sexta-feira, 18 de maio de 2018

PENTECOSTES

Quando aprendermos que Deus não se adora nem na igreja, nem no templo, nem na sinagoga, nem na mesquita, nem no céu infinito, mas em ‘espírito e verdade’, em toda montanha, em toda planície, em toda mata, em todo riacho e mar, em todo casebre e ou casa de taipa e maloca, será Pentecostes.

Quando deixarmos de ser guiados pelas fórmulas dogmáticas e catequéticas, e os credos ortodoxos, e proclamarmos com gestos coerentes o ‘hino à caridade’, será Pentecostes!

Quando deixarmos de competir com outras igrejas para ver quem faz mais sinais prodigiosos, e começarmos a balbuciar a linguagem do diálogo fraterno, será pentecostes!

Quando formos intolerantes com a nossa intolerância, os nossos preconceitos e racismos, e apertarmos com firmeza e ternura a mão do ‘outro e diferente’, será Pentecostes!

Quando derrubarmos os palanques dos espetáculos e dos teatros da fé, e começarmos a acreditar na fé dos pequenos excluídos e dos ignorados pelos profissionais dos templo, será Pentecostes.

Quando renunciarmos aos títulos eclesiásticos altissonantes, às vestes litúrgicas multicoloridas e aos altares dos sacrifícios, e nos revestirmos com as vestes do diálogo e calçarmos as sandálias da humildade, será Pentecostes.

Quando, enfim, sentarmos à mesma mesa e juntos comermos o mesmo pão no mesmo prato, sem inveja, nem ódio, sem cobiça e ambição, e reconhecermos pela ‘amorosidade’ recíproca que há um só Pai-Mãe,
só assim teremos a força e a ousadia de sair de nossas prisões domiciliares e de nossos egoísmos e sentiremos que não somos nós a agir, mas o espírito da Liberdade e da Luz sem fim.

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