Torna-se
bastante frequente em muitos ambientes eclesiais as disputas e polêmicas sobre
a estreita observância de ritos e fórmulas. Há grupos e celebrantes que consideram a
liturgia formal como algo cristalizado e imutável, e não como um auxílio para tentar
inculturar e atualizar o ‘mistério’. Como se identificar, por exemplo, com
aquelas ‘coletas e orações padronizadas’ todas iguais para toda a igreja
universal, incapazes de expressar, inclusive, o tema próprio da palavra de uma determinada
celebração? Ao fazer uma oração mais adaptada ao tema litúrgico estaria aquele
sacerdote ou ministro invalidando a missa, ou atacando algumas verdades de fé? Quantos
constrangimentos quando um presidente da celebração interrompe a assembleia e
enfaticamente reafirma que ‘somente o padre pode pronunciar’ aquela determinada
invocação. Imagina aquele celebrante ou os fervorosos da liturgia formal que ao pronunciar juntos a oração poderiam invalidar
o que ele está a rezar? É inegável o crescimento de uma perigosa rigidez litúrgica
e de uma submissão cega às fórmulas, preces, orações que inviabilizam os raros
e tímidos esforços de tornar a liturgia sempre mais ‘fons e culmen’, ou seja, ‘fonte
e ápice’ da ação eclesial, como nos lembra a ‘Sacrosantum Concilium’ do Concílio
Vaticano II. Imagino, de repente, Jesus que vai ao templo não para rezar, mas
para condenar as ‘longas orações’ dos escribas e os ridículos palavreados dos fariseus
hipócritas que assaltavam as casas das viúvas...e imaginavam que ao pronunciar
corretamente uma fórmula as coisas iam acontecendo....magicamente!
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