domingo, 2 de setembro de 2018

22º domingo – Menos ‘glórias e amém’ e mais compaixão e amor (Mc. 7,1-8.14-15.21-23)


O ser humano é mestre em disfarce e em colocar máscaras para não aparecer o que é de verdade. Tenta esconder aos olhos das pessoas o que o incomoda interiormente. Chamamos isso de hipocrisia. Um modo de agir falso, nebuloso, cheio de artimanhas para que as pessoas não descubram claramente o seu profundo ser. Mais cedo ou mais tarde as máscaras caem. As aparências enganam somente os ingênuos, e os que vivem de preconceitos. Para os conhecedores do espírito humano os disfarces dos hipócritas duram pouco tempo. É o que Jesus fez não somente com algumas pessoas, mas com um sistema religioso inteiro. A religião oficial vivia sobre meras aparências e disfarces. Segundo Jesus a nossa relação com Deus não pode se dar na base de ritos e liturgias exteriores no intuito de atrair a simpatia das pessoas ou, pior, de Deus. Não podemos alicerçar nossa fé em pequenas práticas de pureza e repetições de fórmulas. São os grandes valores da justiça e da solidariedade, e os sentimentos de bem-querer, de compaixão, de respeito profundo que realmente contam na vida! Uma religião preocupada com suas normas, liturgias e preceitos, e despreocupada com o destino de um povo, é um verdadeiro absurdo! Uma dupla hipocrisia: enganam-se e manipulam-se as pessoas, e acredita-se que se pode enrolar o próprio Deus que tudo vê! O seguidor de Jesus deve educar o seu coração e o seu espírito para eliminar dentro de si ambições e corrupção, mentiras e calúnias. E produzir amorosidade e tolerância, colaboração e compreensão, sinceridade e respeito. E aprender a ser ele mesmo, sem enganar a si próprio, assumindo qualidades e defeitos. Viver a transparência e a autenticidade.

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