As parábolas, em geral, narram quase sempre histórias um tanto paradoxais. Parecem ferir a lógica e o senso comum. É, claramente, um recurso didático que Jesus utilizava para chamar e segurar a atenção das pessoas. Ao fazer isto, obrigava os seus ouvintes a se perguntarem sobre o sentido de tais comparações/narrações, e sentiam-se obrigados a compreender a mensagem central, embora nem sempre conseguindo.
Mediante a parábola hodierna, Jesus procura justificar a sua relação para com os pobres, os pecadores e os religiosamente impuros, representados simbolicamente pelo filho pródigo. Isso ocorre num contexto polêmico, ou seja, perante as crescentes críticas e hostilidade dos fariseus encarnadas na figura do ‘irmão mais velho’.Os fariseus não aceitavam que Jesus, mestre e douto das sagradas escrituras, acolhesse e se misturasse com pessoas social e religiosamente indignas.
A parábola do filho pródigo que poderia ser definida, na realidade, como a parábola do ‘amor do Pai’, - por ser este o grande protagonista – tem, porém, algo mais. O que efetivamente soou paradoxal - e que deve ter suscitado uma enorme indignação nos ouvintes fariseus - foi o fato que Jesus, com aquela prática tolerante para com os pobres e ‘impuros’, estava dizendo em alto e bom som que o próprio Deus faria o mesmo que Ele. Jesus assume o papel de ‘representar’ aquele ‘Pai’ que acolhe, perdoa, compreende o filho extraviado, sem julgá-lo ou condená-lo. Isso era inconcebível para um fariseu ortodoxo!
A raiva, a indignação e a inveja que os fariseus sentiam eram direcionadas, no fundo, contra o atrevimento escandaloso de Jesus em manifestar com atitudes concretas não um Deus vingador e punitivo (justo, para eles!) e sim, um Deus misericordioso e cheio de compaixão e ternura. Dessa forma, Jesus elimina a componente do medo e do terror na relação com Deus. Anula a presença da vingança e da punição no coração/essência de Deus. Isto provocava um esvaziamento e um não sentido das práticas ritualísticas, purificatórias, penitenciais, sacrificais da religiosidade judaica.
A parábola, porém, num nível mais existencial, é um retrato das atitudes e reações humanas diante de supostas injustiças divinas que, na realidade, são expressão de misericórdia gratuita e ilimitada de Deus. Freqüentemente, na nossa soberba e arrogância, imaginamos que diante de uma nossa presumida fidelidade a Deus merecemos mais do que outras que nós julgamos indignos.
Experimentamos raiva e resistimos à idéia de um Deus misericordioso com aqueles que não agiram ‘correta e fielmente’ como nós. Que não obedeceram a normas e práticas religiosas que, nos nossos delírios e devaneios, imaginamos ser o passaporte para o paraíso, a premiação, a bênção divina....
Não nos damos conta de que ao agir assim acabamos reproduzindo as corriqueiras práticas sociais dos seres humanos que são movidos por sentimentos e atitudes de punição e castigo para os maus e prêmio e reconhecimento para os bons. Não damos fé que reproduzimos modelos culturais meramente humanos. Que somos nós mesmos, afinal, com a nossa parcialidade, e dominados pela nossa sede de vingança, de cumplicidade ou de interesses particulares, que julgamos quem é bom e quem é mau. E emitimos nossas sentenças de parte!
Chegamos a ser tão atrevidos que atribuímos esse mesmo modo mesquinho de agir também Àquele que ‘não olha as aparências, e sim o coração’. Afinal, ‘os pensamentos Dele não são os nossos pensamentos, e os caminhos Dele não são os nossos’! Sorte nossa que temos um Deus amoroso e misericordioso que nos conhece em profundidade, que não se escandaliza das nossas fragilidades. Ele nos chama pacientemente à permanente comunhão e à liberdade.
Que não tenhamos medo de nos deixar abraçar por esse Pai! Que não sintamos indignação quando Ele abraça também aqueles irmãos e irmãs que nós condenamos! Que não tenhamos receio em sentar junto com o nosso 'irmão mais novo' ao mesmo banquete, e festejar com alegria o seu retorno à casa do mesmo Pai!
Mediante a parábola hodierna, Jesus procura justificar a sua relação para com os pobres, os pecadores e os religiosamente impuros, representados simbolicamente pelo filho pródigo. Isso ocorre num contexto polêmico, ou seja, perante as crescentes críticas e hostilidade dos fariseus encarnadas na figura do ‘irmão mais velho’.Os fariseus não aceitavam que Jesus, mestre e douto das sagradas escrituras, acolhesse e se misturasse com pessoas social e religiosamente indignas.
A parábola do filho pródigo que poderia ser definida, na realidade, como a parábola do ‘amor do Pai’, - por ser este o grande protagonista – tem, porém, algo mais. O que efetivamente soou paradoxal - e que deve ter suscitado uma enorme indignação nos ouvintes fariseus - foi o fato que Jesus, com aquela prática tolerante para com os pobres e ‘impuros’, estava dizendo em alto e bom som que o próprio Deus faria o mesmo que Ele. Jesus assume o papel de ‘representar’ aquele ‘Pai’ que acolhe, perdoa, compreende o filho extraviado, sem julgá-lo ou condená-lo. Isso era inconcebível para um fariseu ortodoxo!
A raiva, a indignação e a inveja que os fariseus sentiam eram direcionadas, no fundo, contra o atrevimento escandaloso de Jesus em manifestar com atitudes concretas não um Deus vingador e punitivo (justo, para eles!) e sim, um Deus misericordioso e cheio de compaixão e ternura. Dessa forma, Jesus elimina a componente do medo e do terror na relação com Deus. Anula a presença da vingança e da punição no coração/essência de Deus. Isto provocava um esvaziamento e um não sentido das práticas ritualísticas, purificatórias, penitenciais, sacrificais da religiosidade judaica.
A parábola, porém, num nível mais existencial, é um retrato das atitudes e reações humanas diante de supostas injustiças divinas que, na realidade, são expressão de misericórdia gratuita e ilimitada de Deus. Freqüentemente, na nossa soberba e arrogância, imaginamos que diante de uma nossa presumida fidelidade a Deus merecemos mais do que outras que nós julgamos indignos.
Experimentamos raiva e resistimos à idéia de um Deus misericordioso com aqueles que não agiram ‘correta e fielmente’ como nós. Que não obedeceram a normas e práticas religiosas que, nos nossos delírios e devaneios, imaginamos ser o passaporte para o paraíso, a premiação, a bênção divina....
Não nos damos conta de que ao agir assim acabamos reproduzindo as corriqueiras práticas sociais dos seres humanos que são movidos por sentimentos e atitudes de punição e castigo para os maus e prêmio e reconhecimento para os bons. Não damos fé que reproduzimos modelos culturais meramente humanos. Que somos nós mesmos, afinal, com a nossa parcialidade, e dominados pela nossa sede de vingança, de cumplicidade ou de interesses particulares, que julgamos quem é bom e quem é mau. E emitimos nossas sentenças de parte!
Chegamos a ser tão atrevidos que atribuímos esse mesmo modo mesquinho de agir também Àquele que ‘não olha as aparências, e sim o coração’. Afinal, ‘os pensamentos Dele não são os nossos pensamentos, e os caminhos Dele não são os nossos’! Sorte nossa que temos um Deus amoroso e misericordioso que nos conhece em profundidade, que não se escandaliza das nossas fragilidades. Ele nos chama pacientemente à permanente comunhão e à liberdade.
Que não tenhamos medo de nos deixar abraçar por esse Pai! Que não sintamos indignação quando Ele abraça também aqueles irmãos e irmãs que nós condenamos! Que não tenhamos receio em sentar junto com o nosso 'irmão mais novo' ao mesmo banquete, e festejar com alegria o seu retorno à casa do mesmo Pai!
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