Ao longo da nossa ‘breve longa’ vida fazemos experiências intensas de todo tipo. Mergulhamos e passamos por elas sem que, naquele momento, consigamos entender o seu sentido e alcance. Só com o tempo, a posteriori, podemos compreender, mesmo que de forma opaca, as suas lições de vida. Contudo, existem, embora raramente, experiências arrebatadoras que nos elevam, de imediato, a um patamar inimaginável. São estas que transformam, definitivamente, a nossa vida. Foi o que Jesus experimentou no rio Jordão, no seu batismo pelo Espírito. Daquelas águas emergiu um Jesus com uma nova e inédita consciência que o empurra para uma nova e inesperada missão. Uma missão que, afinal, deveria ser assumida por todo seguidor independentemente do estado civil em que se encontra. A missão de ser uma alegre proclamação de solidariedade e de esperança para com tantas pessoas que são ameaçadas e descartadas por aqueles que vivem nos palácios, nas bolsas de valores ou nos centros de informação. Hoje temos a chance de compreender que podemos ser ‘graça e libertação’ para tantos invisíveis e descartáveis da nossa sociedade.
sábado, 25 de janeiro de 2025
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Piquiá de Baixo: a memória subversiva de uma história a ser esquecida!
Hoje pela manhã, na companhia de um amigo que fazia anos que não passava pela nossa cidade, fiz uma rápida visita a Piquiá de Baixo, Açailândia. A impressão foi de que Piquiá de Baixo havia virado um lugar fantasma ou uma pequena Gaza em miniatura. As casas de muitos antigos moradores que acolá viviam até poucas semanas atrás, estão literalmente evisceradas. Arrasadas pelas pesadas máquinas das empresas que margeiam a BR 226 e, sob a batuta da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de Açailândia, as antigas moradias oferecem, agora, um macabro espetáculo de destruição e abandono. A horda institucional dos ‘Hunos da atualidade’ não teve pena e nem compaixão em arrasar as antigas habitações daqueles moradores que, agora, - após 19 anos de longa e combativa luta e resistência, - ocupam, definitivamente, o conjunto habitacional de Piquiá da Conquista, a poucos quilômetros de distância. Certamente, os responsáveis por gerenciar o que sobrou de Piquiá de Baixo, ao serem questionados, alegarão que ‘tudo foi feito em comum acordo e dentro da mais estrita legalidade’. Duvido, mas não é disso que se trata. Com efeito, houve, sim, vários encontros interrinstitucionais e termos de ajustes de conduta e compromissos de vários tipos para determinar prazos, modalidades e condições para a transferência definitiva de um lugar para outro. Contudo, foi a despiedada metodologia adotada pelos órgãos executores que escancarou o alto nível de insensibilidade institucional para com os moradores ‘das antigas habitações’. Tive oportunidade de testemunhar, pessoalmente, a reação de uma senhora ao ver a sua casa, - onde ela e a sua família havia passado longos anos, - sendo totalmente arrasada. Ao contemplar atônita aquela montanha de escombros irreconhecíveis as lágrimas escorriam copiosamente de suas faces, misturadas com uma surda e tácita indignação. Mesmo não mais morando naquela casa, - mas continuando a ser, formalmente, a legítima proprietária, - a senhora não havia sido comunicada da decisão de que a sua habitação teria sido derrubada.
Mais chocante foi a discussão que se sucedeu entre nós e um funcionário da Defesa Civil de Açailândia que, de forma intransigente e irremovível, insistia para que se procedesse à derrubada de outras casas cujos donos já haviam sido notificados. Compreendi, de imediato, a lógica daquele funcionário que, certamente, ainda não havia passado pela mesma situação daqueles que haviam feito de suas humildes habitações lugares de aconchego, de convivência amorosa, de hospitalidade e porque não, altares onde se celebravam os nascimentos e aniversários de filhos e de netos e, também, a morte de entes queridos. Insistimos em mostrar como aquele modo de proceder, frio e cruel, não tinha em consideração o choque emocional de um morador ao ver aquele que foi um sacrário de afetos, aconchego e humanidade sendo arrasado sem um oportuno pré-aviso e um atencioso ‘acompanhamento humano’. Só a chegada do então secretário do meio ambiente conseguiu deter a fúria daquele executor de ordens! Na nossa visita pela manhã conversamos com alguns moradores que não foram contemplados com uma casa no novo conjunto de Piquiá da Conquista e que aguardam uma definição sobre o seu incerto futuro. Manifestaram sua angústia em se sentir cercados pelos escombros das casas daqueles moradores que até pouco tempo atrás eram seus vizinhos, parceiros, compadres. E a clara percepção de que os assim chamados poderes públicos parecem ter sumido definitivamente daquelas ruínas. É como se no Piquiá de Baixo já não existisse mais gente que sonha, que resiste, que grita e que espera. Não existem ‘guardas municipais’ e nem vigilantes oferecidos pelas ‘generosas empresas locais’ para proteger aquele território que virou terra de ninguém e que sem uma presença ostensiva do governo municipal pode abrir o caminho para novas e inéditas atividades escusas e ilegais, sem falar que os chacais vivem à espreita depredando o pouco que ainda sobrou.
Hoje no aconchegante e arejado Piquiá da Conquista muitos ex-moradores continuam visitando, diariamente, como numa romaria carregada de mística e de saudade, aqueles esqueletos de barro e de tijolos despedaçados espalhados, e já enterrados pelo vigoroso matagal, pelo esquecimento de muitos e pela fúria inexorável e devastadora do tempo. No entanto, os moradores de Piquiá de Baixo não podem olvidar decênios de proximidade com empresas que até hoje continuam descarregando trovões de poeira preta de carvão e de ferro e reforçam a ilusão dos ‘desterrados de Piquiá da Conquista’ de que o pior já passou. Não podem ignorar as idas e vindas de muitos homens e mulheres de Piquiá de Baixo, alguns já falecidos, para reivindicar, exigir, negociar, pressionar por casas e vidas dignas. Para que suas vidas não sejam jamais interrompidas pela avidez e a insensatez daqueles falsos promotores do ‘bem estar’ que acham que o respeito às pessoas e ao ambiente não condizem com o ideário de desenvolvimento industrial e econômico que povoa suas mentes obsessivas.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Novo PAC inaugura 11 Unidades Básicas de Saúde Indígenas em cinco estados do Brasil
Em um importante avanço para a saúde pública dos povos indígenas, o Governo Federal inaugurou 11 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) no âmbito do Novo PAC. As novas unidades, que beneficiarão mais de 3 mil indígenas, foram estabelecidas nas cidades de Palmeira dos Índios (AL), Amarante do Maranhão (MA), Goianésia do Pará (PA), Bannach (PA), São Félix do Xingu (PA), Normandia (RR), Amajari (RR), Alto Alegre (RR), Pacaraima (RR) e Porto da Folha (SE). Para muitos dos grupos indígenas atendidos, esta será a primeira oportunidade de acesso à atenção primária de saúde de qualidade, proporcionando um atendimento que respeita a cultura e as tradições locais. As UBSI contarão com equipes preparadas para lidar de maneira sensível e inclusiva com as especificidades dos povos indígenas. Na visão da ministra Sonia Guajajara, a instalação dessas unidades é crucial para garantir que os indígenas não precisem se deslocar grandes distâncias para receber cuidados básicos de saúde. “Estamos garantindo uma saúde de qualidade que atende, de fato, às necessidades dos indígenas Brasil afora”, afirmou Guajajara.
As UBSI foram criadas no contexto do programa "Saúde Retomada", parte do Novo PAC, que visa a construção e revitalização de equipamentos de saúde. Com um investimento total de R$ 7,9 milhões dedicados à saúde primária, o governo planeja entregar um total de 81 UBSI até o final de 2026. O secretário da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Weibe Tapeba, destacou que este é um marco histórico, pois esta é a primeira vez que a Saúde Indígena está incluída no PAC. “Essa ação fortalece a qualidade de vida das comunidades indígenas ao longo do país”, disse. A população indígena no Brasil tem crescido significativamente. Segundo dados do IBGE, entre 2010 e 2022, esse grupo aumentou em 88%. O acesso à saúde é, portanto, uma prioridade crítica, e a criação dessas unidades reflete o compromisso do governo em responder a essa demanda
terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Discurso de Biden alerta sobre formação de oligarquia nos EUA
Em despedida, presidente alerta sobre poder descontrolado de ultra ricos – em referência direta à equipe de Donald Trump. O presidente norte-americano Joe Biden se despediu do cargo com um discurso em que alerta sobre o surgimento de uma “oligarquia” dos ultra ricos no país, em referência aos bilionários que vão compor o próximo mandato do presidente eleito Donald Trump. “Hoje, uma oligarquia está tomando forma na América de extrema riqueza, poder e influência que literalmente ameaça toda a nossa democracia, nossos direitos e liberdades básicos e uma chance justa para todos progredirem”, disse Biden, em discurso no Salão Oval. Ao mostrar preocupação sobre a “concentração perigosa de poder”, Biden fez referências diretas ao cerne da nova administração norte-americana, onde bilionários como Elon Musk vão exercer grande influência dentro do próximo mandato de Donald Trump. Na ocasião, Biden também alertou sobre a erosão da verdade por meio de plataformas de mídias sociais não controladas – uma referência à Meta, que recentemente acabou com os verificadores de fatos no país. “As forças poderosas querem exercer sua influência descontrolada para eliminar as medidas que tomamos para enfrentar a crise climática, para servir a seus próprios interesses por poder e lucro”, disse ele, pedindo que os cidadãos seguissem engajados no processo democrático e em luta pelo progresso de áreas como o enfrentamento das mudanças climáticas. Entre outros pontos, Biden pediu limites de mandato e reforma ética para a Suprema Corte e a proibição de integrantes do Congresso em negociar ações, e apelou por mudanças na Constituição após decisão da Suprema Corte que deu ampla imunidade aos presidentes, uma medida que foi usada por Trump para atenuar várias de suas acusações e que poderia protegê-lo ao realizar atos autocráticos
A riqueza somada dos bilionários do mundo aumentou US$ 2 trilhões (cerca de R$ 12 trilhões) em 2024
A riqueza somada dos bilionários do mundo aumentou US$ 2 trilhões (cerca de R$ 12 trilhões) em 2024. Isso representa crescimento três vezes maior do que o registrado no ano anterior. Ocorreu enquanto o número de pessoas pobres quase não muda desde 1990. Esses dados fazem parte de um relatório divulgado nesta segunda-feira (20) pela Oxfam. O documento As custas de quem: A origem da riqueza e a construção da injustiça no colonialismo foi revelado no mesmo dia em que políticos e grandes empresários se reúnem para mais uma edição do Fórum Econômico de Davos, na Suíça. Segundo a Oxfam, durante 2024, o número de bilionários no mundo subiu de 2.565 para 2.769. O patrimônio combinado deles passou de 13 trilhões de dólares para 15 trilhões de dólares (R$ 78 trilhões para de R$ 90 trilhões). Essa ínfima minoria da população ficou 5,7 bilhões de dólares mais rica por dia – R$ 34 bilhões. Cada um dos dez mais ricos do mundo, em média, ganhou 100 milhões de dólares por dia, ou cerca de R$ 600 milhões. De acordo com a Oxfam, mesmo que essas dez pessoas perdessem 99% de sua riqueza, elas ainda permaneceriam bilionários. (IHU)
sábado, 18 de janeiro de 2025
O noivo Jesus oferece o vinho do novo amor a um povo vítima do desamor!
Toda relação conjugal, ou aliança e amizade social, ou vida em comum passam por momentos de crise. A rotina cotidiana, a mesmice, a falta de procura e de interesse de um pelo outro podem se infiltrar nessa relação e torná-la árida a ponto de se acabar. Era o que estava para acontecer entre Deus/Javé e o seu povo. Uma aliança que não empolgava mais, alimentada por práticas litúrgicas insossas e sem sentido. Era urgente encontrar algo ou alguém que pudesse devolver o amor originário entre os dois. No trecho evangélico de hoje Maria 'mulher/esposa' desvenda e escancara essa crise esponsal: 'esse povo não tem mais vinho'! O vinho do amor inebriante e arrebatador acabou. Ela se dirige ao único capaz de devolver o amor original e força a intervenção de Jesus, cuja 'hora ainda não havia chegado'! Maria que havia educado Jesus a ser compassivo e amoroso com todos, agora o lança definitivamente para estreitar uma aliança amorosa definitiva com um povo que havia perdido a vontade de amar e de viver! Sejamos vinho inebriante e motivador para tantos mal amados dessa humanidade!
terça-feira, 14 de janeiro de 2025
O ano da graça é hoje! Por Alberto Maggi
Se, quando nos perguntarem o que é o Jubileu, respondermos que é uma corneta, teremos respondido corretamente. De fato, “jubileu” deriva de um termo hebraico (Yobel) que indica o chifre (de carneiro) ao som do qual se inaugurava um tempo particularmente sagrado (Lv 25,9). A motivação por trás do Jubileu é o desejo do Senhor de que entre o seu povo “não haja pobres” (Dt 15,4).
Para evitar que alguém acabasse permanentemente na pobreza, foi decretado que a cada sete anos todas as dívidas seriam canceladas (Dt 15,1-11). Além disso, a cada quarenta e nove anos, foi estabelecido um quinquagésimo ano em que não haveria semeadura nem colheita, e todas as propriedades deveriam retornar ao seu proprietário original (Lv 25,8-17). Ambas as leis, do sétimo e do quinquagésimo ano, logo se mostraram ineficazes e inaplicáveis. De fato, a lei da remissão das dívidas, de medida em favor dos pobres, foi um tiro que saiu pela culatra para as classes mais desabonadas, uma vez que ninguém emprestava dinheiro a menos que tivesse certeza de que seria reembolsado dentro do sétimo ano. E a lei do Jubileu a cada cinquenta anos era tão utópica que permaneceu como uma intenção piedosa e nunca foi implementada. Concebida para evitar que houvesse pobres no povo, a aplicação do Jubileu teria reduzido todo o povo à pobreza. Pois, se a cada 49º e 50º anos não se podia semear nem colher, a carestia era garantida, e necessitado se tornaria todo Israel.
Apesar disso, o ideal do Jubileu, como ano em que o Senhor restauraria a justiça, permaneceu vivo no povo e foi proclamado por Jesus na sinagoga de Nazaré. Ali, Jesus anunciou “o ano da graça do Senhor” e afirmou que o tempo em que cada um teria experimento o amor de Deus não seria a cada cinquenta anos, mas que cada dia seria um tempo de libertação: “Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos” (Lc 4,21). Os presentes na sinagoga, no entanto, não gostaram do anúncio da implementação desse ano do Jubileu. Enquanto o Jubileu continuava sendo uma lei utópica, todos concordavam com ele, mas quando Jesus anunciou sua realização imediata, todos se voltaram contra ele: “E todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira. E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem” (Lc 4,28-29). Jesus, que veio para cumprir a vontade do Pai, não falha em seu propósito e continua a propor a realidade do Jubileu, tornando-o uma característica visível da comunidade do Reino de Deus.
Por isso, no Pai Nosso, a fórmula pela qual a comunidade se compromete a aceitar as bem-aventuranças, Jesus torna o Jubileu cotidiano com o pedido: “Perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6,12). Jesus não fala de pecados, mas escolheu o termo dívidas, que vai além da transgressão de preceitos ou mandamentos. Enquanto é possível perdoar as culpas e permanecer na posse dos bens, o perdão das dívidas exige a renúncia a eles. Enquanto “pecado” é uma palavra que pertence à esfera religiosa e se refere a uma norma transgredida, “dívida” é um termo concretamente relacionado ao campo econômico e figurativamente às relações interpessoais (estar em dívida por algo). A dívida com Deus se deve ao fato de que o homem era considerado devedor ao Senhor pelos bens da criação. Deus não pretendia o pagamento impossível dessa dívida, mas pedia que os homens percebessem que estavam em dívida com ele para que tivessem o mesmo comportamento humano e solidário com seus devedores.
O perdão dessa dívida é, de fato, concedido pelo Pai somente com base em sua misericórdia, e não está condicionado a nenhum tipo de desempenho humano. O perdão aos outros deve ser uma consequência do perdão do Pai. Jesus, portanto, ao escolher o termo “dívidas”, pretende se referir ao que está prescrito no Livro de Deuteronômio, onde o verbo “ser devedor” aparece em referência à “lei do sétimo ano”: “Ao fim dos sete anos farás remissão. Este, pois, é o modo da remissão: todo o credor remitirá o que emprestou ao seu próximo; não o exigirá do seu próximo ou do seu irmão, pois a remissão do Senhor é apregoa” (Dt 15 1-2 LXX). Essa legislação foi contornada na época de Jesus por meio da prática do Prosbul, um certificado contendo uma declaração, feito perante o tribunal, em virtude do qual o devedor autorizava o credor a cobrar sua dívida a qualquer tempo, mesmo após os sete anos, independentemente da lei de remissão. Jesus se distanciou e rejeitou a instituição do Prosbul a fim de retornar à pureza do projeto primitivo de Deus, em oposição aberta à “tradição dos antigos” (Mt 15,9) que pretendia passar como ensinamentos divinos aqueles que eram meramente “preceitos de homens” (Mt 15,9; Is 29,13), suplantando a palavra original de Deus. Portanto, a remissão da dívida, e com ela a concessão do perdão, devem ser imediatas. Qualquer atraso na manifestação de um amor capaz de se traduzir em partilha generosa só aumenta a dívida para com o Pai que se originou da ausência de amor e empobrece toda a comunidade: “A ninguém devais coisa alguma, senão o amor com que vos ameis uns aos outros” (Rm 13,8).
Mas a proclamação desse Jubileu, verdadeira “boa notícia” para os pobres, transforma-se em um desastre para os ricos, que acreditam possuir o dinheiro, quando na realidade são possuídos por ele. E a fúria com que os fiéis da sinagoga de Nazaré expulsaram Jesus é a mesma fúria que se apodera daqueles que percebem que a verdadeira porta santa pela qual devem passar no Jubileu é aquela do banco, para aliviar sua conta e compartilhar o muito que têm com aqueles que nada têm. Desde que o Jubileu seja resolvido com uma prática religiosa, é bem recebido por todos, mas quando exige uma mudança de vida...
segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Seis indígenas assumem mandatos de vereador no Maranhão
MARANHÃO, 9 de janeiro de 2025 – Seis vereadores indígenas, eleitos em outubro do ano passado, tomaram posse em câmaras municipais do Maranhão no início de janeiro. Os mandatos são válidos para o período de 2025 a 2028. Ao todo, 67 candidatos indígenas participaram das eleições em 19 municípios do estado, sendo 65 postulantes ao cargo de vereador e dois a vice-prefeito. Esses candidatos receberam 14.788 votos, dos quais 12.895 foram destinados aos vereadores e 1.893 aos vices.
Entre os eleitos, estão Lamartine Araújo (PDT), em Jenipapo dos Vieiras, com 542 votos; Abimael Guajajara (PDT), em Itaipava do Grajaú, com 527 votos; e Tapo (Republicanos), em Amarante do Maranhão, com 710 votos. Outros vereadores indígenas eleitos foram Awju Krikati (MDB), em Montes Altos, com 305 votos; Vladimir Rodiporo Canela (PP), em Fernando Falcão, com 216 votos; e Kassi Pompeu (MDB), em Barra do Corda, com 1.199 votos. Entre os partidos, o MDB liderou em candidaturas indígenas no Maranhão, com 13 postulantes, dois dos quais eleitos. O PDT apresentou nove candidatos e também elegeu dois vereadores. Já o PP, com oito candidaturas, conquistou uma vaga, assim como o Republicanos, com quatro candidatos. Outros partidos, como PT, PSB, PL, União Brasil, PCdoB, PSDB e Podemos, também lançaram candidaturas indígenas, mas não obtiveram êxito nas urnas. (Fonte: Linharesjr)
sábado, 11 de janeiro de 2025
BATISMO DE JESUS: A DESCOBERTA QUE DEUS NÃO AMEAÇA, MAS AMA!
Jesus e João, dois modos diferentes de profetizar. Sem disputas anunciam cada um a seu modo um momento novo. João denuncia a incompetência e a má vontade de um povo inteiro em mudar de vida. Daí a sua profecia agressiva e ameaçadora: Deus está irado e vai destruir quem não produzir frutos de justiça. Jesus concorda somente com o diagnóstico de João - e por isso aceita o seu batismo, - mas discorda frontalmente quanto à sua terapia. Deus não ameaça e nem age movido pela ira. Ele, ao contrário, está dando em Jesus uma nova oportunidade para o povo mudar de forma sistêmica a sua existência. E mudar de acordo com o jeito compassivo e paciente de Jesus, o filho amado! É no jeito carinhoso de acolher os pecadores, de libertar os dependentes de todo tipo, e de curar os sem esperança do humano Jesus que descobrimos o rosto misericordioso de um Deus que ama sem limites e sem condições. Só um batismo no Espírito para compreender e praticar isso!
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
o 1% dos super ricos gastam, consomem, poluem sem limites, já os mais pobres.....
O 1% mais rico da população mundial vai terminar de consumir nesta sexta-feira (10) sua "cota anual" de emissões de gases causadores do efeito estufa de 2025. Já a metade mais pobre da população levará 1.022 dias para emitir a mesma quantidade de gases – ou seja, quase 3 anos. Isso é o que indica o estudo "A Desigualdade de Carbono Mata", da organização internacional Oxfam, que discute a desigualdade social e econômica mundo afora. A Oxfam divulgou o estudo nesta sexta-feira justamente para marcar a data em que tal cota foi consumida. A entidade decidiu chamar o dia de "Dia dos Ricos Poluidores".
A Oxfam definiu a cota anual e individual considerando metas de emissão fixadas para que a temperatura média do planeta não suba mais do 1,5ºC, tida por cientistas como o limite para a sustentabilidade da humanidade. Segundo a Oxfam, essa cota é de 2,1 toneladas de carbono por pessoa por ano. Hoje, cada bilionário pertencente a 1% mais rico da população emite, em média, 76 toneladas de carbono por ano. Já cada pessoa da metade mais pobre emite, em média, apenas 0,7 toneladas de carbono. Para limitar o aquecimento global a 1,5°C, os mais ricos deveriam cortar 97% de suas emissões até 2030. "Os super-ricos continuam desperdiçando as chances da humanidade com estilos de vida extravagantes, investimentos poluentes e influência política nociva. Uma pequena elite está roubando bilhões de pessoas de seu futuro para alimentar sua ganância", disse Nafkote Dabi, líder de Política de Mudanças Climáticas da Oxfam. A pesquisa da Oxfam aponta ainda que, desde 1990, as emissões dos mais ricos já causaram trilhões de dólares em danos econômicos, perdas agrícolas extensas e milhões de mortes por calor extremo. "Nos últimos 30 anos, os países de baixa e média-baixa renda sofreram danos econômicos três vezes maiores do que os valores de financiamento climático prometidos pelos países ricos", declarou a entidade.
quinta-feira, 9 de janeiro de 2025
Executivos trumpistas e ultranarrativa: a vez de Zuckerberg que vai além do fim dos verificadores de fatos - Carlos del Castillo
Zuckerberg assumiu a ultranarrativa que esses atores usaram para desacreditar os verificadores de fatos. Ele os acusou de “censura”, de prejudicar a liberdade de expressão e de ser responsável pelo fato de o Facebook ter que “remover” publicações que não sejam desinformação por causa de suas falhas. “Mesmo que eles censurem acidentalmente apenas 1% das postagens, isso representa milhões de pessoas, e chegamos a um ponto em que há muitos erros e muita censura”, diz ele. “Vamos trabalhar com o Presidente Trump para confrontar os governos de todo o mundo que perseguem as empresas americanas e pressionam por mais censura”, afirma Zuckerberg, seguindo outra das principais linhas de argumentação dos movimentos anti-establishment. Isto garante que os verificadores atuem ao serviço dos poderes nacionais, que os utilizam para desacreditar aqueles que, supostamente, expõem as suas mentiras.
O problema é que não é assim que funciona o programa de verificação de fatos da Meta. “É mentira que a verificação implique a eliminação do conteúdo, como disse Zuckerberg. Apenas acrescenta um rótulo que diz: cuidado, o que se diz aqui é mentira. É um alerta para quem pensa em partilhá-lo”, explica Carlos H. Echeverría, chefe de Políticas Públicas da Maldita, uma das organizações que a Meta contratou para fazer esta verificação em Espanha.O especialista destaca que quando a corporação da rede decide excluir conteúdo, ela se baseia em suas políticas internas e no trabalho de seus moderadores contratados , e não no programa de verificação. “Nunca pedimos ao Meta para excluir nada e nunca faríamos isso. Não só porque não é a nossa motivação, mas também porque achamos que agrava a situação da desinformação. Quando as publicações desaparecem, a investigação fica difícil, pois encontram links mortos que impedem de saber o que aconteceu ou de medir a dimensão do problema”, continua em conversa com elDiario.es.
A forma como Zuckerberg vai “se livrar” dos verificadores de fatos depois de mais de cinco anos de associação levou outros especialistas a questionarem o seu real empenho na luta contra a desinformação. “O caro experimento da Meta com verificação de fatos sempre foi um esforço para desviar a responsabilidade pelos danos que suas plataformas amplificam, desviando a atenção de seu modelo de negócios principal: explorar seu domínio para chamar a atenção e rastrear incansavelmente os usuários, deixando de lado a ética e a precisão”, diz Jason. Kint, CEO da Digital Content Next, um renomado defensor da transparência na publicidade digital. “A retórica de Mark Zuckerberg sobre 'priorizar a expressão' nada mais é do que incentivo político para proteger os lucros, tudo às custas dos consumidores e anunciantes”, postou o especialista no Bluesky.
sábado, 4 de janeiro de 2025
Epifania: Jesus é revelado pelos pagãos rejeitados pelos palacianos e sacerdotes
A estrela não brilha lá onde existem palácios e templos que perseguem profetas, pobres e peregrinos! Os arrogantes e autossuficientes que se autodenominam povo eleito não conseguem entender um Deus que acolhe pagãos, pastores e estrangeiros. Da mesma forma, hoje, nas nossas igrejas se formam perigosas bolhas de supostos devotos que desconfiam de todos aquelas pessoas que não adotam e rezam suas ortodoxas cartilhas. As cartilhas do moralismo barato e preconceituoso, da devoção superficial desligada de qualquer compromisso com a caridade e a justiça. O Menino-Deus, no entanto, foi revelado ao mundo não pelos frequentadores piegas do templo ou pelos teólogos da corte, e sim por desconhecidos e acolhedores pagãos detestados pelos líderes da religião oficial. A epifania vem para nos dizer, mais uma vez, que não é dobrando joelhos, ou acendendo velas e nem realizando corretas liturgias que testemunhamos a Verdadeira Luz escondida numa criança indefesa, num barraco inseguro, e no colo de uma jovem mãe solteira, mas na capacidade de sairmos de nossas bolhas viciadas, preconceituosas, autorreferenciais, e nos abrir para servir, acolher e proteger as vítimas dos carrascos religiosos que se escondem nos palácios e nas igrejas!