segunda-feira, 9 de julho de 2012

PODE A ESPÉCIE HUMANA DESAPARECER?


Não são poucos os cientistas que afirmam que o desaparecimento da espécie humana não é uma perspectiva tão irreal como muitos pensam....... Damo-nos conta de que nos podemos autodestruir. Não por alguma meteoro rasante, nem por algum cataclismo natural de proporções fantásticas. Mas por causa da irresponsável atividade humana. Segundo Carl Sagan inventamos o princípio de autodestruição pelas armas de destruição em massa. Agora nos demos conta de que a guerra total conduzida contra Gaia, pode fazer com que ela não nos queira mais sobre a sua superfície. Seríamos expulsos como expulsamos uma célula cancerígena. Devido ao estresse de todos os serviços ecossistêmicos, a Terra vai irrefreavelmente subindo de temperatura que oscilará entre 1,8 e 5 graus Celsius. Com a entrada do metano na atmosfera que é 23 vezes mais agressivo que o dióxido de carbono, pode ocorrer nos próximos decênios, uma “mudança abrupta do clima”. Nomes notáveis das ciências não excluem esta eventualidade....

Stephen Hawking reconhece que num futuro ainda distante a população mundial ficará ombro a ombro e o consumo de eletricidade deixará a Terra incandescente. Ela poderá se destruir a si mesma enquanto portadora de vida
Christian de Duve, prêmio Nobel de Química afirma que “a evolução biológica marcha em ritmo acelerado para uma grande instabilidade; de certa forma nosso tempo lembra uma daquelas importantes rupturas na evolução, assinaladas por extinções em massa”. Antigamente eram os meteoros rasantes que ameaçavam a Terra; hoje o meteoro rasante se chama ser humano.
Théodore Monod, assevera: “somos capazes de uma conduta insensata e demente; pode-se a partir de agora temer tudo, tudo mesmo, inclusive a aniquilação da espécie humana. E acrescenta:”seria o justo preço de nossas loucuras e de nossas crueldades”
Edward Wilson atesta “O homem até hoje tem desempenhado o papel de assassino planetário…a ética da conservação, na forma de tabu, totemismo ou ciência, quase sempre chegou tarde demais; talvez ainda haja tempo para agir”.
Arnold Toynbe em sua auto-biografia:”vivi para ver o fim da história humana tornar-se uma possibilidade real que pode ser traduzida em fato não por um ato de Deus mas do homem
James Lovelock é contundente: ”até o fim do século 80% da população humana desaparecerá. Os 20% restantes vão viver no Ártico e em alguns poucos oásis em outros continentes, onde as temperaturas forem mais baixas e houver um pouco de chuva….Quase todo o território brasileiro será demasiadamente quente e seco para ser habitado”

Mas há também quem sustente que a situação atual representa antes um desafio que um desastre possível. Uma travessia para um patamar mais alto e não fatalmente um mergulho na autodestruição. Estaríamos, portanto, num cenário de crise e não de tragédia. Mas haverá tempo? Tudo parece indicar que o tempo do relógio corre contra nós. Não são poucos os que afirmam que estaríamos chegando tarde demais, pois teríamos passado já o ponto de não retorno. De todas as formas, urge escolher: ou o ser humano e seu futuro, ou a sua destruição. Somos otimistas: vamos criar juízo, aprender a ser sábios e escolher o ser humano com seus projetos. Importa já agora mostrar amor à vida em sua majestática diversidade, ter com-paixão com todos os que sofrem, realizar rapidamente a justiça social necessária e amar a Grande Mãe, a Terra.
(Re-elaboração livre do blogueiro de um artigo de Leonardo Boff publicado no Jornal do Brasil, ontem)

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