segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Policial atira em oito Guajajara na BR 226 que protestavam contra a falta de transporte escolar

Após a notícia de que um delegado de Barra do Corda foi baleado por índios na BR 226 na terra indígena Canabrava, entre Barra e Grajaú, haverá quem diga que esses índios não tomam jeito mesmo... Não é para menos. Numa manifestação indígena pacífica de interrupção da BR para protestar contra a notória negligência da Secretaria de Educação em não viabilizar, - após um ano de espera, - os recursos para o transporte escolar, o delegado de Barra do Corda, de moto, no final de tarde de domingo 07 de dezembro, chega a atirar em oito indígenas. Informações não confirmadas dão conta de que o delegado ao se deparar com a barreira indígena iniciou um bate-boca com alguns índios e começou a disparar diretamente sobre a concentração de indígenas. Um índio foi baleado na cabeça, outro no pescoço e os demais em outras partes do corpo. A reação indígena, diante da fúria do policial também parece não ter demorado. O próprio delegado foi ferido no abdome e levado a Imperatriz por um caminhoneiro. Os indígenas em situação mais grave foram levados para presidente Dutra e os demais a Barra do Corda. Já no sábado, em Barra do Corda, corriam rumores que os indígenas iam fechar a BR. Isto se confirmou no final da tarde de domingo. O protesto indígena que geralmente é pacífico se transformou numa tragédia pela falta de traquejo da polícia em lidar com os indígenas da região. Haverá meios de comunicação que alardearão a violência indígena como inicial e principal motivo do grave incidente na BR. Entretanto, a lógica dos fatos pode comprovar facilmente o inverso, ou seja, que um delegado ‘já ferido’ não teria condições de atirar em oito indígenas. É imaturidade e despreparo injustificável querer resolver na bala conflitos e manifestações que criam desconforto e mal-estar para a sociedade. Qual será agora a reação indígena se os dois índios vierem a falecer? Uma coisa, contudo, parece certa. Se o Estado tivesse cumprido o Termo de Ajuste de Conduta –TAC- que havia assinado em junho passado com as lideranças indígenas comprometendo-se a enviar transporte escolar para os alunos indígenas da região, nada disso teria acontecido. Infelizmente, ele não para de fornecer ‘munição social e política’ a gerar revolta e indignação nos já encurralados e ‘detestados’ indígenas!

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