sábado, 19 de julho de 2008

ANOTAÇÕES PARA UMA ANÁLISE DE CONJUNTURA ECLESIAL III


III Cenário
Há uma terceira postura/tendência que vislumbro, e um conseqüente possível cenário a ser construído ou aprofundado, e que está presente, - embora de forma minoritária, - em alguns poucos setores (pessoas, grupos) da igreja. É a postura daqueles que na verdadeira liberdade dos filhos e filhas de Deus, não se apegam a cargos, nem se deixam condicionar por ambições de carreira, nem estão preocupados com a administração eficiente da paróquia, nem com as disposições da doutrina da fé ou com o rigor litúrgico, nem com a pastoral do dízimo....Mas em sintonia com o espírito profético de Jesus de Nazaré se expõem, denunciam abusos internos e externos, criam comunidades fraternas, igualitárias, horizontais, rompem com falsos pudores litúrgicos e teológicos e se colocam a serviço do reino/humanidade. O reino/humanidade dos direitos à vida de todas as pessoas, mas principalmente das vítimas, dos impuros, dos afastados, dos não dignos, dos ameaçados, dos “sem”, ou seja, daquela parcela de humanidade que não freqüenta os suntuosos templos e não participa das catequeses e missas. Alguns conseguem fazê-lo sistematicamente, com coragem, arcando as conseqüências disso (ameaças, difamação, calúnias, isolamento institucional, repressão disciplinar, anátemas institucionais...) outros o fazem na qualidade de aposentados ou próximos ao pôr do sol de sua vida.....pois na “ativa” não tiveram liberdade para fazê-lo (há leigos, padres, bispos, comunidades inteiras...è o caso de alguns prelados.....) Acredito ser esse, hoje, o cenário que temos que construir para o futuro da igreja e da humanidade, até como forma de reconstruir novas identidades e relações em que muitos haverão de se espelhar.

Ilustração do III cenário
Devemos afirmar que o mais urgente (para a igreja) é a defesa ou a proclamação da dignidade da pessoa humana, a proclamação dos direitos fundamentais do homem...” (Dom Aloísio Lorscheider)

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