segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Facada na segurança! Como prometer segurança ao Brasil se não consegue proteger a si próprio com 30 PFs?

......A versão oficial da facada no Coiso (Bustonaro) autoriza a concluir num atentado à democracia, e que Bispo tentou matar Messias, ainda que um bispo não tenha tentado matar um Messias em sentido bíblico. Na vida real, é como dizia vovó: quem com muitas pedras mexe uma lhe cai à cabeça. O Coiso desejou a morte de Dilma Rousseff, calou sobre o assassinato de Marielle Franco, ironizou o atentado à Caravana do Lula, a violência contra o acampamento Marisa Letícia e, dias atrás, no Acre, ele sugeriu metralhar petistas. A agressividade de muitos de seus apoiadores revela pouco apreço à democracia e o candidato parece mesmo aglutinar em torno de si gente muito raivosa, de forma que com algum acerto dizem que ele colheu o que plantou....

...Deixo de lado a questão elementar: a quem interessa o crime? O Coiso que dispunha de 8 segundos de propaganda, passou a ter horário gratuito extra. Segurança? Melancólico para um candidato, que tenta se promover em cima do medo e tenta vender segurança, mas não consegue proteger a si próprio e seus seguranças que deram prova de incompetência. Tão real quanto ao 7 x 1 e a facada. Junto com o fracasso da segurança do coiso, fracassa a idéia da sociedade armada. O louco da facada é tão doente quanto muitos dos seguidores do Coiso, que não hesitariam no exercício de suas próprias razões. Tão doente quanto a democracia que só é vista sob ameaça quando quem representa a ameaça a verdadeira ameaça é ameaçado. Isso não é um jogo de palavras.

A democracia está em coma, mas a faca passa bem obrigado e respira sem aparelhos. De outro giro, a segurança falhou feio, sobretudo para quem levanta a bandeira da proteção e da segurança. Típico de quem está há quase três décadas na política, vive num dos estados mais inseguros do país e até hoje não apresentou um projeto que justifique sua verborragia demagógica. Falha de segurança e vergonha. Muito simbólico para uma democracia absolutamente insegura. Enquanto um candidato à Presidência está hospitalizado, por conta de uma facada, o preferido do povo tem sido esfaqueado pelo Supremo Tribunal Federal seus direitos fundamentais.

Armando Rodrigues Coelho Neto - jornalista e advogado, delegado aposentado da Polícia Federal, e ex-representante da Interpol em São Paulo


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