sábado, 20 de dezembro de 2025

IV Domingo de Advento - E AGORA, JOSÉ?


‘E agora, José? A festa nem começou, a luz nunca ligou e o povo, na espreita, já julgou. Está com mulher, ela está grávida, sim, mas não de você! Adiantaria gritar e se revoltar, José? E se você fugisse, para onde iria?’ O seu drama, José, afinal, é o nosso, também. As suas dúvidas e angústias são as nossas, também. Sonhamos, idealizamos, nos aprontamos, mas a decepção, o desencanto, o abandono, a traição ferem quase mortalmente a nossa alma. Ficamos atordoados, como você, José, e sem saber qual o caminho a seguir. Muitas vezes, diferentemente de você, José, não temos um anjo do Senhor que venha a acalmar a nossa alma ou a alumiar a nossa noite escura. E agora, José, o que vamos fazer? O tempo urge para nós, José. Precisamos decidir: ou ficamos do lado do poder e da força da lei que manda apedrejar ‘as geradoras de vida infratoras’ ou nós as assumimos como nossas parceiras prometidas e as amamos visceralmente como se nosso fosse o filho da esperança que nelas repousa. Ninguém irá decidir por nós, José!  Às vezes é melhor trair a lei, José, e sermos fiéis às pessoas amadas, mesmo quando nos sintamos traídos por elas. O amor tudo salva, tudo perdoa, tudo cura, tudo compreende. José, não tenhamos medo! Algo novo pode estar surgindo a partir do nosso PEQUENO GRANDE gesto de amor!