sábado, 10 de março de 2018

4º domingo de Q. – Amar é doar-se totalmente, até à morte! (Jo. 3,14-21)


O crucifixo ainda é utilizado para decorar quartos, salas, auditórios, e tribunais. Talvez seja considerado por muitos como um objeto que pode dar sorte, e que afasta coisas ruins. Poucos o veem como símbolo de doação amorosa radical. Um ideal a ser seguido no dia a dia. O maior símbolo do cristianismo está longe de inspirar práticas de amor verdadeiro! Jesus, diante de tantas perseguições, começou a perceber que o seu fim estava próximo. Com certeza deve ter passado pela sua cabeça a possibilidade de fugir e de se preservar. Ao final, porém, sentiu que somente indo até às extremas consequências é que poderia deixar algo significativo no coração e na mente das pessoas. O seu amor intenso pelos pequenos, os doentes, e os excluídos de tudo, não permitia que se preocupasse consigo, mas com eles! No seu dialogo com Nicodemos Jesus deixa claro que toda pessoa deve se confrontar com o seu gesto de amor-doação, simbolizado pela morte de cruz. Crer Naquele que é ‘levantado’ significa superar o nosso egoísmo e o nosso desejo de salvar a nossa própria pele. Ao amar intensamente faremos a experiência da paz profunda, da felicidade. Isto é, a salvação. É isso que Deus quer para todos, pois o filho do homem veio para acolher e a todos, indistintamente. Mas ao ignorar e desprezar as pessoas, e ao viver só para nós mesmos, experimentaremos infelicidade, insatisfação. Isto é, destruição interior, morte. Afinal, quem faz o julgamento da nossa vida somos nós mesmos. Somos nós que decidimos se queremos nos sentir em paz ou se optamos por viver na angústia permanente. Deus não condena ninguém, ao contrário coloca à nossa disposição muitos meios e pessoas para nos ajudarem a nos sentir bem. Somos nós que nos excluímos e nos condenamos com nossas próprias escolhas furadas. Deus sempre insistirá conosco como faz um pai paciente, até compreendermos que só o serviço amoroso dá paz permanente. E será a única forma para desmontar e desmoralizar os que continuam a crucificar

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