sexta-feira, 16 de março de 2018

MORRI PELA BELEZA - 4 poemas de Emily Dickinson

 19.Sépala, pétala e um acúleo
Sépala, pétala e um acúleo
Numa manhã comum de julho –
O frasco de Rocio – uma Abelha ou duas –
A Brisa – a farfalha nas árvores –
E eu sou uma Rosa!

49.Nunca perdi tudo senão duas vezes
Nunca perdi tudo senão duas vezes,
E tal se deu em gleba dos meus.
Duas vezes me prostrei mendiga
Perante as portas de Deus!
Anjos – duas vezes acudiram
Recompondo meus bornais –
Larápio! Banqueiro – Pai!
Estou pobre uma vez mais!

108. Cirurgiões devem ser bem zelosos
Cirurgiões devem ser bem zelosos
Quando empunham o bisturi!
Embaixo das incisões precisas
Treme o Réu – a Vida em si!

449. Morri pela Beleza – mas estava pouco
Morri pela Beleza – mas estava pouco
À vontade no Túmulo
Quando Um que morreu pela Verdade foi posto
Em um Quarto vizinho –
Ele indagou baixinho “Por que eu falhara?”
“Pela Beleza”, eu disse –
“E eu – pela Verdade – A mesma coisa –
Confrades somos”, disse Ele –
E assim, qual Irmãos, encontramos a Noite –
Conversamos entre os Quartos –
Até que o Musgo alcançou nossos lábios –
E encobriu – nossos nomes –
(Fonte GGN)

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