quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Sinto, marília, dizer - por Romério Rômulo

Se eu caminho, Marília, nas estradas de ouro preto
sinto teu olho rasgar o lacre da minha carne

sinto o duro e permanente viés com que interrogas
meus estratos seminais que só pulsam do teu lado

sinto, Marília, dizer que no teu olho apagado
acabo de anoitecer, num mundo vitrificado
na morte mais indizível de que alguém quer morrer.

Nenhum comentário: