terça-feira, 10 de setembro de 2013

Suécia recebe 60 vezes mais do que o Brasil refugiados da Síria, apesar de existir aqui a maior colônia Síria! Cadê tu, Itamaraty?

Quando, há três meses, seu cunhado foi morto e teve o corpo atirado em frente à casa dos filhos na cidade de Homs, Mohamad encorajou sua família na Síria a fugir para o Brasil. Em São Paulo há 14 anos, ele temia que outros parentes se somassem aos cerca de cem mil sírios que, segundo a ONU, morreram desde a eclosão dos conflitos no país árabe, em 2011. Desde então, porém, diz que nenhum deles conseguiu deixar a Síria - segundo ele, por causa de exigências irreais feitas pelo Brasil para lhes conceder vistos. "Os brasileiros estão com os braços abertos, mas o governo está complicando tudo", diz o sírio à BBC Brasil. O Itamaraty afirma que as exigências buscam resguardar a segurança nacional. Sede de uma das maiores colônias sírias fora do Oriente Médio, o Brasil concedeu refúgio a 258 sírios desde 2010, segundo o Ministério da Justiça. O número equivale a 0,01% dos 2 milhões de sírios que, de acordo com a ONU, fugiram desde o início dos confrontos.Para analisar pedidos de refúgio, o governo determina que o solicitante esteja em território nacional. O problema, segundo Mohamad e outros sírios ouvidos pela BBC Brasil, é que muitos não têm conseguido sequer cumprir a etapa anterior: obter um visto para o Brasil. E, sem o documento, eles não podem voar até o país.Como o Brasil não emite vistos específicos a candidatos a refúgio, a alternativa aos que querem fugir para o Brasil são vistos de turista. Para concedê-los, o governo exige dez requisitos, entre os quais comprovante de emprego, extrato bancário dos últimos seis meses, certificado de antecedentes criminais e uma carta convite."O governo brasileiro está tratando esses sírios como turistas, mas eles são refugiados que estão correndo risco de vida. Muitos fogem só com a roupa do corpo" finaliza Mohamad.

Em tempo: A Suécia recebeu cerca de 15 mil refugiados sírios desde 2012, quase 60 vezes mais que o Brasil. A maioria ingressou no país com vistos de entrada regulares; outros, por uma cota de refugiados acordada com a ONU. (Fonte: IHU)

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