sábado, 3 de julho de 2010

Simão Pedro, filho de Jonas, aquele que acolheu Jesus o banido de Nazaré!



Ouvindo, porém, Jesus que João fora preso, retirou-se para a Galiléia; e deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum, situada à beira do lago, nos confins de Zebulom e Naftali."(S. Mateus 4:12-13)


O sítio da antiga aldeia de pescadores Cafarnaum (em hebraico Kfar Nachum, a Aldeia de Naum) situa-se na costa noroeste do Lago Kineret (o Mar da Galiléia), 2,5 km a nordeste de Tagba e a uns 15 km ao norte de Tiberíades. O vilarejo é mencionado pela primeira vez no Novo Testamento, onde figura de forma proeminente nas narrativas do Evangelho, como o lugar onde Jesus viveu durante grande parte de seu ministério na Galiléia. Foi aqui, segundo o Novo Testamento, que ele "curou muitos que estavam doentes", e também "expeliu os espíritos" dos endemoninhados.Vários dos Apóstolos - Simão (chamado Pedro) e seu irmão André; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João - viviam na aldeia, além de Mateus (Levi, filho de Alfeu), que era coletor de impostos no local.


Há evidência arqueológica de que a aldeia foi estabelecida no início da Dinastia dos Hasmoneus (as moedas mais antigas encontradas no local datam do século II a.E.C.). O vilarejo, próximo à fronteira da província da Galiléia, situava-se num caminho transversal da rota comercial Via Maris. Na época narrada no Evangelho, havia em Cafarnaum um posto alfandegário e uma pequena guarnição romana comandada por um centurião. A aldeia não participou das duas principais revoltas dos judeus contra Roma, e os escritos judaicos do período identificam Kfar Nachum como uma das quatro localidades que incluíam minim (em hebraico, sectários) entre seus habitantes. Isto pode ser uma referência a um dos pequenos grupos de judeus-cristãos, que foram excluídos, no final do século I, da participação nos serviços da sinagoga, quando a inclusão da "Bênção referente aos minim" foi acrescentada às "Dezoito Bênçãos" da prece diária.


O sítio foi "redescoberto" em 1838 pelo geógrafo bíblico americano Dr. Edward Robinson. Em 1866, o Capitão Charles W. Wilson, explorador britânico, identificou as ruínas da sinagoga e, em 1894, a Custódia Franciscana da Terra Santa comprou uma parte do antigo sítio. As principais escavações franciscanas realizaram-se entre 1968 e 1984, e as escavações do sítio vizinho, greco-ortodoxo, entre 1978 e 1982. Hoje, a maioria dos arqueólogos acredita que a casa de Simão Pedro tem tudo para ser a 'verdadeira casa' de Simão Pedro.


A casa de Simão Pedro


"E, saindo eles da sinagoga, foram, com Tiago e João, diretamente para a casa de Simão e André." (S. Marcos 1:29)


Pesquisas arqueológicas realizadas pelo Studium Biblicum Franciscanum (de Jerusalém), no início do século XX, durante 70 anos, revelaram uma estrutura eclesiástica octogonal, do século V, construída em torno de uma residência mais antiga de um cômodo, que data do século I d.C.. O santuário central octogonal, que circunda uma estrutura de basalto, de paredes construídas sem argamassa, era cercado por um ambulatório semelhante ao da Rotunda do Santo Sepulcro em Jerusalém, e ao santuário islâmico construído posteriormente no Haram es-Sharif (o Monte do Templo).


A sala que se encontra dentro do santuário central octogonal parece ter sido parte de uma insula (um conjunto de pequenas salas residenciais de um só pavimento e pátios) que, lá pelo final do século I era de utilização pública, possivelmente como domus ecclesia, isto é, uma casa particular usada como igreja. Nas paredes rebocadas da sala-relicário havia grafites em aramaico, grego, siríaco e latim, contendo as palavras "Jesus", "Senhor", "Cristo" e "Pedro".


Presume-se que a sala-relicário seja a "Casa de Simão, chamado Pedro", à qual se refere a peregrina espanhola, Doña Egéria, que visitou o vilarejo aproximadamente em 381-384, durante sua peregrinação à Terra Santa. Ela descreve com alguns detalhes como a casa do "príncipe dos apóstolos" fora transformada em igreja, com as paredes originais ainda de pé.



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