sábado, 4 de janeiro de 2014

EPIFANIA - À procura de luz, a que não apaga!


Muitas vezes ao longo da nossa curta existência acabamos entrando em diferentes situações que nos permitem experimentar várias formas de vida. Opções, escolhas, e decisões das mais variadas natureza. Algo aparentemente contraditório, mas enriquecedor, mesmo quando, posteriormente, descobrimos também os reflexos da sua negatividade. Isso, entretanto, costuma acontecer quando ainda estamos à procura de um sentido para a nossa vida. Quando o nosso desejo de acumular experiências de todo tipo, fala mais alto do que o sentido de responsabilidade e da necessidade de canalizar energias e dons para um objetivo específico. Chega, contudo, o momento em que encontros significativos com algumas pessoas, acontecimentos marcantes, a emergência de ideais de vida, ou até mesmo, pela via negativa, perdas e ausência de pessoas nos colocam na situação de ter que decidir sobre o nosso futuro. São, no fundo, experiências luminosas que, de repente, clareiam o nosso passado, e o caminho que devemos seguir daí em diante. A nossa vida pega outro rumo, às vezes, radicalmente diferente daquele seguido até então. São verdadeiras estrelas-guia que não nos deixam mais mergulhar nas trevas da desmotivação, da superficialidade, da perda de tempo, da desorganização existencial. Encontramos, enfim, o que pode unificar e canalizar as nossas potencialidades e dar-lhes sentido.
Imagino os ‘magos do Oriente’ uma excelente metáfora daquelas pessoas inquietas, inconformados e insatisfeitos em permanente busca de sentidos. De algo ou alguém que possa lhes revelar o sentido de sua vida. Que estão sempre a caminho. Que saem de si e do seu mundo, e se abrem para outras formas de vida. Não temem o novo e o desconhecido. Afinal, percebem que sempre há estrelas na vida que aparecem, desaparecem, re-aparecem novamente com luz intermitente. Ao caminhar, porém, acabam descobrindo que algumas estrelas desaparecem definitivamente, se apagam. Outras, depois de ter exibido muito brilho perdem progressivamente luminosidade. Outras, ainda, se articulam para agredir e ameaçar as outras.  Chegam, finalmente a discernir que existem estrelas fiéis, que os precedem permanentemente. As estrelas-guias fiéis que não desistem, que constantemente os acompanha para clarear o caminho da sua vida. São aquelas estrelas que têm a missão de apontar no nosso cotidiano, - principalmente quando fazemos a experiência da escuridão da noite da vida, - a fonte de toda luz. Elas desaparecem justamente quando os ‘magos que somos nós’ chegamos a identificar a verdadeira origem de toda luz. Agora, eles e nós podemos voltar por ‘outros caminhos’, sem medo de nos perder na vida, pois descobrimos a verdadeira luz, a que dá sentido ao nosso caminhar, ao nosso procurar, ao nosso arriscar. Epifania é quando nós revelamos ao mundo, às trevas, ao caos, que existe uma luz que não se apaga e nem pode ser apagada, pois é a energia inesgotável da compaixão, e a firmeza da justiça e da paz. 

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