Maria ao finalizar seus dias terrenos não é tragada pelas entranhas da fria terra, mas deita no aconchegante colo de Deus Pai. A imagem catequética indica que o destino de todo ser é a sua salvação integral, do corpo e do espírito. Deus Pai será ‘tudo em todos’! O evangelho de hoje, contudo, não aponta para uma realização futura remota, mas para um permanente agir do Pai no presente. Ou seja, Deus já vem recriando e transformando tudo e todos numa permanente atualidade. O diálogo entre Maria e Isabel apresenta, de fato, duas visões bem diferentes entre si. As duas posturas coexistem no nosso meio, e até dentro de nós. De um lado a visão de Isabel que aguarda/espera num futuro remoto que Deus cumpra o que Ele prometeu no passado. E, do outro, a consciência inovadora de Maria em que ela constata que Deus já vem fazendo coisas maravilhosas, através da sua fé e a do seu povo. Embora não de forma plena e definitiva, Deus já vem derrubando e despedindo de mãos vazias humanos gananciosos e ambiciosos. Ele já vem ‘fazendo novas todas as coisas’, exaltando humildes e cassando prepotentes ditadores de seus tronos. No meio de tantas contradições e injustiças a ‘igreja de Maria’ pode construir e saborear já, aqui e agora, o que significa cumprimento sistemático das promessas de amor de verdade, paz e respeito plenos para todos, justiça para os pobres. Tudo isso sem ter que esperar o cumprimento definitivo das promessas no fim dos tempos!
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