sábado, 31 de agosto de 2024

22ª Domenica - Rompere con la logica delle apparenze e concentrarsi in ció che é essenziale

Siamo vittime della logica delle apparenze, ma siamo pure i suoi alimentatori. Disprezziamo coloro che cultuano la propria immagine e status, ma entriamo in crisi quando siamo criticati per la nostra performance sociale. Condanniamo l’ipocrisia come immorale e odiosa, ma non siamo mossi dalla preoccupazione etica e dalla responsabilitá sociale. Siamo vittime e boia imprigionati in una realtá che ci trascina nella sua spirale folle e autodestruttiva. Gesú ci convoca a porre fine a questo tipo di logica e a concentraci, definitivamente,  nell’essenziale della nostra vita, e lasciare in secondo piano tutto il resto. Periferico e secondario nella nostra vita é dare attenzione ai protocolli liturgici-religiosi, alle devozioni alienanti, ai precetti e canoni, ai dogmi arcaici, al mangiare, al bere, al vestire. Essenziale é incorporare gli stessi sentimenti di Gesú che germinano dal profondo del suo cuore: la compassione, l’amabilitá, la sensibilitá, la comprensione. Infine, la capacitá di piangere con coloro che piangono, e gioire con coloro che hanno scoperto il senso della loro vita. 

 

22ª Domenica - Romper com a lógica das aparências e focar no essencial

Somos vítimas da lógica das aparências, mas também somos seus alimentadores. Desprezamos quem cultua a própria imagem e status, mas entramos em crise quando somos criticados pelo nosso desempenho social. Condenamos a hipocrisia como algo abjeto e imoral, mas não nos pautamos pela ética e a responsabilidade social. Somos vítimas e algozes presos em uma realidade que nos arrasta para a sua espiral insana e autodestrutiva. Jesus nos convoca a dar um basta a esse tipo de lógica e a focar, definitivamente, no essencial na nossa vida, deixando o resto em segundo plano. Periférico e secundário na nossa vida é cuidar da etiqueta litúrgico-religiosa, das devoções piegas, dos preceitos e cânones, dos dogmas arcaicos, do comer, do beber e do vestir. Essencial é incorporar os mesmos sentimentos de Jesus que brotam do âmago do seu coração: a compaixão, a amabilidade, a sensibilidade, a compreensão. Enfim, a capacidade de chorar com quem chora e de se alegrar com quem descobriu o verdadeiro sentido da sua vida.


Pobreza extrema cai 40%, mas abismo para super-ricos aumenta no Brasil

Observatório Brasileiro das Desigualdades divulgou relatório com monitoramento anual de 42 indicadores. De acordo com o observatório, houve queda de 40% na proporção de pessoas em situação de extrema pobreza de 2022 para 2023. O estudo cita dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considera extremamente pobres pessoas com renda de até R$ 105 por mês em 2022 e até R$ 109 em 2023.

A queda da pobreza entre mulheres negras foi ainda maior: 45,2%. O observatório também apontou uma redução de cerca de 20% do desemprego no país de 2022 para 2023, também usando dados do IBGE. O instituto ainda mediu um aumento de cerca de 8,3% dos ganhos dos trabalhadores, o que também é citado pelo observatório. O ganho foi maior para mulheres do que para homens: 9,6% contra 7,7%.

Apesar disso, a desigualdade de renda subiu ligeiramente no Brasil. Em 2022, o 1% mais rico da população tinha rendimento 30,2 vezes maior do que os 50% mais pobres. Em 2023, o rendimento dos mais ricos subiu para 31,2 vezes o dos mais pobres. “É uma desigualdade muito grande”, afirmou o sociólogo Clemente Ganz Lúcio, coordenador do Fórum das Centrais Sindicais e um dos colaboradores do observatório, em entrevista ao Central do Brasil, produzido pelo Brasil de Fato.

Segundo ele, as desigualdades no Brasil são um problema estrutural, de difícil enfrentamento. “Por outro lado, já se observa que, em 2023, fruto de políticas públicas importantes especialmente no âmbito federal, houve um impacto na redução da desigualdade”, acrescentou.

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Lideranças indígenas são perseguidas e atropeladas ao voltar de moto para retomada em Douradina (MS)

Um casal Guarani-Kaiowá, lideranças de uma retomada da Terra Indígena Panambi Lagoa-Rica, em Douradina (MS), relata ter sofrido uma tentativa de homicídio no último sábado (24). Voltavam de moto da cidade para a área que, sobreposta por fazendas, está ocupada pelos indígenas desde meados de julho, quando um carro os perseguiu e atropelou. O homem machucou a perna e a mulher se feriu seriamente no rosto, além do joelho e braço. Por segurança, ambos pediram para não ser identificados.

Este é o quarto ataque sofrido pelos Guarani-Kaiowá desde que realizaram três retomadas neste território indígena, em 13 de julho. Além de um acampamento de fazendeiros, montado a poucos metros de uma das áreas recuperadas, o tekoha -- 'lugar onde se é', em guarani -- Yvy Ajerê, houve atentados contra as comunidades indígenas feitos por homens armados, de cima de caminhonetes. No último 3 de agosto, entre dez feridos, dois jovens foram alvejados no pescoço e na cabeça, mas sobreviveram. Desta vez, segundo relata o casal Guarani-Kaiowá ao Brasil de Fato, a perseguição na estrada foi feita por "pistoleiros" em um uno vermelho. Por volta das 19h deste sábado (24), quando voltavam do mercado, os indígenas da retomada Yvy Ajerê passaram de moto e foram reconhecidos por homens que estavam em um bar. Ainda de acordo com eles, os homens os perseguiram de carro por cerca de 1 km, até os derrubar.

Sobreposta por fazendas, a TI Panambi-Lagoa Rica já foi reconhecida e delimitada pela Funai como de ocupação tradicional indígena em 2011. Passados 13 anos, o processo demarcatório, que depende ainda da portaria declaratória e da homologação, está estagnado. Cansados de esperar, indígenas optaram por recuperar áreas das quais seu povo foi expulso na década de 1940, quando o Estado brasileiro os confinou em reservas e emitiu títulos de colônias agrícolas para fazendeiros. (Brasil de fato)

Estudo do IPAM reforça hipótese do “Dia do Fogo” em São Paulo

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM divulgou na terça-feira, 27-08, uma análise sobre a dinâmica dos incomuns focos de incêndio registrados no final da última semana em São Paulo. Os resultados reforçam a hipótese levantada pelo Governo Federal de que a ação tenha sido orquestrada.

Para realizar a análise, o IPAM combinou informações de satélites de referência para focos de calor com dados de cobertura e uso da terra, referentes a 2023, produzidos pela Rede MapBiomas, da qual o IPAM faz parte. Também foram utilizadas imagens do satélite GOES para visualização da fumaça e anomalia térmica. Segundo a organização, imagens do satélite geoestacionário, que captura uma nova cena a cada dez minutos, indicam que as colunas de fumaça registradas no oeste paulista surgiram durante um intervalo de apenas 90 minutos, entre 10h30 e 12h do dia 23. Colunas de fumaça registradas no oeste paulista surgiram durante um intervalo de apenas 90 minutos, entre 10h30 e 12h do dia 23.

Já o satélite que capta focos de calor passa sobre a região na parte da manhã e no final da tarde. Entre suas duas passagens, naquele mesmo dia, o número de focos foi de 25 para 1.886 no estado. No total, entre os dias 22 e 24 de agosto foram contabilizados 2,6 mil focos de calor registrados em solo paulista, 81,28% deles concentrados em áreas de uso agropecuário, como cana de açúcar e pastagem. “Não é natural surgirem tantos focos de calor em um curto período, ainda mais em uma região como São Paulo. É como se fosse um Dia do Fogo exclusivo para a realidade do estado, evidenciado pela cortina de fumaça simultânea que surge visualmente a oeste”, comenta Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM.

“Seja uma ação orquestrada ou não, é urgente reduzir o uso do fogo no manejo é agropecuário, e ser muito responsável no controle do fogo quando ele estiver sendo utilizado. O uso indiscriminado e irresponsável do fogo pode causar danos não só ao meio ambiente, mas também à propriedade e à vida das pessoas que, mesmo distantes, recebem o impacto da fumaça”, conclui Alencar.

Investigações

Em coletiva de imprensa no último domingo, o governo federal anunciou que havia acionado a Polícia Federal para investigar a possível origem criminosa das queimadas registradas em São Paulo. Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, o governo trabalha com a suspeita de uma ação criminosa similar ao “dia do fogo”, numa referência ao 10 de agosto de 2019, quando uma ação orquestrada de criminosos ateou fogo em mais de 470 propriedades rurais no Pará. “Há uma forte suspeita de que está acontecendo de novo. Em São Paulo, não é natural, em hipótese alguma, que em dois dias tenha diversas frentes de incêndio envolvendo concomitantemente vários municípios”, afirmou.

 

“Desmatamento é caro, fogo é mais barato”. Entrevista com Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama

De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, por trás desses números aterradores, há uma combinação de fatores: agravamento da crise climática, desmatamento de anos anteriores, falta de conscientização e uma mudança na estratégia de desmatamento. 

“As pessoas estão trabalhando numa lógica de “vamos degradar a floresta e vamos colocar gado do mesmo jeito. E, para degradar a floresta, vamos queimar”. […] É muito essa lógica: eu vou acabar com a floresta. Não preciso desmatar. Porque o desmatamento é caro. O fogo é muito mais barato, só comprar gasolina e sair espalhando”, comenta. Segundo Agostinho, essa estratégia explica o porquê de os incêndios serem tão intensos apesar da diminuição do desmatamento da Amazônia.

O presidente do Ibama afirma que fiscalizar incêndios criminosos é mais difícil que o desmatamento tradicional, que tem sido combatido por meio de satélites. “Você tem a pessoa que coloca fogo, que é criminoso, mas tem, às vezes, um monte de gente, vizinho dele, que é vítima […] O cara vai lá, passa o correntão, põe fogo, quer destruir mesmo. E, de repente, o vizinho dele queima também. O outro cara, que cuida de onça, também perde a fazenda. O outro que está lá preservando, porque gosta do Pantanal, também é vítima”, avalia. Questionado sobre qual deve ser a saída para reduzir as queimadas no Brasil, Agostinho defende que o Ibama vive ao mesmo tempo um momento de maior estrutura, com mais equipes e recursos, mas também de maior dificuldade para lidar com um clima mais extremo – e a saída não vai ser apenas investir na repressão aos crimes ambientais.

“Na natureza, quando pegava fogo no Cerrado? Quando estava começando a época de chuva e caíam os primeiros raios. Então, você já tinha umidade […] Quando o fogo ocorre nessa época [de seca], aí é tragédia. De maneira muito clara: as mudanças climáticas chegaram. […] Agora, se a gente não tivesse reduzido o desmatamento na Amazônia, a crise com certeza seria muito maior”, defende. (IHU)


domingo, 25 de agosto de 2024

Rios voadores da Amazônia viram corredores de fumaça tóxica

Brasileiros de Norte a Sul do País perderam o direito de ver o céu limpo. Em vez disso, quando alguém olha para cima não só vê uma “espécie de cobertor”, que faz o azul ficar com tons de cinza, como começa a sentir o cheiro da poluição do ar que afeta diretamente a saúde humana. A fumaça que há semanas queima a Amazônia e o Cerrado já atinge extensas áreas do Sul e Sudeste. Ela vem carregada dos perigos do carbono tóxico, emitido pela queima da vegetação. Este material, altamente absorvente, provoca o aquecimento atmosférico e causa doenças respiratórias.

“São valores bem altos”, explica o cientista Eduardo Landulfo, do Instituto de Pesquisas Energéticas (Inpe) e Nucleares e do Laser Environmental Applications Laboratory (Leal). Ele está se referindo aos índices de material particulado de 2,5 micrômetros, altamente concentrado na atmosfera. “Esse material vai se sedimentando, entrando no trato respiratório, então ele tem consequências para a saúde e para a qualidade do ar.” As imagens de satélite mostram que o Sul do Amazonas concentra os maiores focos de incêndio. O rastro de queimadas começa na região Norte do País, incluindo também os Estados do Acre e de Rondônia, estendendo-se pelo Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). A Amazônia boliviana é outra fonte emissora de fumaça, já que a prática de queimadas também ocorre no país vizinho. “Estão pegando carona. Tem uma parte que certamente é da queimada localizada na Amazônia, mas está queimando tudo, infelizmente”, explica o pesquisador do Inpe.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já registrou 5.454 focos de queimadas no Amazonas nesses primeiros 20 dias de agosto. No mesmo período do ano passado foram registrados 2.331 focos, o que significa um crescimento de 233%. A fumaça das queimadas na Amazônia segue praticamente a mesma rota que os rios voadores, fenômeno que ocorre quando a umidade da floresta tropical desce com força total por um corredor que passa pelo Centro-Oeste e chega até o Sul e o Sudeste – que intensificou a grande enchente no início deste ano.

Agora, em vez de grandes volumes de água suspensa, o que está “descendo” para o Sul do País são gases tóxicos. Essa fumaça das queimadas na Amazônia, segundo Landulfo, vem avançando por diversas cidades brasileiras, incluindo Cuiabá, Campo Grande, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Florianópolis. “A qualidade do ar está péssima, justamente em função do material particulado pequeno, 2,5 micrômetro ou abaixo disso”, conclui. (IHU)


Jesus de Nazaré, nosso contemporâneo. - Por Flávio Lazzarin

 Acontece-me, e parece-me uma atitude típica dos idosos, que muitas vezes sou quase obrigado a aceitar memórias da vida passada. Em muitos casos, o passado não se espelha em uma repetição especular, mas contém provocações que abrem a porta para reflexões inéditas, que não conseguiram germinar na juventude. Isso aconteceu com a memória de Kierkegaard. Quando eu era jovem, sua radicalidade me perturbava e me deixava confuso, contagiado por seu "temor e tremor". Sua fé, vivida além da estética hedonista e além da ética familiar e sistemicamente social, ressoou em mim como impossibilidade e impraticabilidade. Se é difícil aceitar despojar-se de Dom Juan, intimamente identificado conosco, o convite a se dissociar da ética do juiz Wilhelm, esposo fiel e obediente às regras de responsabilidade e dever, é quase uma blasfêmia. Certamente, a vida e os escritos de Kierkegaard revelam que ele próprio não estava imune à influência estética e ética e marcado pelo medo diante do deus cristão, sofredor e angustiado, mas insistentemente orientado na perspectiva da fé, do amor e da contemporaneidade da presença de Jesus de Nazaré.

A história da filosofia continua a apresentá-lo como o pai do existencialismo e o inspirador de autores diferentes e, em alguns casos, não conciliáveis como Nietzsche, Sartre, Levinas, Wittgenstein e Camus. É difícil, no entanto, para mim confinar Kierkegaard ao reino da filosofia e esquecer a centralidade constitutiva de sua polêmica antifilosófica, que o opõe primeiro a Schelling, “que não tem nada a ensinar”, e depois a Hegel, "um filósofo que cai no ridículo". Ele não aborda apenas a presunção sistemática do hegelianismo, porque se opõe radicalmente aos delírios metafísicos da tradição platônica e aristotélica, que revelam a absoluta impotência da filosofia especulativa para compreender e revelar a inexplicável realidade concreta em sua individualidade, singularidade e unicidade.

Então, se eu realmente não posso resistir à tentação de oferecer-lhe um companheiro de estrada, não vou pensar em Schopenhauer, mas em Pascal: um católico e um luterano unidos na defesa de uma fé purificada das contradições do catolicismo e do protestantismo luterano. Sem esquecer o único filósofo pré-cristão que Kierkegaard admirava como precursor, o maiêutico Sócrates. Há 150 anos que nos repete uma profecia indispensável: no caminho da fé, a verdade afirma-se na ação e não no conhecimento. E contra as ilusões cronológicas da interpretação da história de Hegel, ele nos repete que na relação com Deus "há de fato apenas um tempo: o presente; para aquele que não é contemporâneo do Absoluto, o Absoluto não existe de forma alguma. E como Cristo é o Absoluto, é fácil ver que, em relação a ele, apenas uma situação é possível: a da contemporaneidade" (S. Kierkegaard, Exercício do cristianismo, editado por C. Fabro, Studium, Roma 1971, p. 126).

Kairós em vez de kronos

E em oposição à dialética ternária de Hegel, que prevê a superação das contradições, de síntese em síntese, até a realização do espírito absoluto no tempo, ele afirma uma dialética binária, aquela que marca o drama da vida acompanhada de contradições incuráveis. O Jesus que ele contemplou não pode corresponder ao Cristo atemporal das teologias que não renunciam ao "ser" do pensamento grego, nem ao Cristo "temporal" das teologias que, ainda de modo essencial, enfatizam sua humanidade concreta.O Jesus de Kierkegaard está presente, contemporâneo daqueles que o procuram e só puderam acolhê-lo e imitá-lo com gratidão, porém, e nunca com um esforço ascético e fundado numa ética do dever. Viver a fé é imitar, é atualizar um acontecimento e não professar uma doutrina.

Teremos que esperar até o século seguinte para ouvir novamente uma análoga profecia. A mesma, a encontramos nos escritos e na vida do mártir Dietrich Bonhoeffer, de quem se repete que ele, com Barth, seriam os inspiradores da renovação da reflexão teológica do século XX. Em Sequela, em 1937, na época do poder indiscutível de Hitler e do Terceiro Reich, ele retomou o tema da imitação do Jesus das bem-aventuranças, e isso não se reduziu a um solipsismo intimista, mas, inevitavelmente, levou a uma oposição militante contra as atrocidades nacional-socialistas. Na companhia de Jesus, ele se opôs ao mal do nazismo, mas também à traição da Igreja Luterana. Em 1938 publicou 'Vida em comunhão’' , uma profecia sobre comunidades eclesiais, que não anulam a individualidade e a singularidade, mas são um serviço coral ao desenvolvimento de sujeitos livres, adultos, responsáveis, que são chamados a viver juntos a espera do Messias, que também para Bonhoeffer não pode ser objeto de reflexão filosófica, mas uma Presença que nos convida a decidir por Ele e a morrer com Ele. Uma Igreja humilde convidada a recomeçar a partir da doutrina do silêncio. Ele é um Jesus que pode ser simultaneamente pro me, pro nobis e pro aliis, para mim, para nós, para o mundo.

A Sexta-feira Santa e a Páscoa têm essa qualidade libertadora, que o pensamento é desviado do destino pessoal e levado muito além, para o sentido último da vida, do sofrimento, do curso dos acontecimentos, e nos é dado conceber uma grande esperança.Kierkegaard e Bonhoeffer: profecias que ressoam do passado, mas que hoje poderiam nos acompanhar novamente em tempos trágicos e dolorosos, duros e desesperados, da história atual, para nos deixarmos seduzir pela contemporaneidade de Jesus de Nazaré, que não nos oferece códigos, doutrinas e explicações, mas simplesmente sua companhia crucificada e ressuscitada. 


sábado, 24 de agosto de 2024

XXI Domingo Comum - É preciso optar: ou missas frias e insossas, ou sermos eucaristias itinerantes que criam comunhão e saciam famintos!

Transformar uma missa numa eucaristia permanente não é fácil. Exige partilha, e generosidade. Comer ‘pão e beber vinho’ na missa não incomoda, mas ‘ser pão e ser sangue fonte de vida’ para famintos e sedentos de justiça e compaixão é um desafio incomum. Isto não é somente um ‘discurso duro’, mas é uma ‘prática dura’ que somente alguns entendem e pouquíssimos aceitam. Eucaristia implica denunciar ‘os traidores e incrédulos’ que sonegam o pão do direito e do respeito, e que derramam o sangue de inúmeros inocentes! Muitos ‘seguidores’ preferem ‘celebrar missas solenes e fazer longas adorações’ em altivas catedrais e em apoteóticos shows, a partilhar direito, assistência, e pão com tantos lázaros ignorados que vivem à porta de palácios episcopais, casas paroquiais, bancos e palácios de governos e.... nas nossas ruas!


sexta-feira, 16 de agosto de 2024

XX domenica comune - Basta sacrifici e sangue versato! É ora di incorporare le scelte del Figlio dell'Uomo

 Con Gesú si mette fine ai sacrifici indirizzati a conquistare la benevolenza di Dio. Basta agnelli sacrificati e sangue sparso. Basta mortificazioni ed espiazioni. Giá bastano le vittime delle guerre assurde e della fame prodotta dagli affamati di capitale e di potere! Il Padre ama e perdona senza esigere niente in cambio. Se vogliamo saziarci di vita piena e Felice (eterna) dobbiamo incorporare/ingerire le scelte e lo stile di vita di Gesú, ossia, amare come Egli ha amato, accogliere e assistere come Egli accolse gli affamati e assetati di giustizia, di protezione e di rispetto. Mangiare la Sua carne e bere il Suo sangue va ben oltre il semplice gesto di ‘far la comunione sotto le due speci’: é, innanzitutto, accogliere Gesú come alimento totale, integrale in ogni circostanza della vita (e non solo nella messa), e smettere, definitivamente, di mangiare ancora il falso pane dei ‘padri’ della violenza, della prepotenza, dell’accumulazione, del razzismo e dell’intolleranza. 

sábado, 3 de agosto de 2024

18° Domênica comune - Cerchiamo miracoli o vogliamo mettere in pratica i segni di Gesú?

Oggi, come ieri, vogliamo miracoli, non segni! I segni devono essere compresi e messi in pratica. I miracoli, invece, solo possono essere accettati e approfittati! Quale Gesú cerchiamo noi, oggi? Il re generoso che ci dá le cose da noi desiderate al momento giusto o il profeta educatore di vita che ci istruisce permanentemente a operare in favore di tanti bisognosi carenti del vero alimento che non illude, non aliena e non perisce? Anche noi come i beneficiati dal pane e dal pesce di allora non vogliamo capire che spetta a noi e non a un re portentoso e divino offrire il pane quotidiano della condivisione, della genuina accoglienza e della giustizia a milioni di fratelli e sorelle che noi stessi  escludiamo dal banchetto della vita. É giunta l’ora di ‘realizzare’ eucaristie e non di ‘celebrare’ messe!