sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Maranhão indígena pelo IBGE. Distorções que minam a credibilidade do Instituto

Como confiar nos dados do IBGE relativos aos povos indígenas no Maranhão? Após o que foi divulgado pela Globo, o IBGE parece colocar em risco a sua credibilidade. Vejamos. O IBGE, segundo a Globo, informa que no Maranhão temos hoje 38.831 indígenas. Se isto for verdade, significaria que os índios do Maranhão nesses últimos 10 anos cresceram bem acima da média dos demais indígenas do País. Mas admitamos que seja possível! O descabido e fantasioso, no entanto, é o dado relativo ao número de etnias existentes no Maranhão que, segundo o IBGE, são 20 (vinte) Ninguém inventa etnias de uma hora para outra. Há constatações de campo, dados e estudos consolidados inclusive na FUNAI, órgão federal, sobre essa realidade. Aqui temos 09 (nove) etnias reconhecidas formalmente. Se consideramos também a presença de algumas famílias Guarani na terra indígena Pindaré, então são 10. Não passam disso! Mais um absurdo: a pesquisa também revelou que a população indígena do Maranhão fala 19 línguas diferentes. Se temos 10 povos indígenas não há como imaginar que haja 19 línguas indígenas que sequer são citadas. Com essas e outras distorções da realidade sócio-cultural indígena operada pelo IBGE é para se duvidar das informações coletadas pelo Instituto inclusive a nível nacional tais como o dado segundo o qual as línguas indígenas faladas no País pularam de 180 para 270 em 10 anos! Não há nenhuma lógica nisso até por considerarmos o movimento inverso, ou seja, a tendência em abandonar a língua materna, mesmo havendo um aumento no reconhecimento de novos povos indígenas!
Sempre segundo a pesquisa, crianças, adolescentes e jovens indígenas do Maranhão de até 24 anos são maioria nas aldeias, chegando a 20.900 índios nessa faixa. Cerca de 73% não têm nenhum tipo de rendimento e grande parte dos índios maranhenses com mais de dez anos de idade não sabe ler ou escrever. Segundo o coordenador da pesquisa isso corresponde a praticamente o dobro da média do Estado na população de dez anos ou mais de idade. Isso sim, com boa probabilidade, é um dado bem verdadeiro!

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