terça-feira, 2 de abril de 2013

Munduruku avisa: 'Vai ter guerra'!

Com presença da Força Nacional para garantir os estudos de impacto ambiental da hidrelétrica no rio Tapajós, indígenas se sentem "traídos" pelo governo federal, temem enfrentamento e afirmam: "nós vamos dizer como queremos ser consultados". "Vai ter guerra". Foi com esta sentença que lideranças Munduruku terminaram um telefonema com representantes da Secretaria Geral da Presidência, em Itaituba-PA, no último sábado, 30 de março. O contexto é a construção de usinas do chamado Complexo Hidrelétrico do Tapajós.Na última quinta-feira, 28 de março, um destacamento da Operação Tapajós se deslocou para a aldeia Sawré Maybu, em Itaituba. Indígenas relatam que policiais fortemente armados, espalhados nos principais pontos de acesso à aldeia, têm feito revistas, registros fotográficos, interrogatórios, tentativas de forçar escoltas de ônibus com indígenas, sobrevoo pelas aldeias e monitoramento pelo rio, margeando a comunidade. Apesar da presença policial, os indígenas atestam não ter visto pesquisador algum. Indígenas e organizações sociais denunciaram a ação do governo como uma "operação de guerra" e exigiram a suspensão da Operação Tapajós. “Se o governo [federal] quiser diálogo com os Munduruku, tem que parar a Operação Tapajós e mandar tirar as Forças Armadas de nossas terras. Nós não somos bandidos. Estamos nos sentindo traídos, humilhados e desrespeitados com tudo isso. O governo não precisa da polícia e da Força Nacional para dialogar com o povo Munduruku. Nós queremos diálogo, mas só falaremos com o governo depois que todos os caciques do alto, médio e baixo [rio] Tapajós conversarem e tomarem sua decisão. É nosso último aviso. Se a Operação não parar, não vai ter mais diálogo com os Munduruku. Vamos acionar os caciques e vai ter guerra”, afirmaram os indígenas ao representante da Secretaria Geral da Presidência da República, Tiago Garcia, na ligação telefônica de 30 de março.(Fonte: CIMI)

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