sábado, 11 de outubro de 2014

Maria, a Aparecida, ensinai-nos a ser o vinho da esperança e da alegria para tantos desesperados! (Jo. 2,1-11)

É frequente fazermos a experiência de altos e baixos na nossa vida! Momentos de exaltação, de motivação e de arrebatamento seguidos, inexplicavelmente, por situações de desânimo, de pessimismo, de sensação de falta de sentido da nossa vida. Não são somente meras circunstâncias de caráter psicológico. Podem revelar, às vezes, situações mais estruturais, algo mais constitutivo e duradouro. E mais, podem fugir da esfera somente pessoal e assumir um caráter mais plural, de multidão, de povo. Uma experiência em que um povo inteiro ou um grupo consistente perdem a esperança em que algo novo e maravilhoso possa ocorrer em suas vidas. Dito de outra forma, mais figurativa: o seu ‘casamento’ com a vida, com os seus sonhos, com o seu projeto encantador inicial parece estar se esvaindo. Veio a faltar o ‘vinho da alegria e da esperança’, ou seja, a motivação para levar a cabo a aliança entre sonho/projeto e a realidade de fato. Como fazer com que haja casamento perfeito entre um e outro? O acontecimento/parábola de hoje nos faz mergulhar na realidade que Jesus encontrou na sua terra. Um povo que fez sim ‘aliança/casamento’ com o seu Deus, mas a festa dessa união estava sendo ameaçada pela falta de ‘vibração, de motivação, de esperança e alegria’. Um povo desanimado e cansado. Na ‘parábola hodierna, Maria é apresentada como aquela que ajuda Jesus a compreender mais profundamente o ‘baixo estral’ em que o povo se encontra: ‘eles não têm mais vinho/esperança’! É uma constatação e uma súplica ao mesmo tempo. Jesus parece já estar consciente disso, e não perde tempo. A primeira coisa a ser feita é ‘suplantar’ literalmente tudo o que vinha produzindo dependência, condicionamento, complexo de culpa, a saber: manda encher de ‘vinho novo’ as talhas/ânforas tradicionais utilizadas no culto judaico. Jesus, de forma direta, começa a dizer para o seu povo que agora existe um vinho/esperança que vai impedir que a festa/casamento com Deus acabe. O vinho novo, o melhor, é Ele próprio. Com Ele presente, ao substituir o ‘velho culto’, a ‘velha e infiel aliança’ o povo será reeducado a amar e a ser fiel ao seu Deus. Que possamos nos reeducar e colaborar a educar as pessoas a não perder a esperança e a motivação na vida!

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