sábado, 8 de dezembro de 2018

II domingo de advento - Lc 3,1-6 - A salvação se constrói longe do mundo dos políticos e dos sacerdotes!


Deus nunca escolhe os potentes da política e da religião para se revelar. Eles nem saberiam descobri-Lo nos gestos mais singelos de bondade e de compaixão. Deus se revela àqueles que ficam longe dos centros do poder político e religioso. É o caso do evangelho de hoje!Quando tudo estava sendo dominado pelos maiores poderes políticos e religiosos da época, - imperadores, reis, governadores, príncipes, sumos sacerdotes, - a palavra de Deus foi dirigida não a eles, mas a um desconhecido. Não nos palácios e nem nos templos, mas no deserto! Não um homem das instituições, mas um homem que havia rompido com a tradição. A João, o rebelde que não seguiu o caminho do pai sacerdote, escravo do templo e da religião! Dessa forma, João Batista nos diz que Deus fala produtivamente lá onde os humanos acham que nada nasce. Nos lugares onde os religiosos acham que Deus não se revela, no deserto e na aridez da vida! Ele prega a ‘mudança radical de mentalidade’. Ou seja, um convite a 'pensar e agir radicalmente diferente'. Os sacerdotes e os reis, em geral, defendem sempre a 'situação'. A palavra de ordem deles é: 'sempre foi feito assim e assim deve ser feito'! Não querem mudanças e nem novidades! Isso significaria perder privilégios e poder de influência. Para o evangelista Deus não age no culto, mas na vida concreta. O perdão acontece mudando atitudes, e não mediante rezas e confissões! Lucas vê no testemunho de João uma espécie de segundo êxodo: o Faraó é representado pelo império romano e pelos poderosos da religião. É preciso sair dessa nova escravidão e dominação, preparando e percorrendo outros e novos caminhos, mudando atitudes e opções de vida. Só assim poderá ser construída a salvação, - não a glória de Deus, - que é dada a todos os povos, e não somente a Israel, a um grupinho seleto de pessoas.  

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