quinta-feira, 10 de maio de 2012

Tragédia Awá do Maranhão: ministro da justiça enrola e não apresenta plano de proteção

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ainda não informou novos planos de segurança para a área indígena dos Awá-Guajá, no Maranhão.  Há duas semanas, a organização internacional Survival International, que defende os direitos de povos indígenas, divulgou uma campanha com a participação do ator inglês Colin Firth pedindo que a questão dos Awá se tornasse prioridade para o ministro. A Survival afirma que os Awá, cuja terra é constantemente invadida por madeireiros, são o povo mais ameaçado do mundo. 31% de sua terra já foi desmatada, e sua situação foi classificada em 2009 pelo juiz federal José Carlos do Vale Madeira como genocídio. O ministro Cardozo comentou a questão, mas sua declaração não satisfez a Survival. “Nós temos tomado muitas iniciativas já há algum tempo. No lugar, a própria Funai [Fundação Nacional do Índio], desde 2010, já realiza todo um conjunto de trabalhos na busca da proteção desse povo indígena. Da mesma forma, nós temos desenvolvido operações na região para evitar que a disputa pela terra e o desmatamento através dos conflitos que vieram possa atingir essa tribo indígena”, declarou Cardozo após a divulgação do vídeo. “Não é suficiente que o ministro diga que vão continuar a fazer o que faziam antes. Nós queremos novas coisas, queremos todos os madeireiros fora. Queremos ver qual é a proposta deles, qual é o plano deles para proteger a área”, disse Fiona. “Nós escrevemos ao ministro antes de lançar a campanha, mas não recebemos resposta”, contou  ela. Há quase seis anos, o Ministério Público Federal no Maranhão moveu uma ação civil pública contra a Fundação Nacional do Índio (Funai) exigindo a instalação de um posto de fiscalização na Terra Indígena Araribóia, até hoje inexistente, já que a Funai alegou falta de pessoal quando recorreu de decisão da Justiça Federal no Maranhão. Procurada, a presidente da Funai, Martha Azevedo, que assumiu o cargo no final de abril, não quis dar entrevistas. A Fundação, contudo, divulgou uma nota há duas semanas, admitindo que a situação dos Awá é crítica e que eles são ameaçados por madeireiros e por narcotraficantes.

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