sábado, 16 de dezembro de 2023

III Advento - Emprestar a própria voz a quantos são silenciados pelos senhores da 'palavra revelada' (Jo.1, 6-8;19-20)

Não precisa ser, necessariamente, negro, índio, palestino, prostituta, pobre ou outros para debater e denunciar os inúmeros preconceitos que afetam vastas populações. Não precisamos ser necessariamente ‘luz’ para poder anunciar e testemunhar a LUZ VERDADEIRA e os iluminados que se dispõem a enfrentar e a combater as trevas que nos paralisam! O que não podemos fazer numa hora tão crítica como a atual é calar, e nos refugiar num anonimato cômodo e covarde. João, que não ostentava títulos de profeta, nem de ungido representante do povo, compreendeu que o único instrumento que lhe havia sobrado era a sua própria voz. Não só emprestava a sua voz a quantos haviam sido  silenciados pelos senhores da lei, da tradição e da ‘palavra’ supostamente ‘revelada’, mas a utilizava também para ser eco de esperança e de transformação que estavam sendo trazidas por ‘alguém’ que já estava entre eles. Não, portanto, um fantasmagórico 'messias' vindo de longe, mas um ser sensível e solidário surgido no meio do seu povo! Entretanto, para ser reconhecido e acolhido por todos implicava numa revisão radical de todos os caminhos, as opções, e os comportamentos assumidos até então, e se revestir de coragem para podar a crista de muitos montes que se achavam inalcançáveis! 


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