A parábola do ‘bom samaritano’ nos mostra algo paradoxal. Prova como a religião e suas obrigações pode impedir o exercício da caridade que é o cerne da vida religiosa! Quando um ‘religioso devoto’ se preocupa exclusivamente em ‘obedecer a preceitos rituais e normas litúrgicas’ da sua religião, - achando que com isso estaria agradando ao seu Deus, - acaba, frequentemente, colocando em segundo lugar ‘os filhos de Deus’ e suas necessidades que é o que, de fato, importa! Se o suposto amor a Deus não se traduz em amor visceral e compassivo, ao ‘próximo excluído e ferido’, - sem se importando quem ele seja, - não passa de uma mera alienação. Jesus é mais direto ainda: não é suficiente ‘amar o próximo como a si mesmo’ mas que temos que amá-lo como Deus o ama, pois o metro de comparação não é ‘si mesmo’, mas o Pai misericordioso. Mas, como é que Deus ama? Deus ama ao se aproximar, se compadecer, assistir, cuidar e curar o outro que é necessitado e agonizante, mesmo que isso o torne ‘um infiel e impuro’ perante a sua religião. Afinal, para Jesus, a maior impureza religiosa é a falta de compaixão e de misericórdia para com o nosso próximo que está sendo humilhado, deportado, bombardeado e torturado, debaixo dos nossos ‘olhos impiedosos e omissos’!
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