segunda-feira, 14 de abril de 2014

Segunda feira santa - Dizer e provar, agora, a quem amamos que os queremos sempre ao nosso lado (Jo. 12,1-11)

Existem pessoas na nossa vida que tem o carisma de nos alertar e de nos preparar para alguns acontecimentos dolorosos pelos quais teremos que passar. Pode ser uma doença, a ausência de uma pessoa querida, a morte 'nossa' ou de alguém próximo...Através de sinais, palavras apropriadas e delicadas nos deixam entender que não poderemos fugir de situações que produzirão sofrimento interior muito grande. Se isso pode num primeiro momento nos assustar e, em parte, nos irritar, - pois não é esse o nosso desejo, - do outro lado ser provocado a pensar e a enfrentar o ‘inevitável’ é algo que deve ser louvado. Maria no evangelho de hoje teve a grandeza de alertar Jesus sobre o ‘inevitável’ que estava a acontecer. Ao derramar o perfume de nardo utilizado para os cadáveres antes de seu sepultamento Maria queria dizer indiretamente a Jesus que pressentia que o seu distanciamento físico ocorreria em breve e que ele e todos os que o amavam deviam se preparar. Para não serem pegos de surpresa. É verdade que ninguém está preparado para encarar a morte, principalmente quando ela é próxima, inesperada e inevitável, mas se faz necessário encará-la diretamente para poder entender o seu sentido. E feliz aquele que tem essa oportunidade! Só dando-lhe um sentido pode-se ir ao seu encontro sem ser paralisado pelo medo e pelo desespero.  Como um vencido ou um dominado por ela.  Nós humanos não podemos dominar a morte no sentido de evitá-la. Ela faz parte da nossa situação humana finita, mas podemos controlar seus efeitos. Podemos atribuir a ela o ‘seu justo’ fim. Não sendo vista como ‘desgraça’, ou como ‘punição’, mas como um gesto, uma mensagem, um sinal profético para quem morre e para quem fica. A morte transforma a pessoa, mas não a anula. Interessante a reação de Jesus que ao compreender o gesto premonitório de Maria em lugar de entrar em pânico convida a todos a ‘aproveitar bem’ aqueles momentos finais. Os tempos estão encurtados: aproveitemos para dizer e provar, agora, a quem amamos que os queremos sempre ao nosso lado. Em vida e na morte! Antes que seja tarde! 

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