marina,
engraçada você: agora os seus opositores estão jogando sujo porque estariam ‘desconstruindo a sua imagem’ e porque ‘tudo eles fazem para conquistar o poder e lá permanecer’!  Nada a dizer, prezada, desde que a senhora se inclua nessa categoria de pessoas! De fato, a sua trajetória aponta para isso! Desde que saiu do PT logo se candidatou a presidente. E, inclusive, dessa vez não o fez num primeiro momento somente porque a sua ‘Rede’ não alcançou o número legal para ser reconhecida como...partido. Mas findando o prazo hábil para registrar a candidatura não ficou de fora, articulando e fazendo oposição, mas procurou um aliado de última hora e um palanque, fosse com quem fosse! Prezada, nas vezes anteriores os seus diretos opositores não a viam como uma ameaça, não a atacram, e a ignoraram. Não porque à época a senhora fosse limpa, mas porque não se constituía num perigo para as suas legítimas ou não, aspirações. As mesmas que, agora, a senhora as vê atacadas!Desconstruir os seus opositores é o que a senhora vem fazendo desde que se encontrou - espero não por desígnio divino, - a ser candidata a presidente. Pergunto-lhe: a senhora deveria atacar à direita e à esquerda com ou sem razões sem, no entanto, acatar os eventuais ataques que vêm do outro lado? As suas, por acaso, seriam  ‘críticas construtivas e cidadãs’ e as que procedem do seus opositores seriam ‘desconstrução da sua imagem’, algo torpe e anti-democrático? A senhora, convenhamos, não é nenhuma ‘santa Maria Gorete’ da política institucional, sabe muito bem como funcionam os jogos eleitorais/eleitoreiros nesse Brasil. Aguente o tranco, minha cara, e mostre o que de fato você e os seus apoiadores de direita (como apontam os institutos de pesquisa) têm a oferecer a esse Brasil. Mas seja concreta, e não seja papagaia do mais clássico lero-lero politiqueiro. 

sábado, 6 de setembro de 2014

Awá-Guajá - Após ação de desintrusão pelo exército, terra dos Awá volta a ser invadida por madeireiros!

Na terça-feira (2), um grupo de 20 pessoas invadiu a região norte da Terra Indigena Awá-Guajá, no antigo povoado de Vitória da Conquista, também no Maranhão, alvo de uma recente operação de desintrusão promovida pelo governo federal. A Funai entende que as pessoas que ocuparam a TI são antigos ocupantes que estão aguardando do Incra diálogo e assentamento para que possam saber o destino deles. A equipe que atua na proteção da TI Awá-Guajá e se limita a três servidores da Funai e quatro militares do Batalhão da Polícia Ambiental do Maranhão, o que é considerado insuficiente para monitorar e fiscalizar. A equipe interceptou, no final de julho, uma ação de 16 madeireiros que atuavam com tratores e caminhões. Eles foram apenas informados que estavam numa ação ilegal dentro de terra indígena. Segundo a Funai, os servidores estão em situação de risco e pediu apoio da PF para retirada dos invasores, cientificando que os madeireiros podem voltar. A Funai informou que encaminhou ao Ministério da Justiça um plano emergencial para atuar em defesa de índios isolados, incluindo a área onde os Ka’apor caçaram os madeireiros. Até agora a Funai não obteve nenhuma resposta do ministério sobre o plano no valor de R$ 5 milhões. A Funai possui 2,8 mil servidores e reclama que perdeu mais de 400 deles nos últimos quatro anos por motivos variados. Desde 1988 só houve um concurso em âmbito nacional, em 2010, quando foram contratados 543 servidores. A Funai informou que tem um deficit de 2 mil vagas e tem comunicado ao Ministério do Planejamento sobre a sua situação crítica.(Fonte: Blog da Amazônia)

Indígenas - Ka'por do Maranhão, após ação contra madeireiros vivem sitiados e ameaçados. FUNAI fica a olhar!

A caçada e aprisionamento de madeireiros ilegais que agiam nas matas da Terra Indígena Alto Turiaçu, próximo ao município Centro do Guilherme, no norte do Maranhão, promovida por índios da etnia Ka’apor, era previsível e expõe a inoperância do governo brasileiro em fiscalizar e defender os povos indígenas no país. Após a última operação autônoma, os indígenas foram ameaçados de morte e estão sitiados na aldeia. Na Terra Indígena Alto Turiaçu, que mede 530 mil hectares, vivem 1,9 mil indígenas e todos ainda são falantes da língua original. Os madeireiros estão aliciando indígenas, entregando cachaça, embebedando-os em algumas áreas para que delatem os nomes de lideranças e de pessoas que organizam e planejam ações em defesa e proteção do território. A situação é tensa porque existe conivência e aparato de prefeitos, pecuaristas e madeiros da região. Todos os donos de serrarias são pecuaristas ou políticos. O medo dos índios é encontrar madeireiros armados. Os madeireiros estão pressionando pela expulsão de indígenas em duas localidades, mas eles estão resistindo e dispostos a qualquer tipo de conflito. A Funai tem boicotado a ação dos indígenas em defesa de sua terra e alguns servidores foram afastados por causa do envolvimento no comércio de madeira explorada ilegalmente na área. A invasão da Terra Indígena Turiaçu de madeireiros e fazendeiros tem resultado em desmatamentos e na ocupação por famílias sem terras incentivados por grileiros e políticos locais. A região é marcada por tensão e pela escalada da violência. 
O procurador da República Alexandre Soares assinalou que as situações envolvendo conflitos entre indígenas e madeireiros em razão da exploração de madeira ilegal no interior de Terras Indígenas e de flagrantes realizados pelos próprios indígenas não constitui episódios isolados, sendo recorrentemente narradas ao MPF. Acreditamos que a ausência de respostas rápidas dos órgãos competentes para agir nessas situações, tais como presença fiscalizatória constante e responsabilização dos agentes infratores, estimulam esse tipo de ação – disse o procurador Alexandre Soares. O MPF pediu que a Funai, Ibama e PF adotassem medidas urgentes visando à proteção dos indígenas e informasse quais medidas foram adotadas. A própria Justiça Federal já reconheceu isso e condenou o Ibama, a Funai e a União a manterem postos de fiscalização para coibir a atividade ilegal de devastação no interior das Terras Indígenas Alto Turiaçu, Awá Guajá e Caru, com estrutura e pessoal necessários. (Fonte:Portal da Amazônia)

Agro-negócio uma ova! Quem nos alimenta é a agricultura dos pequenos, aqui e no planeta!

Enquanto os candidatos á presidência da República caminham em cima de ovos e se preocupam em fazer média e não desagradar as expectativas do agro-negócio 'nacional'  poucos deles sabem, ou fingem não saber, que mais de 80 por cento das explorações agrícolas em todo o mundo são de caráter familiar. A importância do seu papel na alimentação da população mundial é, por isso, inegável. A ONU declarou 2014 Ano Internacional da Agricultura Familiar em reconhecimento desse papel na segurança alimentar e na erradicação da fome. Dos 570 milhões de explorações agrícolas existentes em todo o mundo, 500 milhões são propriedade familiar. E estas são responsáveis por 70 por cento da produção agrícola mundial, o que faz da agricultura familiar a espinha dorsal da segurança alimentar e do desenvolvimento rural e um agente importantíssimo no combate à fome. No Brasil não é diferente: a agricultura familiar é responsável por 75% dos alimentos que comemos diariamente. São os pequenos agricultores que nos alimentam! O problema é que isso não produz receita, royalties, debênture, blá, blá, blá...e não dá poder de barganha a esses produtores invisíveis! Para quem veio dentre os seringueiros esperava-se mais sensibilidade do que vem demonstrando até agora!

XXIII Domingo - Corrigir o outro com humildade, discrição e delicadeza, sem omissão e sem sentimento de superioridade! (Mt. 18, 15-20)

Quantos de nós ao ser repreendido por alguém não ficou um tanto magoado e chateado? Ou fechamos a cara por um longo tempo para uma pessoa que com toda sinceridade e delicadeza nos alertava sobre o nosso jeito de ser? Muitas vezes interpretamos essas iniciativas como uma invasão na nossa vida, uma forma de interferir na nossa esfera pessoal inviolável. Diante da menor observação ao nosso jeito um tanto incoerente de ser, raras vezes a interpretamos como uma manifestação de sincera amizade, um desejo autêntico de alguém que nos quer ver dando sempre o melhor de nós mesmos. Sabemos que certas observações são procedentes, mas preferimos não ouvi-las. Incomodam-nos. Preferimos imaginar que procedem de pessoas invejosas, ciumentas ou dominadoras. É o nosso orgulho, afinal, que é atacado. Ou a excessiva consideração que temos de nós mesmos que se sente minada. Mas existe o outro lado, o lado de quem deveria por dever moral alertar e ajudar uma pessoa a se corrigir. Nessas horas entram os falsos pudores e as falsas manifestações de humildade: quem sou eu para dizer a alguém o que ele deve ou não deve fazer? Eu, afinal, não sou melhor do que os outros para fazer determinadas observações! Dessa forma, mesmo vendo que o nosso irmão está se perdendo pelo caminho, nos calamos. Omitimo-nos. Ou, pior, preferimos comentar o jeito de ser deste ou daquele, em boca pequena, com um e com outro. E assim damos início às calúnias, às difamações, e às fofocas que destroem vidas e infernizam a convivência de uma comunidade. Mateus no evangelho de hoje nos oferece de forma magistral algumas pistas de como proceder nesses casos. 

A primeira etapa é sempre o contato pessoal, o cara a cara com a pessoa que parece estar criando conflitos e problemas numa comunidade. É a etapa mais delicada, pois do êxito desta dependem as outras duas. Se queimarmos os nossos cartuchos no contato pessoal inicial podemos produzir um fechamento permanente no outro. É importante que haja de ambas as partes abertura e autêntica disposição em ouvir o outro. Sem preconceitos, sem moralismos e sem sentimentos de superioridade. Muitas vezes a pessoa que nos repreende é ignorada por nós porque assume posturas arrogantes de quem sabe tudo e de quem se acha perfeito. O diálogo deve ser manifestação de verdadeira vontade de não perder o outro que precisa de ajuda, e não de repreensões! 

A segunda etapa ocorre só se a primeira fracassa. Pode ser que a conversa pessoal tenha falido por uma errada estratégia da pessoa que tomou a iniciativa de ‘corrigir’ o outro. Ou que, talvez, não fosse muito estimada pela pessoa a ser ajudada. A própria pessoa a ser corrigida, ao perceber que não é somente um indivíduo que vê os problemas produzidos por ela, pode se conscientizar com mais rapidez. Afinal, não é somente uma pessoa que considera errado o seu jeito de ser, mas várias. Isto deveria fazer com que se sinta profundamente questionada. Ao mesmo tempo, olhando positivamente a iniciativa desse grupo, a pessoa deveria ficar alegre ao perceber que há várias pessoas que estão preocupadas com ela, e que querem que continue a fazer parte da sua vida! 

Ao não ouvir também o grupo só cabe falar para a comunidade. A comunidade/igreja entra como terceira opção, ou seja, Mateus nos diz que temos que esgotar os outros dois meios antes de colocar publicamente os problemas produzidos por um nosso irmão. Agir com discrição e delicadeza está acima de tudo. Pode ocorrer, enfim, que nem isso produza efeito. Só nesse caso a pessoa ‘deve ser considerada como um publicano e um pagão’! Ou seja, uma pessoa que continua sendo amada e querida, - pois Jesus sempre acolheu essas pessoas, - mas não mais como membro de uma igreja. Mesmo sabendo que ela não é o espaço só dos puros e dos santos, a igreja é, contudo, o espaço dos querem caminhar em comunidade/comunhão com suas contradições e qualidades. O que não pode haver é alguém andar por conta e se colocando acima dos demais e ignorando o que a comunidade decide!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Índios Ka'apor flagram madeireiros roubando madeiras na Alto Turiaçu e dão lição de moral em madeireiros, IBAMA, PF, FUNAI, etc.

Somente hoje foram divulgadas imagens pela agência Reuters que mostram índios da etnia Ka’apor em operação realizada no início de agosto por eles contra madeireiros que agiam no interior da Terra Indígena Alto Turiaçu, nas proximidades de Centro do Guilherme, cidade com pouco mais de 12 mil habitantes localizada no Maranhão.Segundo a Reuters, os índios agiram de maneira independente como forma de protesto à falta de assistência do governo para expulsar os madeireiros ilegais de suas terras. As imagens mostram os indígenas correndo atrás dos madeireiros, que foram rendidos e tiveram as mãos amarradas. Alguns tiveram parte das roupas retiradas. A TI Alto Turiaçu tem 5.305 km² de área e compreende seis cidades do Maranhão. A ação acabou com um caminhão queimado e a abordagem de não indígenas envolvidos no desflorestamento. Os guerreiros Ka’apor contaram com a ajuda de outras quatro tribos da região. Os acampamentos encontrados foram destruídos.A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou ao G1 que os indígenas, chamados de "guardiões da floresta", têm realizado naquela região ações de apreensão de madeireiros ilegais. Em nota, a Funai disse ainda que "tem conhecimento dessas ações e já solicitou apoio policial para evitar que ocorram excessos ou conflitos" (Fonte; TG1)

Comentário do blogueiro - Engraçada  a Funai!Quando há excessos cometidos por madeireiros - afinal roubar e desmatar é um crime e um excesso contra a constituição, - ela não se preocupa. Mas quando os índios decidem fazer respeitar a lei a FUNAI começa a se preocupar com os possíveis excessos e conflitos supostamente iniciados pelos indígenas, claro! Me poupem!
Os madeireiros daquelas região esquecida pelo estado teimam em arrancar do mesmo jeito que vem fazendo desde os anos 90. Ó Maranhão quando é que se dá valor!

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Confederação Nacional da Agricultura (CNA) é investigada por interferir ilegalmente na proposta de Emenda que transfere poderes ao Congresso para demarcar terras indígenas.

O Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma investigação contra a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) por interferência indevida na tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que tenta transferir ao Congresso Nacional a competência pela demarcação de terras indígenas no país. A acusação surgiu depois que uma conversa telefônica interceptada pela Polícia Federal (PF) indicou que um advogado ligado à CNA receberia R$ 30 mil para elaborar o relatório da PEC, que está a cargo do deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR).
A ligação telefônica que deu início à investigação mostra Sebastião Ferreira Prado, líder da mato-grossense Associação de Produtores Rurais de Suiá-Missu (Aprossum), contando o plano de entregar a relatoria da PEC 215 ao advogado Rudy Maia Ferraz, ao custo de R$ 30 mil. Na gravação*, feita no início de agosto deste ano, Sebastião define Rudy como advogado da CNA, “que é amigo e companheiro nosso”: “Nós temos que pagar uma assessoria pra ele, pra nós colocarmos as coisas de interesse nosso”. Em nota, a Confederação Nacional da Agricultura informou que Rudy foi demitido da CNA em 20 de agosto de 2013 e que, portanto, não é mais assessor da organização há mais de um ano. No entanto, em janeiro de 2014, quase cinco meses depois da data apontada, o advogado participou de reunião com o Incra no Maranhão apresentando-se como consultor jurídico da CNA ao lado de Arno Jerke Júnior, coordenador técnico da entidade. A Repórter Brasil procurou a assessoria de imprensa do Incra, que confirmou a informação publicada no site do órgão. Em outra conversa interceptada pela PF, a esposa de Sebastião, Nailza Rita Bispo, confirma a um interlocutor o esquema. O deputado Osmar Serraglio, que compõe a Frente Parlamentar da Agropecuária – a chamada bancada ruralista –, é relator da proposta na Comissão Especial criada para emitir parecer sobre a PEC 215. Com argumentos técnicos, o relatório serve de embasamento para a recomendação de aprovação ou rejeição da proposta em discussão. A reportagem tentou ouvir Osmar Serraglio a respeito da denúncia do MPF, mas o deputado não se posicionou. Seu assessor de imprensa disse apenas que Osmar não recebeu nenhuma notificação oficial, mas nega relação com o caso. Depois de conhecer o conteúdo das gravações, a Justiça aceitou o pedido do MPF e converteu a prisão temporária de Sebastião em preventiva, mantendo o ruralista encarcerado. A reportagem não conseguiu localizar Rudy Maia Ferraz, Nailza Rita Bispo ou um representante de Sebastião Ferreira Prado para obter um posicionamento. (Fonte: Repórter Brasil)

Comentário do blogueiro – Aqui no Maranhão essa turma da pesada (CNA) contam com o apoio explícito e descarado do deputado Weverton Rocha (PDT) que quer se re-eleger prometendo guerra às terras indígenas e a ‘esses minguados indígenas’. Deputado tem que ter moral até nessas horas de sacanear com os indígenas e babar os produtores: você tem a folha corrida mais suja de todos os aspirantes. Comece a responder aos quase 10 processos que tramitam na justiça contra você!

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Eleições presidenciais - Marina não cospe no prato em que vem comendo!

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, realizou dezenas de palestras para as mais variadas instituições entre 2011 e 2014, com uma carteira de clientes que inclui grandes bancos, empresas e seguradoras. Após terminar a disputa da eleição presidencial na terceira colocação quatro anos atrás e deixar o Senado, em 2011, Marina abriu uma empresa em Brasília pela qual passou a receber por suas conferências. Entre abril de 2011 e maio deste ano, Marina ganhou R$ 1,6 milhão bruto com essas palestras, conforme revelou neste domingo (31) — o jornal Folha de S. Paulo. Ela interrompeu as atividades de palestrante após lançar candidatura neste ano e negocia com o PSB receber uma remuneração mensal do partido, segundo sua assessoria de imprensa. Marina foi contratada por bancos, como Santander e Crédit Suisse, pela multinacional Unilever e pela Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização). Foi remunerada ainda por palestras na Argentina, Uruguai, Chile e Bolívia. O jornal O Estado de S. Paulo obteve os nomes de parte da carteira de clientes de Marina a partir de uma série de entrevistas no meio empresarial.
Os valores de cada palestra de Marina variam conforme o cliente. Da Fundação Dom Cabral, por exemplo, uma instituição privada de ensino de Minas Gerais, ela cobrou R$ 15 mil. O Conselho Federal de Contabilidade pagou R$ 33 mil a Marina. O Santander e o Crédit Suisse não revelam quanto pagaram pela palestra de Marina. 

Comentário do blogueiro – Em 2009 quando do Fórum Social Mundial em Belém a coordenação de Justiça nos Trilhos, IBASE, Justiça Global e outros suamos quatro camisas para tentar trazer para um debate sobre a questão da mineração na Amazônia e papel da VALE a senadora Marina da Silva. A assessoria dela nunca nos deu um retorno digno, até na hora de nos despachar. À época eu achava que ela era estrela demais para sentar entre os ‘coitados movimentos sociais’. Talvez eu tenha errado no diagnóstico: ela tinha um valor que nós, por não sermos Santander ou Crédit Suisse, não podíamos arcar! 

Violência - Em São Luis, em agosto, - mês do desgosto, - são mortas 102 pessoas.

Os números são quase o dobro do registrado em julho quando 68 pessoas foram mortas. De janeiro até hoje 586 pessoas foram assassinadas na região metropolitana de São Luís. Apenas aos finais de semana deste ano foram registrados 303 homicídios (de sexta a domingo) – mais da metade do número total de pessoas assassinadas neste ano. Confira a listagem feita a partir de dados da Secretaria Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA):
JANEIRO – 87 assassinatos no mês / 39 deles nos fins de semana
FEVEREIRO – 68 assassinatos no mês / 39 deles nos fins de semana
MARÇO – 79 assassinatos no mês / 44 deles nos fins de semana
ABRIL -69 assassinatos no mês / 36 deles nos fins de semana
MAIO – 71 assassinatos no mês / 41 deles nos fins de semana
JUNHO – 58 assassinatos no mês / 33 deles nos fins de semana
JULHO – 68 assassinatos no mês / 27 deles nos fins de semana
AGOSTO – 102 assassinatos registrados até agora / 44 deles nos fins de semana
(Fonte: Jornal Pequeno)

Eleições Estaduais - Os 'sujos' continuam candidatos, e daí?

Não faz parte do estilo deste blogueiro intervir com palpites pessoais no campo da ‘política partidária’, seja ela de caráter específico e local, ou de nível nacional. Ocorre que há questões éticas em jogo. Circulando pela cidade, chamaram-me a atenção alguns carros veiculando sua propaganda e preferência por este ou aquele candidato. Francamente, na minha ingenuidade, imaginava não ser mais possível ver circular alguns nomes da política partidária maranhense. É bem verdade que ainda há tempo para o TRE/MA negar a candidatura deste ou daquele aspirante, mas deputados que já ficaram presos por crime ambiental, abuso de poder econômico, por envolvimento em roubo de carretas, ou em crimes de abuso sexual contra menores nas famosas CPIs da assembléia legislativas do Maranhão alguns anos atrás, e ainda são candidatos, parece-me um tanto escandaloso e paradoxal. Chama a minha atenção, por exemplo, um candidato que foi deputado estadual e prefeito de dois municípios, que foi preso por dois meses durante a CPI sobre o roubo de carretas e acusado de crimes ambientais, hoje é candidato pelo Partido Verde! Um outro, acusado de abusos sexuais na correspondente CPI e preso por isso, hoje continua ‘candidatíssimo’. Há um terceiro que atualmente é deputado federal e que tem uma folha corrida de ‘ficha suja’ de processos de todo tipo, e é campeão nisso, mas continua candidato para um segundo mandato. Acho que ‘eles’ apostam não somente na lerdeza e na vista grossa dos tribunais eleitorais, mas na falta de memória dos eleitores ou, pior, na sua ‘consciente cumplicidade’!    

Desmatamentos - Aumentam alertas de desmatamento na Amazônia Legal. Aumento é de 9%!

A área dos alertas de desmatamento na Amazônia Legal aumentou 9% entre julho de 2013 a agosto de 2014. Os dados são do Deter, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que registra, em tempo real, as áreas possivelmente desmatadas ou degradadas no bioma e serve para orientar as ações de fiscalização. O Pará é o estado com a maior área de alertas. A região do município de Novo Progresso, às margens BR-163, responde por 20% das detecções em toda a Amazônia Legal e 63% no estado. Rondônia e Amazonas também registraram aumento nos alertas. No Mato Grosso, houve queda de 17%. O município foi alvo da maior operação de repressão ao desmatamento de 2014. “A resposta do governo veio com mão de ferro: desbaratamos a maior organização criminosa que explorava o desmatamento no sul do Pará”, afirmou nesta sexta-feira (29/08) o diretor do Departamento de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo. A expectativa é que em setembro os alertas caiam, avalia Evaristo. “Eles (os desmatadores) agora não terão acesso ao dinheiro que financia o desmatamento”, acrescentou Evaristo. ”Quem estiver derrubando a floresta vai interromper o corte porque não terá como receber pelo trabalho ilegal.” (Fonte: Amazônia)

A falsa independência dos poderes - O caso Gilmar Mendes do PSDB: aos amigos tudo, aos inimigos os meus rigores'!

O ministro do STF Gilmar Mendes é coerente até nas suas incoerências. Nunca fez questão de esconder sua atuação partidária e a partir dela adapta suas posições jurídicas e morais. Às vésperas do julgamento do chamado “mensalão do PT”, Mendes denunciou o que seria uma tentativa de o ex-presidente Lula interferir no processo. Segundo o ministro, Lula, em uma reunião no escritório de Nelson Jobim em Brasília, perguntou sobre o caso. Mendes interpretou a abordagem como uma ação para constrangê-lo. O que foi descrito como um crime de Lula virou uma atitude normal, republicana até, de Fernando Henrique Cardoso, responsável pela nomeação de Mendes ao Supremo Tribunal Federal (STF). FHC procurou o ministro para assuntar sobre o julgamento de José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não só: de acordo com o próprio Arruda, o ex-presidente tucano tentava impedir que o TSE mantivesse a decisão de negar o registro de sua candidatura. Nada demais, concluiu o magistrado. No julgamento do “mensalão” do PT, Mendes manifestou uma indignação patriótica, embora a falta de provas tenha levado a Corte Suprema a recorrer à tese do domínio do fato para condenar o ex-ministro José Dirceu. E transformado os pagamentos comprovados de serviços da Visanet, uma empresa privada, em prova de desvio de dinheiro público. O ministro vociferou contra a corrupção e os corruptos. E negou excessos do tribunal apontados por inúmeros advogados e juristas. 
E Arruda? Nunca antes na história deste País um caso de corrupção foi tão fartamente documentado e provado. Vídeos mostram o ex-governador feliz ao receber volumosos maços de notas. Em outras cenas, secretários de governo e deputados aliados empurram pacotes de dinheiro para o interior de bolsas, meias e cuecas. Arruda viu-se obrigado a renunciar e acabou condenado por improbidade administrativa, o que o enquadra na Lei da Ficha Limpa. Por essa razão, o Tribunal Regional Eleitoral impugnou a candidatura. O TSE manteve a decisão por 6 votos a 1. Quem divergiu? Mendes. Apesar de todas as provas contra Arruda, o ministro considerou o desfecho típico de um “tribunal nazista” (ele adora frases de efeito).O norte jurídico de Mendes: aos amigos, tudo...(Fonte: Carta Capital)

Eleições presidenciais - Marina começa a mostrar suas contradições. A pressão evangélica não dá trégua!

A campanha eleitoral brasileira, cada vez mais acelerada, vertiginosa e hipnótica, gira quase exclusivamente em torno da candidata-surpresa, Marina Silva. No entanto, a ascensão dessa mulher de 56 anos, que prega “uma nova política”, começa rachar pelas contradições que cercam a sua candidatura e que seus adversários políticos com possibilidade de governar – Dilma Rousseff e Aécio Neves, do mais conservador Partido da Social Democracia Brasileira – não perdem tempo em destacar. Uma dessas contradições – e não é pequena – surgiu no dia seguinte à apresentação do programa eleitoral de Marina Silva, na última sexta-feira, em um salão de eventos de São Paulo. A imprensa destacou uma de suas medidas mais inovadoras e ousadas, que propunha incluir na Constituição brasileira o matrimônio entre homossexuais. Assim que o texto se tornou público, começaram a chover críticas de pastores evangélicos contrários a essa norma. A própria Marina Silva é evangélica, uma religião pujante no Brasil, de caráter muito conservador, o que gera muitas adesões, votos e, neste caso, pressões. Entre elas, do pastor Silas Malafaia, que em seu twitter, seguido por 774.000 pessoas, assegurava: “O programa de governo de Marina é uma defesa vergonhosa da agenda gay”. No sábado, a direção de campanha de Silva enviou um comunicado no qual dizia que “um erro” havia sido responsável por essa proposta, e que a verdadeira medida que a candidatura defende sobre o casamento gay é “garantir os direitos da união civil entre pessoas do mesmo sexo", ou seja, uma versão mais suave (e sem a decisiva proteção constitucional) do mesmo assunto. Um passo atrás, em todo caso. O deputado Jean Wyllys, do PSOL-RJ, ativo defensor da causa gay no Brasil, não tardou em acusar Silva de ceder à primeira pressão: “Bastaram quatro mensagens do pastor Malafaia para que Marina, em 24 horas, esquecesse todos os compromissos assumidos em um ato público, transmitido pela televisão, e negasse o próprio programa político”. O candidato Aécio Neves também questionou outra possível contradição de Silva, ao assegurar no sábado que algumas das principais medidas econômicas do programa dela pareciam copiadas das suas, por tradição neoliberais. Destacou que a ex-ministra do Meio Ambiente havia elaborado um programa liberal na economia, que tende a deixar o mercado livre para os agentes econômicos e cortar a intervenção do Estado, o que combina pouco com a intenção de Silva de melhorar o conteúdo e as ajudas sociais.(Fonte: El País - reelaborado pelo blogueiro)