sábado, 25 de maio de 2024

Metade de alimentos ultraprocessados testados em pesquisa contém agrotóxicos

Estudo do Idec testou 24 tipos de bebidas e alimentos ultraprocessados e encontrou resíduos de pesticidas em metade deles; Anvisa não monitora presença de agrotóxicos nesses produtos, e fabricantes dizem seguir legislação.

Hambúrguer à base de plantas, macarrão instantâneo sabor galinha, biscoito de maisena e bolinho sabor chocolate – com vestígios de agrotóxicos. Metade de alguns dos alimentos ultraprocessados mais consumidos no país, inclusive por crianças, apresentou resíduos de pesticidas em testes de laboratório, segundo pesquisa lançada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) nesta terça-feira (21). Parte deles revelou até quatro agrotóxicos em sua composição. Ultraprocessados são comidas e bebidas industrializadas, com adição de aromatizantes, gorduras, açúcar e sódio.

O terceiro volume do estudo “Tem Veneno Nesse Pacote“, obtido com antecedência pela Repórter Brasil, testou 24 produtos de marcas conhecidas, como Sadia, Seara, Panco e Piracanjuba. Em 12 deles, foram identificadas substâncias como glifosato e cipermetrina, que podem gerar danos à saúde e ao meio ambiente. Em 2021, o Idec já havia mostrado que 59% de uma cesta de alimentos consumidos principalmente por crianças, como bolachas recheadas, bisnaguinhas e salgadinhos, tinham traços de agrotóxicos. Um ano depois, outro levantamento comprovou que, mesmo depois do processamento da carne e do leite, ainda era possível identificar resíduos em 58% dos alimentos testados. Agora, pela terceira vez, chama a atenção a presença de agrotóxicos em produtos populares nas mesas dos brasileiros.

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