sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Libertados 41 índios Kaingang que viviam como escravos no 'civilizado' Rio Grande do Sul

No último dia 22, uma força-tarefa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Publico do Trabalho (MPT) e Funai libertaram 41 indígenas kaingang - entre os quais 11 eram menores de 18 anos - que trabalhavam em condições análogas à escravidão em Itaimbezinho, distrito do Município de Bom Jesus, RS. Os indígenas foram encontrados durante uma fiscalização de rotina do MTE na atividade de raleio de maçãs em uma área arrendada pelo empresário Germano Neukamp. De acordo com o procurador do MPT Ricardo Garcia, os trabalhadores foram aliciados por um funcionário do empresário, e nenhum indígena tinha carteira assinada, os contratos de trabalho eram apenas verbais e por tempo indeterminado. "Quando chovia e os indígenas não podiam trabalhar e não recebiam", relata o procurador. O empregador também não forneceu as ferramentas de trabalho ou quaisquer equipamentos de proteção individual. De acordo com Ricardo Garcia, do MPT, o alojamento já havia sido interditado em outra fiscalização em 2009, e de lá para cá só se deteriorou. "Pode até ser que os indígenas vivem com menos conforto nas aldeias, mas aquilo era insuportável até para um trabalhador mais rústico", afirma o procurador. Dos 11 indígenas adolescentes libertados pela força-tarefa, cinco tinham entre 14 a 16 anos, e outros seis, de 16 a 17 anos. "Uma garota de 17 anos estava grávida. O pai da criança, de 15, também trabalhava no local", relata a auditora fiscal Inez Rospide. A contratação de menores de 18 anos é proibida por lei, e gerou dois autos de infração ao empregador.(Fonte: Repórter Brasil)

Justiça e Paz promove seminário 'A CIDADE QUE TEMOS, A CIDADE QUE QUEREMOS


Justiça e paz da Arquidiocese de São Luis promove para os dias 6 e 7 de dezembro um seminário para discutir a cidade de São Luis ao lembrar seus 400 anos de existência. Uma oportunidade para colocar o dedo em muitas feridas abertas e fazer emergir as suas potencialidades e necessidades. O seminário se insere na programação da entidade em que nos meses de dezembro nos brinda com seminários de alto nivel. Será também uma oportunidade para nos preparar à Semana Social Brasileira. Aqui abaixo a programação dos dois dias, e dicas concretas para a inscrição. Não perca!

6 e 7 de dezembro de 2012
Teatro Alcione Nazareth -  Horário: 14h às 21h
Centro de Criatividade Odylo Costa, filho
Praia Grande – São Luís (MA)

A Comissão Justiça e Paz (CJP) articula-se com as Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Luís para promoverem a 3ª edição do Dezembro de Paz
O evento se voltará, neste ano, para a 5ª Semana Social Brasileira, e tem por objetivo discutir a cidade de São Luís, nestes 400 anos, em que celebramos, também, a chegada do Evangelho em nossa  terra.
Dentro do foco da programação nacional, a CJP, juntamente com as Pastorais Sociais, quer trabalhar a cidade que temos e a cidade que queremos, com a participação efetiva desses segmentos.
Ao final, um documento com as propostas será entregue ao Prefeito eleito de São Luís e o compromisso dos participantes de  exercerem o controle social da nova administração municipal.

Quinta-feira 6 de dezembro - 14 hs    Sexta-feira 7 de dezembro – 14 hs      

A CIDADE QUE TEMOS
A pessoa humana em nossa cidade: (crianças e adolescentes, jovens, idosos) Situações vivenciadas; sustentabilidade e: Periferia, Prisões, Mobilidade urbana, Saúde, Pequeno Intervalo. Plenária com debate. Com a ajuda do assessor  fazer um “alargamento” da realidade de nossa cidade.
18:30 - Intervalo -  lanche
19:00 hs Teatro   
 

A CIDADE QUE QUEREMOS
Dinâmica Coletiva:  desenhar a cidade que queremos.Assessoria: A cidade que queremos Saúde e bem estar na cidade que queremos Plenária e debate
18:30 – Intervalo -  lanche
19:00 hs - Show com artista da MPM     


Informações com Cecília (8814-1527)  e http://cjpazsaoluis.wordpress.com
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FICHA DE INSCRIÇÃO nº......  Valor da inscrição: R$ 15,00 (incluindo pasta, lanches, camisa)

Nome................................................................................................................................... ........................................

Idade ...................................  Indicar o tamanho da camisa ........................................................................................

E-mail .........................................................................................................................Tel/Cel ....................................

Entidade .......................................................................................................................................................................

Inscrições pela manhã, das 8h às 12h, com Vera (Sala de Pastoral - Arquidiocese – tel. 3313-4160)

No Brasil o número de homicidios de negros é 132% maior do que o dos brancos. Qual a cor da mão assassina?

O total de negros assassinados no Brasil é 132% maior do que o de brancos. Nos últimos oito anos, entre 2002 e 2010, enquanto o número de homicídios de brancos caiu, a morte de negros cresceu. Em 2010, foram assassinados no Brasil 36 negros para cada 100 mil habitantes da mesma cor. A taxa de homicídios contra brancos foi de 15,5 por 100 mil. Na pesquisa, o grupo dos negros também inclui os pardos. "A grande desproporção de negros assassinados em comparação aos brancos mostra que a discriminação no Brasil ainda é imensa", diz o pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, autor do Mapa da Violência 2012 - A cor dos homicídios, feito em parceria entre o Centro Brasileiro de Estudos Latino Americanos (Cebela) e a Secretaria de Políticas da Promoção da Igualdade Racial. Essa diferença chega a ser escandalosa em Estados nordestinos. Alagoas é onde mais morrem negros, proporcionalmente, no Brasil: são 80,5 casos por 100 mil habitantes. Já o total de homicídios de brancos no Estado é baixo: 4,4 casos por 100 mil habitantes, o que o coloca como o segundo menos violento para brancos no Brasil. A situação é semelhante na Paraíba, Estado onde brancos têm menor chance de ser assassinados no Brasil: 3,1 casos por 100 mil. O assassinato de negros é 1.824% maior: 60,5 casos por 100 mil habitantes. Em São Paulo, apesar da situação ser menos dramática do que a do Nordeste, o total de negros assassinados é 32% maior do que a de brancos (12,2, contra 21,5). A situação piora em períodos de crise, como nos últimos seis meses, quando o crescimento dos assassinatos se acelerou. "Isso é reflexo de 500 anos de história, boa parte dela com escravidão e até hoje com negação de direitos. A morte de negros é tolerada e não choca", diz Douglas Belchior, da Uniafro e do Comitê de Luta contra o Genocídio da Juventude Negra. (Fonte:IHU)

Comentário do blogueiro: Haveria que ver se o alto índice de homicídios de negros se deve ao fato que são mãos brancas as executoras. Nesse caso qual a porcentagem? Se, diferentemente, são negros matando negros, também aqui cabe a reflexão: em que proporções e, nesse caso, seria isso também expressão de racismo ou entram os fatores? A pesquisa me parece falha ou incompleta, e poderia levar o leitor a tirar conclusões distorcidas. Isso não tira o fato que a persistência do racismo no País é ainda dramática e vergonhosa!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A praga da exploração sexual de adolescentes não poupa as indígenas de São Gabriel da Cachoeira e de outras regiões do Brasil

As violências cometidas em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, ganharam repercussão nacional neste mês, após notícias de que a virgindade de uma menina havia sido vendida por R$ 20. As autoridades ouviram depoimentos de 12 garotas e listaram nove suspeitos. Quem acompanha a questão na região alerta, no entanto, que a rede é bem maior. “Tem muito mais do que os 12 casos. Há muitas meninas amedrontadas por essas pessoas, meninas que se calam diante de ameaças”, diz o bispo Edson Taschetto Damian, que afirma que freiras da congregação que recebeu as vítimas vêm sofrendo ameaças e perseguição. Elas estão em contato com essas meninas mais pobres e exploradas. Acabam ouvindo e descobrindo os casos, que não são poucos. Os órgãos judiciários locais estão pouco presentes. Embora tenha Tribunal de Justiça e Procuradoria do Estado [em São Gabriel da Cachoeira], os responsáveis vivem em Manaus e permanecem poucos dias na cidade”, completa. De acordo com o religioso, a participação do procurador Júlio José Araújo Junior, do Ministério Público Federal, foi fundamental para que a investigação passasse ao âmbito federal. Para alguns brancos o índio é objeto, não conta, não tem dignidade ou valor. Eles fazem o que bem entendem”, diz o bispo Edson.

O crescimento populacional acelerado no município é apontado como um dos fatores que agravaram a vulnerabilidade das meninas indígenas. O número de moradores do município encravado na floresta, na fronteira do Brasil com Venezuela e Colômbia, quase dobrou em duas décadas. De 23.140 pessoas em 1991, passou para 37.896 em 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais de 90% dos moradores são indígenas. Em 2008, a eleição do prefeito Pedro Garcia (PT) e seu vice André Baniwa (PV), primeiros índios a assumirem o poder municipal, acelerou a urbanização. Muitas famílias trocaram aldeias pela cidade, esperançosas em relação a acesso a mais políticas e serviços públicos. A desigualdade social, no entanto, não mudou. Segundo os dados mais recentes do IBGE, enquanto a renda média mensal dos indígenas é de R$ 601, a da população de cor branca é de R$ 2.387. (Fonte: IHU)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Arquidiocese de São Luis têm 32 novos diáconos permanentes. Quando virão as DIACONISAS?

Sábado passado, 24 de novembro, no Castelinho, o bispo metropolitano Dom José Belisário ordenou 32 diáconos permanentes para o serviço pastoral e evangelizador da igreja e do povo de Deus que vive em São Luis. Uma ação e uma decisão inédita esta na história dessa igreja maranhense. São 32 pessoas que começam a fazer parte da assim chamada ‘hierarquia eclesiástica’ e de uma missão que vai muito além de ‘servir o altar do Senhor’, ou de ser ‘coroinhas de padre’, como alguns afirmam de forma chula! Os 32 novos diáconos, leigos, varões, quase todos eles casados, têm a missão de colaborar com os padres, religiosos/as e demais leigos e leigas, na transformação da sociedade e da igreja de São Luis, mediante o anúncio e o testemunho da ‘boa nova. Em outras palavras, eles são ‘evangelizadores e missionários’, e o seu ‘lugar social’ preferencial deveriam ser as ruas, as esquias, as palafitas, os bairros pobres e desassistidos de São Luis, e todas as ovelhas excluídas e feridas que acolá moram e morrem pela ausência do Estado e de tantos ‘cristãos omissos'. Portanto, ao parabenizá-los fazemos votos que assumam as posturas e opções de Jesus de Nazaré, e não se trancafiem nas sacristias contemplando as belas e elegantes batinas de seus padres ou espalhando incenso nas solenes liturgias coo manda o figurino. Fazemos votos, ao mesmo tempo, que a igreja católica comece a pensar urgente e seriamente na ordenação de diaconisas (mulheres) que, afinal, são as mais assíduas e dedicadas no serviço ao Reino e à igreja!

sábado, 24 de novembro de 2012

Testemunha da verdade, sem ser 'rei'! (Jo.18,33-37)

As tristes memórias do sistema monárquico parecem macular o sentido da festa de Jesus ‘rei do universo’. Da mesma forma, podemos nos sentir liturgicamente ludibriados ao lembrarmos as insistentes e irritadas recusas de Jesus em não aceitar o papel de líder político, notadamente o de ser rei. Contudo, por que não ver nisso uma forma para ‘ridicularizar’ os humanos ‘metidos a rei’? Por que não ver nessa atribuição real ao Jesus amigos de pobres, mendigos e prostitutas uma forma para distanciá-Lo e opô-Lo àqueles humanos que ainda aspiram e necessitam de cargos de prestígio, expressão de um mandonismo arcaico, para se sentirem vivos? Por que não ver, enfim, na festa de hoje uma crítica sutil ao ‘espírito de reizinho’ que está escondido, e sendo ‘chocado’ naquele lado ambicioso do nosso coração, e que produz tantos sofrimentos em muitas pessoas?

O evangelho de hoje para ilustrar essas tendências e tentações da nossa alma humana nos propõe o diálogo de Jesus com Pilatos na livre versão de João. De um lado um governador fiel e devoto submisso ao ‘divino’ César. E do outro, um Judeu errante, curador, pregador, contador de histórias e estórias que só enxergava ‘Deus’ como único e legítimo Rei. De um lado um cauto e temeroso político, atento e vigilante para reprimir com crueldade quantos não reconheciam o ‘Reizinho de Roma’ como único soberano. Do outro, um mestre sábio, armado somente de sacola e sandálias, sem cavalo e sem castelo, anunciando que o Reino de Deus, - e não o do ‘divino’ César, - já havia iniciado, e que estava sendo mediado pelos pobres invisíveis de Israel. O diálogo segue duas lógicas totalmente diferentes, antagônicas. E não podia ser diferente! Nas palavras de Pilatos a preocupação e o desejo de desmascarar um possível rival, mas logo percebe na sua lógica militarista que o perigo para ele e para Roma não viria daquele judeu solitário, sem exército, abandonado até pelos seus mais íntimos e medrosos discípulos. Nas palavras de Jesus, nos seus gestos, a certeza e a firmeza de que a verdadeira ‘realeza’ consiste no testemunho da ‘verdade’, a do reino de Deus. Uma verdade incompreensível para Pilatos, mas que desmascara e ridiculariza o ‘poderoso’ império romano feito de reizinhos e rainhas. Jesus confirma que ele não é ‘rei’, pois não adota a truculência e nem a repressão militar dos reizinhos humanos como Pilatos e os ‘divinos’ imperadores. Reafirma, ao contrário, que ele é testemunha da verdade, aquela que é capaz de agregar um ‘exército’ de desesperados, de leprosos, de mendigos, de famintos, de prostitutas e ladrões e transformá-los pessoas novas, renovadas, confiantes em si e no seu ‘Rei’. E, ao mesmo tempo, cidadãos/ãs resistentes a tudo o que cheira a mandonismo truculento, despotismo corrupto e administração injusta, negadora da vida e da dignidade. Enfim, em pessoas fiéis e devotas ao único ‘Rei’ que sabe governar com compaixão e justiça, mesmo sem ser....rei!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Tinha 14 anos. A polícia do Maranhão o matou!

Dia 21 de novembro, no bairro São Francisco, São Luis, Maranhão. Tinha somente 14 anos. Estava jogando dominó com alguns amigos, à beira mar, na margem da avenida. Improvisamente chega uma patrulha da polícia militar. Ao frear improvisamente, os pneumáticos da viatura gemem.  Alguns soldados, de armas em punho, descem rapidamente, e de forma brutal, obrigam todo mundo a ser revistado. Várias testemunhas olham a cena. Surpreendentemente, ouve-se um estampido seco. Aparece o corpo de um adolescente caído no chão, sem vida. Os policiais o arrastam por alguns metros e o jogam no camburão. O sangue do adolescente suja o carro e o asfalto. Deixa mais uma marca da violência estúpida da polícia desse Estado. A marca do seu fracasso. A marca da sua incompetência e do seu medo. Medo de si própria. Medo de todos, por não ser capaz de garantir segurança a ninguém. Por ser incapaz de estabelecer uma relação cidadã com os cidadãos e cidadãs dessa cidade, sempre mais vítima da violência e do caos. Quando a polícia chega a executar uma pessoa, independentemente da sua vida pregressa, é sinal que todos nós falimos. Estamos dizendo para nós mesmos e para o mundo que a única forma que temos para tentar recuperar e ajudar uma pessoa para sair do túnel em que foi colocada na vida é simplesmente matando-a. Somos sempre mais reféns de nós mesmos, e dos nossos fantasmas assassinos que matam os nossos sonhos e os nossos desejos de paz e felicidade.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ministro da Justiça afirma que PEC que dá poderes ao congresso de demarcar terras indígenas é inconstitucional

“Essa PEC, a meu ver, é inconstitucional, porque a atividade administrativa de demarcação de terras indígenas é uma atribuição do Poder Executivo. O Legislativo, por meio de emenda constitucional, não pode mudar o princípio da separação de Poderes, que é uma cláusula pétrea”, disse, ontem (20), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O ministro quis responder à proposta de Emenda Constitucional 215/2000 da bancada ruralista que dá poderes ao congresso para demarcar terras indígenas. O Parágrafo 4º do Artigo 60 da Constituição Federal prevê que não será objeto de deliberação as propostas de emenda que venham a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais. Contudo, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Homero Pereira (PSD-MT), avalia que o Congresso pode mudar a Constituição nesse aspecto. “Essa prerrogativa [demarcação de terras indígenas] foi dada pelo Congresso Nacional à Funai [Fundação Nacional do Índio] e, por conta desse contencioso o que está havendo no campo, acho que o Congresso Nacional tem que trazer essa responsabilidade para ele no sentido de tentar fazer essa pacificação entre índios e produtores”, disse Pereira. Proposta no ano 2000, a PEC 215 inclui entre as competências exclusivas do Congresso a aprovação de demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e a ratificação das demarcações já homologadas. Estabelece ainda que os critérios e procedimentos de demarcação serão regulamentados por lei. Para que uma PEC seja aprovada é necessário que ela seja analisada por uma comissão especial que dará parecer sobre o mérito da proposta. Aprovada na comissão, a matéria segue para o plenário da Câmara, onde terá que ser aprovada, em dois turnos, com voto favorável de três quintos dos deputados. Depois tem que passar pelo mesmo trâmite no Senado. (Fonte: IHU -reelaborado pelo blogueiro)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Exército assassino de Israel manipula bíblia para justificar massacre de crianças e mulheres!

'Deus não está com o Exército poderoso de um Estado ocupante (Israel), protegendo-o e defendendo-o com as armas. Aquele Deus que ama todos os seus filhos não está favorecendo um massacre de civis em Gaza. Ele não envolveu em nuvens de segurança o ato de violência contra 340 civis feridos e dezenas de mortos em apenas alguns dias'. Assim inicia a carta aberta de Pax Christi da Itália sobre a Operação Cloud Pillar, ou seja, ‘coluna de nuvem’. Um vergonhoso e covarde ataque realizado pelo exército israelense contra homens e mulheres, crianças e idosos na Faixa de Gaza, na Palestina. Na Torá e no livro do Êxodo da Bíblia, no capítulo 13, conta-se que Deus protegeu o seu povo do inimigo egípcio, mediante uma coluna de nuvem, permitindo-lhe passar indene pelo Mar Vermelho. O exército assassino, porém, ‘não deixou passar por nuvens encharcadas de mortes os panfletos de aviso aos civis de que as bombas chegariam, que bastava se deslocar. Tudo isso está sendo feito, nestas horas, pelo Exército israelense.
A população de Gaza não tem refúgios de emergência, não tem estradas para fugir da jaula em que está obrigada a viver há anos, não tem nem mesmo mais a luz para iluminá-la. Deus não envolve dentro de nenhuma nuvem os foguetes palestinos que mataram três pessoas em Israel e que provocam angústia entre a população do Estado ocupante. Mas o inferno de fogo é o que, nestas horas, está queimando mais uma vez as pessoas, as casas, a vida da Faixa. Pedimos que a comunidade internacional, a Europa e o nosso governo intervenham para um imediato cessar-fogo, pelo fim da ocupação militar e pelo respeito do direito internacional. Comprometemo-nos, como cidadãos italianos, juntamente com os crentes de todas as fés que trazem em seu coração os direitos humanos de todo indivíduo, do povo palestino assim como do israelense, a não deixar que a fumaça tóxica das mentiras de guerra espalhadas por grande parte da imprensa possa envenenar-nos a ponto de subverter completamente a realidade dos fatos. O Deus da paz, o Deus de toda criatura só pode cobrir com um único pranto os corpos massacrados daqueles que, a essa terra abençoada pelo seu amor por todos, chama de "casa". Nós, todos nós, somos chamados a limpar o céu e a terra da Palestina e de Israel das nuvens que sufocam a justiça e dos tanques que destroçam a vida de crianças, homens e mulheres.
Pax Christi Itália

A Bunge no Mato Grosso: sem pena nem dó nas terras dos Guarani!

‘A Bunge deveria seguir o exemplo da Shell e se retirar da terra Guarani, sem esconder-se em desculpas de um reconhecimento oficial da terra, o qual poderia levar décadas’. Este foi o conselho dado pelo diretor da Survival International, Stephen Corry, à multinacional Bunge que produz cana de açucar em terras tradicionais dos índios Guarani. A Ong inglesa que luta pela causa dos índios no Brasil e de outros povos ameaçados no mundo inteiro, denunciou na última semana que a subsidiária brasileira em Mato Grosso do Sul da gigante estadunidense Bunge, utiliza cana-de-açúcar produzida em terras contestadas pelos índios para a produção de biocombustíveis. A Survival International ouviu os dois lados envolvidos na questão: índios e Bunge. Os Guarani disseram que não querem cana-de-açúcar em suas terras ancestrais, pois “ela machuca a nossa saúde, incluindo a saúde de nossos filhos e dos anciãos, e o veneno contamina a água”. Por outro lado, ainda de acordo com a Survival International, a Ong escreveu à Bunge e obteve como resposta a certeza de que “a companhia, sem demonstração alguma de remorso, afirmou que continuaria a retirar a cana-de-açúcar da terra ancestral Guarani até que as autoridades brasileiras demarcassem completamente a área como indígena”. Stephen Corry afirmou que “muito do biocombustível brasileiro está manchado por sangue indígena. Aqueles que o usam, deveriam saber que a sua escolha ‘ética’ está contribuindo para a morte e destituição absoluta de índios Guarani. (Fonte: Rádio Vaticano)

sábado, 17 de novembro de 2012

Na 'aflição' fazer acontecer primavera! (Mc.13,24-32)

O possível aos nossos olhos torna-se quase impossível no concreto da história. E o ‘impossível’ humano acaba acontecendo quase como num ‘processo natural’ da história. Descobrimos que a nossa vida, e a história concreta das pessoas não são algo que podem ser analisadas como num laboratório científico. Há previsões sobre o futuro próximo da nossa vida e da sociedade cuja realização nos parece óbvia, no entanto enganamo-nos fragorosamente. Verificam-se, ao mesmo tempo, conjunturas tão complexas e obscuras que parecem não nos permitir sequer emitir tímidos palpites sobre seus desfechos. Entretanto, ao ousarmos destrinchá-las, o que nos parecia de difícil realização acaba acontecendo. Os acontecimentos e a sua análise escapam do nosso controle.  Estão em permanente transformação, e não conseguimos acompanhá-los. Emitem sempre mais novos e indecifráveis sinais e sentidos que exigem uma nova educação. Parece ser esta a mensagem do evangelho de hoje: é preciso se educar ou, talvez, se re-educar a compreender permanentemente os novos sinais dos tempos e da vida. O filtro da nossa análise deve ser constantemente trocado e adaptado. Para poder saber quando ‘faz a hora’, e deixar de ficar a ‘esperar que as coisas aconteçam’ por si só!

Jesus no trecho evangélico de hoje parece assumir não tanto o papel de analista social e político, mas o de educador. Que caminha ao lado do discípulo/a e o ajuda a abrir a mente e o coração para os acontecimentos que o envolvem. Ele não se apresenta como um adivinho listando o que irá ou não acontecer num futuro próximo ou distante. Jesus simplesmente quer nos alertar sobre duas importantes atitudes que deveríamos adotar perante a história e a nossa vida real. A primeira: nem tudo o que nos parece óbvio e real o são de fato. Vemos violência, morte, desigualdades, sofrimento generalizado. Tocamos com mão no nosso cotidiano a angústia, a brutalidade, a indiferença, a nossa fragilidade, o ódio até das pessoas mais próximas de nós. Com certeza isso não é algo aparente ou artificial. Mas Jesus nos diz que apesar da força brutal desses males não devemos pensar que sempre foi assim, e sempre o será. Que nada podemos fazer para reduzir ou tentar eliminar os seus efeitos trágicos. Jesus, ao contrário, nos alerta que é justamente ‘após a grande aflição’ (v.24) da vida, que inicia um novo momento de esperança e salvação. O aparecimento próximo de novas oportunidades de mudar e transformar a aflição em alegria e esperança realizada, mesmo que a ‘aflição’ pareça aos nossos olhos tapados como algo eterno e invencível. A segunda atitude que Jesus nos convida a assumir é entender os sinais presentes na história que apontam que ‘a primavera está chegando’ (v.28) Descobrir no nosso cotidiano e na humanidade aqueles acontecimentos e relações humanas de verdadeira fraternidade, solidariedade, ousadia, e de transformação que comprovam que a ‘presença salvadora’ do Filho do homem, (v.26) e o poder de ‘suas palavras que nunca caducam’(v.31) já está vencendo, de fato, a grande ‘aflição’. Um claro recado a todas àqueles discípulos/as e igrejas que querem desistir diante dos desafios, conflitos e problemas da vida. Porque ainda não perceberam o poder que possuem para ‘fazer acontecer primavera’!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

HAITI: o drama de quem fica e de quem vai ao Brasil clendestinamente pagando caro!

A imigração ilegal de haitianos para o Brasil pode ser caracterizada hoje como tráfico de pessoas. A avaliação é do padre haitiano Onac Axenat estabelecido no Acre, estado que há dois anos  mais recebe imigrantes sem visto. O missionário da Sociedade dos Sacerdotes de São Tiago (SSST), da Igreja Católica, disse à Agência Brasil que os haitianos gastam até US$ 4 mil, por pessoa, para se submeter a uma “rede de tráfico” composta por vários coiotes que atuam em seu país. “Alguns [dos imigrantes] venderam tudo no Haiti. A promessa era de que receberiam salários no Brasil entre US$ 1 mil e US$ 2 mil”. Axenat chegou ao país em 2010, pouco depois do terremoto que atingiu a capital haitiana, Porto Príncipe, e tem atuado no apoio psicológico aos imigrantes ilegais. Para ele, como compatriota e sacerdote é mais fácil fazer com que essas pessoas contem o que passaram e como chegaram ao Brasil.Um fato que chamou a atenção do missionário foi a mudança de postura dos haitianos que se submeteram às viagens promovidas pelos coiotes. Ele disse que os primeiros a chegar, em 2010, eram mais “abertos e alegres”. Aos poucos eles foram se fechando e nem a ele contam o porquê da alteração de comportamento. Onac Axenat disse que a última vez em que esteve em Brasileia (AC), cidade fronteiriça com a Bolívia, a única coisa que conseguiu ouvir dos haitianos é que tinham medo. “Padre, eu não posso falar nada ainda. Eu sofro” relatou um deles, segundo o padre. “Tudo está concentrado em Porto Príncipe, tudo é centralizado na capital e o terremoto nos paralisou. O emprego não é fácil, mas há o que fazer. O Haiti é o meu país e está no meu coração, temos que pensar no futuro e esse futuro é estar no país e fazê-lo crescer”, desabafou o pároco.(Fonte: IHU)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O Brasil na encruzilhada: criar um novo paradigma civilizatório

Um Brasil ainda injusto e desigual
O Brasil é ainda um país profundamente injusto. Apesar de ser a sexta economia capitalista do mundo temos mais de 16 milhões de pessoas vivendo como miseráveis, com menos de meio dólar per capita por dia, e outros mais de 30 milhões com no máximo 1 dólar por dia. Mas talvez o maior contraste, revelador do tamanho das contradições, seja o dado revelado por O Globo, um jornal de perfil bem conservador, no dia 15 de outubro passado. Segundo o jornal, 4.640 milionários brasileiros (aqueles que têm ao menos US$ 30 milhões em conta bancária), têm riquezas que somam US$ 865 bilhões (em reais, R$ 1,764 trilhões). "É mais do que as reservas internacionais de todos os países da União Europeia juntos”, segundo o jornal. No Brasil, é ainda bem marginal o debate de alternativas ao desenvolvimento, de mudança de paradigma, de transformar processos. Nesses últimos governos petistas quer-se mais e mais desenvolvimento, o produtivista e consumista, só que com inclusão social. Tal crescimento, porém, para praticar a inclusão social, precisa ser de 5 a 7% ao ano, como disse a nossa presidente Dilma no Fórum Social Temático, em Porto Alegre, em janeiro de 2012. Devido à urgência que a mudança climática levanta, é preciso fixar o olhar na questão energética, na questão do agronegócio e pensar um novo paradigma civilizatório.

Energia para crescer e distribuir. Mas qual energia?
O Brasil caminha a passos grandes, de verdadeira potência emergente, para soluções energéticas que vão torná-lo muito mais poluente do que é atualmente. Hoje, o grande potencial de nova energia ‘limpa’ se concentra nos grandes rios da Amazônia. Dá para imaginar o que significa construir de 40 a 60 hidrelétricas de médio e grande porte num território como a Amazônia? Quanta terra inundada, mata destruída e impacto no clima e na biodiversidade? Quantos territórios e povos indígenas devastados? Ainda não se fez a opção pelas pequenas geradoras hidrelétricas que, em rede, são muito menos invasivas e muito mais produtivas e democratizadoras da economia. Não é exatamente isso que se busca com o desenvolvimento que temos atualmente. Mas o ‘calcanhar de Aquiles’ energético do Brasil emergente são as jazidas de petróleo do pré-sal. O pior de tudo é o senso comum que se forjou, que aponta o petróleo como a base para o grande salto do Brasil ao tal desenvolvimento. Isso, sobretudo, no meio da "classe batalhadora” – os mais de 30 milhões que saíram do limiar da pobreza com as políticas distributivas recentes. O debate no Brasil não é se vale a pena explorar o petróleo ou deixá-lo onde está; pelo contrário. O debate é sobre como distribuir as rendas do petróleo... Se observarmos, enfim, o papel do etanol para carros de passeio, - área em que o Brasil foi pioneiro, - descobriremos, na verdade, que o etanol e o biodiesel, como seu correlato, não passam de agronegócio, uma das mais importantes bases do desenvolvimento do Brasil emergente. Seu impacto ambiental, do ponto de vista de emissões, até pode ser positivo, mas seu impacto social é devastador.

Agronegócio: predador, contaminador e destruidor
O Brasil hoje depende muito do agronegócio como força de sua presença no mundo. Se acrescentarmos ao agronegócio o extrativismo mineral, temos somado, nas tais commodities, uma dependência crescente das exportações brasileiras da natureza (terra + minas + água + sol). Nos últimos anos, tal dependência de produtos primários vem aumentando. Somados, só seis produtos primários (minério de ferro, soja, petróleo, carnes, açúcar de cana e café) chegam a mais de 44% das exportações brasileiras de janeiro a agosto de 2012 (fonte: O Globo, 15/10/12). Temos hoje um agronegócio destruidor da biodiversidade, de florestas, contaminador, produtor de alimentos processados de qualidade duvidosa e dependente de modernos latifundiários, parte da tradicional elite brasileira, vivendo nas cidades, ou de grandes grupos empresariais nada identificados com o mundo rural. O agronegócio depende do controle da terra e da sua exploração livre de controle social e ambiental. Mais um aspecto relevante dessa questão deve ser mencionado: a reforma agrária. Nesses anos se deu preferência ao crédito de apoio ao invés de um efetivo programa de desmonte da bomba antissocial do latifúndio predador social e ambiental. Enfim, fica claro que o agronegócio é parte do poder estabelecido, difícil de mudar numa perspectiva de bases mais democráticas, includentes e sustentáveis.
O que fazer?
Precisamos voltar às bases, fazer o que se fez na resistência e ao finalmente derrotar a ditadura. Trata-se de um trabalho de educação popular e cidadã, na visão libertária de Paulo Freire. Temos um enorme contingente da população "contaminada” pelo ideal do consumo, pois, afinal, é a primeira vez que o experimentam. O desafio maior para a democracia e a sustentabilidade, na perspectiva de uma transformação que importa, no Brasil, é conquistar corações e mentes para tal agenda. O imaginário mobilizador é o primeiro desafio. Precisamos ouvir, literalmente escutar, as ruas para entender e transformar as suas demandas. Nosso problema e maior desafio é de ordem cultural: falar para o que as pessoas sentem. Transformação só é possível com cidadania motivada e em ação.
(Fonte: reelaboração de um artigo de Cândido Grzybowski)
São menos de 70 mil os grandes proprietários de terras, num universo de quase 4 milhões de proprietários rurais, controlando quase 200 milhões de hectares, 25% do território nacional, o equivalente a mais de 2.800ha cada um, em média. Diante deles, quase dois milhões de famílias sem terra e outros dois milhões com pouca terra. Existe negócio mais excludente?

Na América Latina classe média cresce 50% em 10 anos, mas desigualdade ainda é grande

Segundo o Banco Mundial (BM), na última década, na América Latina, a classe média cresceu 50%. O BM qualificou essa tendência como uma conquista histórica. O BM difundiu um relatório que assinala que a classe média dessa região ascendeu para, aproximadamente, 152 milhões de pessoas em 2009. Em 2003, os registros eram de 103 milhões de pessoas. Isso se deve às mudanças adotadas na política pública para enfatizar a prestação de programas sociais juntamente com a estabilidade econômica. No entanto, o presidente do organismo, Jim Yong Kim, advertiu que "os governos da América Latina e do Caribe ainda têm muito trabalho a fazer”. Atualmente, os pobres e a classe média representam cada um 30% da população, enquanto que os ricos são 2% e os restantes 38% se situam em um setor catalogado como classe média baixa, um grupo vulnerável com uma alta possibilidade de cair na pobreza. O relatório define os integrantes do segmento médio como aqueles que recebem entre 10 e 50 dólares diários per capita, e os países onde a tendência vem acontecendo com mais ênfase são o Brasil, a Argentina, a Colômbia, o Chile e o México. Entre os fatores que vem contribuindo para a consolidação da tendência, Kim enumerou o maior nível educativo dos trabalhadores, um maior nível de emprego formal, mais pessoas vivendo em áreas urbanas, mais mulheres na força de trabalho e famílias com menos filhos.(Fonte: Adital)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Bispos das grandes cidades brasileiras se reunem e discutem formas para superar a violência

“Estamos descobrindo, cada vez mais, que os nossos problemas são comuns. Problemas que eu ouço falar do Rio de Janeiro, de São Paulo, são também problemas que eu enfrento diariamente em Salvador. Então, de repente, colocarmos em comum as nossas preocupações e iniciativas que foram tomadas pode nos ajudar a caminhar rapidamente, se não em busca de uma solução completa, ao menos de pistas de solução’. Assim se manifestou o bispo de Salvador presente a um congresso sobre os problemas das grandes cidades realizado nesta segunda-feira, 12 de novembro, no Rio. Em pauta, questões voltadas para a nova evangelização, o código penal, a violência nos grandes centros urbanos e a Jornada Mundial da Juventude de 2013. Segundo o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer a violência desafia o trabalho da Igreja, que tem como principal diretriz a dignidade da pessoa humana. A violência desafia muito fortemente o nosso trabalho, porque a Igreja precisa estar do lado dos direitos humanos, da dignidade das pessoas, ao contrário da violência. Só que, muitas vezes, não se vê claramente o problema porque ainda não se tem uma percepção muito clara de como está organizada essa questão da violência. Não podemos ficar simplesmente de braços cruzados” - opinou.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

No Pará delegado da Polícia Federal mata índio Munduruku com 4 tiros no peito e um na cabeça

O conflito ocorrido nesta quarta-feira, 7, envolvendo índios Munduruku da Aldeia Teles Pires, fronteira entre Pará e Maranhão, e a Polícia Federal do Brasil, é mais um capítulo de uma novela pautada pelo descaso, violência e destruição das terras e dos povos indígenas. Saldo até agora conhecido: vários índios gravemente feridos; crianças, idosos e mulheres ameaçados e humilhados pelos agentes federais; e um Munduruku assassinado com quatro tiros no peito e um na cabeça. No final do século XV, antes mesmo da chegada dos portugueses, os espanhóis já haviam tocado a foz do rio Amazonas. Como inicialmente não foi encontrado ouro ou prata, partiu-se para a exploração dos recursos vegetais, bem como captura dos indígenas para trabalharem como escravos. 500 anos se passaram desde a chegada européia a pindorama, mas o confronto de ontem repete o que ocorria no inicio da invasão. Índio (Munduruku) com flecha defendendo o seu território, e branco (Policial federal) com arma de fogo abatendo quem encontrava pelo caminho.Por trás de toda esta situação estão os interesses de empresários, ávidos pelos recursos minerais em terras indígenas; latifundiários do agronegócio; empreiteiras construtoras de mega-hidrelétricas nos rios Teles Pires, Xingu e Madeira (o Tapajós é a bola da vez), entre outros. O governo brasileiro dá sustentação ao projeto do capital para a natureza, projeto de exaustão das riquezas naturais da Amazônia, e do mundo. Por tudo isso, responsabilizamos o governo pelo ocorrido na aldeia Teles Pires. Exigimos que os fatos sejam apurados e os culpados pelos ataques e assassinato do índio Munduruku sejam criminalmente penalizados. Por fim, reiteramos nossa denuncia contra o projeto do governo do Brasil. Projeto de destruição da floresta, dos rios e da vida na Amazônia.

Belém, 08 de novembro de 2012

Associação Indígena Tembé de Santa Maria do Pará (AITESAMPA)
Comissão Pastora da Terra (CPT/PA)
Comitê Dorothy
Seguem mais 30 instituições

sábado, 10 de novembro de 2012

As viúvas, as verdadeiras dizimistas! (Mc.12,38-44)

Aparências e ostentações, sede de autoafirmação e reconhecimento público, hipocrisia e bajulações convivem no ser humano com atitudes de simplicidade e sobriedade, de humildade e singeleza. No universo cultural em que vivemos as primeiras atitudes parecem predominar sobre as segundas. Emergem com mais vigor porque existe no ser humano um desejo insaciável, mesmo que inconsciente, de ser reconhecido e valorizado. De mostrar poder sobre os outros, mesmo que seja fictício. De aparecer generosos, mesmo sendo tacanhos. De ser fiéis a normas e preceitos mesmo sendo traidores de valores e princípios éticos. O evangelho hodierno de Marcos nos diz de que lado Deus está. O que e quem Ele prefere. Quais as atitudes que os seguidores de Jesus de Nazaré deveriam assumir. O evangelista o faz de forma magistral, sagaz e crítica. Descreve sucintamente a estrutura comportamental, social e religiosa, dos doutores da lei. Descreve-os como ‘pessoas que procuram os primeiros lugares, que gostam de vestir roupas vistosas, de serem cumprimentados em locais públicos, mas também como pessoas que sob o pretexto ‘de longas orações nas casas das viúvas aproveitam para devorá-las e esvaziá-las.’. O evangelista, a seguir, passa a descrever o comportamento de pessoas ricas, - supostamente ligadas aos doutores da lei ou, talvez, sendo os mesmos, - e de uma viúva. Todos nas mesmas circunstâncias, no espaço sagrado do templo. Ou seja, no espaço habitado por Deus. Os primeiros se comportam de acordo com a fama e o ‘prestígio moral’ que lhe é tradicionalmente atribuído, e que eles acham possuir: oferecem dízimos vistosos. Eles devem manter as aparências de pessoas generosas, e sempre solícitas em ‘comprar’ a benevolência divina!
A viúva, ao contrário, passando quase invisível, coloca no cofre apenas duas pequenas moedas. Uma oferta insignificante desde um ponto de vista financeiro, mas que representava tudo o que ela tinha materialmente. Com isso, de forma muito sutil, Marcos deixa a entender que a viúva deu pouco ao templo porque a ‘casa dela havia sido esvaziada e devorada pelos doutores da lei graças às suas longas orações na sua casa’. Eles usam e manipulam o sentido da oração, do sagrado, para extorquir e sequestrar os poucos bens que ela e os pobres possuem. Mesmo assim, a viúva doou a Deus o pouco que os ‘homens de Deus’ haviam deixado da sua rapina na sua casa. Um dinheiro, inclusive, que acabaria sendo usado e administrado pelos mesmos autores da rapina! Marcos ao fazer a sua crítica ao sistema religioso e social de Israel reafirma de um lado a sua convicção de que os pobres são portadores de uma riqueza moral que é a única capaz de construir novas relações de fraternidade. E do outro, que não são os ricos e poderosos a agradar e a seguir a Deus, e a construir o novo jeito de governar de Deus, como muitos seguidores de Jesus pensavam. Os ricos só dão sobras que são, afinal, não o fruto de sua generosidade e criatividade, mas de suas rapinas contra viúvas e pobres. As viúvas, os pobres, os pecadores, e as prostitutas, ao contrário, - pessoas que não gozavam de nenhum prestígio social, - sabem renunciar a tudo o que eram e tinham, para se entregarem à ‘generosidade divina’, e a construir um novo jeito de convivência humana. Elas são o verdadeiro dízimo preferido por Deus. Porque souberam mergulhar com fé no colo de um Pai que sempre assegura beleza aos lírios do campo, comida farta aos passarinhos do céu, e não deixa cair sequer um fio de cabelo dos filhos e filhas que ele gerou com amor.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Ìndios manifestam em Brasília contra portaria 303 e pedem urgência na solução de problemas que ameaçam a saúde e a segurança deles!

Um grupo de índios de nove etnias vindos do Maranhão e do Amazonas fazem manifestação ao lado do Palácio do Planalto pedindo a revogação da Portaria 303 da Advocacia-Geral da União. Ainda sem data para entrar em vigor, a norma estende a todas as terras indígenas do país as condicionantes definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em 2009. Enfeitados com colares e tocando chocalhos, os índios cantam e dançam durante a manifestação. Eles querem conversar com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para pedir a revogação da portaria. Por isso, foram ao Palácio do Planalto, onde pensavam encontrá-lo. O ministro tinha reunião agendada com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, durante a manhã. A reunião já foi encerrada, segundo assessores. Os índios pedem  urgência na solução da situação calamitosa de saúde indígena e também no controle da exploração ilegal de madeira nas áreas indígenas. Lideranças indígenas argumentam que as regras colocadas na portaria ameaçam um processo já consolidado. Na prática, a medida proíbe, por exemplo, a ampliação de áreas indígenas já demarcadas, a venda ou arrendamento de qualquer parte desses territórios, quando significar a restrição do pleno usufruto, e a posse direta da área pelas comunidades indígenas. Após a polêmica provocada pela portaria, a Advocacia-Geral da União (AGU) decidiu esperar a publicação do acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) para colocá-la em vigor. A data em que os ministros do STF julgarão os embargos ainda não está definida.(Fonte: Agência Brasil)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Presidente do IBAMA em São Luis só para anunciar o que todos já sabem: tudo será mais Rápido, Acelerado e Simples graças ao RAS!

Hoje, 6, o presidente do IBAMA, Volney Zanardi, estará em São Luis para participar de um seminário com funcionários e parceiros do Instituto do Meio Ambiente para comunicar as novas regras. É que o processo de licenciamento ambiental vai passar por mudanças profundas. Uma série de medidas que têm o propósito de tornar mais rápida a liberação de grandes obras de infraestrutura do país. Por meio de um decreto que está sendo amarrado por uma comissão tripartite – União, Estados em municípios, - o governo vai detalhar, especificamente, qual é o tipo de obra que cada um terá que licenciar a partir de agora. A medida terá reflexo instantâneo nas operações do Ibama, órgão que hoje diz gastar tempo precioso envolvido com o licenciamento de milhares de pequenas operações. Todas as obras de infraestrutura do país deixarão de exigir, exclusivamente, a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima). A decisão do Ibama é que, a partir de agora, muitos empreendimentos terão de apresentar apenas um Relatório Ambiental Simplificado (RAS). Isso mesmo, igual àquele que foi adotado na duplicação da ferrovia do Carajás, da VALE. Como o próprio nome indica, esse tipo de estudo se baseia em uma quantidade menor de informações, reduzindo custo e tempo de conclusão. Segundo o IBAMA o pacote de concessões de rodovias, que engloba a transferência para a iniciativa privada de 7,5 mil quilômetros de estradas federais, será a primeira experiência prática do novo tratamento. Essa mesma lógica de licenciamento valerá para todos os demais tipos de empreendimentos: ferrovias, portos e aeroportos. O EIA-Rima continuará a ser peça fundamental do licenciamento ambiental, mas só será exigido quando a situação, de fato, exigir um estudo aprofundado dos impactos que serão causados pela obra. Quem será a definir se a situação o exige? As mudanças, segundo o presidente do Ibama, não significam que o instituto estará facilitando a vida dos empreendedores para execução das obras. “Teremos mais agilidade, mas isso não tem nada a ver com perda de qualidade. A questão é qualificar o que é preciso para aquela obra”, disse ele. O 'faz de conta' já tomou de conta do Instituto e a subservência ao executivo estará definitivamente selada.


Mais uma indígena de 23 anos morre em Arame. Conselho Distrital exige afastamento dos responsáveis pela assistência indígena

A jovem indígena Tatiana Gomes Viana Guajajara de 22 anos, estudante  do 3º ano do Ensino Médio, Centro de Ensino Indígena Zezinho Rodrigues, estava doente  há mais de 03 dias, gritando e chamando por socorro, mas quando os responsáveis da saúde indígena a levaram ao hospital Sagrada Família Ltda. na cidade de Arame ela veio a falecer pouco tempo depois da sua chegada. A partir desse fato, e de muitos outros que apontam para um verdadeiro estado caótico na saúde indígena da região, Paulo Gomes Guajajara, conselheiro do Conselho Distrital de Saúde Indígena – CONDISI-MA, na cidade de Arame,  através de carta-denúncia repudia todas as inoperâncias, omissões e negligências praticadas pelo técnico responsável do Pólo Base de Arame, juntamente com sua Equipe Multidisciplinar. Uma equipe que foi  contratada, recentemente  pela ONG Missão Evangélica Caiuá gestora da assistência á saúde indígena. Alguns meses atrás havia ocorrido mais uma morte de indígena por falta cuidados e assistência médica. O Conselheiro distrital denuncia também que a nova equipe contratada pela  Missão Evangélica Caiuá está colocando os pacientes indígenas para assinar um  TERMO DE RESPONSABILIDADE. Ao fazer isso a equipe se livra de qualquer responsabilidade por tudo o que vier acontecer com os pacientes indígenas que estão sob seus cuidados. Após a assinatura, - denuncia o conselheiro, - tudo é enviado para Dsei-MA, ‘provando’ que o indígena, através daquele ato, recusou tratamento. O conselheiro afirma claramente que esta é a artimanha que a equipe de saúde adota para justificar as numerosas mortes de indígenas na região. Finaliza o documento afirmando que os índios querem dar um basta nesses atos absurdos que trazem  muitas  revoltas e angustias à toda a comunidade indígena e pede o imediato afastamento do atual representante do Órgão Sr. Manoel de Jesus Barbosa da Silva.


sábado, 3 de novembro de 2012

Santo é você, hoje....... (Mt.5,1-12)

Santo é você, hoje, que tem um coração de pobre, e não se sente auto-suficiente. De quem sabe que tudo o que possui não é fruto da sua inteligência, nem da sua esperteza, ou da sorte, mas da generosidade de Deus. Santo, porque sabe que vive na interdependência da vida e que precisa de todos para compreender e ser feliz. É no ‘espírito’ da sobriedade e da solidariedade que constrói a nova humanidade, residência de Deus.

Santo é você, hoje, que ainda sabe se comover diante de uma mãe ou de um pai que choram a morte de um filho amado. Santo é você que ainda não se deixou contaminar pela indiferença de muitos. Santo é você que continua sentindo a mesma dor interior ao ‘tocar’ a dor dos outros. Não desespere: já inaugurou a sua paz interior.

Santo é você, hoje, que continua apostando no diálogo e na solução pacífica dos conflitos. Que detesta os arrogantes e os violentos, os fabricantes de armas e os que têm o gatilho fácil. Que detesta os que usam a língua afiada para ferir e machucar. Santo é você, hoje, que transforma essa terra num templo cósmico de paz e harmonia.

Santo é você, hoje, que compreende que não é suficiente assegurar ‘barriga cheia e direito’ só para si. Que entende que as injustiças e as desigualdades, hoje, matam milhões de ‘sem comida’. E que jogam à margem da vida e nas cadeias públicas quem só conheceu violência e foi vítima da brutalidade humana. Santo é você que hoje se mobiliza e luta por pão e direitos.

Santo é você, hoje, que sabe compreender as fragilidades próprias e alheias. Que não se escandaliza por causa delas. Que não se veste da arrogância e da prepotência daqueles puritanos hipócritas que vêem pecado só nos outros. Santo é você, hoje, que sabe se perdoar. E sabe dar para si uma nova chance. Porque compreende que a misericórdia não significa cumplicidade e nem omissão para com aqueles que não sabem perdoar.

Santo é você, hoje, que num mundo de aparências, duplicidade e bajulação, em seu coração só alimenta franqueza, transparência e verdade. Santo é você que não cultiva dentro de si subterfúgios e nem insanas ambições. Que não engana e manipula o seu próximo para poder prevalecer sobre ele. Santo é você quando é você mesmo, santo ou pecador que seja. Você verá a Deus, diretamente, dentro de você. E o seu coração puro verá nas criaturas o rosto Dele. 

Santo é você, hoje, que mesmo perseguido e caluniado até pelos seus familiares não abre mão dos valores em que acredita. Que no mundo dos espertinhos e corruptos continua a acreditar na honestidade. Santo é você que mesmo torturado física e moralmente não vende sua alma ao prepotente que o governa, e ao patrão que o oprime. Não desanime. Com sua coerência de vida você já os derrotou.

Santo é você, não porque algum papa o canonizou, e o seu nome está num calendário religioso. Nem porque a sua imagem é venerada em algum altar por um grupo de fiéis, ou porque lhe atribuíram algum milagre. Santo é você quando fugir do reconhecimento público, e nas profundezas de sua alma e na simplicidade de seus gestos mostrar a presença de um Deus que ama e acolhe @s seus filh@s. Será esse milagre a torná-lo santo e feliz!


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

ÀQUELES QUE VIVEM EM NÓS E NÓS NELES!

 À sombra dos ciprestes, numa urna
banhada pelo pranto, é talvez menos
duro o sono da morte? Quando eu não
mais contemplar a luz do sol e vê-la
cobrir a terra de animais e plantas,


e as horas futuras não mais passarem
diante de mim cheias de ilusões,
e não mais ouvir, caros irmãos, a triste
harmonia que os seus gestos desvelam,

e não mais sentir em meu coração 
     
a poesia do amor que conforta a minha vida errante,
qual paz terei eu senão uma lousa
que distíngua meus ossos entre outros
que na terra e no mar semeia a morte?  

    
É certo, meus queridos! Até a Esperança,
última Deusa, foge dos sepulcros:
e o Olvido envolve tudo na sua noite;
e alguma força operosa atormenta
a natureza sem cessar. 


E o tempo transforma o homem, 
suas tumbas, seus vultos e vestígios,
 quer na terra ou no céu....      
 

Se viver no subsolo, mesmo quando
a harmonia da vida lhe for muda,
poderá avivá-la, com nobres zelos,
na memória dos seus?


Celeste é esta correspondência de doces sentidos,      
dom divino há nos humanos; e muitas
vezes vivemos com o amigo morto
e o morto com nós....    


(Tirado de 'Os sepulcros' de Ugo Foscolo e livremente 'manipulado' pelo blogueiro)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Trabalho escravo: a praga arcaica continua no opulento Brasil

Mais de um terço das libertações de escravos realizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego de 1º de janeiro até 18 de outubro de 2012 aconteceram em fazendas de gado dentro dos limites da Amazônia Legal, de acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Dos 150 flagrantes registrados até agora em 2012, 54 envolveram pecuária na região. Estatísticas gerais sobre o assunto foram divulgadas na semana passada e reforçam a associação entre desmatamento para abertura de pastos e trabalho escravo. Além da pecuária, outras atividades relacionadas ao desmatamento também têm utilizado escravos na Amazônia. Ao todo foram 91 casos na região em 2012, incluindo os 54 da pecuária, o que representa 60,7% de todos os casos do país. Ocorrências na construção civil e em confecções têxteis representam 11,3% do total de flagrantes levantados pela CPT.  Durante o período de um mês, neste ano, o MTE chegou a libertar, em três fiscalizações diferentes, 167 vítimas do trabalho análogo ao de escravo em empreendimentos da construção civil, inclusive, em um deles, em obras do programa “Minha casa, minha vida” do governo federal. No ramo têxtil, este ano em São Paulo, 23 migrantes foram resgatados de condições de trabalho degradante, enquanto costuravam para a grife de roupas Gregory. (Fonte: Repórter Brasil)

Atingidos da VALE entregam prêmio de pior empresa 2012 ao presidente-Faraó Murilo Ferreira

Murilo Ferreira, presidente da Vale, recebeu em mãos, ontem, 31 de outubro, pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, o prêmio Public Eye Awards, concedido à empresa, no início do ano, pela suas numerosas violações dos direitos socioambientais, bem como acusações de evasão fiscal e dívidas bilionárias. Ao receber o prêmio, Murilo Ferreira disse que não considera prêmios desse tipo, por envolver organizações estrangeiras, que, na sua opinião, “querem bloquear o desenvolvimento do Brasil”. A reunião foi o primeiro encontro entre o presidente da Vale e a Articulação dos Atingidos. Na ocasião, as organizações relataram os casos nacionais e internacionais de violações de direitos cometidos pela empresa. Foram solicitados a Murilo Ferreira um posicionamento formal das denúncias apresentadas, o detalhamento das ações concretas para a solução dos problemas e as perspectivas de mudança da postura empresarial. Ao ser questionado sobre a participação da Vale nas violações cometidas por Belo Monte e TKCSA, Murilo Ferreira se desresponsabilizou das acusações, alegando que embora as reconheça – as violações – a Vale não teria controle sobre esses projetos. “TKCSA e Belo Monte estão fora do meu controle. Somos sócios minoritários. Dentro da TKCSA só podemos ir ao banheiro, quando podemos”. No caso da Serra da Gandarela, o presidente da Vale informou que o projeto Apolo está parado por falta de recursos, mas sua assessora confirmou que a Companhia continua realizando prospecções e pesquisa na última serra intacta de Minas Gerais. Murilo Ferreira se omitiu diante as questões levantadas sobre a duplicação da estrada de ferro Carajás, violação dos direitos trabalhistas e sobre a preservação dos recursos hídricos. E ainda disse, que são infundadas as acusações de envolvimento da Vale nos assassinatos de trabalhadores, na Guiné. Quanto a Moçambique, o presidente se limitou a reconhecer que haveria problemas com os assentamentos de Moatize e não especificou que medidas a empresa vem tomando para solucioná-los.(Fonte: Justiça nos Trilhos)

Comentário do blogueiro: em pleno período neo-desenvolvimentista o ‘brasileiro’ Murilo Ferreira (família oriunda de Portugal!) lança mão das arcaicas argumentações de que ‘ONGs estrangeiras’ estariam atrapalhando o desenvolvimento do Brasil...Esquece o neo-arrogante presidente da Vale que a brasileira Vale não olha de qual país vem a grana pela venda do minério que ela extrai sem pena e sem dó! O neo-premiado presidente não se importa se são ‘os estrangeiros’ ou os seus 'co-nacionais' a pagarem o pato pelos seus abusos ambientais e sociais. Uma vergonha para ‘nós’ humanos planetários, senhor presidente!

VALEU LEITOR: no mês de outubro tivemos 4.479 visitas ao blog