segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Terra indígena Bacurizinho: terra em chamas!


A terra indígena Bacurizinho parece ser a bola da vez. Uma terra de mais de 82.000 ha. homologada, mas suscetível de ser ampliada por um erro à época da demarcação. De fato, poderá vir a ganhar mais terra se o parecer favorável da Procuradoria da República for acolhido. Bacurizinho continua sendo palco de disputa por madeireiros, fazendeiros e pelas diferentes famílias Guajajara que a habitam. Não há paz nessa terra. Numerosos conflitos e rivalidades internas fragilizam sempre mais o já tênue e delicado equilíbrio. As disputas internas de alguns setores indígenas por controlar mais espaço de influência política e obter vantagens econômicas e, recentemente, por exigir controle e participação dentro da nova estrutura da FUNAI fazem de Bacurizinho uma terra emblemática. Ultimamente, uma onda de boatos está criando uma situação de salve-se-quem-puder. Algumas lideranças acusadas de ter feito negócios escusos com a terra a partir de uma suposta documentação que o comprovaria, estão na berlinda. Por causa disso, as rivalidades se alastram e se aguçam de forma alarmante. Há claros indícios de manipulação de informação por parte de alguns setores indigenistas com evidentes ambições a controlar a máquina da FUNAI. Estes vêm usando alguns grupos dos combativos Guajajara, e prometem-lhes mundos e fundos. A intenção última é varrer determinadas lideranças Guajajara para terem a estrada livre para ocupar espaço no órgão indigenista e controle local sobre determinados grupos Guajajara. Enquanto isso, homens, mulheres e crianças Guajajara alheias à política indigenista, nas desassistidas aldeias dessa encantadora terra, respiram a fumaça de um fogo que queima árvores, gargantas e esperanças.

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