quinta-feira, 5 de julho de 2012

No Peru população resiste aos projetos de mineração: 5 mortos e numerosos feridos. Igreja se propõe a ser mediadora.

O ex-Presidente da Conferência Episcopal do Peru e Bispo emérito de Chimbote, Dom Luis Bambaren, denunciou a violência eclodida na província de Celendín, na região de Cajamarca (norte do Peru), onde a população manifesta contra a realização do projeto extrativista Conga, e solicitou a mediação da Igreja Católica, oferecida pela Conferência Episcopal Peruana (CEP). A região viveu um novo dia de tensão nesta quarta-feira devido aos enfrentamentos entre a polícia e os manifestantes que se opõem ao projeto mineiro. Os confrontos deixaram cinco mortos nas últimas 24 horas e terminaram com a detenção de um dos principais líderes dos protestos, o ex-sacerdote Marco Arana. Arana foi detido "por causar distúrbios" na cidade de Cajamarca, segundo informou a polícia, mas imagens reproduzidas pela imprensa mostraram que ele estava sentado no banco de um parque com outras duas pessoas quando foi rendido violentamente e sem prévio aviso por policiais. O movimento de Arana respalda as organizações sociais e o governo regional de Cajamarca, ambos opostos à exploração de ouro no projeto Conga, porque assegura que danificará de forma permanente o meio ambiente e as reservas de água. Em nota, Dom Bambaren pede que o governo central e as organizações sociais de Cajamarca aceitem imediatamente a mediação do Padre Gaston Garatea, proposta pela CEP. O bispo jesuíta destaca que Padre Garatea é um sacerdote com muita experiência e bem aceito nas comunidades andinas, e poderia indicar o melhor para o desenvolvimento daquela região. O projeto mineiro, que prevê um investimento de US$ 4,8 bilhões, recebeu a aprovação do governo depois que a empresa Yanacocha concordou implicitamente com as novas condições impostas pelo presidente Ollanta Humala para sua execução, entre elas a de aumentar a capacidade dos reservatórios de água que a empresa construirá. (Agência Fides)

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