sábado, 22 de junho de 2019

12º domingo comum – Que Cristo sou eu? (Lc. 9,18-24)

A sensação de estar fracassando na vida é terrível. Os sentimentos de insatisfação e de frustração paralisam. Frequentemente levam à depressão. Mais angustiante é quando os próprios amigos e familiares não compreendem os dramas interiores que vivemos. Jesus, no trecho evangélico de hoje, aparece em toda a sua terrificante humanidade. E, ao mesmo tempo, na sua indomável vontade de levar a cabo uma missão que parece ser somente sua! No ápice da sua ‘força-tarefa’ promove uma rápida sondagem junto aos seus discípulos. Eles acabavam de voltar de mais uma missão itinerante. O resultado é que Jesus descobre que ninguém tinha entendido nada a seu respeito! Vários grupos o acham semelhante a João, e outros, a Elias. Dois profetas que anunciaram um Deus irado e vingador. Nada a ver com o Pai amoroso que ele vinha pregando e testemunhando. O próprio líder do grupo, Pedro, continua apostando que Jesus será o ‘ungido-Cristo de Israel’. O predestinado para derrotar os romanos e fazer limpeza dos inimigos. E se impor com grandeza e glória. Piorou. Jesus se irrita e o censura como se fosse um legítimo satanás. Jesus se descobre sozinho. 
Percebe que tem a presença de discípulos amigos, mas eles não comungam com seus propósitos. Não se identificam com Ele. Acompanham Jesus, mas não o seguem. Não resta outra coisa a Jesus senão a de abrir o jogo para um convite definitivo. Determinante. Quem realmente deseja segui-lo em sua missão de anunciar a Realeza de Deus-Pai dever ter a coragem de assumir, todos os dias, a cruz do descrédito e da incompreensão. Do banimento religioso e da perseguição. E renunciar, definitivamente, às mesquinhas ambições por cargos. Às disputas por fama, e  às ilusórias pretensões de se dar bem na vida. Querer ser discípulo de Jesus, e desejar tirar vantagens é algo incompatível! Infelizmente, hoje, nas igrejas, muitos ainda acham que é possível combinar serviço gratuito com desejo de mando! Adorar, na igreja, o Pai da compaixão, e seguir os idólatras das armas e da esperteza na rua! 

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