segunda-feira, 3 de abril de 2017

O prefeito de São Paulo, DORIA-na, é o novo Mussolini...o novo Berlusconi......ou a soma dos dois?


O prefeito Dória é um político esperto, inteligente, flexível, tem método, tem estratégia e sabe o que quer e como quer chegar. Ao contrário da maioria esmagadora dos políticos brasileiros sabe jogar com a lógica do poder e usa os instrumentos de psicologia nas suas relações pessoais e com a sociedade. Por tudo isso, Dória é um político perigoso pelo potencial que ele tem de alcançar distâncias consideráveis no seu projeto de poder. Nada disso seria recriminável se Dória fosse um político autêntico, um democrata compromissado. Mas o fato é que ele não o é e sequer é um liberal, algo que aqui no Brasil nunca existiu.Dória, como se sabe, reza pelos piores manuais da enganação, da manipulação e do charlatanismo (Robert Greene). A cartilha que o prefeito segue, cita e admira é a cartilha da vigarice. Quer o poder pelo poder, pelo brilho que o poder oferece e pelas suas benesses, evidentemente.  Tudo é jogo de aparência, dissimulação, ardil. Como prefeito, Dória age pelo descomedimento, pela destemperança e pela provocação. Tudo indica que é um jogo calculado, mas é um jogo que pode provocar consequências nefastas.

Dória age como se fosse dono da cidade. Foi assim com as pichações e com o  grafite. Cercado de seguranças, parte para cima dos seus críticos em vários eventos. Quer expulsá-los para Curitiba. Semeia os ventos da fúria persecutória que é secundada pelos seus camisas amarelas, uma espécie de Camisas Pretas (Mussolini) do facebook e das redes sociais que o mitificam e pregam o ódio e a violência como meios de imposição política. Não respeita nem FHC e menos ainda Lula. Entregou o primeiro para que fosse destroçado pela milícia verde-amarela. Ataca Lula com violência verbal diária incitando a violência física dos seus seguidores. A violência verbal e os enfrentamentos que Dória promove não se coadunam com o cargo de prefeito. Pelo contrário, retiram-lhe a dignidade e a autoridade que o cargo de um governante sempre deve ter. Dória vem se transformando, de forma recorrente, em um provocador, um arruaceiro político. Calculadamente ou não, o fato é que o prefeito vai assumindo dimensões de um desequilibrado. Quando se diz que Dória representa uma potência do mal não se trata de um mero artifício retórico. Ocorre que, de fato, ele é um novo tipo de líder político, mas que tem fortes reminiscências nos líderes autoritários do passado. O prefeito se dirige diretamente às massas, na rua e nas redes sociais, e busca construir uma identidade com elas, dissolvendo as mediações necessárias que as instituições democráticas e representativas exigem. Prescinde até mesmo do PSDB. 

A novidade singular que Dória representa surge num momento que lhe foi muito oportuno e que ele soube aproveitar. O sistema político brasileiro está destroçado, cheio de escombros e de cadáveres políticos. A crise de legitimidade que devasta instituições, partidos e líderes é imensa. A sociedade vê corruptos por todos os lados. Num ambiente como este, nada mais oportuno do que apresentar-se como antipolítico, como empresário rico, honesto e empreendedor, mesmo que parte dessa riqueza tenha sido amealhada com recursos do Estado.Mas existe um perigo em tudo isso. Dória não é um Collor, um Aécio ou um Serra. É bem mais astuto e preparado do que todos eles. Percebeu que a substância do seu sucesso não está nele, mas fora dele, na sociedade cindida, desencantada, desiludida. Acena para essa sociedade com a possibilidade do sucesso, pois ele se apresenta como a encarnação do sucesso. Numa sociedade que precisa desesperadamente de esperança, Dória poderá se tornar a fúria de sua busca arrastando massas atrás de si, mesmo que isto implique graus variados de violência e uma destruição ainda maior da democracia e dos direitos.
(síntese do artigo 'Dória o falso brilhante' de Aldo Fornazieri)

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