segunda-feira, 20 de abril de 2015

Mineradoras,acuadas, tentam cooptar igrejas, diz padre Comboniano!

 “As empresas mineradoras, além de tentarem mostrar que suas atividades extrativas são sustentáveis e que seus lucros contribuem para proteger a natureza, agora estão tentando influenciar também a sensibilidade religiosa e ética das pessoas e comunidades que podem chegar a criticar suas operações”, adverte Dário Bossi. Segundo ele, recentemente assessores e managers das mineradoras Anglo American, Rio Tinto, Newmont Mining, o presidente do International Council of Mining and Metals - ICMM,The Kellog Innovation Network, Christian Aid e representantes das igrejas anglicana, católica e metodista sugeriram ao Vaticano que missionários e religiosos assistam “seminários teológicos das diversas partes do mundo para equipar melhor os pastores e os líderes da igreja para servir as comunidades afetadas pelos projetos mineiros”. Ele explica ainda que as mineradoras envolvidas propõem que “igrejas pensem  teológica, ética e liturgicamente sobre a mineração, em nível local e internacional”. Contrário à possível parceria, padre Dário Bossi lembra que a “Igreja tem manifestado com progressiva lucidez seus posicionamentos críticos frente aos interesses especulativos da mineração” e tem “acompanhado os protestos, as denúncias e reivindicações das comunidades”. Para ele, a iniciativa das empreiteiras consiste numa tentativa de aproximação para “insistir sobre a importância do diálogo na ética cristã, para a resolução dos conflitos”, uma vez que, “não sendo fácil nem conveniente opor-se à Igreja, as empresas estão tentando aproximá-la”. O grupo Iglesias y Minería é uma rede latino-americana de comunidades cristãs, religiosas e religiosos que, com o apoio de diversos bispos, da Rede Eclesial Pan-Amazonica - REPAM, do departamento Justiça e Paz da Conferência Episcopal Latino-Americana - CELAM e do Consejo Latino Americano de Iglesias - CLAI, articula-se há dois anos para fazer frente aos impactos da mineração.

Fonte: entrevista de Dário Boss. Ele é padre comboniano, e membro da Rede Justiça nos Trilhos e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental.

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