Roma. Itália. A antiga e moderna capital de um País que parece mergulhar sempre mais nas trevas da insegurança e da indefinição econômica e política. Escrava ainda de antigas sombras de um imperialismo arcaico que só deixou monumentos de pedra e farsantes políticos com vocação a ‘césares’! Um País aparentemente unido-unificado, mas quebrado na sua estrutura axiológica. Ao brilho externo, aparente, ainda visível, não corresponde um estilo, uma qualidade de vida e relações sócio-econômicas e sociais de igual natureza. Há uma corrosão social e ética evidente e assustadora. A população majoritariamente parece não dar-se conta da gravidade do momento presente.
O primeiro ministro Silvio Berlusconi parece ser o reflexo e a expressão mais fiel desse clima social. Envolvido em numerosos escândalos de todo tipo – não somente de ordem sexual – o premier ignora as conseqüências de tudo o que se diz e se escreve a seu respeito. Parece que nada esteja acontecendo. De forma irresponsável e arrogante afirma que não está preocupado com os processos e nem com as acusações dirigidas a ele por numerosos setores da sociedade italiana. Repete ao infinito que o estão caluniando e perseguindo. Que estariam se metendo na sua vida privada e que há um exército de moralistas e piegas que o denigram. Boa parte da população o apóia obstinadamente. Os seus mais diretos colaboradores subservientes o defendem em todos os programas televisivos. São bajuladores que para não perder as mordomias e os favores que o premier concede despudoradamente aos seus fiéis que o defendem com qualquer argumentação.
É uma Itália quebrada, interrompida, parada. Num momento em que se exige mundialmente criatividade, força moral, ousadia, perspicácia para superar as poliédricas crises, setores da sociedade italiana ‘iluminados’ pelo seu ‘duce/caudilho’ segue adiando uma decisão que não quer ou não sabe tomar: re-inventar Itália não a partir das bases da imitação do imperialismo romano/cesáreo, e sim, a partir de uma nova rede de ‘comunas’, em que a preocupação com o local, a colaboração e solidariedade sejam os alicerces de uma nova sociedade. De um novo sistema.
2 comentários:
Na Italia! Bom trabalho!Sei pouco sobre a Italia, mas com certeza de Silvio Berlusconi tenho ouvido falar muito... dizem que ele é cercado de empregados e interesseiros que riem de suas piadas e elogiam cada comentário, além de jornalistas que jamais fazem perguntas difíceis ou embaraçosas. Acho que já li sobre pessoas assim nos evangelhos.
Talvez que é parada neste momento é toda a Europa, não so a Italia. Pelo menos me parece que é parada espiritualmente, não sabendo como criar alguma coisa de original para enfrentar as crises. Quem manda são os mercados e os mercados só se deixam aproximar por gente com grandes capitais na mâo!
Com certeza, ter um governante como o Berlusconi é pior ainda! Este não pode fazer nada que não seja ridiculo ou mentiroso. As piadas que ele faz são talvez originais e criativas, mas não faz avançar a sociedade numa forma de planificação comum que seja dirigida a uma coisa desejavel para alcançar. O que promete não realiza ou vice versa. So traz beneficio para ele mesmo com toda essa incoerencia! Mesmo os Italianos instruidos já cairam nesta bobagem do culto da personalidade! Que pena!
Postar um comentário