Iniciou hoje em Zé Doca -MA - o acampamento 'Nós existimos' em que se quer expor à sociedade local e à nação o drama dos índios Awá-Guajá que habitam as matas do Gurupi e Pindaré. Organizado e apoiado pelo CIMI, a CNBB V e outras instituições, o acampamento conta com a presença de cerca 100 índios Awá-Guajá provenientes das quatro aldeias existentes. Eles terão a oportunidade de denunciar o que vem ocorrendo com o seu povo e o seu território já demarcado e homologado, mas atualmente invadido por madeireiras, posseiros, criadores de gado e outros. Hoje, dia 02 de agosto no Centro Diocesano de Zé Doca haverá debates sobre a real situação desse povo de recente contato e que, por não ser numeroso não goza da cobertura da grande mídia. Os próprios Awá denunciarão as ameaças que vêm recebendo, o descaso da justiça (Tribunal Superior de Justiça) que suspendeu os efeitos da sentença do juiz federal José Carlos Madeira proferida no início desse ano que intimava os invasores a se retirarem dentro de um prazo de até 120 dias. Com a sua suspensão tudo continua como antes: ônibus e caminhões percorrendo as estradas clandestinas construídas dentro do territòrio Awá-Guajá, criadores aumentando as suas pastagens e cabeças de gado, e posseiros construindo casas e desmatando...Os poderes públicos locais e estaduais parecem ignorar o drama desses indígenas. Aliás, foi a própria prefeitura de Zé Doca que entrou junto ao STJ pleiteando a anulação dos efeitos da sentença do juiz federal alegando que a homologação prejudicava a economia local. A iniciativa popular visa mais umavez chamar a atenção da sociedade em geral e da justiça para que, enfim, justiça seja feita a esse povo já tão provado.
Um comentário:
Hoje vejo os índios com os mesmos olhos que via quando era criança, de quem acha tão injusto tomar as suas terras, sabendo que tudo lhes pertence de fato e de direito. Mas, como, agora, não me sentir pequena, se não faço nada, se fico envergonhada de vê-los lutando por suas terras com tanto amor? O mesmo amor que preciso ressuscitar em mim.
Interj grazie!
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