Houve uma época não tão longínqua em que se falava em ‘classe operária’.
Uma época em que a ‘classe operária’ conhecia os donos das fábricas em que ela trabalhava.
Houve uma época não tão longínqua em que a tal ‘classe operária’ não se conformava com salários aviltantes, condições desumanas, horários absurdos e formas escravagistas de trabalho e produção.
Houve uma época não tão longínqua em que a tal ‘classe operária’ não se conformava com salários aviltantes, condições desumanas, horários absurdos e formas escravagistas de trabalho e produção.
Houve uma época não tão longínqua em que os assim chamados ‘operários assalariados’ enfrentavam o patrão e seus asseclas que eles bem conheciam, paravam suas máquinas, faziam piquetes, brigavam com a polícia mandada para bater, pois a greve era declarada ‘ilegal’. Trocavam sindicalista pelego, conseguiam achar um tempo para tomar uma cerveja gelada no bar da esquina depois do trabalho e fazer poupanças para construir o seu próprio barraco....e até carro!
No 1º de maio de 2009 tudo isso parece fazer parte de uma realidade de 100 anos atrás!
Os operários hoje se chamam empregados, funcionários, contratados, dependentes. Sumiu do dicionário “sindicalês” e político-acadêmico o termo ‘classe operária’. Sumiram os... operários! As “sombras de ontem” não conhecem e jamais vão conhecer-ver quem os contratam e lhes dá em troca de seus serviços uma remuneração...ou os despedem quando acharem conveniente.
Tudo parece anônimo, mas existe: as holdings, os acionistas, os sócios majoritários, os delegados e conselhos administrativos...Eles decidem, escondem as contas, trocam, manipulam, investem, sem mostrar as caras.
As ‘sombras de ontem’ continuam produzindo mercadorias sem ter acesso a elas. Não enfrentam mais o patrão porque não sabem quem é. Não enfrentam os seus representantes porque as suas chantagens e ameaças, hoje, assustam muito mais do que as de ontem....
No 1º de maio de 2009 tudo isso parece fazer parte de uma realidade de 100 anos atrás!
Os operários hoje se chamam empregados, funcionários, contratados, dependentes. Sumiu do dicionário “sindicalês” e político-acadêmico o termo ‘classe operária’. Sumiram os... operários! As “sombras de ontem” não conhecem e jamais vão conhecer-ver quem os contratam e lhes dá em troca de seus serviços uma remuneração...ou os despedem quando acharem conveniente.
Tudo parece anônimo, mas existe: as holdings, os acionistas, os sócios majoritários, os delegados e conselhos administrativos...Eles decidem, escondem as contas, trocam, manipulam, investem, sem mostrar as caras.
As ‘sombras de ontem’ continuam produzindo mercadorias sem ter acesso a elas. Não enfrentam mais o patrão porque não sabem quem é. Não enfrentam os seus representantes porque as suas chantagens e ameaças, hoje, assustam muito mais do que as de ontem....
Não adianta apelar para o sindicato, pois ele já fechou um pacto com o executivo federal ou com um anônimo executivo da holding....ou os seus coordenadores estão participando de um dos numerosos fóruns ou seminários internacionais se hospedando em algum hotel 5 estrelas e não têm tempo para conhecer os dramas de seus filiados, defender seus salários, brigar por empregos, por condições de trabalho mais humanas. Isto soa a arqueologia! Hoje, dizem, é ‘crise sistêmica’. Não adianta brigar. Tudo está consumado. O destino já determinou que é assim, queiramos ou não!
“As sobras de ontem’ não têm mais motivação e motivos para fazer greves, piquetes, passeatas... nem sequer para tomar, depois do trabalho, a cerveja gelada no bar da esquina que já não existe mais e cujo salário (salário?) já não permite. Cerveja mesmo no dia 1º de maio quando alguma central sindical (sindical?) organiza um show animado e sorteia cestas básicas para que todos esqueçam que ‘somos as sombras/sobras de ontem’!
VIVA o dia 1º de maio....O que é mesmo isso?
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