sábado, 16 de setembro de 2023

24º domingo - Perdoar não é compactuar e nem esquecer injustiças! (Mt.18, 21-35)

 Perdoar não é passar a mão no responsável de uma grave injustiça ou de um abuso. Não é fingir que nada aconteceu, esquecer e deixar correr. Isto se configura como ‘cumplicidade’ e como uma espécie de aprovação do ilícito cometido. Perdoar é oferecer uma renovada e permanente chance para que quem cometeu uma injustiça possa reparar o mal feito e, a partir disso, comece a produzir ações justas e positivas. A ação de perdoar é algo soberano, ou seja, uma decisão eminentemente pessoal. Posso perdoar mesmo que o outro não queira. Perdoar, contudo, não é sinônimo de ‘reconciliação’, pois esta exige boa vontade e consenso das duas partes, de quem comete a injustiça e do injustiçado. O ato de perdoar, às vezes, exige que se denuncie o responsável de graves violências e injustiça. Afinal não queremos que ele se perca, nem o julgamos, pois cada um de nós é carrasco e vítima ao mesmo tempo. E porque acreditamos que todos nós podemos mudar e, uma vez ‘perdoados’ possamos produzir o bem e a justiça. Caberá a cada um não desperdiçar as ‘70 infinitas chances’ de conversão, e de ser um multiplicador da compreensão e da misericórdia.    


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