domingo, 28 de julho de 2013

Venha a nós o vosso reino de justiça! ( Lc.11,1-13)

‘Pai nosso’ – porque não sois patrão e nem senhor, porque na sua família vós não dominais ou manipulais os seus filhos e filhas, porque em vós só existem relações de afeto, de proteção e de mútua colaboração, porque não sois pai somente dos filhos e filhas que possuem o mesmo sangue, mas também daqueles que nunca conheceram um pai e uma mãe e que nunca foram abraçados por eles... 
‘seja santificado o teu nome’ -  e não o nosso, cheio de ambição e de vontade de ser conhecido e propagado.  Seja cultuada a vossa santidade que desmascara a nossa arrogância e a nossa iniquidade. Seja santificado o vosso nome porque nele é santificado o nome/dignidade de tantos filhos e filhas vossos anônimos e desconhecidos por outros filhos e filhas orgulhosos de terem um nome nobre e tradicional como se isso bastasse para ser estimado e admirado. 
‘Venha a nós o Teu reino’ - e não o reino de tantos metidos a todo-poderosos que por terem coroas e posses acham que valem mais do que os seus ‘governados e dominados’. Nós sabemos que deles jamais vai vir justiça e direito reconhecido. Ajudai-nos a construir esse Seu novo jeito de governar hoje e sempre!
‘Dai-nos a cada dia o alimento necessário’ - pois ele é sistematicamente acumulado, negado e sonegado a muitos filhos e filhas tuas por outros que sentem seus donos. Pedimos-te o pão que preenche o nosso ser, que nos sustenta na provação, que dá força no desespero, que dá coragem no medo, que dá vigor ao desnutrido. Mas te pedimos também: dai-nos sempre fome e sede de justiça que é o único alimento que não nos permite sonegar pão e esperança ao nosso irmão!
‘Perdoa as nossas dívidas, como nós também procuramos perdoar as dos demais’ - pois sentimos o peso da nossa intolerância, da nossa indiferença, da nossa leviandade em julgar e condenar, baseados em aparências e preconceitos. Dai-nos a humildade de reconhecer que somos devedores sim, mas de caridade, de compaixão, de amor verdadeiro. Arranca de nós a presunção de nos considerar sempre credores de tudo, para com todos!
‘não nos deixes cair na tentação’ – a de largar o teu projeto de vida e de entrar na onda do comodismo, das espertezas da vida fácil, do desejo de possuir coisas e de dominar pessoas, de corromper e de aceitar de sermos corrompidos. 
E dai a força de nos libertar  e de libertar os vossos filhos e filhas de todos males produzidos por nós mesmos! 

Um comentário:

Newton Uirá disse...

Acrescentaria só que no "Pai Nosso", nos remete a nos vermos todos como irmãos, e se somos irmãos, filhos do mesmo pai, temos por nós uma responsabilidade por todos, em todas as esferas de cuidado, proteção, amor, compreensão e compaixão.

No Pão nosso, não só a confiança que Deus nos proverá de todo alimento que necessitamos, seja ele da carne ou da alma, da Terra ou do milagre em Deus, mas também tudo que nos leva a esse alimento, o empenho pela sociedade, o Valor que em Deus se faz com trabalho e não em moedas, o Trabalho que doamos a Deus é também o empenho que doamos a sociedade, para a construção dela de forma fraternal com os irmão, como divisão dos pães, divimos o nosso trabalho, não como forma pessoal de ganhar o sustento, ou o pão, mas como forma de se criar uma sociedade justa, igualitária, um pelo outro, Que ao meu ver, é a verdadeira sociedade de Deus, a Alegria de Deus. não esquecendo que temos valores pessoais e necessidade diversificadas, mas que seja para todos, penso que isso se faz tratando o trabalho tanto de forma material como espiritual,na carne e na alma, construindo a fé e nos elevando a Deus. Um Abraço Padre Claudio e tenha uma boa semana.