Vivemos numa sociedade marcada por um imediatismo totalizante e anestesiante. Ou seja, desejamos e queremos tudo e agora, do nosso jeito, e ainda mais sem fazer o mínimo esforço para consegui-lo! E na maioria das vezes não sabemos discernir se o que queremos é algo essencial para a nossa vida. Essa distorção comportamental e existencial encontra o seu equivalente também na nossa caminhada espiritual. Jesus, em diferentes ocasiões, nos alerta que o nosso Pai já sabe de antemão do que realmente precisamos, e que não é preciso, portanto, gastarmos muitas palavras, insistir junto Dele e pressioná-Lo. Porque, então, Jesus pede para insistir junto de Deus para que Ele faça justiça aos que pedem com persistência? O final da narrativa evangélica nos dá a chave de leitura para compreender. Pedir com insistência não é para convencer Deus da bondade dos nossos pedidos e sensibilizá-Lo, mas é para exercitar, treinar a nossa fé a não esmorecer com ou sem concessões por parte do Pai! É para que nós possamos aprender a não desistir nunca na vida e na missão diante das injustiças estruturais e, porque não, diante do aparente e possível silêncio do Pai. É para que nos eduquemos, sistematicamente, a persistir conosco mesmos em descobrir o que realmente dá sentido à nossa vida, e agir de consequência. E isso só cabe a nós!
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