sábado, 13 de julho de 2013

Samaritanos para devolver o hálito da vida aos feridos e caídos! (Lc. 10, 25-37)

‘Próximo’ para Jesus é aquele que sempre esteve física, cultural e afetivamente longe de nós, mas que se aproxima de nós na hora em que somos ameaçados, agredidos, caídos e nos ajuda a levantar. Que com amor, delicadeza e gratuidade cuida e cura as nossas feridas. Que não se importa com a cor da nossa pele, e nem com a da nossa carteira de identidade. Que não liga se adoramos Deus sobre este ou aquele monte, se num templo qualquer ou no segredo do nosso quarto. Mais: se temos ou não consciência da Sua existência. Próximo não é o parente ou o patrício indiferentes à nossa dor, e sim ‘os estranhos estrangeiros’ que formam ‘família e pátria’ conosco quando somos desprezados e agredidos, inclusive pelos nossos próprios ‘familiares de sangue e patrícios de carteirinha’. Não é uma nova globalização que Jesus de Nazaré inicia, supranacional e inter-religiosa, mas um novo jeito de nos relacionar com o nosso ‘semelhante’. Aquele que, como nós, foi gerado e moldado a ‘imagem e semelhança’ de Deus. Um Adão que após ter sido gerado para reproduzir vida, é agredido e desfigurado por outros ‘semelhantes’ e que, agora, precisa urgentemente recobrar o hálito de vida e voltar a viver. Ou seja, que precisa voltar a ser sacramento/sinal da presença amorosa de Quem o gerou.  ‘Os samaritanos’, hoje, dessa forma, reproduzem a mesma ação ‘re-criadora’ de Deus: devolver vida, esperança, convívio a quantos são ameaçados e agredidos em sua integridade física. A quantos são ignorados por ‘supostos familiares e patrícios’ que deveriam ter a obrigação moral e legal de acudir e proteger. Em uma sociedade ainda dominada pela globalização do individualismo, da indiferença, da xenofobia, das guerras santas, da industrialização do sagrado, os ‘pagãos samaritanos’ de hoje nos ensinam a sermos próximo de quem se afastou de nós pelos nossos preconceitos estúpidos, por ter perdido, agora, o sentido da vida, por estar caído e perdeu a motivação de se levantar. Para que volte a esperar e a se re-aproximar de si próprio e de nós. E que ‘seja família’ conosco, definitivamente! 

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