Ontem, dia 28 de junho, uma criança de dois anos, proveniente de Imperatriz e doente de leucemia, veio a falecer num ônibus ao entrar na cidade de Açailândia. Os pais, por causas ainda desconhecidas, haviam decidido buscar uma extrema solução em São Luis - que dista cerca de 600 km. de distância, – num transporte público. Ao chegar à rodoviária de Açailândia foi acionada imediatamente a polícia, mas na cidade não se conseguiu sequer uma ambulância ou outro meio para transportar o corpo inanimado da criança e de seus pais que a acompanhavam. O próprio vice-prefeito acionado por algumas pessoas informou que a única ambulância existente na segunda cidade mais rica do Estado (Açailândia) se encontrava, ironicamente, em Imperatriz.
A administração pública de Imperatriz parece continuar a dar provas da sua incapacidade de viabilizar os atendimentos básicos à saúde pública da cidade. É difícil entender e aceitar que em 2010 na segunda maior cidade do Estado não se tenha dado um encaminhamento diferente, antecipando a tragédia.
Ainda repercutem na nossa memória as denúncias veiculadas pelo Jornal Nacional alguns meses atrás em que foi escancarado à nação o caos na saúde pública do município, principalmente a falta de vagas disponíveis na UTI local. A segunda maior cidade do Maranhão não possuía UTIs suficientes para atender às demandas básicas da população. Várias crianças haviam falecido e outras tiveram que ser removidas e transferidas para outros hospitais. O Ministério da Saúde e o Governo do Estado tiveram que intervir prometendo ajuda e assessoria para melhorar as condições dos hospitais públicos de Imperatriz.
Parece que os administradores públicos das cidades de Imperatriz e Açailândia tenham dificuldade de perceber que a população aumentou simultaneamente com as novas demandas por saúde. Preferem manter as mesmas obsoletas e insuficientes estruturas sanitárias de 20 anos atrás, apostando no atendimento de outros hospitais e porque, afinal, eles mesmos ao adoecerem têm jatinho para São Paulo!
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