sábado, 12 de abril de 2025

Domenica delle palme - Disprezzare i cavalli dei prepotenti per cavalcare l'asino degli umiliati!

Le glorie sono di breve durata. Volatili ed effimere non garantiscono felicità e né realizzazione umano-esistenziale. Ci sono esseri patologici assetati di fama e visibilità che scommettono su tutto ció, credendo che saranno immortali, perennemente riconosciuti e ricordati dai loro posteri. Gesù non ha mai investito in prestigio e popolarità. Le buone opere che egli faceva le attribuiva alla fede delle persone o alla potenza del Padre, e non a sé! Gesú si sentiva un umile strumento di facilitazione, un fedele esecutore di una volontà che non gli apparteneva nemmeno. In questa solennità delle palme ricordiamo la rinnovata consapevolezza di Gesù nell’usare non i cavalli/mezzi dei vincitori, degli arroganti, i surfisti del successo e della fama, ma il puledro degli spogliati, dei poveri e dei servi. Gesù lascia chiaro che, pur tra gli Osanna di alcuni infiltrati manipolatori desiderosi di cavalcare la situazione del suo apparente successo, Egli continua a rimanere accanto a coloro che piangono, e insieme ai miti e affamati di pane e di giustizia. E starsene ben lontano dagli arroganti e prestigiosi signori delle guerre, delle finanze e dei dazi. Egli pagò un prezzo molto alto per questo! Si preparó a consegnare il suo Spirito al Padre e a coloro che oggi stanno accanto ai crucificati della storia!

Domingo de Ramos - Desprezando os cavalos dos prepotentes para cavalgar o jumentinho dos humilhados!

 As glorias têm vida curta. Voláteis e efêmeras não garantem plenitude de felicidade e de realização humano-existencial. Há seres patológicos sedentos de fama e de visibilidade que apostam nisso, acreditando que serão imortais, perenemente reconhecidos e lembrados pelos pósteros.  Jesus nunca investiu no prestígio e na popularidade. As obras boas que fazia as atribuía à fé das pessoas ou ao poder do Pai, e não a Ele próprio! Sentia-se um humilde instrumento facilitador, um fiel cumpridor de uma vontade que nem lhe pertencia. Nesta solenidade dos Ramos fazemos memória da renovada consciência de Jesus em utilizar não os cavalos/meios dos vencedores, dos prepotentes, dos surfistas do sucesso e da fama, mas o jumentinho dos despojados, dos pobres e dos servidores. Jesus deixa claro que, - mesmo entre os ‘Hosanas’ de alguns infiltrados manipuladores desejosos em cavalgar a situação do seu aparente sucesso, - Ele continua a permanecer entre os que choram, e junto aos mansos e famintos de pão e de justiça. E ficando bem longe dos arrogantes e prestigiosos senhores das guerras, das finanças e dos tarifaços. Pagou um preço muito alto por isso! Ele se preparou para entregar o seu Espírito ao Pai e aos que permanecem ao lado dos crucificados de hoje!

quinta-feira, 10 de abril de 2025

CAMINHANDO COM O CRUCIFICADO PARA LIBERTAR OS CRUCIFICADOS - Retiro espiritual da Semana Santa

 

1. “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc. 23,34)

 Jesus, na sua vida pública, sempre revelou o perdão do Pai; no encontro com os pecadores deixou transparecer a misericórdia restauradora de Deus. O perdão foi a marca de sua vida e deve ser também a marca dos seus seguidores.
É difícil perdoar: a dor, o orgulho, a própria dignidade, quando é violentada, grita pedindo “justiça”, buscando “reparação”, exigindo “vingança”... Mas, perdão?
Surpreende-nos que Jesus na Cruz seja capaz de continuar vendo humanidade em seus verdugos, em seus algozes; Ele é capaz de continuar crendo que há esperança para aqueles que cravam seus semelhantes na Cruz.
Porque, esta palavra de perdão, dita a partir do madeiro, é sobretudo uma declaração eterna: o ser humano, todo homem e toda mulher, conserva sua capacidade de amar nas circunstâncias mais adversas. E todo ser humano, até aquele que é capaz das ações mais atrozes, continua tendo um germe de humanidade em seu interior e que permite que haja esperança para ele.
Perdoar é atrever-se a ver o que há de verdadeiro, de beleza em cada um. O perdão é capaz de ver dignidade e faísca de humanidade escondida no coração do verdugo. O perdão abre futuro, destrava a vida e não se deixa determinar pelos erros do passado; ele quebra distâncias, nos faz descer em direção à fragilidade do outro, ao mesmo tempo que revela nossa própria fragilidade.
O perdão é algo soberano, um gesto, uma decisão pessoal e autônoma. A pessoa decide perdoar mesmo que o outro não queira receber o perdão! É a firma decisão de romper a espiral da violência: de uma agressão inicial, vem a resposta com mais violência por parte do agredido que, por sua vez, responde mais violência....
É enquanto pecadores que somos chamados a perdoar e não enquanto justos, só ver o filho mais velhos da parábola do ‘pródigo’. Por isso, no perdão é onde mais nos assemelhamos a Deus, pois só Ele podia inventar o perdão. Deus também continua me perdoando hoje, pelas atitudes pecaminosas em minha vida que destroem, rompem, ferem os outros e o meu mundo.
Perdão não é ignorar o erro ou o crime cometido, isto seria omissão ou, pior, cumplicidade. É não fazer ao outro o que ele fez aos outros em termos destrutivos. É ajudá-lo a se libertar e ser uma pessoa nova renascida!
- Deixar ressoar esta expressão de Jesus: Fiz experiência de perdão? Sou capaz de perdoar e capaz de acolher o perdão que me é oferecido?
 
2. “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc. 23,43) 

Jesus sempre viveu “em más companhias” e agora morre entre dois ladrões. Mais uma vez, não assume o papel de juiz sobre os outros, mas oferece uma nova chance de salvação. É o Agonizante que está para morrer, mas que dá vida, dá esperança a outros moribundos. É presença solidária, que, mesmo em meio ao pior sofrimento, oferece companhia, acolhida, amizade a outros sofredores.
Um dos ladrões, impactado pela serenidade e testemunho de Jesus consegue “roubar o paraíso” a Jesus. Jesus revela uma promessa que muitas pessoas precisam ouvir hoje, sobretudo aqueles que carregam cruzes injustas e pesadas, que vivem realidades atravessadas pela dor, pela solidão, dúvida, incompreensão ou pranto... Como soarão estas palavras no interior de cada um de nós: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Hoje: porque as mudanças, a nova criação, a humanidade reconciliada, não tem que esperar mais; hoje, agora, aqui, já...; talvez se esse “hoje” não chega é por causa de tantas pessoas que não decidem, não optam por ‘ter o paraíso’, mas esperam sentadas, paralisadas, alienadas...
Comigo: promessa de viver em sua companhia e desperta ecos de uma plenitude de vida que não conseguimos entender. No paraíso: que não é um mítico Eden, mas um lugar de plenitude de vida, onde não haverá mais tristeza, nem pranto, e nem dor; uma realidade já presente que pode e deve ser construída aqui, agora, onde habitará a justiça e a paz.
- Deixar ressoar esta expressão de Jesus para construir, hoje, o Paraíso em nosso cotidiano. - Como construir e viver hoje no paraíso? Neste momento, a quem podemos despertar a esperança do paraíso?
 
3.  “Mulher, eis o teu filho; filho, eis a tua mãe” (Jo 19,26)
 

Maria, mulher do “sim”; “sim” que se prolonga até à Cruz, onde, de pé, revela sua presença materna e consoladora junto a seu Filho Jesus. A presença de Maria na vida de Jesus não é acidental: foi aquela que mais amou, conheceu e seguiu Jesus. Ela agora é nossa referência fiel no seguimento do seu Filho.
Despojado de tudo, Jesus tem um tesouro a nos dar: entrega sua própria mãe para que ela seja presença cuidadora e de ternura junto aos seus filhos sofredores. Jesus não nos deixa órfãos; sempre precisamos dos cuidados e do consolo de uma mãe; alguém para nos acompanhar nas horas mais obscuras e difíceis; alguém que nos sustenta nos momentos trágicos; alguém que compartilha nossas perdas... e que também está presente nas horas boas, que chegarão.
É como se Jesus nos dissesse: “Para viver o meu seguimento, inspire-se nela, em Maria, tenha-a como referência”. Não estamos sozinhos: muitas presenças marianas em nossas vidas – amigos, pais, filhos, irmãs... São tantas pessoas junto ao pé da cruz, inumeráveis homens e mulheres de Igreja que foram e são companheiros de caminho, de esforço, de apoio, de buscas e de amor.
João, também de pé junto à Cruz, representa todo seguidor fiel de Jesus, que não larga o Mestre na hora da desgraça, mesmo nos momentos de crise. Com efeito, para João o discípulo amado representa a nova igreja que acolhe aquela igreja que ainda tem um pé no antigo testamento, no judaísmo (Maria), e que não aderiu plenamente. Jesus pede para acolhê-la e se acolherem reciprocamente.

- Deixar ressoar estas palavras de Jesus: perguntemo-nos se nós tentamos ser presença materna, solidária e cuidadora junto aos sofredores e crucificados da nossa comunidade....ou se fazemos a mesma escolha dos apóstolos de abandonar o crucificado e fugir.
 
4. “Meu Deus, meu Deus, para que me abandonaste?” (Mt 27,46)

O grito de Jesus na Cruz condensa o grito da humanidade sofredora; é o próprio Deus que grita o seu abandono. Esse grito de Jesus revela uma Presença no próprio abandono, embora, de imediato não se sinta esta presença. É um grito que não fica no vazio, mas aponta para a Vida.
Muitos de nós nos perguntamos: “Onde está Deus no sofrimento, na violência, na morte...?” Ou, o que fiz de ruim para merecer essa doença, essa provação...’? E Deus responde, perguntando: “Onde está você no meu sofrimento, na violência que sofro, na morte... de meus filhos/as?” O sofrimento da humanidade é o sofrimento de Deus; Deus não é insensível e distante da dor dos seus filhos.
Quem não passa por momentos de noite escura, de insegurança, de absoluta incerteza...? Quem não viveu experiências de abandono, de falta de sentido na vida, de solidão, de rejeição...? Quem não tem momentos de ceticismo, de amargura, de medo, de dúvida...? Quem não se pergunta, talvez por um instante fugaz, mas pungente, onde está o Deus da vida, agora?
Nesses momentos temos a impressão de que todas as nossas opções foram equivocadas, que cada decisão nos levou por um caminho sem saída... Nesses tempos nos remorde o fracasso, a miséria, própria e alheia. É do meio desta situação que brota um grito desesperador, como o de Jesus... No entanto, nos atrevemos a seguir adiante, com nossos projetos, compromissos e esforços em seu nome. Mais que isso: em lugar de olhar o porquê disso ou daquilo, somos convidados a entender e acolher o PARA QUE, PARA QUAL FINALIDADE Deus permite que façamos a experiência do abandono, da dor inexplicável e da solidão? Para nos tornarmos mais humanos, para compreender melhor a dor alheia ou para dar vazão à nossa indignação e revolta? O que me ensina essa experiência de dor e de angústia?  Será que não vai nos ajudar a entrar em sintonia com os dramas existenciais de tantos irmãos?
O desafio está em não ceder, em não crer que tudo tem sido uma mentira. O desafio é não abandonar, não se render, não capitular nesses momentos. Entende-se, assim, o grande “grito” que brotou das profundezas da dor de Jesus na Cruz e que continua ecoando como clamor angustiado. Não são poucos os gritos dos mais pobres e dos excluídos. É um clamor forte pela intensidade de suas carências. Um clamor surdo porque não consegue impactar de modo a conseguir respostas prontas e imediatas aos graves problemas que os afligem.
O grito dos sofredores é sempre forte. Forte pela violência das necessidades e das urgências para a garantia de uma vida mais digna. Em Cristo se condensam todos os gritos da humanidade sofredora.
Sua força, no entanto, não consegue incomodar a todos os que precisam ser interpelados pela exigência deste clamor. Um grito, pois, é a expressão do mais forte sentimento que está no centro do próprio coração; é, também, a expressão mais concreta do que aflige o coração. Um grito é, na verdade, um convite a um compromisso solidário.
O grande grito de Jesus é a certeza de tudo o que sustenta o seu coração; ao ecoar junto aos crucificados, provocará grandes novidades. Um grito que não fica no vazio mas aponta para a vida.
- Deixar ressoar este grito de Jesus: quais são os gritos surdos que brotam da nossa realidade hoje, aqui em Piquiá?
 
5.  “Tenho sede...” (Jn. 19,28)

 
Justamente Jesus, a água viva que garante que quem bebe a sua água nunca mais terá sede manifesta a sua sede intensa e trágica! Jesus sempre foi um homem “sedento”: sedento para fazer a vontade do Pai, de realizar o Reino, de transformar a vida das pessoas, de ter uma presença solidária junto aos sofredores, sede de tornar conhecido Deus como Pai/Mãe...misericordioso.
Agora grita sua derradeira sede: sede de um mundo redimido, sem dor, sem exclusão, sem violência, sem cruzes. Grita o homem com a garganta ressequida: sede na garganta e sede no coração. Grito que se multiplica em milhares de gargantas espalhadas pelo mundo: quero “justiça”, clamam os injustiçados deste mundo; quero “pão”, pede a criança com a barriga inchada de ar e de fome; quero “paz”, exclama a testemunha de atrocidades sem fim; quero “amor”, pede o jovem solitário por ser estranho; quero “moradia”, sonha o morador de rua que dorme em um banco da praça; quero “trabalho”, suspira uma jovem que se sente fracassar; quero liberdade escreve o presidiário em seus poemas; quero saúde, recita o enfermo em seu leito... Vozes de compaixão, vozes de pranto, vozes que refletem as dores do mundo.
O grito de Jesus na Cruz recolhe todos esses brados da humanidade quebrada, dividida, autodestrutiva. E não há explicação; não há sentido; não há justiça. Só um grito a mais. A sede de Jesus desperta em nós outras “sedes”: de que tenho sede? Sede de sonhos, de mundo novo, de poder, de prazer, de aventuras????
Sede mobilizadora que desperta e ativa as melhores energias dentro de nós, sede que purifica nossa capacidade de escutar os gritos, de perto e de longe. O que fazer? “Quem tem sede venha a mim e beba”. Quem não tem sede não busca, não cria. Quem não sente sede não descobre a verdadeira água aquela que tem o poder de saciar a nossa sede uma vez por todas.
O que oferecemos nós àqueles que gritam porque têm sede? Água viva ou vinagre, amor e acolhida ou ódio e exclusão?
- Deixar ressoar essa súplica de Jesus: Quem são os sedentos da nossa comunidade que gritam por amor e acolhida? Como e com quem podemos saciar a sede que está nas gargantas e no coração das pessoas?

6. “Tudo está consumado” (Jo. 19,30)

 
Parece uma contradição alguém dependurado na Cruz afirmar que tudo está consumado; tem-se a impressão de fracasso total. Mas na Cruz Jesus leva até às últimas consequências sua Encarnação: mergulha e se faz solidário com todos os crucificados da história. “Desce” até às profundezas (ínferos) do sofrimento humano e ali revela a presença do Deus humano e compassivo.
No alto da Cruz, Jesus tem consciência que não viveu em vão; sua presença fez a diferença; viveu para os outros. Jesus morre com as mãos cheias de vida; gastou a sua vida a serviço da vida de todos; deixou pegadas nos corações de quem encontrou pela vida. “Jesus morreu de tanto viver”. Morreu de bondade, de compaixão, de justiça. Jesus teve um “caso de amor” com a vida; viveu intensamente.
Paradoxalmente, uma vida bem consumada torna fecunda a morte. Uma vida, bem vivida, intensa, fez tudo o que tinha que fazer. Faz com que a morte não seja em vão. Uma história consumada de Amor. Vida consumada quando se consome no serviço aos outros. Jesus desencadeou um movimento de vida.

- Deixar ressoar esta afirmação de Jesus: quão plenificante é poder dizer a cada dia: tudo está consumado. É poder dizer como Pablo Neruda: “Confesso que vivi”.
 
7.  “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (Lc. 23,46)
Só quem viveu intensamente uma vida expansiva pode acolher a própria morte com paz, confiança, serenidade e abandono nos braços do Pai. Jesus morre como tinha vivido: ancorado na confiança do Pai. Jesus, que sempre prolongou as mãos do Pai, agora entrega-se confiadamente nos braços do mesmo Pai.
Jesus sempre viveu em profunda sintonia com o Pai; agora Ele dá um “salto vital” nos braços do Pai. Ao “entregar seu espírito” Jesus é “aspirado” para dentro de Deus. A morte nos inspira medo; mas na morte, somos todos iguais, sozinhos diante de Deus.
A morte é a última ponte que nos conduz ao Pai. Seremos abraçados do outro lado da ponte. Nosso destino é o coração de Deus. Não só na hora da morte, mas a cada dia somos chamados a “entregar o espírito”; num mundo em que todos buscam seguranças, que em tudo querem ter “salva-vidas”, num mundo que nos convida a ter as costas cobertas... queremos arriscar, apostar pelo Reino; queremos nos sentir confiados, atravessar tormentas ou espaços serenos, sentindo-nos protegidos pelas mãos do Pai. Mãos que curam, acariciam, sustentam...mediante as mãos visíveis, concretas de quem convive conosco, de quem faz parte da comunidade dos seguidores de Jesus.
‘Entregar, ou melhor, expirar’ - significa deixar sair o hálito para que os que estão próximos estejam prontos para ‘inspirar’, e acolher. Debaixo da cruz há João e as mulheres ‘inspirando o hálito de Jesus’, colocando para dentro de si o último respiro de vida de Jesus sinalizando que agora, são elas que irão dar continuidade à missão e ao jeito de ser de Jesus.

- Deixar ressoar em nosso interior as palavras de entrega de Jesus: vivemos amparados pelas mãos providentes e cuidadosas do Pai; sentir-nos movidos a prolongar as mãos do Pai.



sexta-feira, 4 de abril de 2025

5º Domingo de Quaresma - Viremos página e sejamos pessoas novas construindo o inédito do Deus da misericórdia!

Paradoxalmente, em épocas de pós-modernidade e de pluralismos culturais parece haver uma volta a um moralismo arcaico e abjeto, não somente nos âmbitos religiosos e eclesiais, mas também na vida social. Muitas vezes por trás de uma insistente defesa da ‘liberdade de expressão’ esconde-se quase sempre um dogmatismo moralista obtuso. Os escribas de hoje insistem em ‘tentar e armar ciladas’ como verdadeiros instrumentos diabólicos, aos que acreditam em atitudes e comportamentos alicerçados na compreensão, compaixão e misericórdia. No evangelho de hoje, é no espaço sagrado do templo, e por ‘homens de Deus’ que Jesus é tentado por aqueles que pregam ainda o Deus das normas, dos preceitos e da punição aos impuros e extraviados. A sua rigidez e hipocrisia moral é desmascarada por Jesus ao lhes lembrar que ninguém pode se arvorar em juiz de quem quer que seja. O Mestre convida a todos a assumir o mesmo jeito que Deus-Pai teria se fosse visível aos nossos olhos: oferecer uma sempre renovada chance a quem errou, para que seja uma nova pessoa! Às vezes é preciso virar página, deixar de lado arrependimentos estéreis e olhar para o ‘inédito’ que o Deus da misericórdia constrói através de nós!

sexta-feira, 28 de março de 2025

4º domingo de Quaresma - Sentir e compreender como um coração compassivo de um Pai!

No universo ético dos prepotentes não há espaço para os misericordiosos. Ter um coração entranhado de compaixão é para os ‘sem piedade’ sinônimo de fraqueza. Modelos de ‘durões’ hipócritas não faltam na nossa atualidade. O evangelho de hoje nos convida a olhar as fragilidades dos outros a partir de um coração de pai.  Compreender e sentir como um pai ao ver um filho amado se afastar dele para procurar alhures o que ele nunca lhe negou: afeto e amor sem fim. Somente essa capacidade de olhar para os erros dos outros como um pai de verdade, - e não a partir dos falsos conceitos de justiça do irmão mais velho da parábola, - é que podemos entender o alcance da mensagem de Jesus. Muitas vezes nos escandalizamos com os pequenos ou grandes erros dos outros, principalmente quando eles parecem nos prejudicar, ao passo que o Pai se preocupa unicamente com a nossa integridade física e moral na sua plenitude. O que apavora um pai não são os erros de seu filho, mas o medo de perdê-lo para sempre! Perdoar e acolher um irmão arrependido jamais é sinal de fraqueza ou, pior, de cumplicidade, ao contrário, é a demonstração de que em nós ainda prevalece a humanidade compassiva e não uma patológica sede de punição. O Deus de Jesus jamais ignora um filho que volta a procurar o seu abraço aconchegante e revitalizador! Nunca é tarde demais para fazer isso!

quarta-feira, 19 de março de 2025

SÃO JOSÉ, O TRANSGRESSOR POR AMOR! - Por Padre Alberto Maggi

O hebraico Yôsep (José), é um nome auspicioso para quem deseja uma família numerosa, de fato significa "o Senhor acrescenta" (ao filho nascido), muitos outros ainda. Nome popular na Bíblia, é carregado por personalidades ilustres da história de Israel, do filho de Jacó e Raquel, vendido como escravo por seus irmãos por ciúme, mas que depois se tornaria governador do Egito (Gn 37-42), ao marido de Maria; o que os assemelha é que ambos, em situações dramáticas, foram os salvadores de suas famílias. No Novo Testamento, entretanto, há uma evidente reticência ao tratar de José de Nazaré, marido de Maria e pai de Jesus. Tanto nas cartas de Paulo quanto nos outros autores do Novo Testamento não há nenhuma menção a José, mas o que surpreende é o papel marginal que até mesmo os evangelistas parecem dar a ele.

No evangelho considerado mais antigo, o de Marcos, não há referência a ele, e Jesus é lembrado apenas como "o filho de Maria"; são citados os irmãos Tiago, José, Judas e Simão, assim como suas irmãs (Mc 6,3), mas não há menção ao pai. Também no Evangelho de João fala-se da mãe de Jesus (Jo 2,1; 19,25) e de seus irmãos (Jo 7,3-10), mas não há nenhum indício sobre José. É apenas nos Evangelhos de Lucas, e em particular de Mateus, que os evangelistas, de maneiras diferentes, tratam esta figura singular, da qual estranhamente não relatam nenhuma palavra, e cuja profissão é mencionada apenas em relação a Jesus, conhecido como "filho do carpinteiro" (Mt 13,55). A escassez de informações sobre José nos Evangelhos fez com que a Igreja e a tradição tenha buscado abundantemente material nos textos apócrifos, em particular no Protoevangelho de Tiago, um pouco posterior aos Evangelhos. É nesse texto que José é apresentado já como um idoso ("Tenho filhos e sou idoso, enquanto ela é uma menina" (9,2), enquanto no apócrifo "História de José Carpinteiro” lemos que ele era viúvo com seis filhos (quatro meninos e duas meninas), quando se casou com Maria de Nazaré, então com 12 anos. E quando José morreu, com a idade de cento e onze anos (15,1), Jesus e Maria estavam presentes junto ao seu leito com todos os seus filhos e filhas. Essas informações levaram a tradição cristã a apresentar José como uma pessoa muito avançada na idade e, em especial a partir do século XV, a consolidação do culto a São José, levou a retratá-lo cada vez mais como um ancião que parecia mais o avô do que o pai de Jesus, talvez para tornar assim mais segura a virgindade de Nossa Senhora, e gerações de crianças aprenderam a doce canção de ninar dedicada a "San Giuseppe vecchierello…" (São José velhinho). Na realidade, com toda a probabilidade, o marido de Maria era um jovem, visto que a tradição judaica fixava o casamento para o homem aos dezoito anos (“Dezoito anos é a idade certa para o casamento” Pirkè Avot, 5,23) e para a mulher aos doze.

A Igreja apresenta José como o pai "putativo" (do latim putativus, suposto) de Jesus, de acordo com o que Lucas escreve em seu Evangelho ("era filho, como se acreditava [lat. putabatur], de José", Lc 3,23). Se Lucas fala de José como pai de Jesus (Lc 4,22), Mateus, apesar de ser o evangelista que mais dá destaque à sua figura providencial para a sagrada família, o exclui radicalmente da concepção do filho. De fato, na genealogia com a qual Mateus abre sua narração, listando os ancestrais de Jesus, por trinta e nove vezes, começando com Abraão, apresenta um homem que gera um homem (“Abraão gerou Isaque, Isaque gerou Jacó, Jacó gerou Judas... ", Mt 1,1), uma sucessão de pai para filho que atravessa a história de Israel de Abraão a Davi e de Salomão até José. Mas tendo alcançado o trigésimo nono "gerou" ("Jacó gerou José", Mt 1,16), em vez de continuar como o ritmo e a coerência gostariam com "José gerou Jesus", a transmissão da vida iniciada com Abraão de pai para filho se interrompe bruscamente. De fato, Mateus escreve que "Jacó gerou José, o marido de Maria, da qual foi gerado Jesus, chamado Cristo" (Mt 1,16), retirando José da geração do filho. Na cultura judaica não existia o termo pais, mas apenas um pai e uma mãe, com tarefas distintas. Enquanto o pai é aquele que gera, a mãe se limita a dar à luz o filho (Is 45,10). Mateus, infringindo esta cultura e esta tradição, apresenta uma mulher da qual foi gerado o filho usando o mesmo verbo (gr. ghennaô) que ele usou para todas as gerações anteriores, fazendo assim vislumbrar uma ação particular de Deus. Cristo não é filho de José, mas "Filho de Deus" (Mt 27,54), gerado pelo Espírito, a mesma energia divina que no relato da criação pairava sobre as águas (Gn 1,1-2).

José é apresentado por Mateus como "justo", uma qualificação que indica não só a conduta moral do indivíduo, mas sua plena fidelidade à Lei de Moisés, como Isabel e Zacarias, os pais de João, que “eram justos perante Deus”, pois “observavam irrepreensíveis todas as leis e prescrições do Senhor”, Lc 1,6). Quando José descobre que Maria, antes de começarem a viver juntos, está grávida, sabe que como "justo" seu dever é denunciar a noiva infiel e fazer com que seja apedrejada, conforme manda a Lei divina (Dt 22, 20-21). Mas José não o faz. Entre a fidelidade à Lei e o amor à noiva, vence a misericórdia, e José procura uma saída que salve Maria ("decidiu deixá-la secretamente", Mt 1,19). No Protoevangelho de Tiago, a escolha dramática de José é bem representada por este seu dilacerante diálogo interior: "Se eu esconder o seu erro, me verei lutando contra a Lei do Senhor" (14,1).

José não observa a Lei, e essa quebra em relação à obediência ao mandamento divino é suficiente para que o Espírito não apenas se insira em sua vida e lhe assegure tomar Maria por esposa (Mt 1,20) e salvá-la da morte certa, mas o torna capaz de perceber na sua existência a presença do "Deus misericordioso" (Dt 4, 31). José é o justo, o homem que não fala mas faz, ao contrário dos escribas e fariseus que “dizem mas não fazem” (Mt 23,3). Para o evangelista, ele é o primeiro daqueles “misericordiosos” que Jesus proclamará bem-aventurados “porque encontrarão misericórdia” (Mt 5,7), e dos “puros de coração” proclamados bem-aventurados “porque verão a Deus” (Mt 5,7). 5,7.8), ou seja, terão uma experiência constante da presença do "Senhor misericordioso" (Sir 48,20) em sua vida. Foi o que permitiu a José ser sempre guiado pelo próprio Deus (o "Anjo do Senhor"), que por três vezes, cifra que no simbolismo numérico hebraico indica a totalidade, lhe mostrará o que fazer (Mt 1,20; 2,13,19).

Repetindo os feitos do primeiro José da Bíblia (Gn 45-46), o carpinteiro de Nazaré salva sua família das tramas assassinas do rei Herodes, levando-os para o Egito, para depois retornar à mais distante, mas segura, Galileia. Acolhendo o filho de Maria como seu, José o legitima aos olhos do povo, e a criança, a quem deu o nome de Jesus (hebraico Yehsȗà, "O Senhor salva"), experimenta, mesmo antes da proteção do Pai celestial, o pai terreno como seu salvador.

 


sábado, 8 de março de 2025

Iº domingo de Quaresma – Não ter medo de sermos ‘testados’ e saber se temos estrutura para servir ou para dominar!

 Faz parte da nossa existência sermos submetidos a muitas e diferentes provas. Ter que encarar e enfrentar desafios que exigem uma posição pessoal clara nos deixa angustiados, mas é algo que não podemos evitar. As tentações de que nos fala o evangelho de hoje são, na realidade, as provas que a vida apresenta a cada ser humano que opções permanentes. Lucas nos diz que Jesus cheio do Espírito é guiado por Ele (Espírito) ao deserto para ser ‘testado’.  Esses testes, portanto fazem parte da pedagogia do Espírito para verificar se a pessoa está preparada para a missão! Lucas deixa claro que os 'testes' ocorrem ao longo da vida inteira, pois o número 40 simboliza uma geração inteira! ‘Diabo ou diabólico’ (do grego diabalein) significa ‘aquele de desarruma, que dispersa’. Dessa forma, cada um de nós faz a experiência de sentir dentro de si tendências contraditórias, centrífugas: aspiramos por algo considerado bonito, mas sentimos atração por algo contrário a isso. As três ‘tentações/testes’ a que Jesus foi submetido ao longo da vida inteira se resumem a uma: utilizar o seu poder religioso e político para possuir e dominar e não para partilhar e servir! Todo dia Jesus teve que lutar interiormente para não aderir à lógica diabólica de idolatrar as riquezas e o prestígio. Jesus superou tudo isso servindo os excluídos, o tempo todo, e partilhando tudo com os despossuídos. 

quarta-feira, 5 de março de 2025

QUARTA FEIRA DE CINZAS - AS CINZAS PRETAS DE MAIS DE 50 TONS QUE AMEAÇAM AS CRIATURAS!

 As cinzas pretas que caem do plúmbeo céu de Piquiá e se depositam nas nossas casas, e são inaladas pelos pulmões de trabalhadores e seres humanos não são emanações divinas que nos lembram a nossa caducidade e finitude. Tampouco são um sinal de um retorno ao ‘Éden’ onde, lá sim, tudo era ‘muito bom’. As cinzas de mais de 50 tons que cobrem as nossas cabeças e os telhados e os quartos das nossas casas, sem muitas liturgias, aqui, em Piquiá, nos lembram que somos obrigados a viver numa permanente quarta-feira de cinzas. O nosso cantinho da criação parece estar destinado a virar pó pelas mãos emporcalhadas das ‘criaturas. Nós cristãos católicos, hoje, somos chamados a deixar de lado os decadentes devocionismos que a solenidade ‘da imposição das cinzas’ podem sugerir, e a reatualizar, definitivamente, o gesto inicial do Criador: assumir o compromisso de fazer novas todas as coisas e todas as criaturas insuflando um hálito novo em toda a criação! O novo 'sopro de vida' consiste em exigir que haja uma interrupção radical na emissão de ‘cinzas pretas’ sobre nós e reduzir os índices de poluição. E permitir que muitas criaturas possam ‘inspirar’ o Hálito Oxigenado Original do Criador! Só assim o gesto de hoje poderá ter sentido. Em nada adianta receber 'cinzas bentas' se não houver o compromissos de eliminar aquelas 'cinzas pretas' mortíferas que, fruto da ganância ilimitada e da irresponsabilidade social e ambiental, estão reduzindo os filhos do Pai Criador em ‘Adãos e Evas sem vida e sem alma’!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

VIII domingo comum - Chega de palavras enganadoras! É preciso mostrar frutos concretos de humanidade e respeito!

É possível que as palavras possam camuflar e esconder o mau caráter de uma pessoa: seus sentimentos de ciúme, de ódio, de inveja, e até suas posturas arrogantes e prepotentes. Contudo, não dá para disfarçar a vida inteira. Mais cedo ou mais tarde, ela acaba despejando o que realmente está depositado no profundo do seu coração. Mais correto é sermos o que realmente somos, com as nossas contradições e fragilidades e, também, valores! É nesse sentido que Jesus nos alerta a não querermos ser ‘guias e fiscais’ dos outros, mas ajudar as pessoas a crescer e a caminhar de forma independente, pois existem supostos mestres que são, eles mesmos, cegos! De fato, há alguns mestres que movidos pela presunção e a hipocrisia são incapazes de ver suas próprias contradições/traves, mas são intransigentemente críticos dos microscópicos ‘ciscos/erros’ que existem nos outros. Para estes presunçosos é sempre o outro que está errado! São, afinal, os frutos concretos e valores reais como o respeito, os cuidados e a atenção para com os irmãos mais frágeis que nos definem, e não as nossas palavras artificialmente sedutoras. É preciso, portanto, na nossa realidade eclesial e social agir com atenção e discernimento, sem se deixar enganar por aqueles que dissociam com maestria suas palavras encantadoras, - aos ouvidos dos ingênuos e alienados, - de suas ações concretas carregadas de intolerância e de intransigência.  


sábado, 22 de fevereiro de 2025

7º Domingo comum - Desconstruir os inimigos e os perseguidores amando-os!

‘Bem-aventurados sois vós quando os homens vos odiarem e expulsarem...‘nos dizia Jesus no texto de domingo passado. Agora, nos convida a amar justamente essas pessoas. Palavras surpreendentes que vão na contramão do que parece estar encravado na genética universal: o instinto de eliminar todos os que ameaçam a nossa existência e a nossa honra! Parece ser um atestado de passividade e de inércia diante dos prepotentes e violentos. Contudo, Jesus tinha diante de si o desafio de quebrar as lógicas perversas das relações de vingança e de intolerância para com os que não pertenciam à mesma ‘família’ e à mesma cultura. Era preciso interromper, de vez, de forma unilateral e soberana, a espiral do ódio e da destruição física e moral do ‘diferente’ em que a maioria dos seres humanos mergulha até hoje! Amar o inimigo que persegue e ameaça, porém, não é complacência e nem cumplicidade com seus abusos.  Ao não revidar e ao não aceitar a sua mesma ‘lógica’ se pretende tornar sem efeito multiplicador o mal que ele faz! A falta de revide por parte da vítima que ‘ama’ o seu agressor, desmoraliza e desconstrói o seu ‘inimigo’ e esteriliza a sua sede de mais agressão e mais ódio! Uma lição de vida bem atual para as nossas conturbadas relações interpessoais e.... ‘internacionais’!


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

6º domingo comum - Feliz o discípulo que se coloca ao lado dos pobres para eliminar, com eles, fome e maldição!

Somos uma humanidade que vive e duela entre maldições e bençãos, entre vida e morte, guerra  e paz. Cada um de nós é uma mistura de tudo isso. De um lado fazemos a experiência arrebatadora da ‘montanha’ onde o Divino nos motiva e fortalece para a missão, e do outro, somos arremessados na planície do cotidiano, nos conflitos e nas contradições da vida. Lucas nos informa que Jesus e seus discípulos ‘descem a montanha’ do abastecimento espiritual, místico, para enfrentar os conflitos da planície, da vida real. Ele nos diz que é nos duros confrontos do dia a dia que somos chamados a viver as ‘bem-aventuranças’. Estas são, com efeito, não um discurso ou sermão circunstancial, mas a síntese de toda a metodologia e ação missionária de Jesus. O Mestre louva os seus bem-aventurados discípulos porque aprenderam a sentir dentro de si os dramas dos pobres e a se colocarem ao seu lado de forma solidária e definitiva. A primeira bem-aventurança dirigida aos seus discípulos é a chave para entender o resto: a partir de hoje os famintos, os desesperados, os perseguidos e rejeitados pelo ódio poderão contar com ‘esses pobres bem-aventurados’ (os discípulos) que os ajudarão a se saciarem, a recuperarem a esperança, e a voltarem a crer na beleza da vida. Foi o que fez Jesus, é o que deveríamos fazer nós, hoje! Sejamos bem-aventuranças em ação para eliminar as maldições da ganância e da prepotência, do ódio e da mentira!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Governo Federal deflagra ação conjunta para expulsar invasores na Terra Arariboia

O Governo Federal começa, nesta segunda-feira (10/2), uma nova operação de desintrusão de terra indígena. Desta vez, a operação vai expulsar criminosos da Terra Indígena Araribóia, no Maranhão. Este é o sétimo processo de desintrusão deflagrado durante a gestão do presidente Lula. Desde 2023, as terras Alto Rio Guamá – Pará; Apyterewa – Pará; Trincheira Bacajá – Pará; Karipuna – Rondônia; Munduruku – Pará; e Yanomami – Roraima (em execução) receberam a operação federal. A Terra Indígena Araribóia tem cerca de 413 mil hectares distribuídos entre os municípios maranhenses de Amarante, Bom Jesus das Selvas, Arame, Buriticupu, Santa Luzia e Grajaú. A homologação do território foi concedida aos povos Awá e Guajajara em 1990. Eles estão distribuídos em 150 aldeias e passam de 10.300 indígenas. A maior pressão externa sobre a Terra Araribóia é a extração ilegal de madeira, além da pecuária irregular e de conflitos fundiários. Outras ameaças a serem identificadas pela operação também serão alvo das forças federais. O objetivo é resguardar a vida dos indígenas e a proteção do território. Com essa operação de desintrusão o Governo Federal atende a uma determinação do Supremo Tribunal Federal, bem como a uma medida cautelar da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). As ações serão coordenadas pela Casa Civil e pelo Ministério dos Povos Indígenas e vão contar com a participação de mais de 20 órgãos federais, entre eles o Ministério da Justiça, o Ministério da Defesa, a Funai e a Abin. Agência Gov

Texto copiado de: https://www.portalmarcossantos.com.br/2025/02/10/governo-inicia-operacao-de-retirada-de-invasores-da-terra-indigena-arariboia-no-maranhao/
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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

5º domingo comum - Jogar as redes para resgatar pessoas que estão afogando em águas profundas

Vivemos numa realidade tão bombardeada por discursos ‘contundentes’ e imagens ‘fortes’ que já não criam nenhum impacto emocional em nós. E, tampouco, mudam a nossa postura ética perante a vida. Criamos uma couraça impermeável de indiferença e de apatia. O evangelista Lucas traça para nós, hoje, qual foi a metodologia adotada por Jesus no ‘anúncio da palavra’ e, de consequência qual deveria ser a nossa estratégia hoje. Primeiro: sair, definitivamente, da sinagoga/igreja para irmos a beira-mar, ou seja, de um lugar fechado e exclusivo para poucos devotos, para um lugar aberto e plural, nas ruas e praças públicas. Segundo: abandonar o púlpito, a cátedra, o lugar de destaque e de dono da verdade para anunciar sentando junto às pessoas nos barcos da vida, em seu lugar de trabalho e de luta. Terceiro: é preciso lançar as redes e pescar/resgatar gente naquelas águas/situações turvas, inseguras e profundas da vida onde ninguém lança, e se afastar das cômodas águas rasas, claras, supostamente seguras, mas estéreis. Quarto: não utilizarmos o pretexto de que ‘somos pecadores e indignos’ para anunciar e salvar quantos estão sendo sufocados e engolidos pelas águas do desespero, da violência, da fome. Quem tem medo de sentir medo já se afogou!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Siderúrgica é condenada pela Justiça Federal por desmatamento sem autorização do Ibama em Terras Indígenas no MA

Uma empresa de siderurgia foi condenada pela Justiça Federal pelo desmatamento irregular em uma área que se sobrepõe às Terras Indígenas (TIs) Porquinhos e Porquinhos dos Canela-Apãnjekra, situadas nos municípios maranhenses de Barra do Corda, Fernando Falcão, Grajaú, Formosa da Serra Negra e Mirador. A primeira TI já teve sua demarcação homologada e a segunda aguarda conclusão de processo judicial sobre relativo à demarcação, que tramita no Supremo Tribual Federal (STF). Na sentença, a Justiça declarou nulas as licenças ambientais e autorizações de supressão vegetal expedidas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) relativas às TIs em questão. A condenação teve como base uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF). A ação foi proposta na Justiça Federal contra o estado do Maranhão e uma empresa siderúrgica maranhense, responsável por desmatar 62,7 hectares de vegetação amazônica da região sem autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A empresa foi condenada a não praticar atividades poluidoras em uma fazenda de sua propriedade na qual ocorreu o desmatamento, e a interromper o funcionamento de qualquer equipamento utilizado para desflorestamento ou qualquer outra prática que ocasione dano ao meio ambiente. A fazenda está situada em área na qual está em curso revisão da demarcação, para ampliação da TI. Além disso, a empresa terá que realizar a recomposição e restauração florestal da área desmatada.O estado do Maranhão também foi condenado pela Justiça Federal, pela decisão, a administração estadual não pode emitir novo licenciamento ambiental ou qualquer ato autorizativo referente à área demarcada da TI Porquinhos dos Canela Apãnjekra, especialmente em favor da empresa siderúrgica, até o trânsito em julgado do Recurso Ordinário em Mandado de Segurança (ROMS). No julgamento do ROMS, em 2014, o STF decidiu pela anulação da Portaria do Ministério da Justiça (MJ) nº 3.508/2009, que havia demarcado a TI, mas foram apresentados embargos de declaração contra a decisão, que ainda não foram julgados. Além disso, o estado do Maranhão terá que acompanhar o cumprimento integral da obrigação da empresa em fazer o reflorestamento. Na sentença, a Justiça Federal destacou que as licenças de operação concedidas pela Sema à empresa, em 2011 e 2013, estão irregulares, na medida em que, à época, a TI Porquinhos dos Canela-Apãnjekra já estava demarcada e não havia decisão afastando a validade da portaria de demarcação da TI, expedida em 2009.

Dessa forma, a Justiça considerou que o licenciamento ambiental deveria ter sido processado pelo Ibama. Inclusive, a alteração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) da fazenda, para retirar a parte do imóvel sobreposta à TI Porquinhos, cuja demarcação já havia sido homologada, só foi realizada em 2017, de forma que o licenciamento ambiental não poderia ter sido feito pela Sema. Além dessas obrigações, a Justiça Federal determinou à empresa que elabore a apresente um Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRAD) ao órgão ambiental competente, no caso o Ibama, em até 90 dias. O projeto também deve ser apresentado ao MPF e conter cronograma, com etapas definidas, não superior a um ano, sob pena de multa diária de R$ 500 em caso de atraso injustificado.

Se a empresa não cumprir com a obrigação de recuperar a área, deverá pagar R$ 672.986,30, valor este que será corrigido monetariamente desde o momento do dano ambiental. Por fim, foi determinada a imediata proibição de plantação, comércio de produtos agrícolas, madeiras ou pastoris, inclusive bovinos, na respectiva área.
 

Entenda o caso

A siderúrgica argumentou que a demarcação da Terra Indígena Porquinhos dos Canela-Apãnjekra foi anulada pelo STF, invalidando a obrigatoriedade de licenciamento ambiental pelo Ibama. A empresa defendeu a legalidade de suas atividades, afirmando que possui as autorizações necessárias emitidas pela Sema. O estado do Maranhão alegou que, a partir da decisão do STF que havia anulado a demarcação, poderia renovar as licenças ambientais sem precisar da aprovação da Funai e do Ibama. No entanto, o MPF ressaltou que os direitos dos povos indígenas sobre suas terras são garantidos pela Constituição Federal, com base no princípio do indigenato, segundo o qual tais direitos são considerados originários, preexistindo à demarcação. Além disso, o MPF explicou que a decisão que anula a demarcação da TI ainda não é definitiva e que há outra decisão do STF que permite o redimensionamento de terras indígenas, invalidando o argumento da empresa. No caso em análise, não há controvérsia quanto ao dano ambiental causado na área descrita no Demonstrativo de Alteração na Cobertura Vegetal, realizado em julho de 2016, que comprovou o desflorestamento de 62,652 hectares.

As imagens de satélite e documentos produzidos pelo Ibama e pelo Ministério Público Federal foram consideradas pela Justiça como provas suficientes para demonstrar o desmatamento da área, que está em processo de revisão para incorporação à TI. A ação foi proposta no âmbito do Projeto Amazônia Protege da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão (4ª CCR) do MPF, especializada em meio ambiente e patrimônio cultural, tendo o Ibama e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) atuado como assistentes do MPF no processo.
 

Projeto Amazônia Protege da 4ª CCR/MPF

O projeto tem como objetivo promover a responsabilização ambiental civil dos autores de desmatamentos ilegais na Floresta Amazônica, buscando a reparação de danos e o impedimento da regularização fundiária de áreas recém-desmatadas ilegalmente, por meio da instauração de inquéritos civis e, em seguida, proposição de ações civis públicas (ACP) na primeira etapa do projeto. A iniciativa busca combater o desmatamento ilegal na Floresta Amazônica, utilizando uma abordagem inovadora, que alia tecnologia e ações jurídicas ao adotar uma metodologia de trabalho que utiliza imagens de satélite e classificações de dados públicos para identificar e combater desmatamentos ilegais que ultrapassam 60 hectares.

Por G1-MA

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Profecia, coerência de vida e testemunho estão acima de normas e preceitos!

 Muitos modelos de educação formais ou informais visam enquadrar as pessoas em determinados padrões de comportamento definidos por uma elite venerada como dona da verdade. Somos educados a obedecer, a não criticar o que nos é repassado, e a não fugir do figurino que nos foi preestabelecido. Os poucos que se rebelam e questionam são taxados de encrenqueiros, loucos, anormais, porque fogem do senso comum. Jesus foi um desses! O evangelho de hoje pode ser definido como uma profecia a posteriori. Ou seja, se coloca no passado uma previsão futura sobre Jesus que, de fato, já ocorreu. Jesus foi justamente o cara que não seguiu o figurino que a religião oficial esperava de seus adeptos: ele criticou as leis, desobedeceu aos preceitos dos donos da verdade, e foi sinal consciente de contradição. Escandalizou muitos, mas foi sinal de esperança e alívio para inúmeros devotos sufocados pelo sentimento de culpa.Hoje, nós somos pressionados a nos decidir de uma vez por todas: ou estamos do lado da profecia e da coerência moral ou do lado das normas e preceitos ditados por manipuladores de consciências. A primeira liberta, a segunda nos subjuga!


sábado, 25 de janeiro de 2025

3ª domingo comum - Ser graça e libertação para os descartáveis da humanidade

Ao longo da nossa ‘breve longa’ vida fazemos experiências intensas de todo tipo. Mergulhamos e passamos por elas sem que, naquele momento, consigamos entender o seu sentido e alcance. Só com o tempo, a posteriori, podemos compreender, mesmo que de forma opaca, as suas lições de vida. Contudo, existem, embora raramente, experiências arrebatadoras que nos elevam, de imediato, a um patamar inimaginável. São estas que transformam, definitivamente, a nossa vida. Foi o que Jesus experimentou no rio Jordão, no seu batismo pelo Espírito. Daquelas águas emergiu um Jesus com uma nova e inédita consciência que o empurra para uma nova e inesperada missão. Uma missão que, afinal, deveria ser assumida por todo seguidor independentemente do estado civil em que se encontra. A missão de ser uma alegre proclamação de solidariedade e de esperança para com tantas pessoas que são ameaçadas e descartadas por aqueles que vivem nos palácios, nas bolsas de valores ou nos centros de informação. Hoje temos a chance de compreender que podemos ser ‘graça e libertação’ para tantos invisíveis e descartáveis da nossa sociedade.   


quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Piquiá de Baixo: a memória subversiva de uma história a ser esquecida!

Hoje pela manhã, na companhia de um amigo que fazia anos que não passava pela nossa cidade, fiz uma rápida visita a Piquiá de Baixo, Açailândia. A impressão foi de que Piquiá de Baixo havia virado um lugar fantasma ou uma pequena Gaza em miniatura. As casas de muitos antigos moradores que acolá viviam até poucas semanas atrás, estão literalmente evisceradas. Arrasadas pelas pesadas máquinas das empresas que margeiam a BR 226 e, sob a batuta da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de Açailândia, as antigas moradias oferecem, agora, um macabro espetáculo de destruição e abandono. A horda institucional dos ‘Hunos da atualidade’ não teve pena e nem compaixão em arrasar as antigas habitações daqueles moradores que, agora, - após 19 anos de longa e combativa luta e resistência, - ocupam, definitivamente, o conjunto habitacional de Piquiá da Conquista, a poucos quilômetros de distância. Certamente, os responsáveis por gerenciar o que sobrou de Piquiá de Baixo, ao serem questionados, alegarão que ‘tudo foi feito em comum acordo e dentro da mais estrita legalidade’. Duvido, mas não é disso que se trata. Com efeito, houve, sim, vários encontros interrinstitucionais e termos de ajustes de conduta e compromissos de vários tipos para determinar prazos, modalidades e condições para a transferência definitiva de um lugar para outro. Contudo, foi a despiedada metodologia adotada pelos órgãos executores que escancarou o alto nível de insensibilidade institucional para com os moradores ‘das antigas habitações’. Tive oportunidade de testemunhar, pessoalmente, a reação de uma senhora ao ver a sua casa, - onde ela e a sua família havia passado longos anos, - sendo totalmente arrasada. Ao contemplar atônita aquela montanha de escombros irreconhecíveis as lágrimas escorriam copiosamente de suas faces, misturadas com uma surda e tácita indignação. Mesmo não mais morando naquela casa, - mas continuando a ser, formalmente, a legítima proprietária, - a senhora não havia sido comunicada da decisão de que a sua habitação teria sido derrubada. 

Mais chocante foi a discussão que se sucedeu entre nós e um funcionário da Defesa Civil de Açailândia que, de forma intransigente e irremovível, insistia para que se procedesse à derrubada de outras casas cujos donos já haviam sido notificados. Compreendi, de imediato, a lógica daquele funcionário que, certamente, ainda não havia passado pela mesma situação daqueles que haviam feito de suas humildes habitações lugares de aconchego, de convivência amorosa, de hospitalidade e porque não, altares onde se celebravam os nascimentos e aniversários de filhos e de netos e, também, a morte de entes queridos. Insistimos em mostrar como aquele modo de proceder, frio e cruel, não tinha em consideração o choque emocional de um morador ao ver aquele que foi um sacrário de afetos, aconchego e humanidade sendo arrasado sem um oportuno pré-aviso e um atencioso ‘acompanhamento humano’. Só a chegada do então secretário do meio ambiente conseguiu deter a fúria daquele executor de ordens! Na nossa visita pela manhã conversamos com alguns moradores que não foram contemplados com uma casa no novo conjunto de Piquiá da Conquista e que aguardam uma definição sobre o seu incerto futuro. Manifestaram sua angústia em se sentir cercados pelos escombros das casas daqueles moradores que até pouco tempo atrás eram seus vizinhos, parceiros, compadres. E a clara percepção de que os assim chamados poderes públicos parecem ter sumido definitivamente daquelas ruínas. É como se no Piquiá de Baixo já não existisse mais gente que sonha, que resiste, que grita e que espera. Não existem ‘guardas municipais’ e nem vigilantes oferecidos pelas ‘generosas empresas locais’ para proteger aquele território que virou terra de ninguém e que sem uma presença ostensiva do governo municipal pode abrir o caminho para novas e inéditas atividades escusas e ilegais, sem falar que os chacais vivem à espreita depredando o pouco que ainda sobrou. 

Hoje no aconchegante e arejado Piquiá da Conquista muitos ex-moradores continuam visitando, diariamente, como numa romaria carregada de mística e de saudade, aqueles esqueletos de barro e de tijolos despedaçados espalhados, e já enterrados pelo vigoroso matagal, pelo esquecimento de muitos e pela fúria inexorável e devastadora do tempo. No entanto, os moradores de Piquiá de Baixo não podem olvidar decênios de proximidade com empresas que até hoje continuam descarregando trovões de poeira preta de carvão e de ferro e reforçam a ilusão dos ‘desterrados de Piquiá da Conquista’ de que o pior já passou. Não podem ignorar as idas e vindas de muitos homens e mulheres de Piquiá de Baixo, alguns já falecidos, para reivindicar, exigir, negociar, pressionar por casas e vidas dignas. Para que suas vidas não sejam jamais interrompidas pela avidez e a insensatez daqueles falsos promotores do ‘bem estar’ que acham que o respeito às pessoas e ao ambiente não condizem com o ideário de desenvolvimento industrial e econômico que povoa suas mentes obsessivas. 







quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Novo PAC inaugura 11 Unidades Básicas de Saúde Indígenas em cinco estados do Brasil

Em um importante avanço para a saúde pública dos povos indígenas, o Governo Federal inaugurou 11 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI) no âmbito do Novo PAC. As novas unidades, que beneficiarão mais de 3 mil indígenas, foram estabelecidas nas cidades de Palmeira dos Índios (AL), Amarante do Maranhão (MA), Goianésia do Pará (PA), Bannach (PA), São Félix do Xingu (PA), Normandia (RR), Amajari (RR), Alto Alegre (RR), Pacaraima (RR) e Porto da Folha (SE). Para muitos dos grupos indígenas atendidos, esta será a primeira oportunidade de acesso à atenção primária de saúde de qualidade, proporcionando um atendimento que respeita a cultura e as tradições locais. As UBSI contarão com equipes preparadas para lidar de maneira sensível e inclusiva com as especificidades dos povos indígenas. Na visão da ministra Sonia Guajajara, a instalação dessas unidades é crucial para garantir que os indígenas não precisem se deslocar grandes distâncias para receber cuidados básicos de saúde. “Estamos garantindo uma saúde de qualidade que atende, de fato, às necessidades dos indígenas Brasil afora”, afirmou Guajajara.

As UBSI foram criadas no contexto do programa "Saúde Retomada", parte do Novo PAC, que visa a construção e revitalização de equipamentos de saúde. Com um investimento total de R$ 7,9 milhões dedicados à saúde primária, o governo planeja entregar um total de 81 UBSI até o final de 2026. O secretário da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Weibe Tapeba, destacou que este é um marco histórico, pois esta é a primeira vez que a Saúde Indígena está incluída no PAC. “Essa ação fortalece a qualidade de vida das comunidades indígenas ao longo do país”, disse. A população indígena no Brasil tem crescido significativamente. Segundo dados do IBGE, entre 2010 e 2022, esse grupo aumentou em 88%. O acesso à saúde é, portanto, uma prioridade crítica, e a criação dessas unidades reflete o compromisso do governo em responder a essa demanda 


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Discurso de Biden alerta sobre formação de oligarquia nos EUA

Em despedida, presidente alerta sobre poder descontrolado de ultra ricos – em referência direta à equipe de Donald Trump. O presidente norte-americano Joe Biden se despediu do cargo com um discurso em que alerta sobre o surgimento de uma “oligarquia” dos ultra ricos no país, em referência aos bilionários que vão compor o próximo mandato do presidente eleito Donald Trump. “Hoje, uma oligarquia está tomando forma na América de extrema riqueza, poder e influência que literalmente ameaça toda a nossa democracia, nossos direitos e liberdades básicos e uma chance justa para todos progredirem”, disse Biden, em discurso no Salão Oval. Ao mostrar preocupação sobre a “concentração perigosa de poder”, Biden fez referências diretas ao cerne da nova administração norte-americana, onde bilionários como Elon Musk vão exercer grande influência dentro do próximo mandato de Donald Trump. Na ocasião, Biden também alertou sobre a erosão da verdade por meio de plataformas de mídias sociais não controladas – uma referência à Meta, que recentemente acabou com os verificadores de fatos no país. “As forças poderosas querem exercer sua influência descontrolada para eliminar as medidas que tomamos para enfrentar a crise climática, para servir a seus próprios interesses por poder e lucro”, disse ele, pedindo que os cidadãos seguissem engajados no processo democrático e em luta pelo progresso de áreas como o enfrentamento das mudanças climáticas. Entre outros pontos, Biden pediu limites de mandato e reforma ética para a Suprema Corte e a proibição de integrantes do Congresso em negociar ações, e apelou por mudanças na Constituição após decisão da Suprema Corte que deu ampla imunidade aos presidentes, uma medida que foi usada por Trump para atenuar várias de suas acusações e que poderia protegê-lo ao realizar atos autocráticos

A riqueza somada dos bilionários do mundo aumentou US$ 2 trilhões (cerca de R$ 12 trilhões) em 2024

A riqueza somada dos bilionários do mundo aumentou US$ 2 trilhões (cerca de R$ 12 trilhões) em 2024. Isso representa crescimento três vezes maior do que o registrado no ano anterior. Ocorreu enquanto o número de pessoas pobres quase não muda desde 1990. Esses dados fazem parte de um relatório divulgado nesta segunda-feira (20) pela Oxfam. O documento As custas de quem: A origem da riqueza e a construção da injustiça no colonialismo foi revelado no mesmo dia em que políticos e grandes empresários se reúnem para mais uma edição do Fórum Econômico de Davos, na Suíça. Segundo a Oxfam, durante 2024, o número de bilionários no mundo subiu de 2.565 para 2.769. O patrimônio combinado deles passou de 13 trilhões de dólares para 15 trilhões de dólares (R$ 78 trilhões para de R$ 90 trilhões). Essa ínfima minoria da população ficou 5,7 bilhões de dólares mais rica por dia – R$ 34 bilhões. Cada um dos dez mais ricos do mundo, em média, ganhou 100 milhões de dólares por dia, ou cerca de R$ 600 milhões. De acordo com a Oxfam, mesmo que essas dez pessoas perdessem 99% de sua riqueza, elas ainda permaneceriam bilionários. (IHU)

sábado, 18 de janeiro de 2025

O noivo Jesus oferece o vinho do novo amor a um povo vítima do desamor!

Toda relação conjugal, ou aliança e amizade social, ou vida em comum passam por momentos de crise. A rotina cotidiana, a mesmice, a falta de procura e de interesse de um pelo outro podem se infiltrar nessa relação e torná-la árida a ponto de se acabar. Era o que estava para acontecer entre Deus/Javé e o seu povo. Uma aliança que não empolgava mais, alimentada por práticas litúrgicas insossas e sem sentido. Era urgente encontrar algo ou alguém que pudesse devolver o amor originário entre os dois. No trecho evangélico de hoje Maria 'mulher/esposa' desvenda e escancara essa crise esponsal: 'esse povo não tem mais vinho'! O vinho do amor inebriante e arrebatador acabou. Ela se dirige ao único capaz de devolver o amor original e força a intervenção de Jesus, cuja 'hora ainda não havia chegado'! Maria que havia educado Jesus a ser compassivo e amoroso com todos, agora o lança definitivamente para estreitar uma aliança amorosa definitiva com um povo que havia perdido a vontade de amar e de viver! Sejamos vinho inebriante e motivador para tantos mal amados dessa humanidade! 


terça-feira, 14 de janeiro de 2025

O ano da graça é hoje! Por Alberto Maggi

Se, quando nos perguntarem o que é o Jubileu, respondermos que é uma corneta, teremos respondido corretamente. De fato, “jubileu” deriva de um termo hebraico (Yobel) que indica o chifre (de carneiro) ao som do qual se inaugurava um tempo particularmente sagrado (Lv 25,9). A motivação por trás do Jubileu é o desejo do Senhor de que entre o seu povo “não haja pobres” (Dt 15,4).

Para evitar que alguém acabasse permanentemente na pobreza, foi decretado que a cada sete anos todas as dívidas seriam canceladas (Dt 15,1-11). Além disso, a cada quarenta e nove anos, foi estabelecido um quinquagésimo ano em que não haveria semeadura nem colheita, e todas as propriedades deveriam retornar ao seu proprietário original (Lv 25,8-17). Ambas as leis, do sétimo e do quinquagésimo ano, logo se mostraram ineficazes e inaplicáveis. De fato, a lei da remissão das dívidas, de medida em favor dos pobres, foi um tiro que saiu pela culatra para as classes mais desabonadas, uma vez que ninguém emprestava dinheiro a menos que tivesse certeza de que seria reembolsado dentro do sétimo ano. E a lei do Jubileu a cada cinquenta anos era tão utópica que permaneceu como uma intenção piedosa e nunca foi implementada. Concebida para evitar que houvesse pobres no povo, a aplicação do Jubileu teria reduzido todo o povo à pobreza. Pois, se a cada 49º e 50º anos não se podia semear nem colher, a carestia era garantida, e necessitado se tornaria todo Israel. 

Apesar disso, o ideal do Jubileu, como ano em que o Senhor restauraria a justiça, permaneceu vivo no povo e foi proclamado por Jesus na sinagoga de Nazaré. Ali, Jesus anunciou “o ano da graça do Senhor” e afirmou que o tempo em que cada um teria experimento o amor de Deus não seria a cada cinquenta anos, mas que cada dia seria um tempo de libertação: “Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos” (Lc 4,21). Os presentes na sinagoga, no entanto, não gostaram do anúncio da implementação desse ano do Jubileu. Enquanto o Jubileu continuava sendo uma lei utópica, todos concordavam com ele, mas quando Jesus anunciou sua realização imediata, todos se voltaram contra ele: “E todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira. E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem” (Lc 4,28-29). Jesus, que veio para cumprir a vontade do Pai, não falha em seu propósito e continua a propor a realidade do Jubileu, tornando-o uma característica visível da comunidade do Reino de Deus.

Por isso, no Pai Nosso, a fórmula pela qual a comunidade se compromete a aceitar as bem-aventuranças, Jesus torna o Jubileu cotidiano com o pedido: “Perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6,12). Jesus não fala de pecados, mas escolheu o termo dívidas, que vai além da transgressão de preceitos ou mandamentos. Enquanto é possível perdoar as culpas e permanecer na posse dos bens, o perdão das dívidas exige a renúncia a eles. Enquanto “pecado” é uma palavra que pertence à esfera religiosa e se refere a uma norma transgredida, “dívida” é um termo concretamente relacionado ao campo econômico e figurativamente às relações interpessoais (estar em dívida por algo). A dívida com Deus se deve ao fato de que o homem era considerado devedor ao Senhor pelos bens da criação. Deus não pretendia o pagamento impossível dessa dívida, mas pedia que os homens percebessem que estavam em dívida com ele para que tivessem o mesmo comportamento humano e solidário com seus devedores.

O perdão dessa dívida é, de fato, concedido pelo Pai somente com base em sua misericórdia, e não está condicionado a nenhum tipo de desempenho humano. O perdão aos outros deve ser uma consequência do perdão do Pai. Jesus, portanto, ao escolher o termo “dívidas”, pretende se referir ao que está prescrito no Livro de Deuteronômio, onde o verbo “ser devedor” aparece em referência à “lei do sétimo ano”: “Ao fim dos sete anos farás remissão. Este, pois, é o modo da remissão: todo o credor remitirá o que emprestou ao seu próximo; não o exigirá do seu próximo ou do seu irmão, pois a remissão do Senhor é apregoa” (Dt 15 1-2 LXX). Essa legislação foi contornada na época de Jesus por meio da prática do Prosbul, um certificado contendo uma declaração, feito perante o tribunal, em virtude do qual o devedor autorizava o credor a cobrar sua dívida a qualquer tempo, mesmo após os sete anos, independentemente da lei de remissão. Jesus se distanciou e rejeitou a instituição do Prosbul a fim de retornar à pureza do projeto primitivo de Deus, em oposição aberta à “tradição dos antigos” (Mt 15,9) que pretendia passar como ensinamentos divinos aqueles que eram meramente “preceitos de homens” (Mt 15,9; Is 29,13), suplantando a palavra original de Deus. Portanto, a remissão da dívida, e com ela a concessão do perdão, devem ser imediatas. Qualquer atraso na manifestação de um amor capaz de se traduzir em partilha generosa só aumenta a dívida para com o Pai que se originou da ausência de amor e empobrece toda a comunidade: “A ninguém devais coisa alguma, senão o amor com que vos ameis uns aos outros” (Rm 13,8).

Mas a proclamação desse Jubileu, verdadeira “boa notícia” para os pobres, transforma-se em um desastre para os ricos, que acreditam possuir o dinheiro, quando na realidade são possuídos por ele. E a fúria com que os fiéis da sinagoga de Nazaré expulsaram Jesus é a mesma fúria que se apodera daqueles que percebem que a verdadeira porta santa pela qual devem passar no Jubileu é aquela do banco, para aliviar sua conta e compartilhar o muito que têm com aqueles que nada têm. Desde que o Jubileu seja resolvido com uma prática religiosa, é bem recebido por todos, mas quando exige uma mudança de vida...

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Seis indígenas assumem mandatos de vereador no Maranhão

MARANHÃO, 9 de janeiro de 2025 – Seis vereadores indígenas, eleitos em outubro do ano passado, tomaram posse em câmaras municipais do Maranhão no início de janeiro. Os mandatos são válidos para o período de 2025 a 2028. Ao todo, 67 candidatos indígenas participaram das eleições em 19 municípios do estado, sendo 65 postulantes ao cargo de vereador e dois a vice-prefeito. Esses candidatos receberam 14.788 votos, dos quais 12.895 foram destinados aos vereadores e 1.893 aos vices.

Entre os eleitos, estão Lamartine Araújo (PDT), em Jenipapo dos Vieiras, com 542 votos; Abimael Guajajara (PDT), em Itaipava do Grajaú, com 527 votos; e Tapo (Republicanos), em Amarante do Maranhão, com 710 votos. Outros vereadores indígenas eleitos foram Awju Krikati (MDB), em Montes Altos, com 305 votos; Vladimir Rodiporo Canela (PP), em Fernando Falcão, com 216 votos; e Kassi Pompeu (MDB), em Barra do Corda, com 1.199 votos. Entre os partidos, o MDB liderou em candidaturas indígenas no Maranhão, com 13 postulantes, dois dos quais eleitos. O PDT apresentou nove candidatos e também elegeu dois vereadores. Já o PP, com oito candidaturas, conquistou uma vaga, assim como o Republicanos, com quatro candidatos. Outros partidos, como PT, PSB, PL, União Brasil, PCdoB, PSDB e Podemos, também lançaram candidaturas indígenas, mas não obtiveram êxito nas urnas. (Fonte: Linharesjr)

sábado, 11 de janeiro de 2025

BATISMO DE JESUS: A DESCOBERTA QUE DEUS NÃO AMEAÇA, MAS AMA!

Jesus e João, dois modos diferentes de profetizar. Sem disputas anunciam cada um a seu modo um momento novo. João denuncia a incompetência e a má vontade de um povo inteiro em mudar de vida. Daí a sua profecia agressiva e ameaçadora: Deus está irado e vai destruir quem não produzir frutos de justiça. Jesus concorda somente com o diagnóstico de João - e por isso aceita o seu batismo, - mas discorda frontalmente quanto à sua terapia. Deus não ameaça e nem age movido pela ira. Ele, ao contrário, está dando em Jesus uma nova oportunidade para o povo mudar de forma sistêmica a sua existência. E mudar de acordo com o jeito compassivo e paciente de Jesus, o filho amado! É no jeito carinhoso de acolher os pecadores, de libertar os dependentes de todo tipo, e de curar os sem esperança do humano Jesus que descobrimos o rosto misericordioso de um Deus que ama sem limites e sem condições. Só um batismo no Espírito para compreender e praticar isso!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

o 1% dos super ricos gastam, consomem, poluem sem limites, já os mais pobres.....

O 1% mais rico da população mundial vai terminar de consumir nesta sexta-feira (10) sua "cota anual" de emissões de gases causadores do efeito estufa de 2025. Já a metade mais pobre da população levará 1.022 dias para emitir a mesma quantidade de gases – ou seja, quase 3 anos.  Isso é o que indica o estudo "A Desigualdade de Carbono Mata", da organização internacional Oxfam, que discute a desigualdade social e econômica mundo afora. A Oxfam divulgou o estudo nesta sexta-feira justamente para marcar a data em que tal cota foi consumida. A entidade decidiu chamar o dia de "Dia dos Ricos Poluidores".

A Oxfam definiu a cota anual e individual considerando metas de emissão fixadas para que a temperatura média do planeta não suba mais do 1,5ºC, tida por cientistas como o limite para a sustentabilidade da humanidade. Segundo a Oxfam, essa cota é de 2,1 toneladas de carbono por pessoa por ano. Hoje, cada bilionário pertencente a 1% mais rico da população emite, em média, 76 toneladas de carbono por ano. Já cada pessoa da metade mais pobre emite, em média, apenas 0,7 toneladas de carbono. Para limitar o aquecimento global a 1,5°C, os mais ricos deveriam cortar 97% de suas emissões até 2030. "Os super-ricos continuam desperdiçando as chances da humanidade com estilos de vida extravagantes, investimentos poluentes e influência política nociva. Uma pequena elite está roubando bilhões de pessoas de seu futuro para alimentar sua ganância", disse Nafkote Dabi, líder de Política de Mudanças Climáticas da Oxfam. A pesquisa da Oxfam aponta ainda que, desde 1990, as emissões dos mais ricos já causaram trilhões de dólares em danos econômicos, perdas agrícolas extensas e milhões de mortes por calor extremo. "Nos últimos 30 anos, os países de baixa e média-baixa renda sofreram danos econômicos três vezes maiores do que os valores de financiamento climático prometidos pelos países ricos", declarou a entidade.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Executivos trumpistas e ultranarrativa: a vez de Zuckerberg que vai além do fim dos verificadores de fatos - Carlos del Castillo

Zuckerberg assumiu a ultranarrativa que esses atores usaram para desacreditar os verificadores de fatos. Ele os acusou de “censura”, de prejudicar a liberdade de expressão e de ser responsável pelo fato de o Facebook ter que “remover” publicações que não sejam desinformação por causa de suas falhas. “Mesmo que eles censurem acidentalmente apenas 1% das postagens, isso representa milhões de pessoas, e chegamos a um ponto em que há muitos erros e muita censura”, diz ele. “Vamos trabalhar com o Presidente Trump para confrontar os governos de todo o mundo que perseguem as empresas americanas e pressionam por mais censura”, afirma Zuckerberg, seguindo outra das principais linhas de argumentação dos movimentos anti-establishment. Isto garante que os verificadores atuem ao serviço dos poderes nacionais, que os utilizam para desacreditar aqueles que, supostamente, expõem as suas mentiras.

O problema é que não é assim que funciona o programa de verificação de fatos da Meta. “É mentira que a verificação implique a eliminação do conteúdo, como disse Zuckerberg. Apenas acrescenta um rótulo que diz: cuidado, o que se diz aqui é mentira. É um alerta para quem pensa em partilhá-lo”, explica Carlos H. Echeverría, chefe de Políticas Públicas da Maldita, uma das organizações que a Meta contratou para fazer esta verificação em Espanha.O especialista destaca que quando a corporação da rede decide excluir conteúdo, ela se baseia em suas políticas internas e no trabalho de seus moderadores contratados , e não no programa de verificação. “Nunca pedimos ao Meta para excluir nada e nunca faríamos isso. Não só porque não é a nossa motivação, mas também porque achamos que agrava a situação da desinformação. Quando as publicações desaparecem, a investigação fica difícil, pois encontram links mortos que impedem de saber o que aconteceu ou de medir a dimensão do problema”, continua em conversa com elDiario.es.

A forma como Zuckerberg vai “se livrar” dos verificadores de fatos depois de mais de cinco anos de associação levou outros especialistas a questionarem o seu real empenho na luta contra a desinformação. “O caro experimento da Meta com verificação de fatos sempre foi um esforço para desviar a responsabilidade pelos danos que suas plataformas amplificam, desviando a atenção de seu modelo de negócios principal: explorar seu domínio para chamar a atenção e rastrear incansavelmente os usuários, deixando de lado a ética e a precisão”, diz Jason. Kint, CEO da Digital Content Next, um renomado defensor da transparência na publicidade digital. “A retórica de Mark Zuckerberg sobre 'priorizar a expressão' nada mais é do que incentivo político para proteger os lucros, tudo às custas dos consumidores e anunciantes”, postou o especialista no Bluesky.

sábado, 4 de janeiro de 2025

Epifania: Jesus é revelado pelos pagãos rejeitados pelos palacianos e sacerdotes

A estrela não brilha lá onde existem palácios e templos que perseguem profetas, pobres e peregrinos!  Os arrogantes e autossuficientes que se autodenominam povo eleito não conseguem entender um Deus que acolhe pagãos, pastores e estrangeiros. Da mesma forma, hoje, nas nossas igrejas se formam perigosas bolhas de supostos devotos que desconfiam de todos aquelas pessoas que não adotam e rezam suas ortodoxas cartilhas. As cartilhas do moralismo barato e preconceituoso, da devoção superficial desligada de qualquer compromisso com a caridade e a justiça. O Menino-Deus, no entanto, foi revelado ao mundo não pelos frequentadores piegas do templo ou pelos teólogos da corte, e sim por desconhecidos e acolhedores pagãos detestados pelos líderes da religião oficial. A epifania vem para nos dizer, mais uma vez, que não é dobrando joelhos, ou acendendo velas e nem realizando corretas liturgias que testemunhamos a Verdadeira Luz escondida numa criança indefesa, num barraco inseguro, e no colo de uma  jovem mãe solteira, mas  na capacidade de sairmos de nossas bolhas viciadas, preconceituosas, autorreferenciais, e nos abrir para servir, acolher e proteger as vítimas dos carrascos religiosos que se escondem nos palácios e nas igrejas!