Mário David seria padre dentro de alguns meses. Um padre como muitos cristãos sonham ter: terno, atencioso, sensível, sério, responsável, inteligente. Como Dom Belisário disse na sua breve e emocionada reflexão na missa de corpo presente Mário representava uma ‘esperança’ para essa igreja. Ele se foi, mas espera-se que a sua morte não seja em vão. Que a curta, mas luminosa passagem de Mário David sirva de incentivo e motivação para padres, leigos e cidadãos construirem novas relações humanas, alicerçadas no respeito, no diálogo e na caridade.
Mário David 31 anos, estudante de teologia da arquidiocese de São Luís foi enterrado há poucas horas atrás. Os dois assassinos que o mataram e lhe roubaram o carro em que ele se encontrava em companhia da avó, ontem à noite, às 20,30, nas proximidades de São Pantaleão, irão fazer parte de uma longa lista de homicidas que nunca serão presos. E, se porventura forem presos, ficarão alguns anos nas masmorras de Pedrinhas esperando algum indulto ou benefício que a legislação prevê, para estarem novamente nas ruas a cometerem outros crimes.
Uma espiral essa que no Brasil ‘potência mundial’ parece algo inverídico. Isto prova que os altos índices de desenvolvimento econômico não produzem automaticamente uma melhora nos índices sócio-culturais. Estes parecem piorar a cada dia. Instalou-se definitivamente na nossa sociedade brasileira a contra-cultura da violência total. Não há polícia que controle, nem patrulha do bairro que reprima.
Mário David pode ter sido morto por outros dois jovens da sua mesma idade. Afinal, é nessa faixa etária de 20 a 30 anos que mais se mata e se morre nesse 'jovem país'! Não é mais suficiente afirmar que algo deve ser feito. É imprescindível especificar e 'focar' ...esse algo!
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