terça-feira, 13 de março de 2018

Capelães militares no Maranhão - Não se deixem chamar de MAJOR....!!!!!!


Convenhamos: levanta legítimas suspeitas o fato de o governador do Maranhão ter ampliado desnecessária e exageradamente as capelanias militares no Estado. E em ano eleitoral...Pastores e padres viraram de uma hora para outra, major de polícia, de bombeiros, de penitenciárias....tudo em nome da ‘alimentação espiritual’ para os funcionários da segurança institucional! O fato de existir um número maior de policiais não significa que eles desejam 'tamanha assistência religiosa'!  Pergunto-me qual seria a reação do Galileu Jesus - perseguido por Herodes e Pilatos e outros palacianos, - ao ver seus supostos discípulos vestindo a farda, o quepe, a boina em lugar da toalha cingida na cintura para servir? Não se trata, somente, de tecer críticas ao fardamento militar desses capelães militares, católicos ou evangélicos que sejam, - embora isso também tenha o seu peso, - mas o fato de terem se tornado ‘funcionários públicos’ e terem que se submeter às normas e disciplinas próprias da instituição. Não me oponho ao fato que se preste um serviço religioso específico aos funcionários públicos militares, mas não dessa forma, e nem só para eles! Pergunto-me se houve diálogo e escuta das reais demandas e necessidades daqueles que serão assistidos, e que tipo de assistência religiosa é esperada... Será que era necessário promover esses capelães e inseri-los na hierarquia militar? Será que era necessário um salário tirado dos cofres públicos em lugar, por exemplo, de uma remuneração ou uma simples ajuda de custo fornecida pelos próprios assistidos, caso sintam a necessidade de serem assistidos por alguém? Por que não poderiam prestar sua assistência como padres e/ou pastores simples sem necessidade de serem promovidos 'sem competência específica' a oficiais? Será que nessas instituições militares não haveria também membros de outras religiões que não sejam só católicos e evangélicos? Nesse caso, houve atenção a essas pessoas? Fico, enfim, perplexo em querer institucionalizar o 'serviço religioso' de padres e pastores nas penitenciárias que  deveria ser independente, gratuito e abnegado. Quando se come na mão do patrão perde-se a liberdade interior de criticar o patrão! O Galileu Jesus já dois mil anos atrás nos lembrava que o operário tem direito ao seu salário, - o que lhe advém dos assistidos e agraciados, - e que não era preciso levar bolsa, nem sandálias e nem cajado. A todos lembrava e lembra-nos hoje em dia que ninguém deve ser chamado de ‘guia’, nem de ‘pai', nem de ‘mestre’....e nem de ‘MAJOR’, nem de EXCELÊNCIA, nem de MERITÍSSIMO, nem EMINÊNCIA, e nem de SANTIDADE pois um só é o Mestre, o Guia, o Pai, e SERVIDOR de todos. E concluía dizendo quem quiser ser o primeiro seja o último, e quem quiser fazer carreira e ambiciona prestigio e reconhecimento público, seja o servidor incansável de TODOS!

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